Você Mora Dentro de Mim
(in)Decifrável
Eu simplesmente não sei que se passa dentro de mim. É estranho, sufocante, enigmático. E ao mesmo tempo maravilhoso de se sentir, é como seu eu pudesse sorrir sem esforço para mexer os lábios. É flutuante, envolvente...é lindo. É temido por mim mesma, o fato de me fazer bem e mal, de me fazer sorrir e chorar. De me fazer sentir assim, sem rumo, sem direção. A incapacidade de me decifrar me deixa cada vez mais confusa. Com medo que alguém descubra que eu não sou tão corajosa quanto pareço. Que me esconde atrás de uma máscara de sorrisos. Que o meu cobertor são os abraços alheios e que o meu pensamento é focado para um nada. Um nada que eu tento descobrir. Um nada que eu cavo em pensamento e só me sai nada, e mais uma vez nada. E eu continuo tentando. E todas as vezes que cavei foram assim, só deixei buracos em mim mesma. Crateras incapazes de serem fechadas. Mais eu continuo a persistir em descobrir o que se passa dentro de mim. Mesmo que isso me custe a vida inteira. Eu sei que esse vazio do bem e do mal, do sorrir e do chorar...Um dia eu vou saber como lhe dar com eles. E quando isso acontecer, eu já vou está acostumada com tudo. E não vou mais me importar com as crateras abertas no passado , eu vou passar a me importar com as crateras que serão abertas daqui pra frente.
Uma bomba relógio dentro de mim marca os segundos para estraçalhar essa barreira que me impede de tentar te fazer feliz.
Quem disse que eu não posso me embriagar?
me embriagar com toda a felicidade que mora dentro de mim?
Quem disse que eu não preciso amar?
pois quem vive sem amor nesta terra?
Quem disse que eu não posso viver descontroladamente?
viver a vida como se o amanhã não fosse existir
Quem disse que eu não irei chorar?
pois as lágrimas fazem parte de você, para que fique bem deixe-as fluírem
Viva sim,
chore, mas que seja de felicidade
Passe mau, mas de tanto rir
Alegre-se pois a vida é única e você não sabe se amanha estará presente nela.
"" Tenho dentro de mim uma fortuna imensa
são tesouros guardados a sete chaves
amor, amor, amor
mais amor, amor, amor
um pote
uma veia
o sangue
o coração...
A LATA DE SARDINHAS E OUTRA DE
CONSERVA DE FEIJÕES
Há dentro de mim
Muita fome de aprender
A ser
Independente!
E quando à outra fome física
Que leva à tísica
Me querem à força matar,
Eu lhes digo e redigo:
Mesmo seco de morrer
Hei de vos ver
Aqui ou lá, num sofrer
De arrepiar...
Ontem, já no hoje do amanhã
Alguém de outros me trouxeram
E ofereceram
Comida nova
Que fizeram
Quentinha a escaldar
Pelas alminhas,
Que a renova
E me disseram
A abraçar:
Come, é o fruto da nossa paixão!
E eu, depois no aido, engoli;
Mas pensei:
Benditos os que sabem que eu
Não posso viver só de sardinhas
E de feijões de lata!
Se não, morro pelo estômago meu
Na mais breve data...
(Depois, de ter o estômago "enganado" é que me lembrei dos sem-abrigo, mulheres e homens e crianças que as latas de sardinhas e outras de conservas de feijões são uma miragem e então chorei... chorei... por ser tão indiferente e injusto ao males do mundo.)
(Carlos De Castro, a tentar saber de onde vem a razão do lápis de censura do Pensador, in, 27-06-2022)
Há vozes a revoltar-se dentro de mim.
Incitam-me para que seja um lutador nato, ou um gritador de injustiças, pelo menos.
NATAL DA REVOLUÇÃO
Natal. Que revolução
Vai dentro de mim, agora:
Porque não veio o nevão
Da neve cinzenta de outrora?
Falo pelo país de mim,
Gente pobre e tão feliz,
De ser pobre e mesmo assim,
Numa esperança sem raiz.
Mesmo sem o tal nevão,
Do frio da nostalgia,
Eu prefiro ser chorão,
Que profeta da idolatria.
Haverá Natal de conceito
Sem aquela representação
Dum presépio tosco e feito,
Pela minha própria mão?
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 09-12-2023)
Enterrei-te vivo, nas profundezas do meu ser,
Amordacei-te dentro de mim, amarrado sem direito a fuga,
Mas posso ouvir o barulho devastador do desespero,
Se contorcendo e revirando tudo na busca de escapar e renascer.
Teu lar em mim é na câmara fria do meu coração,
Na escuridão da minha alma, onde encontras morada,
Meu silêncio em relação a ti é absoluto,
Talvez, um dia, possas emergir, mas será apenas um oi até nunca mais.
Pois o que um dia foi amor, hoje é uma sombra silenciosa,
Um eco distante do que fomos um dia,
Uma presença que se desvaneceu no tempo,
E agora paira como uma memória vazia e melancólica.
Enquanto estive fraca, por entre as lágrimas que me caiam, surgia dentro de mim a cura. Enquanto despenteada emocionalmente e tão carente e sofrida estive, naqueles dias em que uma mulher precisa ser segurada forte nos braços por um guardião seguro e terno, se este não lhe recolhe as lágrimas, então cada uma que cair em seu rosto, ventre e colo, será como um pequeno remédio cicatrizante produzido pelo próprio eu desta mulher. Serão milagrosos anticorpos, e aquela outrora triste e inconsolável, avançará em sua evolução e independência emocional, mergulhada profundamente neste imenso oceano. O poder deste momento é inigualável, e este poder existe no interior de cada uma de nós, a capacidade de se regenerar por si só e produzir lágrimas que brotam da dor contra o desamparo e descaso que lhe fizeram sucumbir após a doação de sua verdade mais profunda. As lágrimas de cura que vem do íntimo ventre podem durar uma semana, um mês ou meses até. Mas quando elas finalmente secarem, você, mulher, estará livre do que tanto te doeu e te machucou o coração, pronta, regenerada e forte o bastante para despertar a tua vida cheia de propósitos e realizações incomparáveis e inimagináveis até então. Este é o momento da tua virada, em que deixas de ser uma menina donzela para te tornares uma segura mulher.
Eu não sou uma pessoa inteiramente ruim; deve haver algo de bom em algum canto dentro de mim, à espera de ser descoberto. Enquanto aguardo que minha parte boa seja revelada, sigo sendo o que me cabe neste momento: alguém um tanto ruim. Continuo assim, na esperança de que, de algum modo, eu me torne um pouco melhor, um pouco menos ruim.
Dentro de mim
Busco palavras
Pra representar
O sentimento que
Eu sinto quando te vejo
Será já a paixão
Apenas a admiração
Ou será os dois
Querendo andar
Lado a lado
Descrever isso parece simples
Mas não é
São sensações que acometem
O profundo da alma
E deixam as palavras sem querer existir
Simplesmente por que é melhor sentir
O querer que vem de dentro de mim
Dentro de mim
Existem vários sentimentos
Uns que deixam leves
Outros que inquietam
Mas sempre me dizem
Que sem eles não posso viver
Pois o que move o meu ser
É essa dualidade que envolvem
A intensidade de sentir
Como se não fosse
Ou fosse
A resposta da alma
Sagaz
Capaz de senti-los
Borbulhando
As ardentes razões de sentir
Todos os sentimentos que
Que o ser se permite viver
Sonho com você
A noite
E acordo com
O vazio dentro de mim
Poderia ser diferente
Se tivesse você
Do meu lado
Falar de passado
É relembrar que
Dentro de mim
Existem diversos
Pensamentos e comportamentos
De várias pessoas de gerações
Diferentes
E essas me ensinaram
Sobre
A liberdade, a autenticidade
E o pertencimento
Coisas que buscamos
Para o autoconhecimento
E o desenvolvimento como ser
Então viva as gerações que
Nos antecederam
Viva os conhecimentos existenciais
Viva a linhagem
