Verdade
Depois da primeira mentira todas as verdades ficam sob suspeita. Depois da décima, o empenho com desmentidos é pura perda de tempo.
Insistimos em crenças sobre o que existe ou não existe, na vã tentativa de chancelar verdades inacessíveis a nós. Para piorar, esse homem que se acredita sábio avalia probabilidades com base no universo conhecido, desprezando o desafio que o desconhecido lhe impõe. Faz da prepotência, portanto, a sua grande barreira para romper com a própria ignorância.
Todo mundo espera a traição de um inimigo, mas a pior de todas as verdades, é, saber que o punhal veio de quem você guarda no peito como Amizade.
Somos incompetentes com as nossas Verdades e é por esse motivo que nos tornamos cúmplices das mentiras alheias.
Não trago verdades
Eu trago expressões
Defumo a coragem
Me trago em canções
Trago a minha viagem
Sou minhas visões
Se falo é pra 8 bi corações
Se calo é pra minhas próprias lições
Eu não sei a metade das suas intenções
Você não sabe e nem soube das minhas emoções
Tu escuta e não ouve
Tu corre e não move
Mas deixa que eu deixo
Nem pá, nem se envolve
Não importa o seu gosto
Não há quem me prove
O que entendes do universo à tua volta para vomitar verdades prontas? Achas que o conheces o bastante, e à vida contida nele, para os definir? Idiota que és! Mal entendes da interface que tens com cada peça que o compõe... Já pensaste que esse ponto de contato é visto diferentemente por ti e pelo outro, aproximados por esse momento?
Então que “verdade” é essa que deténs? O mais próximo dela a que tu e teu contato chegarão é o do momento que terão juntos, e ainda assim com leituras distintas tão logo se afastem um do outro.
A “verdade”, portanto, em que te afirmas com tanta veemência é a mentira construída primeiro em ti, e aumentada em cada um dos que a ouvirão depois. De modo que se pudesses ouvir do último o que disseste ao primeiro, terias uma ínfima noção da relatividade das tuas “verdades”!
