Um Poema para as Maes Drummond
São muito estranhas as Bruxas.
Gente de coração desarmado,
sem ódios e preconceitos baratos.
Gente que fala com bicho e planta,
dança na chuva e se alegra com o sol.
Gente que cultua a Deusa e lhe faz celebrações.
Falam de amor com os olhos iluminados, como pares de lua cheia.
Gente que erra e reconhece,
cai e se levanta com a mesma energia das grandes mares.
Apanham e assimilam os golpes,
tirando lição dos erros e fazendo redentoras suas lágrimas e sofrimentos.
Amam como missão sagrada
e distribuem amor com a mesma serenidade
com que distribuem o pão.
Gente que segue em busca de seus sonhos,
independente das agruras do caminho.
Gente que vê o passado como referencial,
o presente como luz
e o futuro como meta.
Um Poema de Amor
Todas as mulheres
todos os beijos as
diferentes formas que amam e
falam e carecem.
suas orelhas todas elas têm
orelhas e
gargantas e vestidos
e sapatos e
automóveis e ex-
maridos.
na maioria das vezes
as mulheres são muito
quentes elas me lembram
torrada com a manteiga
derretida
nela.
está estampado no
olhar: elas foram
tomadas elas foram
enganadas. eu nunca sei o que
fazer por
elas.
sou
um bom cozinheiro um bom
ouvinte
mas nunca aprendi a
dançar — eu estava ocupado
com coisas maiores.
mas eu apreciei suas variadas
camas
fumando cigarros
olhando para o
teto. não fui nocivo nem
desleal. apenas
um aprendiz.
eu sei que todas têm
pés e descalças elas andam pelo piso enquanto
eu olho suas modestas bundas no
escuro. sei que gostam de mim, algumas até
me amam
mas eu amo muito
poucas.
algumas me dão laranjas e vitaminas;
outras falam mansamente da
infância e pais e
paisagens; algumas são quase
loucas mas nenhuma delas deixa de fazer
sentido; algumas amam
bem, outras nem
tanto; as melhores no sexo nem sempre são as
melhores em outras
coisas; cada uma tem seus limites como eu tenho
limites e nós aprendemos
cada qual
rapidamente.
todas as mulheres todas as
mulheres todos os
quartos
os tapetes as
fotos as
cortinas, é
algo como uma igreja
raramente se ouve
uma risada.
essas orelhas esses
braços esses
cotovelos esses olhos
olhando, o afeto
e a carência eu tenho
agüentado eu tenho
agüentado.
SER MÃE
Acima de tudo, é mais do que a realisação de um sonho, na verdade durante de 7 a 9 meses a mulher é a dádiva de esperança de uma ou mais vidas que graciosamente é gerado em seu ventre.
Durante esse processo ela passa por uma linda metamorfose incrivel, suas emoções se afloram tornando-a mais sensivel aos seus sentimentos; ela passa a viver acompanhada por um ou mais anjinhos.
Posso dizer que toda mulher já nasce mãe, pois até mesmo quando ela não pode gerar filhos, isso não a impede de adotar criança ou um bichinho de estimação e assim, exercer o tom natural de SER MÃE.
Qualquer sacrificio ou dor que são feitos, passados e sentidos em prol do seu/sua filho(a) são heroicamente suportados com alegria e amor, pois ao se idealisar SER MÃE ela passa a conhecer e sentir o amor verdadeiro e único de toda a sua vida, e nada, absolutamente nada deve se tornar mais importante ou maior em sua vida, do que esse amor que se iguala ao amor de Deus por todos nós.
Eu me atrevo a falar que não a dor maior nesse mundo, nem mesmo a "dor de um parto", do que a dor e a tormenta de enterrar seu/sua filho(a); não importa o motivo, causa, razão ou circunstância em que isso ocorra; MÃE sempre é MÃE.
As leis da natureza, fisica ou humanas não se aplicam sobre a mãe, pois toda a sua força, sabedoria e amor próprio é para seu/sua filho(a) e isso se torna sobrenatural para protege-los(as).
SER MÃE não é somente padecer no paraiso, é acima de tudo adquirir sabedoria, ganhar uns quilinhos a mais e mesmo assim se achar linda e perfeita, é dividi a sua vida com outro ser, é se reiventar a cada dia, é não dormir enquando não tem a certeza que tudo está bem com seu/sua filho(a), é muito mais do que simplesmente viver ou se realisar.
Acima de tudo, SER MÃE é...
Somente uma mãe pode descrever corretamente e sinceramente o que é SER MÃE.
Seus olhos poderiam guiar
minha vida?
Sua boca poderia ser meu
único vicio?
Seu corpo minha perdição?
Você poderia ser meu?
Não...
Você não pode me ver
Não pode me ouvir
Não estou aqui pra você
Não...
Seria errado
Seria sujo
Seria nojento
Você me odiaria
Iríamos para o inferno
Não...
Você nunca o faria
Não me ve de tal forma
Simplesmente não sou
importante
Não...
Não vou mentir não sentir
Não te desejar
Pois bem, amo-te.
Poema do amigo aprendiz
Quero ser o teu amigo. Nem demais e nem de menos.
Nem tão longe e nem tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder.
Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida,
Da maneira mais discreta que eu souber.
Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar.
Sem forçar tua vontade.
Sem falar, quando for hora de calar.
E sem calar, quando for hora de falar.
Nem ausente, nem presente por demais.
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
É bonito ser amigo, mas confesso é tão difícil aprender!
E por isso eu te suplico paciência.
Vou encher este teu rosto de lembranças,
Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias...
Nota: Trecho adaptado da música "Saudação de Amigo", do Padre Zezinho. A autoria do texto tem vindo a ser erroneamente atribuída a Fernando Pessoa.
...MaisAfeto, amor, compreensão - eis os alicerces da vida.
Escrevemos com amor o poema da adolescência.
Com a música do amor, orquestramos a grande canção da existência.
E tu, cético diante da ternura,
impermeável ao sentimento,
aprende esta verdade:
A vida é Amor, e nada mais!
(Rubáiyát)
POEMA DA DESPEDIDA
Não saberei nunca
dizer adeus
Afinal,
só os mortos sabem morrer
Resta ainda tudo,
só nós não podemos ser
Talvez o amor,
neste tempo,
seja ainda cedo
Não é este sossego
que eu queria,
este exílio de tudo,
esta solidão de todos
Agora
não resta de mim
o que seja meu
e quando tento
o magro invento de um sonho
todo o inferno me vem à boca
Nenhuma palavra
alcança o mundo, eu sei
Ainda assim,
escrevo.
Poema sem nome
Num dia de feroz
Intranquilidade
Desci dos céus
À terra impura
Envolta em véus
De maldade,
De mil doenças,
Sem cura.
E, fui anjo,
Fui demônio.
Expectador
De lutas, de misérias,
De feridas abertas,
Sem dor.
Ao frio das incertezas,
De todas as tristezas,
Em angústias de ais,
Infernais.
Fui arcanjo
Do bem
E do mal,
Em giros gigantes,
Nos gritos vibrantes,
Dos elefantes
Da jangal
De ruinas morais.
Em trilhas tortuosas,
Sinuosas,
A conduzir-nos ao fundo
Dos pantanais de lama,
Fétida.
Onde os javalis
E as hienas
Charfundam,
Em risos roucos
E bestiais.
Onde os pássaros
Não cantarão
Jamais!
Por que desci dos céus
À terra impura?
Loucura!
Poema de Natal
Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.
Poema enjoadinho
Filhos . . . Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?
Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como os queremos!
Banho de mar
Diz que é um porrete . . .
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica!
Resultado: filho.
E então começa
A aporrinhação:
Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão.
Filhos? Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los . . .
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem xampu
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!
Quis dizer em forma de poema
as belezas da vida ao teu lado
mas sem rimas, sem esquemas
só pude dizer:
"TE AMO!
Quis dizer em forma de canção
a alegria em que me encontro
mas com a voz do coração
só pude exclamar:
"TE AMO!
Quis dizer em forma de pensamento
o que me vai no íntimo,
mas com a força do meu sentimento
só pude gritar:
"TE AMO!
Quis, tentei, foi em vão
agora não mais canto ou exclamo
olho para teu sorriso, teus olhos
e sinto apenas:
"TE AMO!
Poema das Bruxas
Metade de mim é fada,
a outra metade é bruxa.
Uma escreve com sol,
a outra escreve com a lua.
Uma anda pelas ruas
cantarolando baixinho,
a outra caminha de noite
dando de comer à sua sombra.
Uma é séria, a outra sorri;
uma voa, a outra é pesada.
Uma sonha dormindo,
a outra sonha acordada.
Esse poema é dedicado a uma grande amiga, a qual eu amo muito, e que há alguns anos vem passando por uns perengues, mais que logo eu sei que vai ter fim.
Loucura lacrada (?)
Inesperada visita,
Mas uma vez a loucura acaba de chegar
E instalasse em mim.
Mas uma vez vou abrir e remexer
Todas as caixas
Que tanto tento lacrar
De forma definitiva.
Em dias e momentos assim
“cato” todas elas, as abro e me
Embriago de lembranças
Junto a esse surto
Existem fotografias,
Bilhetes, cartas, declarações,
Velas para (te / nos) celebrar
Incensos para purificar o ar
Que insiste em ficar denso com o peso das recordações,
Insistentemente a chuva da minha alma
Começa a cair (deixando o meu céu fechado e branco)
E eu, sento incredulamente há espera de um milagre,
Onde mostre que o Reino da Imaginação é real.
Besteira minha,
Outra vez faço uma varredura (vasculho) em meus desejos
A espera de um final para os sonhos
Mas, tem instantes que minha amnésia manifesta-se
E a saudade aproveita para mostrar suas garras
E me trazer você ...
Ai, mergulho no vácuo criado pela ilusão
E alimentado por esses instantes
De ausência de sensatez
Que hora por outra me acomete.
Me perco completamente,
Entre o sonho, o desejo, as lembranças e
Os infinitos motivos e razões pra não te querer
De repente,
Um lampejo, um reflexo,
Um raio incandescente de razão
Se mostra e aos poucos
Vou recobrando a consciência
E o nexo (sentido) das coisas
Novamente percebo que
Preciso encontrar tempo e uma forma eficaz
De aprender a te esquecer ou
Ao menos te querer menos
E após esse lampejo de realidade
Junto todos os recortes e “cacarecos”
E novamente os guardo em minhas caixas de recordações.
_ onde vou continuar a procura de uma forma definitiva de lacre, onde não dê mais chances para a loucura fazer a festa.
Baseado no poema 10 coisas que odeio em você.
Odeio o modo como fala comigo e como mexe em seus cabelos.
Odeio quando finge que está com raiva só pra me ouvir a te chamar.
Odeio o modo que me olha e odeio mais ainda quando vou dizer algo e o brilho dos teus olhos vem me calar.
Odeio quando me deixa sem graça e como consegue ler minha mente.
Eu odeio tanto isso em vc que até me sinto doente.
Eu odeio...
Eu odeio quando diz que meu sorriso é lindo e quando me chama de anjo.
Odeio o modo que toca o meu rosto e as suas brincadeiras quando falo sério.
Odeio mais ainda quando me pede pra não ir embora.
Eu odeio pois vc sabe que eu não resisto.
Eu odeio como está sempre certo.
E odeio quando vc começa a falar e não termina.
Odeio pois fico sem saber o que pensar.
Odeio pois vc nunca disse te amo,mas nunca disse que não.
Odeio o modo que sorri.
É fascinante,eu fico sem rumo.
Eu odeio quando me faz rir muito mas mais quando me tira do sério.
Eu odeio quando não está por perto e o fato de não me ligar.
Eu odeio pensar em vc o dia todo e não te encontrar.
Eu odeio quando vc diz que eu não resisto a vc.
Eu odeio quando não me deixa chorar.
Odeio quando me dá a razão e mais ainda quando me diz que não.
Eu odeio essa sua cara lavada me pedindo perdão.
Odeio quando diz que estava com saudades e odeio quando não vem me abraçar.
Eu odeio te dar as mãos e ter que soltar.
Eu odeio como sabe meus passos e o caminho que vou seguir.
Eu odeio não poder te ver todos os dias e te querer cada vez mais perto de mim.
Mas eu odeio principalmente,não consiguir te odiar.
Nem um pouco,
Nem mesmo um instante,
Nem mesmo por um segundo,
Nem mesmo só por te odiar.
Eu odeio não conseguir sem vc ficar e odeio mais ainda só saber te amar.
AS ONDA
(poema do projeto Noronha – Imagem e Poesia)
Ondas que parecem abraços
Calorosos, afetuosos, apertados...
Em verdade
As ondas de Noronha
Não são ondas, são abraços...
Que lavam a alma
De homens, arraias e barcos...
Mulher Poema
Poeta não faça de mim
sua musa inspiradora,
pois irá perder-se em
meus mistérios...
nem tente descobrir
a essência que carrego.
Escrevi poema de rima e beleza
Diga a ela que sirva a mesa, seu sonho de amor
Recoloquei tinta na minha aquarela
A mais bela pintura, você traduzida em cor
Poema: A CASA
Era uma casa
Muito engraçada
Não tinha teto
Não tinha nada
Ninguém podia
Entrar nela não
Porque na casa
Não tinha chão
Ninguém podia
Dormir na rede
Porque a casa
Não tinha parede
Ninguém podia
Fazer pipi
Porque penico
Não tinha ali
Mas era feita
Com muito esmero
Na Rua dos Bobos
Número Zero.
"O que aprendi chorando, sorriso nenhum ensina".
O título desse poema citado por minha pessoa é do poeta cearense de Alto Santo, Bráulio Bessa, e retrata muito bem o que muitos de nós vivenciamos e quem sabe, teremos a vivenciar.
Chorar serve como uma certeza de que esse sentimento nunca foi desonra para ninguém. Chorar faz uma limpeza na alma, alivia o peso das cargas negativas, ou simplesmente recarrega a bateria do nossos corações as vezes cansados ou desiludidos. Chorar faz parte do nascer e do morrer. Choramos quando criança, na adolescência, na fase adulta ou na velhice quando muitos acreditam que "velho" nem para chorar serve. Choramos porque vivemos, amamos, sofremos ou porque simplesmente choramos... Nunca peça para alguém engolir o choro, pois chorar não mata e na maioria das vezes até evita algo pior. Engolir o choro é um atentado contra o próprio corpo que precisa desse choro para externar a pressão seja de qual for o sentimento.
Poema egocêntrico
sou o que sou
somente o que sou
e não o que acham
não me descrevo
afinal, você já tem uma opinião formada a meu respeito
às vezes fico numa dúvida existencial
de caráter introspectivo
e me pergunto: quem sou?
mas a resposta já é certa: não sei o que sou,sou simplesmente EU!!!
minha propaganda é minha presença
só te garanto que
igual a mim não existe
é fácil fazer julgamentos quando não se conhece uma pessoa
mas garanto que não sou somente um "rostinho bonito"
sou diferente dos "outros", por ser justamente quem eu sou
sem se importar com as opiniões alheias
à procura de um amor verdadeiro
e vivendo para o bem, respeitando ao próximo para ser respeitado
e lutando para que meus sonhos sejam concretizados
se quiser conferir... basta pensar um pouco a meu respeito
e venha me conhecer melhor
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