Um Sentimento Nobre
ELAS POR ELAS
Das mulheres que se perdem
Em teus lençóis,
Eis, em teu colo,
A única que lhe faz
Cama, chão e torpor
A mulher em teu colo,
Pede com sede,
Cada janela dos teus olhos,
Elas são elos,
Mas, só uma,
Geme sem dor
A mulher em teu colo
Cruza ventos e suspiros
Para ter os teus ósculos;
Ela sabe a rua do ir e do voltar
É sujeito de seu próprio verbo,
Sujeitando-se ao delírio e
à doidice
De comprar horas
Pra te amar
GOELA
GOELA
"Os meus braços balançavam.
Como um pêndulo,
Os meus braços balançavam.
Remando em antagonismos,
Meus barcos não iam,
Nem voltavam.
Meus olhos vasculhavam:
Do embrulho no estômago
Aos mares das pálpebras.
E o meu cais virava caos,
Revirava todo o chão do mundo
Até achar sementes,
Raízes, ramas ou, somente,
As palavras enterradas
A sete palmos
Em minha goela."
O CARNAVAL DA CAPITAL
"Vista sua fantasia, saia de sua Satélite, procure uma vaga próxima para estacionar. Olha o selfie! - quanta alegria. O Carnaval de Brasília vai começar. Não economize no purpurina meu bem, pois, de mixarias, nesta folia é o que mais tem. Ainda tem o vizinho, amigo de escola, inimigo de Facebook, o ex-professor e você – que, de longe, os avistou e apenas pensou. Não quis a ninguém cumprimentar. Afinal, se ébrio está, é melhor se controlar, tal como o limite dos decibéis que só ecoam com um alvará. Abram vossas rodas de amigos e grupelhos típicos, caros brasilienses. Vamos lá! Abram espaço, a ala da AGEFIS vai passar. A marchinha do relógio não é lenta. Pontualmente, à meia noite, o som vira hiato, a luz se apaga, a serpentina acaba e temos de ir a outro lugar. 'Entrepassando' pelos foliões, ouve-se a nítido e claro som: “se fosse em Salvador...”. A fantasia não é para tanto. Entre prantos e poucos beijos, eis o Carnaval da capital – o bonito é se encaretar."
RACIONAMENTO
A mingua atinge a todos
Que se declaram meus vizinhos.
Nalgum dia dos dias
Falta água em minha casa.
Quem tem sede,
Já não encontra torneira aberta
Em meus olhos.
Donde sou,
Racionamento não poupa
Nem a quem não tem.
Como eu que,
Desde que o calendário
Ganhou ligeireza,
Não ajunto
Em meu corpo
Nada que não seja tão meu,
Nenhum grão.
Mesmo no tempo em que me falta,
Sob horário de verão,
Ganho e perco horas.
Nem bolso eu tenho
Pra guardar poliqueixosos.
Não entesouro mágoas,
Tampouco guardo águas,
Pra tomar e lavar as dores
De amores
Que só a vida
Há de lhe
Economizar.
ERIÇO FÁCIL
Preto,
Não te encostes
Qu'eu sou de pólvora
Pavio de músculos trançados
Em mim
Circuita todos os volts
Eriço fácil
Dou ombro e peito
A sorrisos como os teus
AQUÁRIO
Pose de conforto
Piano de chuva
Os vultos da minha rua
A tosse de um carro
A vida desses livros
Tomam conta do meu quarto
IDADE
"Sou eu quem zombo da minha própria insanidade; quem mais lapida cada volta de minhas curvas, morros e penhascos. Sou dono e proprietário único - do que for e vier. Envelheço, todo domingo, nesta cidade: o mar só me traz saudade."
O VÃO
Duma ponta a outra
Há uma ponte
Que não é ponto - não somente
Se tem reta: exclamação (!)
Chego demorado, com aconchego de dúvidas
Cheio de chão
Por onde só quero voar
Com certezas (não em vão)
LEVEZA
Vaga, vaga, vagueia
Futuro: ninguém ocupa
Hoje meu riso passeia
Onde pisei, sei o calo
Hoje falo, não calo
Levo até pedra no bolso
Pois quando estou, sou leveza
FALSETE
Quando a lança me espetar
Eu vou cantar agudo
Até a minha voz derrubar o muro
De quem não sabe se desequilibrar
MUNDIÇO
Um dia - contado a dedo, ponteiro por ponteiro -
Há-de ter um mundo inteiro
Da esquina ao beco esmo
(um todo, de modo algum rachado)
Planeta Meu
Pr'eu correr e me danar
VENTO-LOBO
Vento-lobo,
Uiva o frio em todo o dorso
Na matilha, caceis o fogo
Fez do silêncio
Fagulhas à carne
Derreter o grito
D'algum inverno tolo
SOMBRA DOS VENTOS
Cansado de ser marinheiro nauseado
De remar à unha rumo a dezembros nublados
Pus-me ao solo encravado
Aqui ando e corro descalço
Meu superego, campo farto de hectares
Da primeira à última porteira
Posse tenho das poças em que tanto afogo
Eu quem afaga a cada seca desse cerrado
Eu quem afaga
Espelho de faca
Plantarei um pássaro
Para asas fazerem sombra em meu quintal
Sujo, eivado, de esgalho (ou da migalha)
O soalho de meu quintal...
Solo, sujo, sol e chão
Farto de folhas de feridas que secaram
No outono que se foi.
Não como a sorte que nasce nos trevos
Nas vielas dos meus dedos...
A minha sorte - eu tenho outras -
Ainda é cedo
Pra mostrar
Quero (mais do que posso); vê lá se posso
Oh, esperança tão teimosa
Quero comprar uma rede
Pra me balançar
E voar em vento
Pra mo'da vida não parar
A minha sorte - eu tenho outras -
Ainda é cedo
Pra mostrar
Eu quisera traduzir em palavras. No entanto impossivel esta. Externar o que trago no peito, nunca facil sera.
La dentro no peito esta, este desejo de te devorar no entanto ainda tenho, muito que esperar
Sei a hora ira chegar e devagarzinho eu vou lhe degustar no entanto te fazer feliz é o que vai me realizar.
Por vezes paro a pensar como você me tira do equilíbrio, um simples gesto é o bastante para que no mesmo instante tudo em mim já se abale.
É, pensam que sou forte mas por que não tiveram a sorte de ser você ao meu lado, um rapaz da cara fechada que sem precisar você fazer quase nada, lágrima aos olhos vem molhar.
Tudo é muito intenso, quanto mais eu penso, mais eu me contento até passar por sofrimento se ao meu lado tu esta, pois nessa vida o que quero passar todos invernos no teu colo e te Amar.
Rosas são belas de se ver, perigosa de se pegar afinal seus espinhos podem machucar.
Assim nosso amor, virtuoso e vigoroso no entanto nossos espinhos nos machucam, as vezes até abrir uma pequena ferida. Mas logo é esquecida, pois não somos uma rosas, mas uma roseira, nosso cheiro(amor) nos atrai, nos encanta , nos apaixona. Sempre nos podamos e mais forte aqui estamos!
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