Um Poema para as Maes Drummond
" ENCONTRO "
O encontro permitido, planejado,
se dava em clima de total paixão
pulsando a carne dessa excitação
de estar-se junto de quem desejado!
O resto, o amor traria ao coração
se, dessa experiência, o resultado
mostrasse o sentimento cortejado
que foi, para o desejo, a inspiração.
O olhar fazia o jogo do secreto
de um jeito misterioso e bem discreto
evidenciando o apêlo à carne posto…
Por fim, o encontro demarcava o enredo
fazendo despertar o amor mais cedo
por bênção do querer, a dois, proposto.
Passos que me seguem,
pulos de alegria,
lambidas de amor.
Emoção.
Chegou sem pedir,
ficou por uma razão: nós.
Aquece minha alma,
acalma meu coração!
Com igual placidez
do Mar do Caribe,
Devolvo a imagem de dia
de Sol ou tempestade.
Tudo depende do olhar,
assim ondeando
sempre sei onde chegar,
por ser paz a espalhar.
Em Ilha Agustín sei por
onde ir sem me enganar,
leio os sinais para me guiar.
O Hemisfério Celestial Sul
não me nega nenhum mistério,
é a bússola que sempre carrego.
*VIDA UZUMAKI*
... Vivo em outro ciclo;
Essa é minha rotina,
Sempre tão repetitiva,
Como numa espiral, está é minha vida;
O começo de um ciclo,
Terminando o anterior,
Sempre tão monótono,
Que chato, tão repetitivo;
Todo dia a mesma coisa,
Mesmo ritmo, mesmas horas,
Já estou acostumado,
Com os dias repetitivos;
Num loop de dia e noite,
Como se eu fosse Sisifo,
Empurrando uma pedra em meu caminho,
Isso é tão repetitivo;
Como sempre nada muda,
Fica sempre igual,
E por minha vida ser repetitiva...
" EXISTÊNCIA "
Me vi deitado à margem da existência,
confuso, meio que desnorteado,
com tudo o que é suspeita agasalhado
e pronto pra aceitar a penitência!
Atropelou-me o ego, em mim, centrado
e não lhe opus barreira ou resistência
acreditando ter toda vivência
pra superar sequelas neste estado.
E divaguei delírios da poesia
expondo todo o sonho e fantasia
que me sangrava à hora derradeira…
À margem da existência, ali caído,
senti-me o herói do conto, já perdido,
que o amor abandonou por brincadeira!
" ESCONDES "
Te escondes como quem teme a paixão
por pura insegurança e timidez,
qual se ela fosse a tua primeira vez
no jogo do querer e sedução!...
Mas, na verdade, tens por lucidez,
sabendo, assim, cuidar do coração
e não lhe alimentar dessa ilusão
por compreender que amar é insensatez.
No entanto, o amor persegue os passos teus
querendo não te dar do seu adeus
qual fosses sua presa favorita…
Tal se temesse o amor nessa armadilha
te pões distante, assim, de sua forquilha
sem dar paixão qualquer à sua escrita.
" A TRIBUTOS "
Assim já é demais! Apelação!
É querer pôr na lona o oponente
sequer sem dar-lhe chance, frente a frente,
de preparar-se pra recepção!...
É golpe baixo, sem ter quem aguente
o impacto de tamanha dimensão
se exposto à área inteira da explosão
quando, a conquista plena, a fera intente.
Devia haver censura a tal artigo,
limitações, barreira e, até, castigo
tamanho o risco todo que isso causa…
Apelação! Eu digo que é demais!
Evoca-nos as pretensões carnais,
abate, suga, geme e não faz pausa!
" FIEIS "
Tu me darás, dos versos teus, a rima
no enredo que te faz poesia plena
conforme, a declamar, teu corpo encena
o que te torna, enfim, uma obra prima!
Assim me exposta, frágil, tão pequena,
poesia da mais alta, minha, estima
te deitarei canção posta por cima
a te exaltar no amor que nos condena.
Daremos, nós, inveja aos menestreis,
nas noites de luar, loucas, crueis,
entorpecidas das almas errantes…
Tu me darás a rima dos teus versos;
eu te darei meus textos controversos
e o tempo nos fará fieis amantes!
" BRINQUEDO "
Eis que a lembrança, ainda, te visita
no teu jardim da alma, em certo instante,
e a emoção que é, disto, resultante
ficar por tempo mais, em ti, cogita!
Te inquietas do momento, relutante,
consciente que o amor real te habita
e, embora exista manchas nesta escrita,
saudades tens de quem te foi amante.
És responsável por quem tu cativas
e é este amor que faz com que revivas
o essencial oculto neste enredo…
Sim! Te visita, ainda, uma lembrança
que, todo o sentimento teu alcança
fazendo, da saudade, o teu brinquedo!
Enquanto uns perdem
tempo com catana,
Busque ganhar tempo
com muita poesia,
Quanto mais poesia
se entrega mais
a vida será recíproca.
Não é sobre escrever...
...
Não é preciso fazer
nada porque a língua
de quem fere é
o próprio Catimbó,
Por isso escolha fazer
sempre o melhor
para não se reduzir a pó,
Sempre que for preciso
não tema caminhar só.
...
Colher no Catolé
cocos maduros,
Fazer um doce
para quando
você vier hoje.
...
Catopés cruzando
cantando pela cidade,
Alegria popular
no coração de verdade.
...
Mel com Cauim,
também fazer rir fácil
porque poesia é assim.
" ANDARÁ "
Hão de ficar lembranças na memória,
imagens, fotos e a recordação
dos tempos juntos, presa ao coração,
marcando o que se fez por nossa história!
Por mais que haja mudanças e a intenção
de se deixar pra lá, fraca, ilusória,
tentando um rumo novo à trajetória
terás, ainda assim, saudade, então.
Que os fatos não te impeçam de ir adiante
mantendo o passo firme, são, constante,
em busca de um futuro aventurado…
Mas, saiba que presente e verdadeiro,
qual se sentisses dele, ainda, o cheiro,
o amor sempre andará, junto, ao teu lado!
" ANDANTE "
Disse, o destino: Siga! É mais à frente…
Julguei ser insensato ouvir-lhe a voz
e me mantive em meu sofrer atroz
qual fosse, eu, só um mendigo, um indigente!
Prossiga! Ele insistiu. Fez-se feroz
e me agitou por dentro, ardentemente,
de forma que tocou-me o consciente
e andar me pus… Um passo, um outro após.
Tão logo, a estrada fez-se por bonita
e me chegou consolo à alma aflita
mostrando-me horizonte promissor…
É mais à frente! Disse-me o destino
e, assim, me fiz de andante, um peregrino
que irá, bem logo mais, achar o amor!
" EMBIRROU "
Ela embirrou igual mula teimosa
e se fechou negando-me conversa
em meio à tempestade lhe adversa,
fazendo-se difícil, má, manhosa…
A sua mudez se fez razão reversa
e não lhe deixa mais doar-me prosa!
Nem mesmo na poesia ela se entrosa
ficando, para assuntos meus, dispersa.
Pra quê tal pessimismo e mau humor
pra com quem lhe estendeu a mão do amor
e lhe acolheu nas raias da paixão?!
Que desembirre logo, mula brava,
pois, birra, a vida encurta, cessa, trava
e só traz mais sofrer ao coração!
Ilha do Campeche
Na Ilha do Campeche
durante a travessia
surpreender o olhar
com encanto e alegria.
Desembarcar e deixar
que a beleza do lugar
em nós faça trilha até
inteiramente nos inundar.
Pedir para o mundo
o mundo parar e ali ficar,
no teu beijo morar.
Lado a lado dividindo
sonhos e nos sentindo
pela primeira vez completos.
" LUXO "
Ah! Quanto luxo numa curta vida…
Qual se jamais chegasse-lhe de lado
a causa de quem é o necessitado,
o pobre, a mão carente lhe estendida…
Um mundo à parte dá, por entronado,
esse egoísmo teu, alma perdida!
Não vês, em tua soberba, qual saída
daria-te o amor que tem faltado.
Te amoldas a essa insana e vil conduta
que só condenação, não mais, te imputa
e lança-te a cruel e triste inferno…
Efêmero esse luxo sem razão
que, tristemente enfim, teu coração
insiste por querer fazê-lo eterno!
Tenho certeza que você nunca
ouviu ou viu a assombração
do Cavalo do Rio que é o guardião
deste Rio São Francisco,
Temo que venha me assustar
e nos coloque em perigo,
Por isso pedir pro artesão
fazer um igualzinho
para não nos pegar de supetão.
...
A História dela é igual
ao da Mula-Sem-Cabeça,
A praga para virar um
dois é a mesma,
O Cavalo-Sem-Cabeça
não faz nenhum mal,
Tem muita gente
que é de fato muito mais infernal.
...
Um versinho bem escrito
atrás do outro pode virar
canção para quem sabe
cantar e tocar o Cavaquinho,
Assim pretendo entregar
uma pista para te ganhar
com todo o meu carinho.
...
Só aceito ir contigo
num Coco Alagoano,
Se for cantado
acompanhado com Caxixi,
Caso o contrário,
eu passo muito bem por aqui.
Alguns acordos podemos
comparar a algumas
chuvas que não são
recomendadas para se molhar,
esperar ou abrir
o guarda-chuva não é o desejável,
mas em regra farão
que não pare de caminhar.
Quem precisa caminhar
se entender às vezes
é algo bem próximo
de abrir o guarda-chuva
para continuar a prosseguir
ou buscar se abrigar
até a tempestade passar.
Na vida sempre é melhor
ter um guarda-chuva,
saber onde estão os abrigos
e aceitar o mau acordo
do que não ter nenhum deles
em nome da importância
de jamais permitir-se parar.
" OUTONO "
Outono… Céu azul, tardes amenas,
bucólicas saudades vindo ao peito
e o dia envelhecendo do seu jeito
querendo descansar ao sol, apenas!
Já deita-se, esse ciclo, no seu leito
cansado dos embates nas arenas,
das lutas, dos combates a centenas;
também, do que na história, se fez feito.
Os meses vão crepusculando o enredo
guardando, só pra si, como segredo,
quaisquer paixão, por eles, concedida…
Bem-vindo, Outono, aos braços desta terra,
ao tempo de labuta que se encerra,
tal qual o outono desta minha vida!
" EXPUNHA "
Não sei se falo ou calo, mas tô rindo
e o fato é que mais cedo saberão
o pensamento aqui, de prontidão,
que me passou na mente, me traindo!...
Se fez por clara a minha reação
que, assim, foi plenamente me despindo
perante o fato, a pouco tempo, findo
e gerador do riso sem noção.
Que me perdoem, mas pensei apenas
e quis guardar, pra mim somente, as cenas
dos fatos que me fiz por testemunha…
Se calo ou falo, não sei bem ao certo…
Quem dera não houvesse alguém por perto
enquanto, o riso meu, sem dó, me expunha!
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