Versos Sobre as Árvores
Arvoredo
Ventos do Oeste
me trazem para
este torrão celeste,
Arvoredo é terra
de gentil segredo.
Pelas rotas da vida
os filhos da Itália
ali tropeiros em ti
encontraram acolhida.
Eles encontraram
o pouso da esperança
galopando ao redor
dos Rios Irani e Ariranha
para ser cidade erguida.
Seguem honrando
e dão tudo de si
com a força do Cedro,
a beleza do Angico,
a ternura da Cabriúva
e a poesia da Bracatinga.
Deste Alto Uruguai Catarinense
e Vale do Contestado,
tudo o quê a vida pede o teu
povo corajoso tem abraçado
do anoitecer a aurora
no ritmo constante do Leão e do Poca.
Balançando
com o vento
sou o verbo
acarinhando
as folhas
das árvores
de Fuerte Tiuna,
Suíte orquestral
pedindo sem
parar a liberdade
do General
que não deveria
ter estado preso
desde o início,
E segue preso
sem o devido
processo legal.
Sei que estás
aborrecido,
me desculpe
desde já,
Não nasci
para agradar,
Pelo sofrimento
do General
e da tropa
não vou parar
de reclamar.
Um comandante
não deveria
ser moralmente
responsabilizado
por erro de um
subordinado,
O erro de cada
um deve ser
individualizado
E nem seguir
alimentando
prisões com
base em
acusações
sem concretas
demonstrações.
Está na hora
de dar um basta
nessa cultura
de maltrato entre
o pessoal militar
sem as devidas
e sãs averiguações;
Quem deseja
a paz deve
aprender o quanto
antes a se reconciliar
mesmo diante
da existência
de diferentes reflexões.
Massaranduba
Minha Massaranduba amada,
sou e sempre serei de ti,
árvore frondosa de madeira
vermelha escura nomeada em tupi,
Nome que batizou heroica
cidade povoada pela imigração
alemã, italiana e polonesa.
Amo a sua gente guerreira
que da agricultura
ergueu esta cidade bonita
e consagrou a FECARROZ,
porque alegria do teu povo
(é a foz dos ritmos e o embalo
das danças que seguem
na Festa da Banana,
na Fortaia, nas festas de igrejas,
na de caça e tiro,
na Festa da Polenta,
na Stammtisch,
na Bandonion e na Polski Festyn).
É este arroz plantado pelo teu
povo que quero que chova
nas nossas cabeças como venho
escrevendo nos meus poemas,
sempre orgulha Santa Catarina
e me faz sentir orgulhosa
das nossas raízes e brasileira.
A folha caiu
da árvore,
Escrevi um
poema sobre
o futuro que
nos espera
sem pressa,
Não há neve
que o amor
entre nós
não derreta;
A primavera
do brilho
dos teus olhos
me pertence,
Sou a flor
perpétua
do coração,
amor primeiro
e a sua paixão.
A árvore do nosso amor é forte,
os frutos são abundantes
e a tranquilidade é perene,
Semelhantes a uma nogueira
construimos a nossa união
e celebramos hoje com muita
paixão, amor e harmonia.
O Umbuzeiro é uma
árvore que teve o pedido
atendido por Deus,
Preparei um Doce de Umbu
para alegrar o paladar,
Você com toda certeza
vai adorar e saborear
como quem lê um poema.
Cada árvore canta uma
canção diferente mesmo
que você não consiga ouvir,
Neste dia de céu azul
pude ver um belíssimo
Arapaçu-escamado-do-sul
pousando alegre por aqui,
Você existe e é o melhor
poema que ainda não escrevi.
Curicacas sobre a árvore
alegram a paisagem,
A gente se ama de verdade
e um com o outro
temos toda a liberdade.
Divino topetinho-vermelho
que posou na árvore
do meu caminho de sempre,
Aprendi com você
a ter leveza e ser valente.
A Choca-do-Acre
cantando no galho
da árvore frondosa
trouxe a inspiração
poética e amorosa
para dar o coração
na palma da sua mão,
E como prêmio sei
que vou receber
o seu em retribuição.
Flamingo esvoaçante
mergulhando na lagoa,
A ventania balançando
as árvores e os meus cabelos,
Embora existam alguns
contratempos ainda
creio que a vida é boa,
e você depois de tudo
conseguiu chegar
até aqui não foi à toa.
Ainda lembro bem
das estradas longas,
das paisagens lindas,
das árvores altas
iluminadas pelo Sol
que mais pareciam
com esmeraldas
em contraste
com casas caiadas
que contavam
com gentis hortinhas,
No rádio do carro
só tocavam boas
músicas caipiras,
Nunca imaginei
que recordar
iria se tornar
memória distante,
e que memórias
assim ninguém
se importaria mais;
Desses tempos têm
o quê se resgatar
a paz e tudo o quê
é de acolhimento
mesmo faça
muito tempo atrás.
A folha, no outono,
que outrora surgiu.
Com a chegada do frio
caiu.
Pois a àrvore
desistiu,
de gastar sua energia
com quem só lhe consumiu.
Preferiu canalizar tudo que tinha
com quem mais lhe valia,
sua própria raiz.
Como árvore permaneço no mesmo lugar
resistindo as intempéries das estações.
Resoluto e ao mesmo tempo submisso às
novidades de cada novo amanhecer.
As pragas até queimaram minhas folhas,
mas não deixei atingirem meus frutos.
Minhas raízes estão ainda mais fincadas
minha copa a cada dia menos utópica.
Após me restabelecer decidi que vou morrer
de finitude, não de fatalidade.
Minha esperança é que o vento leve
partes saudáveis de mim e polinize um
futuro que não verei.
Poema vespertino para Rodeio
Buscar uma fruta direto
do pé da árvore,
Agradecer a Deus
por estarmos cercados
por esta beleza
do Médio Vale do Itajaí,
Escrever um poema
vespertino para Rodeio
com toda a gratidão
por morar aqui e ter
amor por este lugar
no fundo do meu coração
seja no Inverno ou no Verão.
Minha árvore nacional
se chama Pau-Brasil
que tem o meu inefável
lado mais emocional
e apegada a este chão
que tem minh'alma, corpo
e coração e que por ele
aconteça o quê aconteça
jamais abrirei mão,
é ele que me sustenta
com total inspiração.
Fogueira bonita é
aquela que se aproveita
o quê o arvoredo
tem para dar e no outro
momento continuar
a estar lá para sempre
dar quando a gente
precisar para festejar,
Batata doce assada
numa bonita fogueira
de Festa Junina,
Tem todo o indiscutível
sabor de poesia.
Sob as árvores
da eternidade,
Nós dois iremos
de verdade
nos apaixonar
na imensidade
do Hemisfério Austral.