Vencemos mais uma

A fé é uma claridade que desfaz as sombras interiores.

A calúnia é como uma moeda falsa: muitos que não gostariam de a ter emitido, fazem-na circular sem escrúpulos.

O rosto de uma mulher, seja qual for a sua discrição ou a importância daquilo em que se ocupa, é sempre um obstáculo ou uma razão na história da sua vida.

Uma certa medida de orgulho é um ingrediente útil do gênio.

É indigno de um homem honesto servir-se dos restos de uma amizade que termina, para satisfazer um ódio que começa.

Onde há uma grande vontade de aprender, haverá necessariamente muita discussão, muita escrita, muitas opiniões; pois as opiniões de homens bons são apenas conhecimento em bruto.

Saber viver com os homens é uma arte de tanta dificuldade que muita gente morre sem a ter compreendido.

Raramente tenho aberto uma porta por descuido sem ter deparado com um espectáculo que me fizesse sentir, pela humanidade, compaixão, nojo ou horror.

É uma grande tolice o «conhece-te a ti mesmo» da filosofia grega. Não conheceremos nunca nem a nós nem aos outros. Mas não se trata disso. Criar o mundo é menos impossível do que explicá-lo.

Corremos sem preocupação para um precipício, após termos posto uma venda para o não poder ver.

O melhor caminho para se sair de uma dificuldade é através dela.

Os criacionistas fazem com que uma teoria pareça uma coisa que se inventou depois de beber a noite inteira.

O modo de se vestir é uma preocupação ridícula. Mas é muito ridículo para um homem não estar bem vestido.

Não conseguimos segurar uma tocha para iluminar o caminho de outra pessoa, sem clarearmos o nosso próprio.

As pessoas pedem uma crítica, mas querem apenas um elogio.

Às vezes um grito é melhor que uma tese.

As pessoas que acreditam na inteligência, no progresso e no entendimento, são as que tiveram uma infância infeliz.

Há uma certa vergonha em sermos felizes perante certas misérias.

Os velhos que se mostram muito saudosos da sua mocidade não dão uma ideia favorável da maturidade e progresso da sua inteligência.

O casamento é uma cerimónia em que dois se tornam num, um torna-se nada e nada torna-se suportável.