Versos de Rosa

Cerca de 9518 versos de Rosa

NÃO CHORE, MENINA!

O que vai à sua alma, menina?
O que lhe faz chorar?
Algum atalho da vida
Por onde resolveu se aventurar?
Menina, não deixe a tristeza se aninhar.
Ela é desajustada – uma ladra,
que gosta de assaltar
os corações desprevenidos
e com conforto, ali se instalar.
Menina, bote logo um sorriso nesse rosto.
Vê-la, assim, me causa aflição!
Enxugue logo essas lágrimas e sorria com gosto
Porque o seu sorriso menina, é tão bonito,
é uma luz para o meu coração.
Então, eu lhe peço menina:Chore não!

Inserida por rosabergcine

CORRENDO RISCO

Nesse seu riso largado,
Nesse seu olhar meio de lado,
Nessa sua conversa fiada
Vou embarcar!

Nesse seu jeito imprudente,
A sua proposta indecente,
De um amor “caliente”,
Penso em aceitar.

Por ser um amor de momento,
Sem culpa e arrependimento,
Que nenhum dano pode me causar.
Vou me arriscar!

Inserida por rosabergcine

PULSAÇÃO

Pulsa, desenfreado, o sentimento,
que resiste a tempestade,
que rouba o momento,
que faz sentir culpa,
que vira tormento.

Pulsa, desenfreada, a paixão,
que nasce desprovida de razão,
que cresce com sofreguidão,
que se faz fonte de inspiração,
que desnuda a verdade do coração.

Pulsa, desenfreado, o sonho,
que camufla a realidade dos dias,
que acorda ao sol do meio-dia,
que se sustenta em promessas,
que a liberdade, aos anseios, sentencia.

Pulsa, desenfreada, a coragem,
que revela a guerra da inquietação,
que racionaliza qualquer emoção,
que se agita, chora e grita,
que pede socorro para o amor que palpita.

Pulsa, desenfreado, o coração,
que se convulsiona no sentimento da paixão,
que se perde no sonho da inspiração,
que acorda no leito da inquietação,
que se socorre onde o amor habita.

Inserida por rosabergcine

O ar da manhã,
respiro.
No calor do sol,
transpiro.
Sobre relva molhada,
me viro.
O vento me sopra,
espirro
Na preguiça da tarde,
suspiro.
Na poesia da noite,
me inspiro.
Sob a luz das estrelas,
cintilo!

Inserida por rosabergcine

ALMAS

Almas inquietas se deparam
e no silêncio das vozes, se falam,
em tratados secretos se calam.

Almas carentes se sentem
e as suas verdades não mentem,
em cumplicidade se acendem.

Almas doloridas se acham,
e na solidão da noite, se abraçam,
em promessas divinas, se enlaçam.

Inserida por rosabergcine

PERFUME NO AR

Suspenso no ar
o perfume da relva que veio banhar,
o corpo desnudo na cama a revirar,
esperando o amor que está para chegar.

Suspenso no ar,
o perfume da chuva que cai devagar,
nas entranhas da terra para encharcar,
a alma esfuziante que quer se entregar.

Suspenso no ar,
o perfume da sereia que veio do mar,
que usa “Água de Colônia” para embriagar,
os sentidos de quem deseja namorar.

Suspenso no ar,
perfume da noite que chega num açoite,
fazendo o desejo, no seu silêncio, despertar
e na loucura da paixão estonteante flutuar

Inserida por rosabergcine

FANTASIA

Tem horas que,
em vez de saber correr,
eu gostaria de voar,
para pousar em qualquer canto e avistar,
o namoro da lua com o mar.

Tem horas que,
em vez de fazer movimento,
eu gostaria de ser vento,
para brincar com as nuvens e viajar,
num tapete mágico de algodão.

Tem horas que,
em vez de acordar,
eu gostaria de continuar a sonhar
para deixar a fantasia se assanhar
e em criança ela me transformar

Tem horas que,
em vez de aparecer,
eu gostaria de me esconder,
para fingir que não estou
e você não descobrir que eu menti.

Tem horas que,
em vez ser seu eu mesma,
eu gostaria de ser você
para sentir o que sente você
e depois, seus sentimentos esquecer.

Tem horas que,
em vez de ter voz,
eu gostaria de ser palavra,
para visitar as almas dos poetas
e de amor, eternamente, poder morrer.

Inserida por rosabergcine

DA MENTIRA, INVENTO RIMA

Sou uma pobre poeta,
que da mentira
inventa rima
para depois
viver no meu presente,
tão demente,
tão solvente!
Na verdade, sou uma farsante.
Vivo num caminho errante.
Minhas palavras são inversas aos sentimentos
e os meus momentos transbordados de paixão,
porque sou uma alma em erupção.
Em meu coração, não habitam instantes,
nem amores ambulantes,
nem minha emoção é vacilante.
O que sinto e por quem sinto
é um amor gritante,.
e como não sei fazer isso parar,
escrevo versos reversos,
na tentativa de meu choro sufocar.

Inserida por rosabergcine

VOLTA À VIDA

No silêncio, reencontrei a calma
e assim, descansei minha alma,
das tristezas que habitaram os meu dias.

E novamente,estou aqui
no tempo e dentro do espaço,
com o coração dando seus passos,
caminhando na busca de uma nova estação.

Estou inteira, não mais em pedaços.
Posso até ver as estrelas enfeitando o meu chão.
Como é bom estar de novo na vida
Sem ferida, sem medo de morrer.

Inserida por rosabergcine

Porque desesperei,
esperei o tempo passar
nas horas que se arrastaram,
por todas as noites até a outra noite chegar.
Esperei a música parar de tocar
e inventei uma nova maneira de sonhar.
Roubei o brilho das estrelas
e me encharquei na luz do lua.
Abracei a solidão até me sentir em paz.
Mas em minhas teias, fiquei emaranhada
sem conseguir sair desse lugar.
O tempo do relógio seguiu em frente,
que eu desesperadamente tentei parar
Esperando pela luz dos olhos
Esperando pela mansidão do falar
Esperando um colo para por os pés no chão
Esperando pela mão tocando as minhas mãos
Esperando por um suspiro para me desafogar
Esperando por um abraço para me acalmar
Fiquei parada no tempo
Esperando o tempo não passar.

Inserida por rosabergcine

A tua luz,

sobre minha cabeça,

reflete a sombra

de minha alma,

que descansa,

no teu chão.

Inserida por rosabergcine

OS NÓS, EM NÓS

Os nós se fazem
em nós,
nos sentimentos emprestados
de uma noite de verão.
Falo dos nós,
em nós,
amarrados na cintura da distância
sufocando a saudade que se faz.
Falo dos nós,
em nós,
que nos sustentam dependurados,
na esperança da nossa fantasia.
Falo dos nós,
em nós,
fragmentando a liberdade dos pretextos
para estarmos a sós,
sem nós

Inserida por rosabergcine

PASSOS EM DESCOMPASSO

Nos seus rompantes,
os repentes se estabelecem,
e, nos momentos, se desfalecem,
dando lugar para uma imensa dor.
No seu choro sufocado,
um nó na garganta, já bem apertado,
estrangula-lhe todas as emoções,
tornando maldito - o coração.
Na sua boca, o gosto amargo do susto.
e de todas as suas sensações retorcidas,
pelos pensamentos que não queria ter.
Assombra-lhe o futuro sonolento.
O medo de um abismo, pela frente,
e de monstros que insiste em enxergar
não permitem sua mente descansar.
Seus ouvidos, no rompante, ensurdecem-se.
Já não pode ouvir a música da vida tocar.
A sua alma está fora de lugar.
Os seus passos não conseguem se achar.
No desespero de sua busca insana,
Vontade de partir.
Vontade de ficar.

Inserida por rosabergcine

Talvez

Talvez....me perdi na estrada.
Talvez....andei depressa demais.
Talvez....esqueci que a vida passa.
Talvez....nem sei quem sou mais.
Talvez....me distraí com a paisagem.
Talvez....entrei no lugar errado.
Talvez....eu quisesse sossego.
Talvez....um lugar abafado.
Talvez....eu não tenha percebido.
Talvez....eu tenha me enganado,
Talvez....eu não quisesse ver
que o meu futuro já virou passado.
Talvez....eu tenha me tornado um cavalo de raça, que na raça, e em disparada
busca a vitória, mesmo na hora errada.
Talvez....eu tenha me tornado o meu próprio cavaleiro
E com um açoite tenho açoitado o meu corpo inteiro,
para correr e correr,
sem saber pra que e porque.

Inserida por rosabergcine

NÃO SEI

Não sei se morrerei poeta.
Não sei se viverei sem trilhos.
Não sei se ficarei cega
e não enxergarei os brilhos
das estrelas sobre minha cabeça.
Não sei se morrerei à mingua.
Não sei se me faltará ar.
Não sei se ficarei asfixiada
pela falta que você me faz.
Não sei se morrerei amando.
Não sei se saberei continuar
se tudo que existe agora,
de repente, se acabar.
Não sei se morrerei tranqüila.
Não sei se viverei em paz,
se nessa sua alma agitada
todas as minhas vontades eu entregar.
Só sei que você me basta
ao se fazer refrão dos meus dias lentos,
sol de minha escuridão,
lua de minhas noites claras
batuques de meu coração.

Inserida por rosabergcine

PALAVRAS AO MEIO

Meias palavras,
palavras ao meio,
incendeiam meu coração.
Em – canto perdido,
esconde-se minha solidão.
Força arquiteta,
no-meio sentimentos
e uma ima – gem
une - versos sem rimas,
de meus anversos sem formas

Inserida por rosabergcine

QUE TAL,ME DAR UMA BEIJO?

Hoje ,eu quero todos os beijos ,
por qualquer bobagem,
por uma simples vontade ,
por um carinho extra ,
até sem motivo,
ou mesmo, por piedade.

Hoje quero beijos estalados,
beijos molhados,
beijos apertados ,
beijos mansinhos ,
beijos emocionados ,
beijos de amor.

Hoje, eu quero todos os beijos,
seja lá de quem for
seja lá como for .
Porque no dia do beijo ,
minha cesta está cheia de beijos,
é só escolher o sabor..

Inserida por rosabergcine

DISFARCE

Os meus pedaços disfarço,
em jogos de sorrisos,
em poemas imprecisos,
nos olhares perdidos
para lugar algum

Os meus pedaços disfarço,
no improviso das vontades,
na dor da pura verdade,
nos sonhos proibidos,
nas palavras que não vêm

Os meus pedados disfarço,
na solidão dos anseios,
na escuridão dos sentidos
na musica alta que toca
em meus ouvidos.

Os meus pedaços disfarço,
no sufoco dos meus planos,
nos atalhos dos enganos,
nas gavetas da saudade
na desculpa da idade.

Os meus pedaços disfarço,
no vagar da madrugada insone
nas horas que me sopram versos,
e nos versos que nascem sem-hora.

Inserida por rosabergcine

CARÊNCIAS

Caminho, neste instante,
no deserto das palavras
carregando a poeira dos poemas
e o vento da falta de sentimentos.
O céu está cheio de estrelas,
mas nenhuma a mim pertence
Nem a lua, nesta noite,
pode ser minha confidente.
Estou abandonada na estrada,
sem caminhos, sem moradas
para desespero de minha alma
que não consegue ficar silente.
E neste marasmo imponente
pareço uma bêbada sem rumo
contorcendo o corpo de ressaca.
Careço, neste momento, do alento dos movimentos
das doces e leves loucuras dos dias efervescentes
e até uma estrela cadente,me é suficiente
para preencher a minha madrugada vazia.
No fundo, CAREÇO DE POESIA.

Inserida por rosabergcine

SIGO SÓ

Depois dos nós,
depois de nós,
novamente,
sigo só
caminhando em frente.
E mesmo em meio a tanta gente,
sigo só.
O peso da bagagem carrego com vontade,
quero sair correndo do lugar,
quero romper o vento da estrada, voltar a namorar as madrugadas
e brincar com as loucuras dentro de mim.
Preciso da circulação dos poemas em minhas veias,
tenho sede dos versos e da lua cheia,
tenho fome das horas no tempo voraz.
E sigo só,
novamente,
depois dos nós,
depois de nós

Inserida por rosabergcine