Viva a Vida como se Fosse a Ultima

O erro que começou há mil anos é tão errado como o que começa hoje, e o acerto que surge hoje é tão certo como se tivesse a sanção de séculos.

Crítica construtiva é como mulher meio grávida... não existe.

O receio aumenta-nos os desgostos, tal como os desejos os prazeres.

Alguns tiveram a forca como preço pelo próprio crime, outros, a coroa.

O coração precisa encher-se de alegrias ou de dores. Tanto umas como outras o alimentam. O que este órgão não pode suportar é o vácuo.

Algo deve mudar para que tudo continue como está.

Para cada alma há uma ideia que lhe corresponde e que é como a sua fórmula; e andam as almas e as ideias procurando-se umas às outras.

O casamento de uma filha amada é um acontecimento que se espera e que se deseja; é, porém, como um parto - alegria acompanhada de dores terríveis.

Faz-se crítica quando não se pode fazer arte, como quem se torna delator quando não se pode ser soldado.

Não existe nobreza sem generosidade, assim como não existe sede de vingança sem vulgaridade.

A felicidade é como o vidro; tem, como ele, o brilho e a fragilidade.

Pensa-se hoje na revolução, não como maneira de se solucionarem problemas postos pela atualidade, mas como um milagre que nos dispensa de resolver problemas.

Os juros cobrados no empréstimo são como picadas de cobra.

Como uma árvore, que embora derrubada, continua a crescer enquanto as suas raízes estiverem sãs e firmes, assim também continuará a sofrer mais e mais o homem que não tenha extirpado a sua cobiça.

Aquele que adia a hora de viver corretamente é como o camponês que espera o rio se esgotar antes que ele atravesse.

As ações de cada pessoa são boas ou más consoante a maneira como as outras as comentam.

Nada desejamos tanto como aquilo que não nos é consentido.

O Estado é como o corpo humano. Nem todas as funções que desempenha são nobres.

A maior parte dos homens, em política como em tudo, atribui os resultados das suas imprudências à firmeza dos seus princípios.

[Mirando-se num espelho depois de sessenta anos]
Já não se fazem espelhos como antigamente.