Vc e meu Remedio

A verdade, ainda que pequenina, é maior que a maior das mentiras.

O Abraço.

O homem sério, compenetrado, negócios...
A mulher executiva, ativa, falante, elegante
Todos em desespero!
A bolsa caindo, fechando, falindo....
Ao longe adolescentes cantando e rindo...
O desespero de mais um dia
De tédio, que remédio?
Aquele que pensava em mudar o dia.
Aquele que na primeira hora já partia, apressado, suado...
Cansado.
A todos aqueles que não cumprimentei
Falhei...
Devia tê-los cumprimentado com um abraço
Um sorriso, talvez feliz...
Simples bom dia, que pareceria inusitado;
Ao desconhecido, coitado!
Tomado de surpresa, por gesto raro de beleza, educação;
Rolando na ribanceira de sisuda solidão;
Desta quinta-feira, sem eira nem beira;
À espera de uma solução.
⁠

⁠Perdão: remédio para alma e para o mundo.


Cartas para Antônia

⁠As vezes a paixão vem por um cheiro, olhar ou ação distinta, porém a paixão também pode ser remediada, se a tempo devido.

Para o ser humano há uma absurda necessidade de remédio milagroso dado por mãos sagradas de entes mortos para o fim de toda a impertinência.

O remédio para suas soluções não é comprimido, é a mudança de atitude.

" A distância é um remédio para a indiferença, e um veneno para o amor!".

⁠"O melhor remédio para o homem é o homem.
O mais alto grau da cura é o amor."

⁠Vc era uma expectação, um desejo incongruente... Uma centelha de quimera. O acervo mais raro do meu sonho.

Glória

Vive dentro de mim um mundo raro
Tão vário, tão vibrante, tão profundo
Que o meu amor indómito e avaro
O oculto raivoso ao outro mundo

E nele vivo audaz, ardentemente,
Sentindo consumir-se a sua chama
Que oscila e desce e sobe inquietamente;
Ouvindo a minha voz que por mim chama

Em situações grotescas que me ferem,
Ou conquistando o que meus olhos querem:
Príncipe ou Rei sonhando com domínios.

Sinto bem que são vãs pra me prenderem
As mãos da Vida, muito embora imperem
Sobre a noção real dos meus declínios.

(in "Dispersos e Inéditos")

A porteira bate -
Do meu lado esquerdo,
A lua de verão.

meu cachorro velho
ouvindo com interesse
o canto do verme

Meu Deus, como ficam / sozinhos os mortos!

Maria-fecha-a-porta
ao toque do meu dedo:
ah plantinha tímida...

No embalo do rio
ao sabor da corrente
meu amor vai comigo

E por esta arte de conhecer os homens, digo-vos, meu filho, que se pode aprender, mas que não se pode ensinar.

A ociosa espada
sonha com suas batalhas.
Outro é meu sonho.

Ao lado do homem vou crescendo

Defendo-me da morte quando dou
Meu corpo ao seu desejo violento
E lhe devoro o corpo lentamente

Mesa dos sonhos no meu corpo vivem
Todas as formas e começam
Todas as vidas

Ao lado do homem vou crescendo

E defendo-me da morte povoando
de novos sonhos a vida.

A rã de Bashô
sai num pulo do haicai
dele para o meu.

Pequena, mas suficiente para mim, não depende de ninguém,
decorosa, e comprada com o meu dinheiro.