Versos de Rosa

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Que isso foi o que sempre me invocou, o senhor sabe: eu careço de que o bom seja bom e o ruim ruim, que dum lado esteja o preto e do outro o branco, que o feio fique bem apartado do bonito e a alegria longe da tristeza! Quero os todos pastos demarcados... Como é que posso com este mundo? (...) Este mundo é muito misturado...

Guimarães Rosa
Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

Deus come escondido, e o Diabo sai por toda a parte lambendo o prato.

Esperar é reconhecer-se incompleto.

Natureza da gente não cabe em nenhuma certeza.

Guimarães Rosa
Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

Tudo o que muda a vida vem quieto no escuro, sem preparos de avisar.

Rezar muito. E ter fé. Porque as coisas estão todas amarradinhas é em Deus.

Guimarães Rosa
ROSA, G. Vilma. Relembramentos: João Guimarães Rosa, meu pai. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2014.
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O rio não quer chegar, mas ficar largo e profundo...

As coisas assim a gente não perde nem abarca. Cabem é no brilho da noite. Aragem do sagrado. Absolutas estrelas.

Cada criatura é um rascunho a ser retocado sem cessar.

"Mãe, o que é que é o mar, Mãe?" Mar era longe, muito longe dali, espécie duma lagoa enorme, um mundo d´água sem fim, Mãe mesma nunca tinha avistado o mar, suspirava. "Pois, Mãe, então mar é o que a gente tem saudade?"

No mais, mesmo, da mesmice, sempre vem a novidade.

Sempre sei, realmente. Só o que eu quis, todo o tempo, o que eu pelejei para achar, era uma coisa só - a inteira - cujo significado e vislumbrado dela eu vejo que sempre tive. A que era: que existe uma receita, a norma dum caminho certo, estreito, de cada uma pessoa viver - e essa pauta cada um tem - mas a gente mesmo, no comum, não sabe encontrar; como é que, sozinho, por si, alguém ia poder encontrar e saber?

Todo abismo é navegável a barquinhos de papel.

Ah, acho que não queria mesmo nada, de tanto que eu queria só tudo. Uma coisa, a coisa, esta coisa: eu somente queria era - ficar sendo!

Há pessoas que estão vindo muito demoradas...

É preciso auto-disciplina interior, maturidade intelectual, seriedade moral, senso de dignidade e de responsabilidade, todo um renascimento interior do proletário. Com homens preguiçosos, levianos, egoístas, irrefletidos e indiferentes não se pode realizar o socialismo.

Ah, mas a fé nem vê a desordem ao redor.

Guimarães Rosa
Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

Viver é um descuido prosseguido.

O medo é a extrema ignorância em momento muito agudo.

As pessoas não morrem, ficam encantadas!

Guimarães Rosa

Nota: Trecho do discurso de posse na Academia Brasileira de Letras, em 16 de novembro de 1967.

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