Vestido de Noiva de Nelson Rodrigues
Marcas da solidão
A solidão me traz em prantos
alguns momentos e mesmo tantos
que com um lápis ou um pincel
a realidade vou traçando,
definindo- a segundo meu plano
e despejando sobre o papel.
Viver assim é mais humano,
revolver a inquietude,
desabafar meus desenganos,
que em cada imperfeição sobre o papel
traz a marca da minha alma
e semelhante a essa tempestade,
desaba de meus delírios, meu paraíso,
daquilo que considero como meu céu.
Não prometo nada, porque aprendi que promessas dependem do futuro, e o futuro é tão incerto quanto as incertezas que temos no presente
Entrega
Quem tem medo da entrega,
tem no fundo
medo de viver a separação.
Quem separa sem entrega,
verá que no medo
viveu em si, no fundo não.
Mas, quem viver sem medo,
no fundo há de ver
que todo fim é uma entrega
a uma nova criação.
Preciso de um detalhe teu novamente, seus rastros começaram a sumir de mim
estou voltando a estaca zero, em meio a noite, novamente vazio,
sozinho caminho com lembranças da sua mão segurando-me para não cair.
Você me salvou de mim, mais agora estou só, agora serei eu contra o mundo?
Estou com medo, estou, minha voz se calou, e seus olhos agora me cegam,
sua voz volta a me torturar, as luzes do meu quarto já estão apagadas.
Os monstros de baixo da cama temem a mim, a lua se esconde atras de nuvens
escuras, estou só, estou detalhando você em meio do nada, as cores se voltam
meus olhos se abrem e la estou eu indo de volta ao computador, para te contar
desse pesadelo, para lhe contar desse medo, para lhe contar que ainda continuo aqui.
Não queira a todo custo que eu fique agora
Em nome das nossas boas memórias
E não tenha a mínima dúvida
De que, tão certo e inquieto quanto está seu coração
Está o meu pensamento só de calcular
Toda a saudade
Que isso vai render
Queria que aqui fosse mesmo o meu lugar
Grudado, bem juntinho
Perto de você
Mas não é, não é
mesmo pra ser
E nós sabemos
O que devemos fazer
Tire sua mão do meu braço
Se tiver a coragem que eu não tenho
De se arrancar um pedaço
Correr do fim pra outro começo
A gente não encaixa como gostaria
Partir é a mesmo unica opção que fica
Como prova de amor
Agora eu vou, embora
SORRIR É REALMENTE O MELHOR REMÉDIO
Sorrir, gargalhar, movimentar os músculos do rosto e se possível deixar o som sair da garganta e ecoar no ambiente - isso sim faz bem à nossa alma.
Sorrir sozinho, sorrir com os amigos, sorrir de piadas, sorrir do ontem, sorrir pensando no amanhã - simplesmente sorrir.
Isso sim faz bem. Então só SORRIA!!!!
Pensamentos...
memórias póstumas de momentos
que a saudade não trará mais.
Percorro meus delírios,
afinal, o que houve?
Não sei se tudo foi
só um sonho ruim,
ou se a simples necessidade
de ter você aqui
nos distanciou ainda mais.
Amar sem medida
é a desgraça dos enamorados.
Embriagam-se com um amor,
tão incontrolável,
que é fácil dizer que estão
apaixonados.
Escravizam-se por migalhas,
resquício de um sentimento
tão profano
que dizer que é amor
é o mesmo que dizer
que foi engano.
Pois, dizer que tudo foi paixão,
já que de algo tão repentino
percebemos nossa pequenez,
o quanto somos somente
seres humanos...
Aquele que lê acrescenta a si não somente mais informação, mas mundos inteiros, que silenciosamente estão no universo das páginas de um livro...
"No florescer da idade púbere, não há inocência aparente que disfarce a malícia. Esta, como uma cadela faminta, devora e corrompe a alma"
Soberana, amada, profana...
Inebriante são seus lábios,
farto- me com a volúpia
de seu corpo,
beijo dois rios inteiros
que nascem na beleza
de seu delicado rosto.
Amor tão pueril,
maior não há,
pois na inconstância
dos dias,
no frenesi
de incontáveis problemas
o mar me desperta
assim tão calmo,
nos versos deste poema.
Peço aos céus
que abençoem
esta união.
A terra, que testemunhe
o vagar de dois corpos,
dois amantes,
dois irmãos...
A morte que impeça,
que a inexistência da vida
finde o amor,
tão grande amor,
chama de nossa paixão...
"Por muito andar, sem um caminho a seguir, a vida deixarei e mesmo meus dias, em seu constante fluir, fenecerão, sem amor, sem paz, sem vida, diante de muitos nãos, nãos, nãos..."
Algemas da realidade
Ouço um grito.
Grito que urge por mudanças.
Uma venda que os olhos enegrecem
Impede de ver a realidade e,
Por isso, aceitamos o que acontece.
Por sermos apenas crianças,
Socializadas, impostas em padrões,
De sua própria ignorância.
Afinal, que cor cinzenta é essa,
Que reveste nosso caráter?
Entre pretos e brancos,
Somos cinza,
Reflexo da opinião de outrem,
Consenso que do que seduz e alucina,
Desestimula o censo crítico,
Promessa de mundo utópico,
Formatos que a sociedade impõe
E o controle ensina.
Imersos numa bolha,
Que ora embaça nossa visão,
Comodamente aceitamos
O doce alimento da alienação,
De nosso tão estúpido engano,
Por sermos assim: instintivos,
Agressivos, acomodados,
Humanos, demasiado humanos...
Seus olhos; Doce boca
As janelas suspensas em sua face
Mais parecem duas sombras
Que me invadem.
Não sei realmente se posso confiar,
Porém seus beijos
Depõem o contrario,
Dizem que seu corpo
É um mar de sensações
No qual posso me perder
E mais ainda,
No qual posso me afogar.
Seus gestos calmos e sutis
Fazem- me querer a ressaca
Do mar que saem dos seus olhos,
Mas quem é que vai me garantir
Que de tão bela moça
As mentiras não sejam o veneno
Que sempre saem nas palavras
Proferidas por sua deliciosa boca.
Ah! Cigana oblíqua e dissimulada,
Se Bentinho te rejeitas
Venha, deixe de lado os ciúmes
E me faça também querer tê- la
Pois da infâmia que te acusam
Nem mesmo a virgem Madalena
Pode se livrar,
Tamanha é a calúnia...
No amanhecer, penso em você,
No anoitecer, penso em você,
Desse jeito, nunca conseguirei te esquecer.
E olhando pro céu, você pensava nele, mas não percebeu o que o vento cochichava ao teu ouvido? pra você observar a onda vindo, como ao toque dele.
Ele, que está perto de você. Ele une a areia, sob os teus pés. Ele une os homens, como une a areia, mas o sol que todos querem e tem, é o que separa a areia. O sol que todos disputam é o que separa a areia.
O despertar dos cantos das aves
anuncia o nascer do sol,
que irradia luzes e vozes,
que acorda todas as frases ocultas
em oração.
Tudo esse sol ilumina e,
por mais que seja tardia
sua presença,
a ausência não permitiria
admirar a beleza dos seus traços
e seu canto de rouxinol.
A paz surge em dias como esses.
Mas, a mente acostumada ao dissabor
a beleza do amor logo esquece...
Guerra e paz
As vozes da guerra sufocam
as súplicas de amor
dum coração tão machucado
em plena mocidade.
De nada adiantam as preces
pois os canhões rugem nervosos
nos campos e nas batalhas.
A ponte que levava a uma nova esperança
se incendeia com a morte
da compaixão e, as feridas,
tão expostas,
esvaem as emoções
nas poças de sangue.
Ideais são capazes
de movimentar exércitos
inteiros,
sedentos pela perspectiva
da vitória.
Numa guerra ninguém é gente,
nem sente pena dos outros.
Só peço, meu Deus,
uma gota de chuva que seja,
que lave as trincheiras,
esvazie os campos
e nos traga paz.
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