Versos de agradecimento
SÃO APENAS VERSOS...
Não escrevo aos que se acham maior!
Sei que meus versos são pequenos.
Mas não me importo se são amenos,
se não brilham, se são bons ou pior,
porque sei que são livres...
Sou poeta menor, bem sei disso...
E minha Poesia estreita, indouta
sem métrica, tosca, vazia, solta,
- maculadora do brio que não cobiço -
são apenas versos. Mas são livres!
Sou um mero pintor de aquarelas...
E, meus poemas desgastados, mudos,
rudes e descoloridos, entremeados
a corações amiúdes de flores amarelas,
são apenas versos. Mas são livres!
Escrevo aos que têm alma liberta!
As Estrelas esquecidas que já partiram.
Ao genial Pintor, cujas cerdas coloriram
as arirambas de minha terra esbelta.
Escrevo, porque sou livre...
APENAS SOMENTE
Que, apenas somente, eu tenha pedaços
De versos na saudade, hoje tão perverso
E rima perdida na quimera e no disperso
Ainda assim, são prosas de dantes, laços
Que eu tenha no ritmo, até agora, você
Sentido que, no universo, eu perseguia
A tal pureza, ter, que do sonho recendia
Ainda assim, a minha emoção, disso crê
Mas, nada é como se quer, sim, a sorte
O alento do fado, o momento, o aporte
Desenhando rumos, os ensejos, valeria
Que poete, então, histórias e admiração
Com o olhar, o gesto, amor na inspiração
E, apenas somente, poéticas na poesia...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
08 outubro, 2022, 04’55” – Araguari, MG
Estigma -
Teus cabelos de negro carregado
são versos que me escreves e não sentes!
Tuas águas deixam-me afogado,
quando dizes - não te amo - sei que mentes!
Pois, teus olhos virados ao desespero,
correm montes, vales, planuras galopantes ...
Imersos em dolentes madrugadas, sem tempero,
teus olhos me destroem. E porque gritas?! Não me entendes?!
Teu corpo, estigma agridoce, eternas revoadas,
dolentes madrugadas, puro entardecer ...
Pombas brancas que voam tão aladas!
E no cimo do montado, tão frio, tão gelado,
há um Cristo de marfim numa cruz à apodrecer!
Ao vê-lo, resina a minha dor, meu peito fica calado...
Cansaço -
Estou cansado dos meus versos
sempre tristes sem sentido,
melancólicos, perversos
de um Coração frágil e perdido!
Estou cansado dos meus versos,
vou rasga-los um a um,
sentimentos controversos
já não quero ter nenhum!
Já não quero a solidão!
Estou cansado dos meus versos,
quero é ter um Coração ...
Ó Senhor que já nem rezo,
põe em mim a tua mão
que estou exausto dos meus versos!
OS MEUS VERSOS
Meus versos nostálgicos, de amor
São lembranças de valiosa versão
São cânticos no compasso interior
Poéticas da minha própria emoção
São estâncias tão cheias de sabor
Expressão que brota da inspiração
Sentidos, afagos, mimos ao dispor
A expressiva flor dada com paixão
Versos que tem designação, olhar
Tem sentimento, um vital acalanto
Só não percebe quem não estimou
É aquele voo d’alma sem abreviar
É o encanto, o gostar tanto, tanto
Aquela sensação que nunca passou!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
28 outubro, 2022, 19’40” – Araguari, MG
ORGULHO
Meus são os versos do chão cerrado
Poética acre, puro céu e denso mato
No galho tortuoso o poema trançado
Escrafunchado de um singular recato
Eu entendo o sentimento acentuado
O luar que prosa inspiração e trato
E ao meu versar, o versar fascinado
Com um perfume ao sensível olfato
Nas minhas mãos, a poesia orgulhosa
Se te poeto, sertão, na sua imensidão
É com a imaginação e tons especiais
E, então, pressintam a quão formosa
Natureza, que suspira, pulsa, é paixão
Neste imenso dom de poder ser mais!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
01 novembro, 2022, 17’37” – Araguari, MG
Esperança Imortal -
Pus nos versos uma esperança
que nem a noite mais forte
ou o desejo da morte
me tiraram por vingança.
Nem a pessoa mais culta
ou alguém que até duvida
nem a vida que dá vida
ou a morte que sepulta.
Ninguém de mim arranca
cheio de dor e solidão
estes versos que serão
quem dá vida à minha esperança.
Que a minha vida é assim
esperar por ti como um louco
vestir a dor em meu corpo
chorando lágrimas sem fim.
TANANAN
Seus versos, seus poemas suas histórias enfim um pedaço de você escrito em um simples papel, mas escrito com seu coração e alma, alegria e dor, desprezo e compaixão para muitos apenas um verso para poucos um verdadeiro grito mudo.
Samuel Silva.
Ela relutava em me amar, foi então que a
simplicidade dos versos que eu lhe enviava
conquistou o seu coração.
Poesia é assim...
Ha uma nota triste na poesia ou há tristeza na vida do poeta?
Quem lê os belos versos no papel, nem de longe imagina a feiúra que vai na alma.
O lamento é o triunfo do mal, e as lágrimas seu acalento.
Poeta, artista não
Não nasci laçada nos versos
foi depois de um tempinho a andar
fui pega pelo laço da rima
não conseguindo mais me soltar
com as rimas troco segredos
com os versos semeio o chão
somos só nós, eu e a rima
holofotes, eu não quero não
sou poeta da vida, artista não .
Menina das estrelas ...
Em seus olhos o brilho das esferas de luz..
Que versos escreveria o poeta senão encanto, adoração e deslumbre...
Que se derramem miríades de estrelas, astros e orbes cósmicos
Mundos de amor, seres elementais e fadas de luz
E em rima digna de canções e contos medievais
Qual paixões e histórias de capa e espada se fundem em adoração a ti..
Musa do poeta da madrugada...
Esse mísero mortal a quem tocaste a alma e coração com sua luz e mistério...
Reverencia e lhe adora Bella fada ..
Pois embriagado de paixão encanto encontra-se meu coração..
Lisonjeado e possuído da inspiração dos poetas e trovadores lhe dirijo meus versos...
Aceita pois filha de Urano
Como presente de meu coração estas humilde linhas
Prova de sublime estima e afeto..
Verás então como sorri esse coração que verte em versos e êxtase a inspiração que cintila como estrelas em teu olhar...
Versos para menina das estrelas
Jeran Del'Luna - Gypsy Heart
DESBARATO
Esperei por poética em vão, suando imaginação
Lacrimejando sensações, versos vãos, saudades
Arranquei suspiros indefesos e também emoção
Entre dispersas e as diversas sentidas vontades
Tive palácios, corte e versos com imortal ilusão
Com os jardins rimados com sonhos e vaidades
Adornei a cada aposento com direta inspiração
Chorei, ri, andei só, acolhido e com confrades
Em cada trova os sentimentos em ramalhetes
Eram versos a quem tem olhos ternos pra ler
Fui fiel bardo que sonhou e despertou jamais
E, nestas incertezas as hesitações em filetes
Fiz-me ladrão de quimeras, para esquecer
Sei que tudo passou e que não posso mais!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
01 dezembro, 2021, 05’05” – Araguari, MG
