Vc Nao sabe o quanto eu te Considero

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Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma para sempre.

Desconhecido

Nota: O pensamento é atribuído a Clarice Lispector, mas não há fontes que confirmem essa autoria.

Mas, se eu lhe disser quem sou,
você pode não gostar de quem sou,
e isso é tudo o que tenho.

~ Soneto 92 ~

Faz teu pior pra mim te afastares,
Enquanto eu viva tu és sempre meu,
Não há mais vida se tu não ficares,
Pois ela vive desse amor que é teu.

Por que hei de temer grande traição
Se tem fim minha vida com a menor;
De vida abençoada eu sou, então,
Por não estar preso ao teu cruel humor.
Tua mente inconstante não me afeta,
Minha vida é ligada à tua sorte;
Como é feliz o fato que decreta

Que sou feliz no amor, feliz na morte!
Porém que graça escapa de temer?
Podes ser falso e eu sequer saber.

Eu sei que não sou nada e que talvez nunca tenha tudo. À parte isso, eu tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Fernando Pessoa

Nota: Trecho adaptado do poema "Tabacaria" de Álvaro de Campos, heterónimo de Fernando Pessoa.

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Eu sou aquela mulher
a quem o tempo muito ensinou.
Ensinou a amar a vida
e não desistir da luta,
recomeçar na derrota,
renunciar a palavras
e pensamentos negativos.
Acreditar nos valores humanos
e ser otimista.

Cora Coralina
Vintém de cobre: Meias confissões de Aninha. São Paulo: Global Editora, 1997.

Nota: Trecho do poema Ofertas de Aninha (Aos moços).

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E quando acaricio a cabeça de meu cão – sei que ele não exige que eu faça sentido ou me explique.

Clarice Lispector
A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Aprendi... Aprendi que eu não posso exigir o amor de ninguém. Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim e Ter paciência, para que a vida faça o resto. Aprendi que não importa o quanto certas coisas sejam importantes para mim, tem gente que não dá a mínima e eu jamais conseguirei convencê-las. Aprendi que posso passar anos construindo uma verdade e destruí-la em apenas alguns segundos.

A minha música não é contra os brancos. Eu nunca poderia cantar isso. A minha música é contra o sistema, que ensina você a viver e a morrer.

Bem, eu realmente aprendi algumas coisas e uma delas é que a felicidade não tem nada a ver com a aprovação das outras pessoas. O que é realmente importante é estar feliz com você mesmo, encontrar alguém que é importante para você e seguir adiante sem ligar para que os outros falam.

E tudo que eu andava fazendo e sendo eu não queria que ele visse nem soubesse, mas depois de pensar isso me deu um desgosto porque fui percebendo (...) que talvez eu não quisesse que ele soubesse que eu era eu, e eu era.

Caio Fernando Abreu
ABREU, C., Morangos Mofados, Agir, 1982

Algumas vezes eu fiz muito mal para pessoas que me amaram. Não é paranóia não. É verdade. Sou tão talvez neuroticamente individualista que, quando acontece de alguém parecer aos meus olhos uma ameaça a essa individualidade, fico imediatamente cheio de espinhos - e corto relacionamentos com a maior frieza, às vezes firo, sou agressivo e tal. É preciso acabar com esse medo de ser tocado lá no fundo. Ou é preciso que alguém me toque profundamente para acabar com isso.

Eu jamais iria para a fogueira por uma opinião minha, afinal, não tenho certeza alguma. Porém, eu iria pelo direito de ter e mudar de opinião, quantas vezes eu quisesse.

Amei-te e por te amar
Só a ti eu não via...
Eras o céu e o mar,
Eras a noite e o dia...
Só quando te perdi
É que eu te conheci...

Quando te tinha diante
Do meu olhar submerso
Não eras minha amante...
Eras o Universo...
Agora que te não tenho,
És só do teu tamanho.

Estavas-me longe na alma,
Por isso eu não te via...
Presença em mim tão calma,
Que eu a não sentia.
Só quando meu ser te perdeu
Vi que não eras eu.

Não sei o que eras. Creio
Que o meu modo de olhar,
Meu sentir meu anseio
Meu jeito de pensar...
Eras minha alma, fora
Do Lugar e da Hora...

Hoje eu busco-te e choro
Por te poder achar
Não sequer te memoro
Como te tive a amar...
Nem foste um sonho meu...
Porque te choro eu?

Não sei... Perdi-te, e és hoje
Real no [...] real...
Como a hora que foge,
Foges e tudo é igual
A si-próprio e é tão triste
O que vejo que existe.

Em que és [...] fictício,
Em que tempo parado
Foste o (...) cilício
Que quando em fé fechado
Não sentia e hoje sinto
Que acordo e não me minto...

[...] tuas mãos, contudo,
Sinto nas minhas mãos,
Nosso olhar fixo e mudo
Quantos momentos vãos
Pra além de nós viveu
Nem nosso, teu ou meu...

Quantas vezes sentimos
Alma nosso contacto
Quantas vezes seguimos
Pelo caminho abstrato
Que vai entre alma e alma...
Horas de inquieta calma!

E hoje pergunto em mim
Quem foi que amei, beijei
Com quem perdi o fim
Aos sonhos que sonhei...
Procuro-te e nem vejo
O meu próprio desejo...

Que foi real em nós?
Que houve em nós de sonho?
De que Nós fomos de que voz
O duplo eco risonho
Que unidade tivemos?
O que foi que perdemos?

Nós não sonhamos. Eras
Real e eu era real.
Tuas mãos - tão sinceras...
Meu gesto - tão leal...
Tu e eu lado a lado...
Isto... e isto acabado...

Como houve em nós amor
E deixou de o haver?
Sei que hoje é vaga dor
O que era então prazer...
Mas não sei que passou
Por nós e acordou...

Amamo-nos deveras?
Amamo-nos ainda?
Se penso vejo que eras
A mesma que és... E finda
Tudo o que foi o amor;
Assim quase sem dor.

Sem dor... Um pasmo vago
De ter havido amar...
Quase que me embriago
De mal poder pensar...
O que mudou e onde?
O que é que em nós se esconde?

Talvez sintas como eu
E não saibas senti-o...
Ser é ser nosso véu
Amar é encobri-o,
Hoje que te deixei
É que sei que te amei...

Somos a nossa bruma...
É pra dentro que vemos...
Caem-nos uma a uma
As compreensões que temos
E ficamos no frio
Do Universo vazio...

Que importa? Se o que foi
Entre nós foi amor,
Se por te amar me dói
Já não te amar, e a dor
Tem um íntimo sentido,
Nada será perdido...

E além de nós, no Agora
Que não nos tem por véus
Viveremos a Hora
Virados para Deus
E n'um (...) mudo
Compreenderemos tudo.

Fernando Pessoa
Pessoa Inédito

Quando não sei onde guardei um papel importante e a procura revela-se inútil, pergunto-me: se eu fosse eu e tivesse um papel importante para guardar, que lugar escolheria? Às vezes dá certo. Mas muitas vezes fico tão pressionada pela frase "se eu fosse eu", que a procura do papel se torna secundária, e começo a pensar. Diria melhor, sentir.

E não me sinto bem. Experimente: se você fosse você, como seria e o que faria? Logo de início se sente um constrangimento: a mentira em que nos acomodamos acabou de ser levemente locomovida do lugar onde se acomodara. No entanto já li biografias de pessoas que de repente passavam a ser elas mesmas, e mudavam inteiramente de vida. Acho que se eu fosse realmente eu, os amigos não me cumprimentariam na rua, porque até minha fisionomia teria mudado. Como? Não sei.

Metade das coisas que eu faria se eu fosse eu, não posso contar. Acho, por exemplo, que por um certo motivo eu terminaria presa na cadeia. E se eu fosse eu daria tudo que é meu, e confiaria o futuro ao futuro.

"Se eu fosse eu" parece representar o nosso maior perigo de viver, parece a entrada nova no desconhecido. No entanto tenho a intuição de que, passadas as primeiras chamadas loucuras da festa que seria, teríamos enfim a experiência do mundo. Bem sei, experimentaríamos enfim em pleno a dor do mundo. E a nossa dor, aquela que aprendemos a não sentir. Mas também seríamos por vezes tomados de um êxtase de alegria pura e legítima que mal posso adivinhar. Não, acho que já estou de algum modo adivinhando porque me senti sorrindo e também senti uma espécie de pudor que se tem diante do que é grande demais.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Se eu fosse eu.

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Não importa o que fizeram de mim, o que importa é o que eu faço com o que fizeram de mim.

Jean-Paul Sartre
SARTRE, J., O Existencionalismo é um Humanismo, 1946

Nunca é do jeito que eu queria. E quando é, eu não quero.

Não voltaria no tempo para consertar meus erros, não voltaria para a inocência que eu tinha - e tenho ainda. Terei saudades da ingenuidade que nunca perdi? Não tenho saudades nem de um minuto atrás. Tudo o que eu fui prossegue em mim.

Martha Medeiros
Crônica "Saudade nenhuma de mim", 2004.

Nota: Trecho da crônica "Saudade nenhuma de mim" de Martha Medeiros.

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Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é.
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem por que ama, nem o que é amar...

Alberto Caeiro

Nota: Trecho de "O Guardador de Rebanhos", do livro "Poemas de Alberto Caeiro", de Fernando Pessoa (heterônimo Alberto Caeiro).

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Mudei muito, e não preciso que acreditem na minha mudança para que eu tenha mudado.

Caio Fernando Abreu
Cartas: Caio Fernando Abreu (2016).

Eu sou um intelectual que não tem medo de ser amoroso. Amo as gentes e amo o mundo. E é porque amo as pessoas e amo o mundo que eu brigo para que a justiça social se implante antes da caridade.

Paulo Freire

Nota: Trecho do vídeo "O Educador da Liberdade"