Urbano

Cerca de 325 frases e pensamentos: Urbano

A fé é a munição que alimenta nossa arma vigorosa para adentrar esse matagal urbano na esperança de propor dias melhores.

Inserida por jonathan_vam

Tempo de mudanças retrocesso e perseverança.
Vidas corrompidas, fé abalada em meio ao caos urbano, papel picado e sonhos no chão.
Possibilidades em forma de repressão, violação, mais valia e descaso.
Toda via as Vidas seguem se equilibrando em poças de sangue, balas perdidas, contratos e leis contraditórias de uma justiça sega.

Inserida por Vanessatourinho

..e no meio ao caos urbano, eis que surge uma pincelada artística de Deus!

Inserida por jofariash

O trânsito urbano é formado por dois tipos de condutores: Os monstros adormecidos e aqueles que despertam os monstros adormecidos, uma hora estamos de um lado, outra hora estamos do outro.

Inserida por washingtonpepe

No sertão urbano
mais uma criança chora
de fome,
que já perdura
por uma semana.

A sociedade
segue indiferente.
Silêncio das
horas mais
agudas da noite.
A desigualdade
faz vítimas inocentes.

A periferia
alimenta
rostos sem formas,
gentes sem nome.
Mas outras crianças,
gulosas e
inconscientes
se empanturram
descontraidamente.

A alegria
burguesa
contrasta
com a tristeza
dos olhos cinzentos
e das bocas sem vozes
da vizinhança.

O choro desperta
o condomínio.
Nasceu mais um João
que ninguém esperava.
Mais um no meio
dessa multidão,
que calada,
ordinariamente
vive.
Mais um
sem esperança.

Inserida por dohrds

Cair de uma Flor

O homem urbano, no concreto
pulou do prédio.
O homem se foi.
Quis adocicar a essência.
Ele se foi por isso.
Partiu para sempre.
Afundou no buraco que caiu.

Buraco ele deixou, há muitos
na rua, na vida nem se fala.
Levou almas, lágrimas,
elas preencheram a cova
que ele formou.

Seu peso na vida foi grande.
Penosa estrada curta.
Era jovem, 17 anos.
Homem de nascença,
menino de idade,
criança de ser.
Ah, como todos nós
somos crianças.

O edifício era comprido,
tocava o céu.
Por entre as escadas
ele chegou às nuvens.
Nuvens onde dança anjo,
escorrega na chuva,
que molha e revive.

Nasceu de novo, graças as gotas
que caem pouco a pouco ao chão.
Tocam pessoas restantes,
bebem dessa água e se nutrem.

Partiu o homem, todos irão.
Todos ficam aqui, ali, lá.
Bem ao longe, eu vejo o homem,
todos os outros homens que se guardam
e sofrem. Pelo mundo ser sofrido.

Não mais restam olhos.
Boca se foi, saliva secou.
Abraço foi só em uma caixa.
Descida na terra magra e seca.
Seca com verme, seca com dor
tanta dor.
Encharcada por saudade.
Deixada por medo

Foi para sempre.
Não mais volta.
Claro que volta!
Volta no sentir,
na falta que faz
Nas lembranças nas quais
nunca se vão.

Inserida por LexMor

Quem sou?
Um ser urbano!

Inserida por AbigailAquino

Céu limpo
T U D O
A Z U L
Poeta urbano,
pixador
tremendo
P A U N O C U

Inserida por FeIipeArco

COTIDIANO URBANO
Uma mulher elegante rasga a multidão de transeuntes a passos largos com seu salto agulha.
A tranquilidade do velhinho sentado no banco da praça incomoda alguns com sua conversa fiada e afiada.
O vendedor com voz de locutor grita na porta da loja as promoções do dia.
Uma criança sardenta chora por um picolé de chocolate do Bené, e a mãe impaciente grita com o filho: - picolé no frio não pode senão inflama a garganta.
Do outro lado da rua vendedoras bem maquiadas trocam ideias animadas na porta da loja deserta.
O barbudo ambulante vende goiabas e peras gigantes na esquina jurando que as frutas são orgânicas.
Ao seu lado um homem grisalho oferece produtos importados com o slogan “bom e barato”.
As adolescentes mal saídas das fraldas comentam animadas no ponto de ônibus sobre a beleza do funcionário da padaria.
Um rapaz “vida loka” compartilha seu funk “bombadão” com todos pelo celular barulhento enquanto observa as “novinha” passarem com seus micro shorts.
Entremeio os carros ziguezagueia um ciclista aventureiro (ou inconsequente) pendurado numa roda só.
Uma senhora de idade avançada para na faixa de pedestre, tenta atravessar a rua sem sucesso, pois os motoristas a ignoram.
Já a mulher marombeira atravessa facilmente fora da faixa, pois para o trânsito com sua roupa de academia dois números a menos, destacando suas curvas, celulites e culotes.
Uma moça em seu vestido esvoaçante atravessa a rua falando ao celular, quase é atropelada, é buzinada e nem percebe.
Já sua amiga distraída segue no mesmo caminho colocando em perigo a vida do seu poodle encardido.
E a senhora de idade ainda esta lá tentando atravessar na faixa de pedestre sem sucesso.
Um jovem oriental com camiseta de super-homem ajuda o deficiente físico com suas sacolas até o ponto do ônibus.
Aqui uma estátua viva finge-se de morta para sobreviver.
Acolá artistas de rua também se esforçam para agradar e esmolar uns trocados.
Meninos e meninas saem animados da escola, tagarelas, brincalhões com uniformes surrados e imundos depois de uma tarde de aprendizado diverso.
Um homem calvo fala ao celular, gesticula, anda pra lá e pra cá, esbraveja como se quisesse que a pessoa se materializasse na sua frente para que pudesse apertar o pescoço do infeliz.
Pessoas se acotovelam, se empurram e se espremem para entrar no coletivo lotado “soltando elogios” para todos os lados, lei do mais forte, do mais esperto ou do menos educado?
É o cotidiano urbano.
Vida que vai e vem, vem e vai.
Pulsante desafio diário, sofrível, recompensador, aprendizado.
Olhe à sua volta...
Qual o sentido da vida quando se vive uma vida de gado confinado?
Pensou na mesmice desse mosaico vivo?
E o mendigo indigente a tudo observa em silêncio tragando sua bituca de cigarro.
Rosto cadavérico, raquítico, cabelo encruado, mãos calejadas, homem vivido.
Ele é como uma sombra que quase ninguém vê, o qual a maioria prefere apenas desviar o olhar e o corpo para nele não roçar.
Ele observava a tudo e esboçava um sorriso de canto de boca por não entender a natureza humana, tanta aflição, agitação, tanta correria pra que.
Ele vive como “Carpe Diem”. Aproveita ao máximo o agora, vive dia a dia, só se preocupa com o que matar a sua fome e matar o vício antes que morra.
Sentado no chão em meio à multidão, aspira a fumaça dos veículos, a poeira dos calçados frenéticos, o odor alheio, em silêncio.
Ouvem-se as portas dos estabelecimentos baixando causando um frenesi imediato.
Ansiedade latente, a agitação toma conta do ambiente, pressa pra voltar pra casa ou ir seja lá pra onde for.
De repente a rua se esvazia de gente.
Restam carros transitando e lixo parado nos cantos da rua.
Mais um trago no cigarro, mais um gole de cachaça, mais um papelão para passar mais uma noite.
E amanhã recomeçar novamente a vida de gado de cada dia, de cada um, de quase todos nós...

Inserida por marcofellipe

Como são as coisas

Na natureza somos todos seres humanos, machos e fêmeas..
No meio urbano somos negros, brancos, ricos, pobre, ladrões, honestos, fortes e fracos...
A desigualdade reina nas obras "humanas", porém nas obras Divina somos todos iguais!

Inserida por RafaelLage

⁠Eu sou indigena, indigena em contexto urbano.

Dentro do meu corpo território, também já houveram invasões.

Primeira invasão foi ao nascer nesse mundo e ser arrancada do pertencimento da minha cultura.

Segunda invasão foi na infância, saquearam minha inocência de achar que éramos todos iguais.

Em todos lugares, tentaram me marginalizar, escantear e dizer que eu era menos, apenas por ser na indígena.

A terceira invasão foi na adolescência, onde acharam que meu corpo tinha que ter dono, pois uma mulher indigena é considerada apenas objeto de dominação.

Cor do pecado, olhos que hipnotizam, exótica, selvagem, são palavras usadas pra normalizar a violência e o abuso sob nosso corpo território.

Dominaram e destroçaram meu espírito mais vezes do que eu saberia contar, mas eu nunca abaixei minha cabeça, ando com nariz empinado em qualquer lugar que eu passo porque apesar de me tratarem como invasora da minha própria terra, eu resisto e insisto em mostrar que estaremos aqui.

Sempre estaremos aqui, na nossa terra, com nossos ancestrais nos levantando em cada caída rumo a nossa re(tomada). ✊🏽

Inserida por ingridribeiro

⁠FAVELA:
Área de povoamento urbano, formada por moradias populares, onde predominam pessoas socialmente desfavorecidas. Essa comunidade é o resultado de um processo histórico de exclusão social e de um modelo de má distribuição de renda.
Não não, favela é muito mais que isso, favela é onde moram nossos irmãos, nossos conterrâneos, nossos amigos, nossas famílias.
Povo de amor
Povo de luta
Povo de abrigo
Povo de guerra
Povo que não deixa a “peteca” cair
Favela é resiliência, conformidade, restauração, dominação, atuação, amizade, amor, coração.
Favela é comunidade, sociedade, felicidade.
Favela é aquele nome que reverencia a união de pessoas humanas, sensatas, exatas e sensoriais.

Inserida por Pepita50

Na noite cai a chuva
Cai lentamente sobre o cinza urbano
No lúgubre cintilar dos faróis acesos
Contorno sombrio e profano

Perdidos na manada de metal
Na incerteza da vida
Na escuridão da noite
Contando cada real

Viajando pelo irreal, o irracional
O consentimento da escravidão
Cravado em cada centímetro moral

A vida acaba, voa passarinho
Voa livre, livre da selva de metal
Voa livre, de volta ao teu ninho

Inserida por jonadabi_ferreira

⁠Longe do tumulto do motor e do surrar urbano,quero ser despreocupado. Eu quero ficarquieto ! Estou cansado de fazer coisas, cansado de palavras quero ser um com as flores e os pássaros.

Inserida por CesarKaabAbdul

⁠A degradação do tecido urbano em uma economia de circulação globalizada resultou em uma dissociação entre o material e a cultura, transformando a construção em uma forma de consumo, onde a reciclagem é a única esperança de interromper a dissolução do tecido social e ecológico.

Inserida por GabrielDeor

⁠Para um propósito,
um planejamento urbano
através do desenvolvimento Humano.

Inserida por AnselmoOliveiraJr

⁠O caos, é urbano.
O virtual é desumano,
a inteligência é artificial.
O conflito surge como um labirinto no cérebro de um erudito, em busca de respostas e uma saída, onde encontre a justa medida, para ser contemporâneo sem ferir o seu calcâneo.
Se não puder mais caminhar. E perdido se encontrar, nunca mais poderá se expressar.

Inserida por AbioyeBrown

⁠[AS ESCRITAS DO TEXTO URBANO - a Cidade como texto]



⁠A aplicabilidade da metáfora da “escrita” à cidade pode incorporar, certamente, diversos sentidos. Existe por exemplo a escrita produzida pelo desenho das ruas, monumentos e habitações - em duas palavras: a escrita arquitetônica de uma cidade. Trata-se de uma escrita sincrônica, que nos fala daqueles que a habitam, e também de uma escrita diacrônica, que nos permite decifrar a “história” da cidade que é lida através dos seus ambientes e da sua materialidade. A cidade em permanente transformação, em muitos casos, vai dispondo e superpondo temporalidades, ao permitir que habitações mais antigas convivam com as mais modernas . Em outros casos, a cidade parece promover um desfile de sucessivas temporalidades, quando deslocamos nossa leitura através de bairros que vão passando de uma materialidade herdada de tempos antigos a uma materialidade mais moderna, nos bairros onde predominam as construções recentes.

É também importante notar que os próprios habitantes reelaboram a escrita de sua cidade permanentemente. Por vezes imperceptível na passagem de um dia a outro, este deslocamento da escrita urbana deixa-se registrar e entrever na longa duração. Os prédios que em uma época eram continentes da riqueza e símbolos do poder, podem passar nesta longa duração a continentes da pobreza e a símbolos da marginalidade. Os casarões do século XIX, que eram habitações de ricos, degeneram-se ou deterioram-se em cortiços, passando a abrigar dezenas de famílias mal acomodadas e a configurar espaço habitacionais marginalizados. Nesta passagem marcada pela deterioração do rico palacete em cortiço miserável, deprecia-se também a imagem externa do bairro e o seu valor imobiliário, de modo que o espaço que um dia configurou uma “área nobre” passa em tempos posteriores a configurar uma zona marginalizada do ponto de vista imobiliário.

Este ‘deslocamento social do espaço’ também acaba por se constituir em uma forma de escrita que pode ser decifrada. As motivações para este deslocamento podem ser lidas pelo historiador: a história da deterioração de um bairro pode revelar a mudança de um eixo econômico ou cultural, uma reorientação no tecido urbano que tornou periférico o que foi um dia central ou um ponto de passagem importante. Ou, ao contrário, pode ocorrer o inverso: um bairro antes periférico ou secundarizado no tecido funcional urbano torna-se, subitamente, valorizado pela construção de um centro cultural, pela instalação de uma fábrica, por uma mudança propícia no eixo viário, pela abertura de uma estação de metrô, ou por diversos fatos de redefinição urbana. .Enfim, de múltiplas maneiras o próprio espaço e a materialidade de uma cidade se convertem em narradores da sua história.



[trecho extraído de BARROS, José D'Assunção. Cidade e História. Petrópolis: Editora Vozes, 2007, p.42-43]

Inserida por joseassun

⁠⁠[O CAMINHANTE E O TEXTO URBANO]


Ao caminhar pela cidade, cada pedestre apropria-se de um sistema topográfico (de maneira análoga ao modo como um locutor apropria-se da língua que irá utilizar), e ao mesmo tempo realiza este sistema topográfico em uma trajetória específica (como o falante que, ao enunciar a palavra, realiza sonoramente a língua). Por fim, ao caminhar em um universo urbano onde muitos outros caminham, o pedestre insere-se em uma rede de discursos - em um sistema polifônico de enunciados, partilhado por diversas vozes que interagem entre si (como se dá com os locutores que se colocam em uma rede de comunicações, tendo-se na mais simples ‘conversa’ um dos exemplos mais evidentes).

Enfim, se existe um sistema urbano - com a sua materialidade e com as suas formas, com as suas possibilidades e os seus interditos, com as suas avenidas e muros, com os seus espaços de comunicação e os seus recantos de segregação, com os seus códigos de trânsito - existem também os modos de usar este sistema. A metáfora linguística do universo urbano aqui se sofistica: existe a língua a ser decifrada (o texto ou o contexto urbano), mas existe também o modo como os falantes (os pedestres e habitantes urbanos) utilizam e atualizam esta língua, inclusive criando dentro deste mesmo sistema de língua as suas comunidades linguísticas particulares (dentro da cidade existem inúmeros guetos, inúmeros saberes, inúmeras maneiras de circular na cidade e de se apropriar dos vários objetos urbanos que são partilhadas por grupos distintos de indivíduos)


]trecho extraído de BARROS, José D'Assunção. Cidade e História. Petrópolis: Editora Vozes, 2007, p.43-44 ].

Inserida por joseassun

Não sigo a trilha
de versos regulares,
caburé urbano no ar,
no campo, na cidade, no vale…
À procura de versos
livres,
livres,
livres...

Inserida por andrepesilva