Uma Menina Simplesmente Apaixonada

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Se alguém quisesse escrever uma história da vaidade, dominaria metade da natureza das civilizações.

A vida pública é uma doação.

Existe sempre uma grande demanda por novas mediocridades. Em todas as gerações, o gosto menos desenvolvido tem o maior apetite.

A poesia é uma criação da cultura, mas esta deve permanecer invisível no poema.

Porque não considero o mundo como uma hospedaria, mas como um hospital; não como um lugar para se viver, mas para morrer.

Sombra de árvore -
Até mesmo a companhia de uma borboleta
É karma de uma vida anterior.

Amas ou não uma mulher, mas não sabes porquê. Como hás-de poder saber a razão do bem e do mal?

Vergílio Ferreira
FERREIRA, V., Escrever, Bertrand, 2001

Uma história vivida não tem tempo de calendário - tem-no só no que se viveu.

Vergílio Ferreira
FERREIRA, V., Estrela Polar, 1962

Pois, a emoção é decerto uma forma de se subir mais alto. E quando cai, de se cair de mais alto. Aprende a serenidade. Porque mesmo que caias, não te magoas tanto.

Vergílio Ferreira
FERREIRA, V., Pensar, Bertrand, 1992

A constância no amor é uma bigorna que, quanto mais é batida, mais dura se torna.

Quando a morte é o termo de uma vida, a felicidade depressa é banida.

O paradoxo da existência literária é que o público da época deseja uma alimentação diferente da que reclama o público sobreepocal.

Uma vez que estes mistérios nos ultrapassam, finjamos ser os seus organizadores.

Você não precisa ser uma boa pessoa para ter talento.

Uma nobre amizade é uma obra mestra a dois em que não é possível discernir o que pertence a um ou a outro dos colaboradores.

Pouco vale a crítica que acredita só poder julgar uma obra de arte conhecendo as circunstâncias em que ela nasceu.

Os nossos êxitos mais felizes têm uma mistura de tristeza.

A Máquina do Mundo

E como eu palmilhasse vagamente
uma estrada de Minas, pedregosa,
e no fecho da tarde um sino rouco

se misturasse ao som de meus sapatos
que era pausado e seco; e aves pairassem
no céu de chumbo, e suas formas pretas

lentamente se fossem diluindo
na escuridão maior, vinda dos montes
e de meu próprio ser desenganado,

a máquina do mundo se entreabriu
para quem de a romper já se esquivava
e só de o ter pensado se carpia.

Abriu-se majestosa e circunspecta,
sem emitir um som que fosse impuro
nem um clarão maior que o tolerável

pelas pupilas gastas na inspeção
contínua e dolorosa do deserto,
e pela mente exausta de mentar

toda uma realidade que transcende
a própria imagem sua debuxada
no rosto do mistério, nos abismos.

Abriu-se em calma pura, e convidando
quantos sentidos e intuições restavam
a quem de os ter usado os já perdera

e nem desejaria recobrá-los,
se em vão e para sempre repetimos
os mesmos sem roteiro tristes périplos,

convidando-os a todos, em coorte,
a se aplicarem sobre o pasto inédito
da natureza mítica das coisas.

(Trecho de A Máquina do Mundo).

A arte é uma demonstração de que a natureza é a prova.

À questão: - O que é a arte? - seria possível responder brincando (mas não seria uma brincadeira tola): que a arte é o que todos sabem o que é.