Viva a Vida como se Fosse a Ultima

A esperança é a última que morre (mas morre...).

A melancolia compõe-se de oscilações morais, das quais a primeira atinge a desesperação e a última o prazer; na mocidade é o crepúsculo matutino, na velhice o da tarde.

Você sabe que vai ser sempre assim. Que essa queda não é a última. Que muitas vezes você vai cair e hesitar no levantar-se, até uma próxima queda. Prefere jogar-se numa atitude que seria teatral, não fosse verdadeira, sentir os espinhos rasgando carne, as pedras entrando no corpo, o rosto espatifado contra o fim desconhecido. Precisa ir até o fundo.

A calúnia é como uma moeda falsa: muitos que não gostariam de a ter emitido, fazem-na circular sem escrúpulos.

Os dias prósperos não vêm por acaso. São granjeados, como as searas, com muita fadiga e com muitos intervalos de desalento.

Ninguém se agasta tanto do desprezo como aqueles que mais o merecem.

O amor do poeta é maior que o de nenhum homem; porque é imenso, como o ideal, que ele compreende, eterno, como o seu nome, que nunca perece.

O amor e a amizade são como o eco: dão tanto quanto recebem.

Somos orgulhosos ou humildes consoante a maneira como os negócios nos correm.

Nunca se pratica o mal tão plena e tão alegremente como quando praticado por um falso princípio de consciência.

A felicidade é como um eco; responde, mas não se aproxima.

O poder não é algo que possa ser assumido e posto de lado conforme apetece, como com a roupa interior.

Como o mundo é claro e belo, quando não nos perdemos nele, e como é escuro o mundo, quando nos perdemos nele!

Procura ser tão gentil com a tua mulher como no tempo que a conquistaste.

A luxúria é como a avareza: aumenta a sua própria sede com a aquisição de tesouros.

Homem que pretende praticar uma boa ação, mas é impedido de a fazer, deve ser considerado como se a tivesse feito.

Nunca entendi como dois homens podem se juntar para escrever um livro. Para mim, é como precisar de três pessoas para produzir um filho.

O indivíduo é social não como resultado de circunstâncias externas, mas em virtude de uma necessidade interna.

A verdade é como a religião: ela tem apenas dois inimigos, o demasiado e o insuficiente.

Os aduladores assemelham-se aos amigos como os lobos aos cães.