Versos de Amor Autor Desconhecido
ITINERÁRIO
Hoje eu escolhi o caminho mais longo.
e deixei ser apenas um cisco
o objeto da minha distância.
Hoje eu quis ter asas e romper setembro.
como icaro querendo morada no sol .
Mas como fugir daquilo que levo por dentro?
se sempre me perco entre prédios famintos ,
engolidores de gente.
Com suas sombras gigantes
e suas solidões geométricas.
Tantos temporais a minha alma sofreu, tantas
esperanças falecidas .. mas foi só espuma que se ergueu - guardei o que contou : o amor que me ofereceste, tudo o resto o vento varreu!
Um estranho aqui dentro
Não posso mentir, tem um ser estranho que mora em mim...
E diga-se de passagem, veio sem aviso e se instalou...
Calma gente...
É só aquele bichinho que roi a alma,
tira a calma, faz o estômago revirar, a cabeça parece que cresce e fica ôca, os pés se revoltam e pensam que são asas, os olhos se afogam de vez em quando nas ondas quando ele pensa ser mar. Esse ser inanimado e maluco tem nome "Amor" e sobrenome "Verdadeiro". A propósito rezo todos os dias para ele nunca ir embora...
A acumulação de fatos concordantes é um meio de PERSUASÃO, não de PROVA.
Para provar uma hipótese você não precisa de muitos fatos: precisa de apenas um que não admita outra explicação.
NENHUM acúmulo de fatos prova jamais uma hipótese. Só o que a prova é a sua confrontação vitoriosa com as hipóteses alternativas. A acumulação espetacular de fatos concordantes é, muitas vezes, apenas um meio engenhoso de fugir a essa confrontação.
Breve Prosa.
Sou mulher.
Sou sensível.
Eu preciso de coisas que você nem imaginaria para ser feliz.
Coisas que para você podem até parecer bobeira ou loucura.
Preciso de toque.
Preciso de afeto.
Preciso de sensibilidade.
Preciso de percepção.
Preciso de sinergia.
Embora não pareça, eu acredito no amor romântico.
Um amor para se desenvolver, precisa de surpresa, de mudança, de fantasias, de degustação, de momentos a dois.
Eu não acredito num amor rotineiro, frio, distante e sem surpresas. Porque amor quando é de verdade, estimula as coisas mais bonitas existentes em nós; de forma que até a rotina seja repleta de felicidade e sintonia.
Eu sou mulher, penso como mulher e sinto a flor da pele, como tal.
Não me julgue por isso, não se irrite, apenas entenda! E se não puder me entender e tentar de fato compreender minha forma de ver o mundo, nem sequer segure a minha mão. Mantenha distância!
Última chance
Sabe o que eu faria se tivesse apenas mais um dia?
Daria um beijo na testa do meu filho antes dele dormir, faria um delicioso café mesmo que já fosse quase madrugada, sentaria na varanda e pediria a Deus por todos que amo, com certeza escreveria uma carta de amor para os meus amigos e uma pedindo ou dando perdão aos meus pareas "nunca inimigos", e se por um momento ficasse sabendo que nasceria de novo, a minha irmã com certeza pediria a Deus para ter todos vocês novamente.
As vezes as pessoas criam barreiras invisíveis para realizar as coisas, mas depois que realizam essas barreiras não impedem seus próximos passos.
É como o caminho das pedras, depois que você sabe, você não se perde mais.
é tipo matemática
prefiro 1 inteiro do que dois meio que diferença trágica
chega a se comparar com a gramatica
que mostra eu e você somos nós
contrariando a aritmética
deixando de pensar só no possível
indo atras do improvável
uma relação solida e estável
é que acho a vida assim é algo mais viável
pois estou atrás de algo com um fim inimaginável
talvez esse desejo seja algo realmente inquestionável
O rio e a flor
Eu sou o rio que passa
Que encantado se espanta
Com a beleza da flor
Que me observa e canta.
Oh não deixes, mim leva!
Não quero ser prisioneira
Do galho que me segura
E me mantém na ribanceira.
Tão livre e solto a passar
Tanto chão a percorrer
O vento te acariciando
E o sol a te aquecer.
E eu aqui vou ficando
De saudades definhando
Vou murchando até morrer.
E como rio que sou
Não posso parar meu curso
Não quero me estagnar
Para não perder o pulso
O meu destino é o mar
Contornar os obstáculos
E adiante passar.
Diálogo antigo (1986):
Rama P. Coomaraswamy: -- Em esoterismo, toda questão tem duas respostas: Sim e Não.
Olavo: -- Isso é verdade ou não?
"'Excelle, et tu vivras', ensinava Joubert -- o escritor que ilustrou pessoalmente a sua máxima, sobrevivendo a si mesmo pela pura excelência do seu estilo.
Até os anos 60 ou 70 do século passado, o poder incomparável da excelência era não só uma obviedade patente para todos os escritores brasileiros, mas um princípio orientador de toda a sua atividade.
Hoje em dia esse princípio parece que simplesmente desapareceu das consciências, tal a intensidade crédula com que os pretendentes a escritores e intelectuais apostam em outras coisas: o apoio grupal, a solidariedade militante, as boas relações, o emprego universitário, etc. etc., tentando insuflar um simulacro de vida em algo que já nasceu morto."
Uma teoria ambígua não é NUNCA uma hipótese legitima, capaz de submeter-se a um teste científico. O marxismo e a teoria da evolução são exemplos: mudam de interpretação cada vez que são refutados.
[...] uma segunda hipótese NÃO É uma segunda 'interpretação' dos fatos mas uma segunda EXPLICAÇÃO deles. Enquanto subsistem interpretações divergentes, é impossível formular uma hipótese.
Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo.
"o farfalhar ritmado dos lábios
no momento sagrado da oração
prepara a mente para o silêncio
tange dos olhos a imaginação"
A paralaxe cognitiva resulta inevitavelmente do abandono do realismo filosófico.
A paralaxe cognitiva é um engano fundamental, básico, que o filósofo comete na interpretação da SUA PRÓPRIA filosofia.
O mais velho e constante chavão anti-olaviano é: 'Os alunos dele obedecem-no servilmente.' Aquele que emite essa opinião oferece-se, automaticamente, como modelo de pensamento independente e busca desapaixonada da verdade, qualidades que ele comprova ao julgar com tal segurança um curso que jamais frequentou e cinco mil pessoas que jamais viu.
É óbvio que ninguém pode praticar semelhante atividade mental sem grave incompreensão das suas próprias palavras, num paroxismo de impropriedade vocabular em que o uso do idioma mal se distingue dos grunhidos pré-verbais. Por exemplo, que significa o verbo 'obedecer' quando aplicado a uma exposição teórica? ou que significa o termo 'servilismo' quando aplicado a uma situação pedagógica em que o professor não dá ordens a ninguém e, se as desse, não poderia, pela distância, averiguar jamais se foram obedecidas?
