Um Poema para as Maes Drummond
A Corvina tem
uma linda pedra
preciosa na cabeça,
E a própria hora
para ser pescada,
Pescar fora de hora
ela não vai te servir
para muita coisa,
Espera a hora certa
não apenas com ela,
Mas em tudo nesta
vida que você deseja
fazer uma boa pescaria,
Ser pescador também
é uma boa maneira
na vida de escrever poesia.
O Curimbatá vive
em todo o Brasil,
Do mesmo modo
que a minha poesia,
Os versos de cada
dia têm feito parte
do mesmo e de outros
cardumes em busca
de oxigênio, de inspiração
e de algumas luzes
para continuar
a sorrir e aliviar cruzes.
Para você entender
o quê é poesia visual,
Observe o cardume
de Pirinampus no rio,
Contei o número
de dezesseis e peguei
a caneta antes de escrever
este poema para vocês,
(Porque número será
sempre quantidade),
e poesia terá vida
a ver com qualidade.
Depois de contar
quantos Pirinampus
haviam no cardume,
Escrevi o numeral
porque depois da quantidade
contada sempre será
(representada por
palavra ou símbolo),
Tudo aquilo que vem
do espírito permite se
criar um novo símbolo
ou até mesmo brincar
com o quê está estabelecido.
Como foram contado
dezesseis Pirinampus,
e sempre
(o número
ou numeral à partir
de dez sempre será
chamado de algorismo).
Poesia visual é
e não é Matemática,
Nela pode ser usada
além de números, letras,
ausências, formas
e até mesmo "convergências":
É lógica, ilógica, conceito
leitura iliterata e tática,
(Cada um chama
do que quiser
e se deixa ser
chamada como convier).
A minha poética é tipo
Bicuda amazônica
nadando rumo ao destino
das águas rápidas
(do consciente para o inconsciente)
individual e coletivo,
Porque todos sem exceção
nascemos como cardumes
deste Planeta d'água,
e sequer tomamos conhecimento,
O tempo não perdoa
e depois não adianta
mais fazer nenhum lamento.
O Guaru encontrou
o seu cardume,
Passou o barquinho
do pescador artesanal,
O quê não passa
é o impulso de te querer
no meu destino,
Falar de amor é e sempre
será sobre tudo isso.
Mandubé vai seguindo
na Bacia Amazônica,
procurando ouvir
a sinfonia da passarada
para ver se dela escapa.
Há Mandubé vivendo
no Araguaia-Tocantins
bem no profundo
coração do nosso país.
Na Bacia do Prata
há Mandubé cumprindo
também o desígnio do destino
que dele absolutamente
ninguém escapa seja na bênção
ou até mesmo na desgraça:
(A fé é a única que o nó desata).
Mandi nômade
das nossas abundantes
bacias hidrográficas,
Contigo mergulho
até o fundo das poesias
mais profundas
das cinco regiões,
Juntos escrevemos
com as nossas emoções
poligrafias secretas
por todas as correntezas.
Matrinxã errante
desta Bacia Amazônica
adorada que a cruza
em dias de Sol
e em noites de Lua,
Te celebro poema
escamado e misterioso,
e em ti me inspiro
a continuar seguindo
com força o destino.
Tem gente que não
sabe que Onça-parda
da terra também
ela se torna guarda,
então tenho uma
história para contar:
no meio da mata
saiu a Onça-parda
e abateu a Ovelha,
caçadora e presa,
de conhecido instinto
animal desesperado
(por sobrevivência
neste mundo que
exige de qualquer um
sobrenatural resiliência),
Consciente disso
da vida eu busco
sempre o entendimento,
A nossa cabeça foi
feita para pensar:
está escrito o poema.
Piranambu no fundo
do leito escuro do rio,
Sou eu submersa
nesta interminável
poética enquanto vejo
o mundo se arrastando,
Às vezes finjo que nada
sinto mesmo sentindo
tudo e a dor me desafiando.
Piracanjuba gentil
enamorado pela Lua,
Rio de poesia tranquilo
que anda me inspirando
como vir a ser só tua
pactuando todo o dia
com o mistério do destino.
Nadando o Piabanha
contra a correnteza,
Agradeço ao Bom
Deus pela Natureza,
Transformo tudo
o quê vejo em poema,
Quando o amor vier
quero carinho e gentileza.
Pintado colorindo
a paleta d'água do Rio,
Amor sublime amor,
não sei onde você
nesta vida se encontra,
Te encontrar é o meu desafio.
Piavuçu cruzando
a queda d'água,
A poesia remando
no tempo,
Poetisa de remanso
que pelo amor vive
o tempo todo esperando.
A poesia é como o peixe
Limpa-fundo de aquário,
Com poesia nesta vida
não há sujeira que
permaneça na mente
e no coração por muito tempo,
É só você começar a ler
sem esmorecer que os efeitos
indesejados irão desaparecer.
Dourada intrépido
sem escamas colorindo
e embelezando as águas
claras deste poético rio,
Vou seguindo como ele
o rumo das correntes
buscando por dias
sempre mais contentes
que nos levem a ter
destinos convergentes.
A Natureza sempre
manda o seu recado,
O peixe Quatro-Olhos
nasceu para lembrar
quem na vida nasceu
com dois olhos deve
aprender a ter cuidado
constante e redobrado.
O Pirarucu enfeita
a correnteza
com a sua cauda
veloz e vermelha,
Posso até dizer
que esta cena
é um vero poema.
Vai indescritível poesia
encontrada no Piraputanga
que do Pantanal viaja
para outros honoráveis rios
da Bacia do Rio Paraguai,
Segue com a coragem
de ser missão e canção
desta nossa América Austral
que não me canso de amar
e sempre devoto com
fervor renovada declaração
de corpo, alma e todo o coração.
Mergulhei com Tucunarés
no mais profundo
da minha América do Sul
que é o continente
mais bonito do mundo,
É esta porção terrena
inspiradora de poemas
que carregam o meu orgulho
e do meu coração ocupa tudo.
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