Versos de Mãe para Filha
Sou eu que fotografo
as artes da minha Mãe
como quem colhe frutas
no pomar do Universo
neste nosso Hemisfério,
e no meio de tantas artes
é a poesia o meu caminho certo.
Meu pai
Minha mãe me ensinou o que é o amor
Meu pai a forma como eu mereço ser tratada
Hoje em dia tenho minhas paixões
Que insistem em me tratar mal
Na real...
Não me tratam mal
Papai me ensinou
Que mesmo batendo em minha cara
Não é para haver dor
Ele não para de me bater
Mas é tudo amor
Sorrio para ele
Queria realmente que fosse amor
Mas desde quando o amor
É demonstrado pela dor?
Obrigada papai
Angola Janga
Mãe de Ganga Zona, Sabina
e de Zumbi dos Palmares,
Minha Angola Janga,
Princesa, virtuosa guerreira
e protetora da liberdade
da nossa Pátria Brasileira,
Aqualtune sublime,
te entrego o meu coração
como poética oferenda.
O erro de alguns é achar que pai e mãe estão sempre certos.
E não me venha com "Honrai pai e mãe para que os seus dias sejam longos aqui na terra".
Divina
Não quero ouro, nem incenso, nem mirra;
não quero o menino, nem a mãe do menino.
Basta de milagres!
Basta de falsas puritanas!
Eu quero os três reis magros,
eu quero José com seu cajado sagrado,
eu quero sonhar com a estrela de Davi viva entre minhas pernas.
Sou um anjo em quatro dimensões.
Dê-me um pouco de calor e eu serei sua salvação.
AMOR E OVO FRITO
Minha Mãe é culinária
Que se cala quando grito
Tolerância visionária
É receita que reflito
No pulsar das coronárias
Que não cansam e eu repito
Numa invocação ternária:
Mãe, Amor e Ovo Frito!
RAÍZES DE OUTONO
Mãe amada
É primeiro de abril
A ti já se viu
Inflamados discursos
Convenientes aos ursos
Momentos diversos
Hoje povo disperso
Nos deixaram mais pertos
Nesse momento
Alegria e alento
As folhas caem
E a raiz fortifica
Beleza que implica
Um novo porvir
Feliz leniência
Onde a conveniência
Não tem vez e nem voz
Estação do amor
Desabrocha em nós!
LÁ TEJO
Queria ter um lampejo
Te emprestar o que eu vejo
Sonho de mãe pelo Tejo
Nas correntes meu desejo
Nesse corpo em desapego
Rumo ao mar e ao sossego.
Mãe-do-mato,
Caamanha minha,
Nasci e sou a sua
selvagem menina,
Me ensina por onde
andar na trilha da vida.
ilha das Laranjeiras
Iguais aos da Mãe Natureza
sejam o relógio e a resiliência,
Espero que nunca se esqueça
da eficácia de ter paciência.
Ann
Cada um no seu caiaque
rumo a Ilha das Laranjeiras,
E com a água do mar
aprender o quê é se adaptar.
Vem comigo, vamos viajar!
Muitas coisas pelo caminho
o tempo todo pretendo mostrar.
Não quero que me agrade,
apenas sempre com calma fale,
sem se obrigar a concordar.
CORAÇÃO DE MÃE
Demétrio Sena, Magé – RJ.
Não confie na mãe prática;
burocrática;
sempre justa, nunca intensa...
Nessas mães indiferentes,
que amenizam com presentes
a não presença...
Nem confie na mãe próloga,
psicóloga,
segura e cheia de teses...
Nessas mães que dão seus filhos
aos cuidados do talvez
ou dos reveses...
Mas confie na mãe cética;
epiléptica
de perdida e preocupada...
Nessas mães que não têm rumo,
pois dos rumos de quem amam
nem sobra estrada...
E confie na mãe rústica,
sem acústica
pros requintes da razão...
toda mãe de alma e alma,
cujo corpo se perdeu
no coração...
MÃE
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Minha mãe,
que só viveu pra ser mãe,
de corpo, alma, emoção,
foi o pai mais intenso
que toda mãe pode ser...
mas muitas não são.
FILHO DA MÃE
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Sou do tempo das mães extremadas e loucas
Pelas proles extensas, os filhos em série,
Conheci as mães roucas de muito gritarem
Seus avisos, pedidos e premonições...
Tive mãe nesse tempo em que as mães não dormiam,
Não viviam pra si, só pra suas ninhadas,
Tinham medos do mundo que cercava os seus
E sabiam que “Deus” não seria babá...
Fui um filho de mãe que não tinha controle,
Nada era bastante pra me ver seguro,
Via sempre o futuro a lhe pedir urgência...
Houve o tempo em que as mães eram puro exagero,
Desespero de amor, agonia de paz,
uma dor que jamais as tornou infelizes...
A mãe vida te gera e te devora te consome, nos mata.
A vida não vê, não ouve, não fala mas, nos sente e nos draga, ainda que imaginemos nos desvencilhar sendo assim nosso maior engodo!
Não adianta dizer “Cuidado!!!”
Mãe
Mãe é mão estendida por entre o tempo.
Cantiga que ressoa no ir e vir do percurso.
Acalanto que fica na vivência erguida.
Braço estendido para além do sim e do não.
Embora se cresça em tamanho e fazeres,
Mãe é farta em entremear escolhas,
Deixando-nos o amar sem punição,
Que nos faz ser em cada acolhida.
Mãe é terra que em nós frutifica,
Tornando-nos sementes de superação.
É voz que fica na memória sentida,
Tramada de ternura no balbuciar da vida.
Mãe é ventre que embala o que nasce.
Que do pão se reparte mesmo que falte,
Como fermento de amor que sempre fica.
Mãe é palavra maior, que se entrelaça no coração.
Quando era criança minha mãe dizia: Se puserem apelido em você não reclame, senão vai pegar!!!!
Quanto mais reclamamos daquilo que não gostamos, mais damos asas às pessoas do mal!!!
Você já teve aquela sensação de “era isso que eu precisava ouvir hoje”?
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