Um Poema para as Maes Drummond
As auroras austral e boreal
são as danças dos deuses,
do nossos hemisférios
elas derrotarão os reveses.
Mesmo que ninguém creia
estão escritas nas estrelas
as evidentes exegeses
aos que sabem bem lê-las.
Dizer não à guerra ainda
inspira mesmo que uns
não tenham mais fé na vida.
Tirar o sapato apertado
para andar com os pés
descalços é o urgente apelo.
As enchentes
são as lágrimas
da terra fadigada
que não pode
ser mais negada
e deve ser resgatada
O cavalo no telhado
da paciência
provou o heroísmo
por muitos esquecido
em tempos de peitos
desapontados e doridos
As falsas notícias
tornaram o curso
do rio da vida ainda
mais dificultado,
fato que não pode
jamais ser negado
Com cada herói revelado,
como povo deslocado,
e lado a lado de tudo
o quê não pode ser ocultado
no ritmo imparável
das boleadeiras da angústia
Com rebanhos inteiros
por muitos desconhecidos,
meus galopes paralisaram
e outros submergiram,
resisto no anonimato
como o cavalo ainda por ti olvidado.
Batuque
Dançadores deste terreiro
do chão batido deste nosso
bonito Brasil Brasileiro
onde toca o Tambu fortemente
que ao povo contagia,
onde Quinjengue com energia
toca para o povo que não
perder a sua fé nesta vida,
onde toca a Matraca imparável
e o Guaiá infinito,
todos nascidos para nos unir
neste Batuque com o Divino.
Siriri
A tua voz macia
na toada do Siriri,
Na minha mente
está gravada
e ando dançando
até debaixo da chuva
me preparando
para a próxima vez
que a gente se encontrar
e em mim você vai notar
que o amor chegou para ficar.
Cururu
Balançando a minha saia
dançando o Cururu,
Você percebeu que não
sou para o bico de qualquer um,
Você não me troca por
outra na vida de jeito nenhum.
Abolição da Escravatura
Forças internas lutaram
pela Abolição da Escravatura
e a luta tomou outras formas e continua,
A Princesa Isabel assinou
a Lei Áurea que foi decretada
no dia de hoje e as chagas provocadas
pelo Colonialismo ainda persistem,
Somos uma Pátria que prossegue
pela sua própria liberação
porque os efeitos do mal da escravidão
prosperam por parte de alguns
que praticam a luz do dia a negação,
Uma Nação que corrige e aprende
com o passado é uma Nação
que está predestinada a ter futuro.
Fandango de Tamanco
Escutar a viola de dez cordas,
a sanfona de oito baixos
e os tamancos estalar
após a colheita do arroz
é neste Fandango de Tamanco
que só os homens podem dançar,
E nós as damas descansamos
da labuta para gentilmente apreciar,
Te encontrar foi o presente
mais lindo que eu pude ganhar.
Fandango Tropeiro
O nosso sangue quente
é tropeiro e o Feijão também,
O Fandango Tropeiro saindo
da viola amorosa,
E vocês dançando ao redor
da fogueira fazem
a gente se sentir muito bem,
Mais cedo ou mais tarde
o amor entre nós haverá de virar lei.
Poço
Quando preparo o Chimarrão
com o Mate eu faço o Poço,
Quem conhece a vida
sabe que mais cedo ou mais
tarde para tudo tem troco,
Por isso não me permito
me render ao desgosto.
Ponte
Na Cuia faço do meu
Mate a famosa Ponte,
Ninguém pode ficar
o tempo todo sozinho,
Caso não compensar
o caminho de volta
está bem preparado,
porque para tudo
na vida requer cuidado.
Olho do alto o futuro
carregando o amor mais puro
destemundo para não pisar
na serpente do destino.
Canhoto
O Mate Canhoto na cuia,
a bomba na direção da Lua
o gaúcho com a cabeça
noutro lugar e a poesia
a se espalhar pelo Pampa
igual o amor quando está no ar.
O8/07
Ser amável sempre
até quando for discordar
de muita gente
traz a vantagem de livrar
de um aborrecimento futuramente.
08/08
Nunca deixe na vida
de se apaixonar por si mesmo
independentemente
do que aconteça,
Se ninguém te exaltar
você mesmo se enalteça,
Só você pode se dar
tudo aquilo que você deseja.
08/09
Quando você fala
ou faz as coisas
sem ódio sempre
fica tudo mais fácil,
Se você não entendeu
isso até agora tudo ficará
a cada dia mais difícil.
Café e Pão doce
com tudo que tem direito
na mesa sempre
cumprem o papel perfeito
de ser poema
para quem se contenta.
Samba Rock
O teu beijo com o meu beijo
alimentam o desejo,
O seu toque com o meu toque
nos colocam para dançar
um bom Samba Rock.
Caxambu
Te levo para você
ser meu par no Caxambu,
não sei no quê vai dar,
só sei que você sempre querer
está começando a me amar.
Ciranda
Da Zaranda que virou Ciranda
lembro-me da primeira
dança da minha infância
que enraizou-me na terra
de tal maneira que virei poeta
que cirandeia com as letras
enquanto as pega emprestadas
com a Lua enquanto escuta
e canta as cirandas de Lia
protagonizando a interminável
com toda a possível Poesia.
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