Vida e Morte
“ ...negava a existência de Deus em tudo. E numa situação extrema entre a vida e a morte, clamou o seu nome.”
O que é a Vida,Um Jogo
O que é a Morte, Um Troféu
Podemos Morrer Como Um Herói
Ou Simplesmente Com Um Réu
Uns Ganham a Vida Com Honra
Outros Sem Conduta e Sem Moral
No Final Do Jogo o Prêmio
Uma Viagem Só De Ida
Com Direito a Funeral
Nesse Jogo De Esperança
Não Se Joga Pra Perder
Ou Ganhamos a Existência
Ou Viemos a Falecer
No Meio Dessa Partida
Todos Lutam Por Uma Vitória
Uns Ganham Uma Sobrevivência Tranquila
E outros Uma Vida Ilusória
É um Jogo Que Nunca Tem Fim
Do Começo De Um Passado
Ao Futuro Que Virá
Ganhemos Uma Medalha De Honra
Ou Viveremos Sempre a Vegetar
A morte é o complemento da vida. Pena que suas formas são tão inesperadas ou incompreensíveis. Pena que deixa sempre a sensação de que perdemos algo ou alguém mesmo nunca tendo nos pertencido.
A vida e a morte digladiam diuturnamente, vem a vida vai a morte, segue a sina, para uns azar, para outros sorte.
“O sentido da vida esta na vida. E não na morte. Logo, ame as pessoas. Pois não sabemos andar depois da escuridão.”
A vida já me fez sorrir e
a morte já me fez chorar,
mas eu não vou desistir
sem ao menos me aventurar.
“A MORTE É A ÚLTIMA QUE DORME”
Se uma nova vida da morte brota
Vivemos em um edênico e turbulento jardim
De epitáfios
Se a morte é outra espécie de vida
Aquém e além das vãs filosofias
Além e aquém de toda analogia(mortal?)
Somos o grão e o adubo
O graal e o escudo
O horizonte que emudece quando
O sol se deita em seu leito
Se aninha em seu peito
E num novo alvorecer, brada: estou aqui! Só para você!
Somos lápides e cinzas
Não de Quartas do final
Não da Quinta do Carnaval
Tigres sem Eufrates
Estige sem barqueiro
Chama sem candeeiros
Castiçais sem sombras de vela.
A vida nova morte é certeza
Qual a certeza que estamos por ora vivos
O que nos traz um parco conforto, um alívio efêmero
Que será tragado, deglutido
Pelo espaço e tempo, em úteros, convertidos.
O céu está ao nosso lado
O inferno também
O horizonte é o que nos cerca
Nos engole e nos dejeta
Num tépido e silencioso vai e vem
Como as ondas do oceano
Como o mendigo que agora observo
Resmungando como o poeta
A tradução mexicana da odisseia de Homero.
Vai acunam! Desfruta dos braços do horizonte
E em seu brado mais que demais retumbante
Desperte em luz e nos vários tons do alvorecer.
Luciano Calazans, Salvador, Bahia, 14/11/2017
À Manuca Almeida (in memoriam)
