Versos de Machado de Assis

Cerca de 560 versos de Machado de Assis

A abolição é a aurora da liberdade; esperemos o sol; emancipado o preto, resta emancipar o branco.

Machado de Assis
Esaú e Jacó (1904).

O maior pecado, depois do pecado, é a publicação do pecado.

Machado de Assis
Quincas Borba (1891).

A falta de afeição é que traz a injustiça.

Machado de Assis
Histórias da meia-noite (1873).

Nota: Trecho do conto Ponto de vista.

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O acaso propusera-lhe um enigma; o tempo dava-lhe a decifração.

Machado de Assis
Iaiá Garcia (1878).

O presente que se ignora vale o futuro.

Machado de Assis
A Cartomante (1884).

Não sei se me explico bem, nem é preciso dizer melhor para o fogo a que lançarei um dia estas folhas de solitário.

Machado de Assis
Memorial de Aires (1908).

Então, se é digna de si mesma, não teima em espertar a lembrança morta ou expirante; não busca no olhar de hoje a mesma saudação do olhar de ontem, quando eram outros os que encetavam a marcha da vida, de alma alegre e pé veloz.

Machado de Assis
Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

De quando em quando, tornávamos ao passado e nos divertíamo-nos em relembrar as nossas tristezas e calamidades, mas isso mesmo era um modo de não sairmos de nós.

Machado de Assis
Dom Casmurro (1899).

Antes do poeta mostra-se o homem, antes do talento o caráter.

Machado de Assis
Diário do Rio de Janeiro, 26 jan. 1862.

Encha uma pequena mala com ideias e frases feitas, se puder, abençoe o rapaz e deixe-o ir.

Machado de Assis
Gazeta de Notícias, 3 abr. 1885.

O ciúme satisfez-se, mas o vingado estava louco.

Machado de Assis
O Alienista (1882).

Felizes os cães!

Machado de Assis

Nota: Trecho do conto Primas de Sapucaia.

O boato é um ente invisível e impalpável, que fala como um homem, está em toda a parte e em nenhuma, que ninguém vê de onde surge, nem onde se esconde, que traz consigo a célebre lanterna dos contos arábicos, a favor da qual se avantaja em poder e prestígio, a tudo o que é prestigioso e poderoso.

Machado de Assis
Diário do Rio de Janeiro, 7 jan. 1862.

A vida, mormente nos velhos, é um ofício cansativo.

Machado de Assis
Memorial de Aires (1908).

A higiene é filha de podridões seculares.

Machado de Assis
Quincas Borba (1891).

Em tudo, se o rosto é igual, a fisionomia é diferente.

Machado de Assis
Dom Casmurro (1899).

Esquece-se o real e palpa-se o impossível.

Machado de Assis
Falenas. Rio de Janeiro: B. L. Garnier, 1870.

A verdade é que nós amamos a música sobre todas as coisas e as prima-donas como a nós mes­mos.

Machado de Assis
Gazeta de Notícias, 9 set. 1894.

Em Minas, não se aborrecia tanto, por quê? Não achou solução ao enigma, uma vez que o Rio de Janeiro tinha mais em que se distrair, e que o distraía deveras; mas havia aqui horas de um tédio mortal.

Machado de Assis
Quincas Borba (1891).

Compreende que este turbilhão é assim mesmo, leva as folhas do mato e os farrapos do caminho, sem exceção nem piedade.

Machado de Assis
Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881).