Versos de Carlos Drummond de Andrade

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É fácil falar em nome do povo, ele não tem voz.

Com você aprendi e aprendo todos os dias o que é preciso pra ser feliz, pra amar de verdade.

O beijo é flor no canteiro ou desejo na boca?

Eu te amo e tu me ama, desde tempos imemoriais!

Noventa por cento de ferro nas calçadas,oitenta por cento de ferro nas almas"

Aprendi novas palavras e fiz outras mais bonitas "

Se você não tem namorado é porque ainda não enlouqueceu aquele pouquinho necessário a fazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido. Enlou-cresça.

Nenhum ser humano é igual a qualquer outro ser humano. Cada ser humano é um estranho __ímpar!...__"

De que vivermos se não de paixões?

Crimes suaves, que ajudam a viver...

Os senhores me desculpem, mas devido ao adiantado das horas eu me sinto anterior às fronteiras.

Essa ferida, meu bem, às vezes não sara nunca. Às vezes sara amanhã.

Carlos Drummond de Andrade
Antologia poética. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

Nota: Trecho do poema O amor bate na aorta.

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E o hábito de sofrer, que tanto me diverte, é doce herança itabirana.

Ir ao teatro é como ir à vida sem nos comprometer.

Tenho dificuldade de entrar numa sala cheia de gente e dizer qualquer coisa. Não gosto. Não gosto de fazer conferência. Não gosto de discurso, não tenho a empostação de voz necessária, não tenho a presença de espírito. Geralmente, tenho respostas muito boas em 24 horas depois.

Não digo que sou um Vascaíno doente, pois doente é quem não é Vascaíno.

Ouvi falar de amor como de um crime...

O ser busca o outro ser, e ao conhecê-lo acha a razão de ser, já dividido. São dois em um: amor, sublime selo que à vida imprime cor, graça e sentido.

Os ombros suportam o mundo, chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus. Tempo de absoluta depuração. Tempo em que não se diz mais: meu amor, porque o amor resultou inútil. E os olhos não choram. E as mãos tecem apenas o rude trabalho. E o coração está seco.

Dentro de mim, bem no fundo/ há reservas colossais de tempo,/ futuro, pós-futuro, pretérito.