Virar a Pagina a Vida Continua
Nossa reserva moral é o bem mais precioso que podemos acumular ao longo da vida. Quando bem cuidada, tem poder de reverter situações da mais extrema penúria com que nos deparamos, pois que sempre haverá gente empenhada em ajudar-nos na empreitada. Quando desprezada, porém, não há reserva pecuniária que garanta nossos dias, ou quem se arrisque a comprometer-se com eles. Feliz, portanto, de quem escolhe desde cedo o que fazer com o próprio futuro, pois que quando ele chegar poderá ser tarde para isso.
A vida segue a mesma regra do yogurte que se faz em casa: não se pode deixar de aproveitar hoje o que foi preparado ontem, nem deixar de preparar hoje o que irá precisar amanhã.
Decididamente não me encaixo na tônica desses novos tempos: ainda prefiro ter vida privada do que transformar minha rotina num palco onde o único sentido da vida é uma caçada insana por "likes".
Firmar posição de que a Terra é o único lugar com vida inteligente no universo, frente à minúscula dimensão do planeta que habitamos, não só se mostra de uma pretensão igualmente ridícula como também de ignorância comparável a de quem refuta a vida em uma caverna porque a escuridão o impede de enxergar dentro dela. Diante do que não entende a mente deveria buscar na dúvida sua única afirmação de inteligência.
Passamos toda uma vida achando que recebemos
Muito abaixo da medida, bem menos que merecemos.
Bem mais tarde se descobre que tudo que se utiliza,
Seja em ouro, prata ou cobre, é mais do que se precisa!
Talvez a lição mais importante que aprendi nas últimas décadas é que na vida tudo acontece exatamente como numa partida de xadrez: sempre que a estratégia inicial de vitória falha, o próximo lance do adversário pode promover uma reviravolta tão decisiva que, mesmo quando já se dava o jogo por perdido, tudo pode mudar novamente a nosso favor. Daí porque não se pode jamais aceitar a inexistência de saídas antes de aguardar pelo que vem a seguir. Se todos soubessem como esse mecanismo de alternância funciona, o desespero que leva muitos ao suicídio seria visto como realmente é: apenas mais uma ilusão de ótica igual a muitos outros equívocos criados pela mente humana e que subtrai, de forma abrupta e vã, a grande possibilidade de uma segunda chance.
Minha máxima de vida é simples como meus anseios: fale com todos, relacione-se com vários, confie em poucos, queira só o mínimo e conte apenas com você!
Chega-se a uma idade na vida em que até cometer erros leves incomoda muito, pois que a ânsia pelo que ainda se deseja construir é tanta que não sobra espaço nem paciência pra perder tempo corrigindo asneiras.
Por mais que se cultive a compaixão como direcionamento de vida, existe um tipo de pessoa que transforma em tragédia qualquer instinto de solidariedade, mesmo quando figura como o principal beneficiado dele, ao trata-lo como a chance que buscava para a aproximação que transformará as vidas de seus benfeitores num verdadeiro inferno. O que tais pessoas não percebem é que, em longo prazo, elas se tornam as maiores inimigas delas mesmas, pois que acabam fechando todas as rotas de escape que poderiam salvá-las de um abandono cada vez mais amplo e iminente, levando-as ao inevitável infortúnio que já se vislumbrava como tragédia anunciada.
Me permito ser radical apenas no meu enfático repúdio ao radicalismo como forma de vida em sociedade.
O que me impele a “deletar” alguém do meu contexto de vida não é sua limitação cognitiva, mas quando exibe sua ignorância como um tributo à imbecilidade deliberada e, pior ainda, quando se orgulha dela como se fosse a consagração vista pela ótica de um asno.
O que mais quero para mim? Seguir até o último dia de vida sem ninguém me ditando o que devo vestir, comer, e se devo ir ou não à qualquer lugar; se “o melhor para mim” é sopa de legumes ou hambúrguer, a que horas vou dormir ou de que lado da cama deitar. Tem coisa melhor no mundo para um libertário do que permanecer senhor absoluto do próprio destino enquanto estiver vivo?
A vida é uma professora rígida e impiedosa, porém honesta. Ela nos ensina que os que não se calam e não aceitam a infâmia sob o manto da falsa harmonia são os que acabam alijados como incômodos, pois que não compactuam com as mentiras que todos preferem ostentar para não terem maculado seu histórico de pessoas “bem resolvidas”.
Dói-me ver pessoas olhando a vida pelo retrovisor e a dividindo – de forma tão simplória – entre erros e acertos somente. No que me toca vejo alguns erros que não me agrada tê-los cometido, mas que converti em referência sobre o que não deveria repetir. Incorri também em alguns que, após revistos, considerei indispensáveis na construção da pessoa em quem me transformei; e houve ainda aqueles que alguns podem chamar de “erro”, mas me geram gratidão pela consciência de agora, da qual tanto me orgulho. Malgrado suas diferenças, sei que todos – sem exceção – me ensinaram a mais importante de todas as lições: a da prerrogativa de converter erros em traumas ou em aprendizagem, e tanto olhá-los como o mestre mais importante que já tivemos, ou o juiz que nos irá julgar até o último de nossos dias.
Meu histórico de vida me fez concluir que a maior parte das mazelas humanas pode ser substancialmente reduzida apenas com inteligência e sensatez. Além de atuar como antídoto de incontestável eficácia sobre nossos medos e fragilidades, essa combinação consegue transformar ideias, reaproximar adversários, reverter julgamentos e até trocar preconceito por aceitação apenas pelo emprego correto do conhecimento.
Houve um tempo em que acreditei que viver muito era o melhor que poderíamos receber da vida. Hoje sei que irá depender do quanto se consegue ser feliz nela, ou então pode não ir além de uma maldição.
Todos deveriam comemorar a chegada de um novo amigo à sua vida como a descoberta de uma estrela nova no céu. Elas chegam com sua história, suas características próprias e com um fulgor que pode nos maravilhar pela sua intensidade. Benditas sejam as estrelas que se apresentam para emprestar mais sentido ao nosso universo.
À religião e à ciência é difícil aceitar algum tipo de vida superior à do homem, tida como obra prima da criação. Então a negarão à luz das leis que criaram para si mesmas, antes de admitir qualquer coisa que não se coloque submetida a elas. E, contrariamente ao defendido, isso se deve bem menos às premissas dos institutos do que à arrogância dos que os conduzem.
Nesta terceira e última fase da minha vida a prioridade é introduzir apenas o que pode simplificá-la e torná-la ainda mais gostosa de ser vivida. Tudo que foge a essa regra é colocado na fila do descarte.
O ateu se acredita privilegiado por ter chegado ao real entendimento sobre a origem da vida. O crente agradece a Deus por ter sido escolhido para conhecer toda a verdade sobre o universo. Já o sábio não contesta nenhum deles nem aposta em qual possa estar certo ao se perceber insignificante frente à vastidão: apenas assume sua dúvida como a opção mais sensata em relação à vida e honesta para si mesmo.
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