Versos de Rosa

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Sonhe sempre, mesmo que seja um sonho impossível. Sonhar nos faz Deuses da própria vida.

⁠Coração cresce de todo lado. Coração vige feito riacho colominhando por entre serras e varjas, matas e campinas. Coração mistura amores. Tudo cabe. (Guimarães Rosa - Grande Sertão: veredas, p.204)

Porque não somos como cerrado? Que bom seria se, quando chovesse dentro de nós, brotasse a primavera.

A sensibilidade sempre nos presentea com momentos que vão além das palavras.

Eu juro que levo teus olhos castanhos comigo.

Raiva, frustração, decepção, tristeza são, para alguns, motivos de fazer, de reagir, nunca de desistir.

Gosto do olhar fixo no horizonte quieta, sem perceber se o relógio inexorável do tempo caminhou adiante ou se parou para me observar.

Viver é muito perigoso.

Guimarães Rosa
Grande Sertão Veredas

Com as janelas da alma; nossos olhos, observamos o mundo e eles transmitem com fidelidade o que vai em nosso coração.

A idade não é chave, nem trinco. A idade é estrada, é ar, é luz, é sol, é lua. E quanto mais o tempo passa, mais livres ficamos internamente.

⁠...o mal ou o bem , estão é em quem faz; não é no efeito que dão. (Graciliano Ramos. Grande Sertão: veredas, p. 113)

Se existisse um aparelho de medir a pressão da alma, o meu, com certeza, estaria sem ponteiro.

Meu relógio nem dá conta das horas de que preciso.

O atleta que luta, vence, comemora ostensivamente, humilhando o adversário, é forte, porém imaturo. Sentirá muita dor na derrota. O atleta que luta, vence, comemora discretamente e sabe por que venceu e não humilha o adversário, é vigoroso, mas está no início da maturidade. Sentirá frustração na derrota. O atleta que luta, vence, sabe por que venceu e o outro perdeu, comemora abraçando o adversário, é poderoso e atingiu a maturidade. Quando perder, entenderá por que foi derrotado. O atleta que luta, sabe que vence e suspende a luta antes de humilhar o adversário, é sábio. Quando perder, não se sentirá derrotado, pois entenderá que era tempo de perder para si mesmo.

O senhor sabe o que o silêncio é? É a gente mesmo, demais.

Guimarães Rosa
Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

Para quem não tem nada, a metade é o dobro. Então, não reclamo por não ter algo, mas agradeço pelo o que tenho.

Além do horizonte, tem outros mundos a serem descobertos. Na hora da dor, é pra lá que eu vou.

Felicidade consiste em deixar as incertezas e mágoas no passado.

Feliz quem tem um amor ao seu lado, poder estar até na chuva. Muito romântico.

⁠- o ódio __ é a gente se lembrar do que não deve-de; amor é a gente querendo achar o que é da gente. (Grande Sertão: Veredas. p.377)

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