Um Sentimento Nobre
NÃO
Não fui eu que me inventei.
Nem projeto,
Nem desenho,
Apenas mais um da grei,
Pelo que sei,
Um ser de certo dialeto
E, já agora, convenho:
Simples, fiel, muito reto.
Fui na pobreza criado
E nunca algoz de ninguém
E muito menos bastardo,
Quer de pai ou de uma mãe.
Sou apenas o resultado
De um amor de vida a dois.
Com a minha voz se canta o fado,
Com a minha vara eu toco os bois.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 11-11-2023)
DORES
Dói-me uma perna e um braço,
Dores cruéis de suportar,
Chegam ao cérebro num passo
Sem sequer protocolar.
Dói-me o estômago e um rim
E torço-me como a serpente,
Em dores que gritam em mim
Como um animal demente.
Dói-me o coração no pico
Das emoções escaldantes,
Dói-me a alma quando fico
Sem dores no corpo gritantes.
(Carlos De Castro, In Há Um Livro Por Escrever, em 26-11-2023)
LUZ PERDIDA
Tantos anos na escuridão,
Procurei um dia a luz
No túnel da ilusão,
O brilho que me seduz.
Fiquei cego na minha cruz
Da vida,
De tanto olhar sempre em vão,
A luz da minha partida.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 28-11-2023)
TALVEZ UM POEMA MEU DOS MAIS CURTOS
Para mim, não há ano novo
Civil, religioso ou profano,
Quando a fome ataca o povo
No pântano em que me movo,
Neste mundo demais insano.
Quem elaborou o plano
Das horas e do calendário
Que rege o mundo, afinal?
Dizem que foi um mortal
Quiçá um gregoriano,
Papa, de certeza com papa
Garantida todo o ano.
Vieram os contadores dos tempos
Em épocas bem mais remotas,
Babilónias, Egípcias e Chinesas
E para maiores certezas
Perguntem lá ao Hiparco,
O grego que não Aristarco,
Nas matemáticas catedrático,
Se há justiça no relógio
Que marca sem sortilégio
Eu ter de me levantar,
Às três e meia da matina
Há trinta anos volvidos,
Matadores dos meus sentidos
Feita já minha doutrina.
Pobre o povo que continua
Sem ver o sol nem a lua,
Em dias e noites sem nevoeiro.
Não há cesto sem cesteiro,
Um dia, irá ser o primeiro
Da revolta
Presa ou solta,
Do teu ano, por inteiro.
Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 30-12-2023)
A SACOLA DA SAUDADE
Era um peregrino de pés a caminho
De um santuário que ele inventara
Em trovoadas da vida dura que achara,
Agora em destino de copos de vinho.
Carregava na sacola o seu tesouro
Ganho em tantas horas de penar,
Não eram pérolas, jóias nem ouro,
Somente imagens antigas do seu amar.
E lá ia o vulto cambaleando na estrada,
Falando sozinho num dialeto seu,
Que só o entendiam as aves do céu.
Às tantas, exausto, na berma parou,
Tirou da sacola o seu tesouro e chorou,
Beijando a imagem da mulher amada.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 09-01-2024)
MASSA CORONAL
Catastrófica erupção solar
Que um dia irá tostar,
Torriscar,
Estorricar,
Transformar
Em torresmo
Sem dar tempo
Do tenesmo,
O evacuar sequer,
Do macho e da mulher,
Na configuração dos tempos
Por vir,
E há quem já esteja a parir
Na alma feita tormentos,
Os tão amaldiçoados eventos.
Tudo o que há no mundo
Em absoluto ou profundo
Na hecatombe prevista
De uma morte nuclear,
Nada se pode comparar
Ao astro-rei,
Daquela força escaldante
Do queimar do trigo,
Na seca dos rios e dos mares,
No cair da crista das montanhas
E das serras tamanhas,
Num fim evidente
Num futuro presente
De um sono profundo
Do céu à terra
Desde a estratosfera,
Da ligada troposfera
Na mesosfera
De dormirmos a pensar
E, jamais, acordar.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Triste Por Escrever, em 16-03-2024)
DATAS NA CONJUGAÇÃO DO VERBO SER
Era a noite da revolução,
Era o vinte e quatro de um Abril
De lágrimas mil
Num Argoncilhe
Que era mansão
E coutada de gentes
Da delação;
Ainda agora os hão,
Nunca diferentes
E sempre pelo não.
Eram os dezoito de vida
Do rapazola que eu era então.
Era o ano que me dava
E depois me roubava daí por três,
A vida de minha mãe
Que Deus levou e tem
Sem mais porquês.
É hoje, neste mesmo dia
De um vinte e cinco de Abril,
Daqui a tão poucas horas,
Que meu padrinho de batismo
Desce à terra do campo santo,
Fria,
No seu gélido manto.
Lá se foi a alegria
Da festa do simbolismo
Daquela madrugada fria
E ainda hoje eu cismo
Ao defecar na privada,
E de encontro ao já pensado
Pelo meu povo castigado:
"Eles" sorvem tudo
E não deixam nada!...
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Triste Por Escrever, em 24-04-2024)
Se algum poeta soubesse
Fazer da palavra um pão,
Talvez no mundo houvesse
Menos fome e opressão.
(in Há Um Livro Triste Por Escrever, em 28-05-2024)
DEFECAÇÕES DE OUTRORA E DE AGORA
Eu era um poeta
Pateta
Sem saber
Como defecar a poesia.
Agora, que julgo saber,
Escrevo sem ser poeta
Só de ver e ler
Como escrevem a poesia,
Defecada,
Com cheiro
Por inteiro,
A nada.
Salvam-se alguns da fornada.
Quase como fúnebre elegia,
A mim, só me apetece dizer:
Ó arte da fantasia
Do pensar e escrever,
Minha irmã poesia,
Diz-me: se és tudo, ou nada!
(Carlos de Castro, in Há um Livro Triste Por Escrever, em 23-09-2024)
Durante almoço em uma embaixada sueca, conversas amenas rolando, a anfitriã pergunta a um velho engenheiro:
O senhor sabe a diferença entre a dama, o diplomata e o engenheiro?
O velho homem, calmamente disse que sim e explicou:
A dama, quando diz NÃO, significa TALVEZ; quando diz TALVEZ, significa SIM; e quando diz SIM não é uma dama.
O diplomata, quando diz SIM, quer dizer TALVEZ; quando diz TALVEZ, significa NÃO; quando diz NÃO, não é diplomata.
O engenheiro quando diz SIM, significa SIM; quando diz NÃO, significa NÃO; e quando diz TALVEZ...não é engenheiro.
Um sorriso, um abraço, uma palavra sincera vale mais que ouro ou riquezas inteiras. Orientar é dar amor, é estender a mão. Guiar sem esperar, apenas com o coração em ação.
Livro: O Respiro da Inspiração
Hoje eu acordei e não vi o seu sorriso.
Você estava como um anjo dormindo e talvez sonhando com o paraíso.
Quem sabe quando a tarde eu chegar. Você vai estar no portão a me esperar.
Com os braços aberto e um sorriso lindo e seus lábios o meu beijo a desejar.
Voce pode vencer 40 sábios com um único argumento, mas não pode vencer 1 idiota com 40 fatos. Arkaled
Ação da semana: só uma coisa
Por um dia, tente não fazer multitarefa. Escolha uma tarefa por vez e vá até o fim.
Se for escrever, escreva. Se for comer, coma. Se for caminhar, caminhe.
Observe como sua mente reage. E como você se sente ao fazer menos, mas com mais presença.
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