Versos de Medo

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Quero tudo novo de novo. Quero não sentir medo. Quero me entregar mais, me jogar mais, amar mais. Viajar até cansar. Quero sair pelo mundo. Quero fins de semana de praia. Aproveitar os amigos e abraçá-los mais. Quero ver mais filmes, ler mais. Sair mais. Quero não me atrasar tanto, nem me preocupar tanto. Quero morar sozinha, quero ter momentos de paz. Sorrir mais, chorar menos e ajudar mais. Quero ser feliz, quero sossego. Quero me olhar mais. Tomar mais sol e mais banho de chuva. Preciso me concentrar mais, delirar mais. Não quero esperar mais. Quero fazer mais, suar mais, cantar mais e mais. Quero conhecer mais pessoas. Quero olhar para frente. Quero pedir menos desculpas, sentir menos culpa. Quero mais chão, pouco vão e mais bolinhas de sabão. Quero ousar mais. Experimentar mais. Quero menos ‘mas’. Quero não sentir tanta saudade. Quero mais e tudo o mais. E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.

Desconhecido

Nota: Muitas vezes atribuído, de forma errônea, a Fernando Pessoa. Somente a última frase é realmente de Pessoa, sendo um trecho do poema "Tabacaria" de Álvaro de Campos.

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O medo me leva ao perigo. E tudo que eu amo é arriscado.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Nos primeiros começos de Brasília.

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Não tenha medo de errar, pois você aprenderá a não cometer duas vezes o mesmo erro.

Recuso-me a ficar triste. Quem não tiver medo de ficar alegre e experimentar uma só vez sequer a alegria doida e profunda terá o melhor de nossa verdade. Eu estou – apesar de tudo oh apesar de tudo – estou sendo alegre neste instante-já que passa se eu não fixá-lo com palavras. Estou sendo alegre neste mesmo instante porque me recuso a ser vencida: então eu amo. Como resposta.

Clarice Lispector
Água viva. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Eu tenho muita preguiça do seu olhar de “já sei o que é sofrer, agora posso viver sem medo porque descobri que eu não morro”. Eu já sofri por aí, mas ainda morro muito, todo dia eu velo meus restos e conto uma piada para ninguém perceber.

Não tenha medo da quantidade absurda de carinho que eu quero te fazer. Nem de eu ser assim e falar tudo na lata. Nem de eu não fazer charme quando simplesmente não tem como fazer. Nem de eu te beijar como se a gente tivesse acabado de descobrir o beijo. Nem de eu ter ido dormir com dor na alma o fim de semana inteiro por não saber o quanto posso te tocar. Não tenha medo de eu ser assim tão agora.

Não sei o que fazer do que vivi, tenho medo dessa desorganização profunda. Não confio no que me aconteceu. Aconteceu-me alguma coisa que eu, pelo fato de não a saber como viver, vivi uma outra?

Clarice Lispector
A paixão Segundo G. H. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Muitas vezes não é medo de se apaixonar novamente, é só o antivírus avisando ao coração que pode ser mais um cavalo de troia.

Não tenho medo da morte, porque não sei o que é a morte. A gente não sabe se a morte é melhor ou pior. Eu não quero viver nenhum dia que não possa ser objeto de orgulho.Peço a Deus que não me dê nenhum tempo de vida a mais, a não ser que eu possa me orgulhar dele.

A verdade é que eu tenho medo de imaginar minha vida sem as pessoas que eu amo.

Não gostava de nada. Vai ver eu estava com medo. É isso: eu tinha medo. Eu queria ficar sozinho num quarto com a janela fechada. Fiquei curtindo essa ideia. Eu era um trambolho. Eu era um lunático.

Pra algumas pessoas não mostro quem realmente sou. E, acredite, elas pensam que é por medo. Na verdade não é, não tenho medo dos julgamentos da sociedade, e nem me importo com o que os outros pensam de mim… metade do que sou apenas eu entendo, e a outra metade só mostro pra quem vale a pena.

Tem de ser equilibrista até o final. E suando muito, apertando o cabo da sombinha aberta, com medo de cair, olhando a distância do arame ainda a percorrer - e sempre exibindo para o público um falso sorriso de serenidade. Tem de fazer isso todos os dias, para os outros, como se na vida você não tivesse feito outra coisa, para você como se fosse a primeira vez, e a mais perigosa. Do contrário, seu número será um fracasso.

Não seja aquele tipo de pessoa que procura, acha, e depois sai correndo com medo!

E o medo era motivo de choro, desculpa para um abraço, um consolo.

'...Tem gente que pula de um romance para o outro. Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia? ...'

Todos nós sabemos o que é o medo. Mas a paixão nos faz ter coragem.

“Ela sabia que precisava dele. (…) Mas tinha medo da compulsão. De querer ele sempre e sempre e pra sempre.”

Ah, meu amor, não tenhas medo da carência: ela é o nosso destino maior. O amor é tão mais fatal do que eu havia pensado, o amor é tão inerente quanto a própria carência, e nós somos garantidos por uma necessidade que se renovará continuamente. O amor já está, está sempre.

Clarice Lispector
LISPECTOR, C. A Paixão Segundo G. H. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Ninguém nunca me viu tão transparente como você, ninguém nunca soube do meu medo de amar demais, de se perder um pouco de tanto amar, de não ser boa o suficiente.