Versos de Silêncio
Ponto de Ignição
Silêncio súbito.
O mundo gira mais devagar.
No peito, um vulcão adormecido
Sente a primeira rachadura no ar.
Não é barulho, é pressão.
Algo antigo, denso, pesado,
No corpo já não cabe mais.
É tempo. É novo. É fado.
Um fio de luz no abismo
Toca o íris, queima a retina.
E o que era apenas abrigo
Ruge, rompe, desatina.
Não há volta no instante
Em que o ser, profundo e cru,
Sabe: a casca já é fenda.
É hora de abrir-se ao mundo.
Silêncio...
Saberás um dia que lutei muito por nós dois.
O silêncio da casa vazia,
a solidão das noites em claro,
Ah! Tantas noites sozinha, olhando o vazio...
Silêncios longos,
madrugadas infinitas,
vazios que gritavam bem alto dentro de mim.
Paixão em Silêncio
Eu te amei no instante em que te vi,
naquela sala cheia, só você existia pra mim.
Entre mil vozes, só teu olhar me falou,
me estendeu a mão, e o meu coração se entregou.
A vida — essa vilã — nos fez desencontro,
te segui de longe, num silêncio tonto.
Te vi em segredo, num amor proibido,
gritei por dentro, mas sorri contido.
Julgam meu querer como se fosse pecado,
mas é só amor — cru, ardente, calado.
E a cada versão tua que o tempo me traz,
mais eu te quero, mais arde a paz.
Sou eu, a incompreendida da história,
amando um homem que vive outra memória.
Você, com outro amor, buscando esquecer
aquilo que em mim, ainda te faz viver.
Quando o barulho do mundo for ensurdecedor, escolha o silêncio. É nele que Deus fala.
Trecho do livro Lá em casa – uma contemplação da família perfeita SQN
Há dores que não gritam. Elas se curam em silêncio, quando o coração é rasgado diante de Deus.
Trecho do livro Lá em casa – uma contemplação da família perfeita SQN
Reflexão do Silêncio
Às vezes, tudo o que nos cabe é o silêncio.
Não por fraqueza, mas por sabedoria.
O silêncio é cúmplice da reflexão e guardião da serenidade.
Há momentos em que não há o que fazer, nem o que sentir.
E isso não é vazio, tampouco solidão.
É apenas um intervalo sagrado,
um tempo de recolhimento em que a alma se encontra consigo mesma.
É o espírito voltando, momentaneamente, para casa.
Ninguém vê o grito de quem sangra por dentro.
Porque o silêncio da dor não sai na tomografia.
Não faz barulho.
Não pede socorro.
Só vai…
E quando vai,
a gente chama de surpresa.
Mas não era surpresa.
Era descuido.
No Abismo do Silêncio
Num canto escuro da alma caída, Ecoa a dor que não foi compreendida.
A tristeza sussurra em cada vão, E aperta o peito, sem dar perdão.
A depressão chega sem avisar, Como um vento frio a soprar devagar.
Rouba o riso, esvazia a cor, Transforma o amor em cinza e dor.
Um coração partido, sem direção, Sangra memórias em cada pulsação.
Entre os escombros da destruição, Perde-se a fé, perde-se a razão.
O medo se arrasta, sorrateiro e lento, Molda o silêncio, distorce o pensamento.
E a covardia, vestida de calma, Envenena os sonhos e cala a alma.
Surge a tragédia em forma de adeus, Rasgando os céus com gritos seus.
E resta o vazio, frio e calado, Onde antes um ser inteiro tinha habitado.
Quando cessam as vozes do mundo e a alma repousa em silêncio, o coração escuta a Voz Suave do Senhor, que chega como brisa serena, trazendo a Graça Eterna e o doce abraço da Presença Divina, capaz de transformar toda escuridão em Luz.
Dilson Kutscher
Lá fora, o céu de inverno sorri em azul…
Aqui dentro, o cuidado floresce em silêncio e fé.
Deus está em tudo: no vento lá fora e na restauração aqui dentro.
Sem pressa, sem murmurar… só confiando.
Janice F. Rocha
Às vezes, tudo o que nos cabe é o silêncio.
Não por fraqueza, mas por sabedoria.
O silêncio é cúmplice da reflexão e guardião da serenidade.
Há momentos em que não há o que fazer, nem o que sentir.
E isso não é vazio, tampouco solidão.
É apenas um intervalo sagrado,
Um tempo de recolhimento em que a alma se encontra consigo mesma.
É o espírito voltando, momentaneamente, para casa.
E por se calarem os bons, os justos parecem pela espada dos injustos…
e pelo silêncio cúmplice de quem poderia ter dito e/ou feito algo.
Quando Penso em Ti
Às vezes,
em meu silêncio,
penso em ti.
Não como quem busca uma lembrança perdida,
mas como a terra pensa na semente:
com quieta certeza de que a vida
já floresce em segredo.
Penso em ti
e meu peito se enche
de uma alegria antiga e nova,
como o vento que reconhece
a canção da árvore
antes mesmo de tocá-la.
Sim, penso em ti
com todo o amor
que o tempo não mede:
um rio que não seca,
uma luz que não treme,
um abraço sem braços.
E saiba, profundamente saiba:
você é amada.
Não por dever ou destino,
mas como o céu ama o voo,
como a raiz ama a terra,
como a noite ama
o seu próprio silêncio estrelado.
Você é amada
porque o amor
é o nome secreto
de tudo o que é verdadeiro em mim.
E quando penso em ti,
é ele que respira.
E você minha amada pensa em mim? 💞
A dor da saudade em mim, ordena-me silêncio, reflexão e as luzes apagadas.
Tudo no escuro...
Carlos De Castro
Quando os bons se calam, os perversos governam.
E o silêncio dos justos abre espaço para a tirania dos maus.
Lutar pela justiça diante das injustiças é dever de todos,
como cidadãos civilizados.
Quem se cala diante da violência contra os justos assume,
para si, a culpa pelas injustiças."
(Furtado, Brunno)
06/08/2025
São as noites escuras que trazem o silêncio
A calmaria da brisa, um leve vento
Num oceano de imaginações fora do tempo
O céu fechado, sombrio do meu pensamento
Cansado, refletindo no que se passou
Nas supostas horas felizes, ficaram a dor
Na angústia, na falta, nos risos de momento
Percebi que só falava por respeito e agradecimento.
"Entre insistir e soltar"
Insisti no silêncio, gritei sem ouvir,
me perdi no caminho tentando seguir.
Fui presença constante, mesmo na ausência,
mas virei só lembrança, sem mais importância.
Corri contra o tempo, lutei sem vitória,
doei minha vida, apaguei minha história.
Hoje eu paro as mãos, largo esse chão,
não sou migalha, sou coração.
Se ela não sente, não posso insistir,
é hora de soltar pra poder me vestir
da força que resta, da fé que é minha,
pois quem não me quer, me ensina a saída.
No peito, um quarto vazio,
paredes brancas esperando cor.
Não dói, mas lateja em silêncio,
como chão que pede passo.
Ontem vi que foste embora,
não em palavras, mas em ausência.
O vazio então se acendeu,
me pedindo dono, me pedindo vida.
Não vou preenchê-lo com sobras,
nem com migalhas de outros amores.
Vou preenchê-lo comigo:
minhas canções, minhas tintas,
meu riso fora de hora,
meu corpo que insiste em existir.
O vazio não será falta,
será território meu.
E onde era eco,
vai nascer voz.
