Vc pode Correr eu te Pego
...há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que nem eu mesma compreendo. Pois estou longe de ser uma pessimista; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada. Uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade; sei lá de quê!
Houve uma época em que eu pensava que as pessoas deviam ter um gatilho na garganta: quando pronunciasse — eu te amo —, mentindo, o gatilho disparava e elas explodiam. Era uma defesa intolerante contra os levianos e que refletia sem dúvida uma enorme insegurança de seu inventor. Insegurança e inexperiência. Com o passar dos anos a idéia foi abandonada, a vida revelou-me sua complexidade, suas nuanças. Aprendi que não é tão fácil dizer eu te amo sem pelo menos achar que ama e, quando a pessoa mente, a outra percebe, e se não percebe é porque não quer perceber, isto é: quer acreditar na mentira. Claro, tem gente que quer ouvir essa expressão mesmo sabendo que é mentira. O mentiroso, nesses casos, não merece punição alguma.
Por aí já se vê como esse negócio de amor é complicado e de contornos imprecisos. Pode-se dizer, no entanto, que o amor é um sentimento radical — falo do amor-paixão — e é isso que aumenta a complicação. Como pode uma coisa ambígua e duvidosa ganhar a fúria das tempestades? Mas essa é a natureza do amor, comparável à do vento: fluido e arrasador. É como o vento, também às vezes doce, brando, claro, bailando alegre em torno de seu oculto núcleo de fogo.
O amor é, portanto, na sua origem, liberação e aventura. Por definição, anti-burguês. O próprio da vida burguesa não é o amor, é o casamento, que é o amor institucionalizado, disciplinado, integrado na sociedade. O casamento é um contrato: duas pessoas se conhecem, se gostam, se sentem a traídas uma pela outra e decidem viver juntas. Isso poderia ser uma coisa simples, mas não é, pois há que se inserir na ordem social, definir direitos e deveres perante os homens e até perante Deus. Carimbado e abençoado, o novo casal inicia sua vida entre beijos e sorrisos. E risos e risinhos dos maledicentes. Por maior que tenha sido a paixão inicial, o impulso que os levou à pretoria ou ao altar (ou a ambos), a simples assinatura do contrato já muda tudo. Com o casamento o amor sai do marginalismo, da atmosfera romântica que o envolvia, para entrar nos trilhos da institucionalidade. Torna-se grave. Agora é construir um lar, gerar filhos, criá-los, educá-los até que, adultos, abandonem a casa para fazer sua própria vida. Ou seja: se corre tudo bem, corre tudo mal. Mas, não radicalizemos: há exceções — e dessas exceções vive a nossa irrenunciável esperança.
Conheci uma mulher que costumava dizer: não há amor que resista ao tanque de lavar (ou à máquina, mesmo), ao espanador e ao bife com fritas. Ela possivelmente exagerava, mas com razão, porque tinha uns olhos ávidos e brilhantes e um coração ansioso. Ouvia o vento rumorejar nas árvores do parque, à tarde incendiando as nuvens e imaginava quanta vida, quanta aventura estaria se desenrolando naquele momento nos bares, nos cafés, nos bairros distantes. À sua volta certamente não acontecia nada: as pessoas em suas respectivas casas estavam apenas morando, sofrendo uma vida igual à sua. Essa inquietação bovariana prepara o caminho da aventura, que nem sempre acontece. Mas dificilmente deixa de acontecer. Pode não acontecer a aventura sonhada, o amor louco, o sonho que arrebata e funda o paraíso na terra. Acontece o vulgar adultério - o assim chamado -, que é quase sempre decepcionante, condenado, amargo e que se transforma numa espécie de vingança contra a mediocridade da vida. É como uma droga que se toma para curar a ansiedade e reajustar-se ao status quo. Estou curada, ela então se diz — e volta ao bife com fritas.
Mas às vezes não é assim. Às vezes o sonho vem, baixa das nuvens em fogo e pousa aos teus pés um candelabro cintilante. Dura uma tarde? Uma semana? Um mês? Pode durar um ano, dois até, desde que as dificuldades sejam de proporção suficiente para manter vivo o desafio e não tão duras que acovardem os amantes. Para isso, o fundamental é saber que tudo vai acabar. O verdadeiro amor é suicida. O amor, para atingir a ignição máxima, a entrega total, deve estar condenado: a consciência da precariedade da relação possibilita mergulhar nela de corpo e alma, vivê-la enquanto morre e morrê-la enquanto vive, como numa desvairada montanha-russa, até que, de repente, acaba. E é necessário que acabe como começou, de golpe, cortado rente na carne, entre soluços, querendo e não querendo que acabe, pois o espírito humano não comporta tanta realidade, como falou um poeta maior. E enxugados os olhos, aberta a janela, lá estão as mesmas nuvens rolando lentas e sem barulho pelo céu deserto de anjos. O alívio se confunde com o vazio, e você agora prefere morrer.
A barra é pesada. Quem conheceu o delírio dificilmente se habitua à antiga banalidade. Foi Gogol, no Inspetor Geral quem captou a decepção desse despertar. O falso inspetor mergulhara na fascinante impostura que lhe possibilitou uma vida de sonho: homenagens, bajulações, dinheiro e até o amor da mulher e da filha do prefeito. Eis senão quando chega o criado, trazendo-lhe o chapéu e o capote ordinário, signos da sua vida real, e lhe diz que está na hora de ir-se pois o verdadeiro inspetor está para chegar. Ele se assusta: mas então está tudo acabado? Não era verdade o sonho? E assim é: a mais delirante paixão, terminada, deixa esse sabor de impostura na boca, como se a felicidade não pudesse ser verdade. E no entanto o foi, e tanto que é impossível continuar vivendo agora, sem ela, normalmente. Ou, como diz Chico Buarque: sofrendo normalmente.
Evaporado o fantasma, reaparece em sua banal realidade o guarda-roupa, a cômoda, a camisa usada na cadeira, os chinelos. E tudo impregnado da ausência do sonho, que é agora uma agulha escondida em cada objeto, e te fere, inesperadamente, quando abres a gaveta, o livro. E te fere não porque ali esteja o sonho ainda, mas exatamente porque já não está: esteve. Sais para o trabalho, que é preciso esquecer, afundar no dia-a-dia, na rotina do dia, tolerar o passar das horas, a conversa burra, o cafezinho, as notícias do jornal. Edifícios, ruas, avenidas, lojas, cinema, aeroportos, ônibus, carrocinhas de sorvete: o mundo é um incomensurável amontoado de inutilidades. E de repente o táxi que te leva por uma rua onde a memória do sonho paira como um perfume. Que fazer? Desviar-se dessas ruas, ocultar os objetos ou, pelo contrário, expor-se a tudo, sofrer tudo de uma vez e habituar-se? Mais dia menos dia toda a lembrança se apaga e te surpreendes gargalhando, a vida vibrando outra vez, nova, na garganta, sem culpa nem desculpa. E chegas a pensar: quantas manhãs como esta perdi burramente! O amor é uma doença como outra qualquer.
E é verdade. Uma doença ou pelo menos uma anormalidade. Como pode acontecer que, subitamente, num mundo cheio de pessoas, alguém meta na cabeça que só existe fulano ou fulana, que é impossível viver sem essa pessoa? E reparando bem, tirando o rosto que era lindo, o corpo não era lá essas coisas... Na cama era regular, mas no papo um saco, e mentia, dizia tolices, e pensar que quase morro!...
Isso dizes agora, comendo um bife com fritas diante do espetáculo vesperal dos cúmulos e nimbos. Em paz com a vida. Ou não.
Eu sou tímido, e ninguém acredita. É por isso que eu vivo dizendo pra pararem de me analisar pelas coisas que eu escrevo e penso. Quem me conhece pessoalmente sabe que eu mal abro a boca. Sorrio de cabeça baixa e não gosto de demonstrar afeto. Pois é. Eu acho muito mais fácil escrever. Tenho minhas ideologias, minhas opiniões, meu estilo de vida. E já que minha “fala” é limitada, escrevo. Não falo quase nada, mas observo muita coisa. Estudo o jeito que as pessoas andam, como sorriem, conheço o modo que mexem o cabelo… Conheço a felicidade e a tristeza no rosto de qualquer pessoa de longe. Sei quando finge estar feliz, e sei quando algo lhe incomoda. Tenho vergonha de falar ao telefone, com qualquer pessoa que seja. Muitas vezes falo olhando nos olhos, outras vezes, falo de cabeça baixa. O meu silêncio muitas vezes me ajudou. “Quem come calado, come duas vezes.” Quando você só observa, você aprende muita, muita coisa. Traduzindo: Ao invés de achar que conhece as pessoas e sair julgando-as por aí, se conheça e apenas observe o que tá em sua volta. Nem tudo é o que parece. Se é bom ser assim? É ótimo. Você cria meio que uma seleção natural de pessoas ao seu redor, pessoas pra contar. As outras não te respeitam. Você precisa realmente de pessoas que não sabem respeitar o seu jeito de ser? Que não te aceitam? Você não precisa disso. Não conheço muita gente na minha cidade. Devo contar nos dedos quantas conheço, e quantas me conhecem. Sou reservado, sou na minha. Não tenha medo de demonstrar ser inteligente se você é. Não tenha medo de ser especial da sua maneira. Não se iluda com coisas passageiras. Você não precisa imitar o jeito do seu amigo pra demonstrar que gosta dele. Não precisa imitar as roupas do seu ídolo pra provar que o ama. Você gosta de black power? Usa black power. Quer sair de terno e gravata? Saia. O importante é que você encontre um meio de se sentir bem. Não vá pela cabeça dos outros, vá pela sua. Porque quando os outros errarem,você erra junto e nem sabe porque vai tá errando.
Eu sempre penso que o que precisamos é da luz do sol e de bom tempo e de ar azul como o remédio mais confiável.
Eu não quero que seus amigos saibam tudo sobre mim, só que quero que quando ninguém saiba onde você está, eles digam que você - provavelmente - está comigo. Eu não quero que você ame as bandas que eu gosto, só quero que você me ligue pra dizer que ouviu uma música dela, e lembrou de mim. Eu não quero que você me dê presentes o tempo todo, só quero que em um dia qualquer, você chegue com uma margarida roubada do jardim do vizinho. Eu não quero que você fique me abraçando o tempo todo, só quero que você pegue forte na minha mão quando passar algum mal-encarado na rua. Eu não quero que você me ligue o tempo todo, só que mande uma mensagem de madrugada, dizendo que não consegue dormir. Eu não quero que você me leve para onde vs for, só quero que quando você voltar, diga que sentiu saudades. Eu não quero que você saia comigo todos os dias, só quero que em um dia qualquer você me ligue dizendo que está em frente a minha casa, me esperando. Eu não quero que você me faça declarações de amor, só quero que eu encontre meu nome escrito em algum canto do seu caderno. Eu não quero que eu seja o motivo da sua felicidade, só quero que você me diga que as coisas passaram a dar certo depois que eu apareci. Eu não quero que você me chame de apelidos como amor, linda, fofa, só quero que quando perguntem sobre mim, suas pupilas dilatem e você diga ‘minha namorada’.
— É tanto sofrimento e eu não sei como ignorar isso.
— O que te machuca?
— Não, não é comigo. São eles. É todo mundo. Não acaba nunca. Você entende?
A atividade física que eu mais gosto é dormir.
Acordei feliz. Meu primeiro dia sem você foi exatamente como eu planejei. Sim! Eu não estou sentindo a sua falta. Aliás, estou aqui me questionando, como pude viver tanto tempo com alguém do seu tipo? São esses detalhes que só o tal amor pode explicar, se é que aquilo era amor mesmo. Dormi até mais tarde, foi ótimo acordar e poder me espalhar na cama sem a sensação de estar ocupando espaço alheio. Liguei o som a toda altura quando tocou exaltassamba, algo que você vivia reclamando, pois criticar meu gosto musical era seu esporte favorito, eu sei. Mas hoje foi diferente. Hoje é meu primeiro dia sem você aqui. Depois de alguns anos, enfim, eu conquistei minha alforriai. Tomei um banho gelado e bem demorado, coloquei aquele vestido florido que você sempre achou ridículo, juro que não foi para te provocar. Me maquiei e confesso que exagerei no lápis preto por pura vontade, é ótimo não ter que parecer uma mocinha comportada que jamais trairia o querido namorado. O silêncio no café da manhã não tem comparação. Entrei no carro e enquanto dirigia fui escutando Elis Regina, parecia que estava escutando sua voz perguntando porque mudo de um gênero para outro tão rápido, mas acho que foi uma mosca que invadiu o carro, assim como você fez quando entrou na minha vida. Cheguei no trabalho mais feliz que nunca. Ainda escutei comentários para não tocarem no seu nome, motivo: você tinha me abandonado. Aposto que todos estão com pena de mim e imaginando o tamanho do meu sofrimento,mal sabem eles do meu alívio. Na hora do almoço fui naquela cantina da esquina que você sempre achou brega por ser simples demais. Fui com o Rodrigo. Sim, com ele mesmo e foi uma ótima companhia, muito mais agradável do que você que só sabia reclamar de tudo. Minha tarde de trabalho transcorreu sem nenhuma novidade aparente. Sai mais cedo e foi uma sensação incomparável saber que chegando em casa eu não iria te encontrar. Seria só eu e minha solidão, só eu e minhas manias, só eu e meus filmes, só eu e minhas músicas, só eu sem você. Hoje eu realmente me senti uma mulher por não ter você me tratando como uma menina. É inacreditável, mas ontem enquanto discutíamos, eu cresci em duas horas o que não cresci em dois anos. E foi hoje, sozinha, que eu pude ver como o mundo é imenso sem você.
Eu sou facilmente conquistada.
Basta ter um sorriso encantador, me fazer dar boas risadas, ter um jeito fofo e me dar atenção. Pronto, fudeu.
Eu sou uma pessoa simples, de gostos simples, hábitos simples; mas de pensamentos extremamente complexos!
Provavelmente vc nunca nem havia ouvido falar de mim! Tudo bem, afinal não existem monumentos erguidos em meu nome, tampouco eu realizei algum feito histórico ou artístico memorável.
Mas dentro da complexa simplicidade da minha existência eu já consegui feitos extraordinários...
Quer saber alguns?
Eu já fiz amigos eternos, eu já fui abandonada por alguém, já abandonei alguém! Já usei uma roupa horrível só pq tava na moda... Já menti pra conseguir o que queria, mas na maioria das vezes disse a verdade e assim consegui bem mais coisas! Já fui reprovada no vestibular, já passei em outro! Já colei na prova pq não tinha estudado, mas já estudei muito Tb! Já namorei no pátio da escola; já passei noites inteiras chorando ou rindo sozinha! Já tive milhões de duvidas existenciais... bom isso eu ainda tenho...
Sim, essas coisas simples, entre outras que me tornaram tão complexa! Porque são esses pequenos atos diários, as pequenas escolhas que fazem eu lembrar que estou vida!
E a vida já é sem duvida o maior e mais perfeito dom que existe em toda criação!
Quer algo mais extraordinário que estar vivo?
E, além disso, eu tive algo que a maioria das pessoas passa a vida toda buscando, mas nunca encontra!
Haaaa... Eu já amei alguém, amei com toda a força de que um ser humano é capaz. Amei com toda a minha alma e meu coração e fui muito amada também, isso então fez de mim uma pessoa completa... Porem pelos percalços do destino nem tudo é como desejamos!
E então nos resta continuar nossa jornada pela, vida a fim de buscarmos mais feitos extraordinários!
Quem sabe um dia eu escreva um livro, salte de pára-quedas; tenha filhos; aprenda a cantar ou finamente consiga estacionar um carro! (tudo isso, mas não necessariamente nessa ordem RSS...). Quem sabe eu seja menos egoísta! Reclame menos e haja mais!Seja mais empática e altruísta...
Poxa quantas coisas á fazer em! Seria bom começar logo...
Só que estou com um problema!
“...Eu tenho vivido com uma sombra sobre mim.
Presa no passado, parece que eu apenas não posso ir em frente, Eu tenho escondido todas as minhas esperanças e sonhos. Apenas em caso de eu precisar deles de novo um dia!
Eu tenho vivido acima do tempo...
Tudo que eu quero fazer é achar um caminho de volta para o amor. Eu não posso ir até o fim ...
Eu tenho procurado alguém para emitir alguma luz, não apenas alguém para passar a noite... Eu poderia usar alguma direção... E eu estou aberta às suas sugestões!
Tudo que eu quero fazer agora é achar um caminho de volta para o amor!
E se eu abrir meu coração para você, eu espero que me mostre o que fazer!
E se você me ajudar a recomeçar!
Eu sei que estarei lá para você até o fim...”
Não te Amo
Não te amo, quero-te: o amor vem d'alma.
E eu n 'alma – tenho a calma,
A calma – do jazigo.
Ai! não te amo, não.
Não te amo, quero-te: o amor é vida.
E a vida – nem sentida
A trago eu já comigo.
Ai, não te amo, não!
Ai! não te amo, não; e só te quero
De um querer bruto e fero
Que o sangue me devora,
Não chega ao coração.
Não te amo. És bela; e eu não te amo, ó bela.
Quem ama a aziaga estrela
Que lhe luz na má hora
Da sua perdição?
E quero-te, e não te amo, que é forçado,
De mau, feitiço azado
Este indigno furor.
Mas oh! não te amo, não.
E infame sou, porque te quero; e tanto
Que de mim tenho espanto,
De ti medo e terror...
Mas amar!... não te amo, não.
Parou de falar comigo? Não vou morrer por causa disso, até porque antes de eu te conhecer eu já vivia. 😘
Eu mudo muito de opinião. Normalmente não concordo muito com o que digo. Sou um grande mentiroso.
Eu sei que algum dia vou conseguir sair daqui
Mesmo que demore a noite toda ou cem anos
Preciso de um lugar para me esconder, mas não consigo encontrar nenhum por perto
Quero me sentir vivo, lá fora não consigo enfrentar meu medo
As vezes ouço algumas pessoas falando que sumi,que não dou mais notícias, que eu as esqueci ... Não tenho culpa se tenho uma memória seletiva e extremamente involuntária.