Um Poema para as Maes Drummond
Nem tente, agora,
Resgatar-me da chuva:
Nela estou a dançar,
Certo de que, em breve,
Outra primavera surgirá.
QUINTANA E O AMOR
Muitas vezes nessa vida
Confesso que já chorei!
Já chorei por coisas bobas
Já chorei por quem amei
Lhes juro, a dor é grande
O tamanho eu não sei
Eu só sei que quem já amou
Sabe do que eu falei...
E quem não quiser chorar
Creia, eis a solução:
Não procures o amor
Endureça o coração
Tu só não vai experimentar
A mais linda emoção
O mais lindo sentimento
A incrível sensação
Vais parecer que flutuas
Na leveza da paixão.
E por falar em sentimento
Me lembro de um senhor
Que morou no meu Rio Grande
Da vida era doutor
Escreveu as coisas mais lindas
Soube a paixão expor
Mário de Miranda Quintana
O professor do amor...
Eu aprendi com o Quintana,
Exaltar o amor...
Pra meus filhos lembrarem
Quando eu me for
E vão tornar a falar
Assim como eu falei:
—Eu aprendi com papai,
Exaltar o amor...
Thiago Rosa Cézar
Mais menina que mulher
Menos conversa e mais ballet
Alguns lhe tiram sua calma
Dividida entre corpo e alma
Sua mente lhe seduz
Seu corpo o conduz
A uma dança nada trivial
O coração dele acha anormal
Palpita como chaleira quente que apita
Como quem ao mundo grita
Mais menina que mulher
Menos conversa e mais ballet
Um breve poema que assim escrevo
Para tocar o coração da dama que almejo
Mais menina que mulher
Menos conversa e mais ballet
BRILHO ESCONDIDO
O sol majestoso e imponente
Ofuscado por pequena e simples nuvem;
Assim o nosso brilho pode às vezes,
Envolto em pesares que aturdem
Estar, sim escondido, e conquanto
Querer expor com força sua luz.
Confie!! Pois a nuvem é passageira
E ao brilho ela até mesmo nos conduz.
O que se passa aí dentro?
O que houve que o deixou tão confuso sobre você mesmo?
Você tem seu universo particular, sua forma de agir, pensar.
Só não esqueça que dentro de cada um também há vida, momentos, cortes e feridas.
O calor que no teu corpo habita, em meu corpo fez breve moradia, e já não mais corresponde com tua saída vazia.
Seu toque, sua pele, seu beijo, se perderam em meio ao gracejo que a vida nos aprontou, como também por sorte e pouco tempo nos transbordou.
Mas a vida é assim, água que não deve ser desperdiçada, areia pisada, doce e marmelada, choro e ventania, água de coco e maresia, verso, prosa e poesia.
Soneto de autopostumação
Sensações póstumas devem ser reconfortantes,
pelo alívio do sofrimento de uma vida inteira,
tornando todo o peso do dia a dia uma besteira,
uma vez do outro lado nada mais será como antes...
Preocupações de outrora em vida serão irrelevantes,
parte de uma extinta realidade passageira,
meu espírito, móvel velho em que se tirou poeira;
renovado, fará de angústias e mágoas coisas distantes...
Não há medo, confio no que mereço, por tudo que fiz;
a morte é um processo natural, calmo e bem-vindo,
finalmente terei a chance de ser bem mais feliz...
Ao partir sei que a caminho do maior estarei indo,
será bom, jamais vi uma caveira com semblante infeliz,
todas espontaneamente estão sempre sorrindo.
Soneto de metamorfose
Vida de lagarta.... Total limitação...
A sina de uma existência asquerosa,
de uma condição naturalmente desairosa,
melancólica, frágil e sem opção...
Destino de incomoda sujeição,
uma vida sofrida, triste e morosa,
de uma falta de perspectivas pavorosa,
onde há apenas a morte como solução...
Quando minha alma, este fulgor tépido;
de meu velho corpo irá se separar;
meu caixão, morada do cadáver fétido;
será o casulo que irei abandonar;
e estarei livre, me sentirei lépido;
borboleta pronta para voar.
Normose
Uma triste epidemia assola a humanidade,
sintomas claros, quase sempre ignorados,
produzindo indivíduos massificados,
destruindo toda e qualquer individualidade...
Um distúrbio coletivo de personalidade,
criando humanos cada vez mais alienados,
com estilos e pensamentos padronizados,
Impostos por nossa hipócrita sociedade...
Condenando-os a este mar de mediocridade,
onde impera uma absurda falta de criatividade,
aliada a medo, conformismo e incapacidade...
Eu... Tento preservar a minha integridade,
permanecendo fiel a minha própria identidade,
mas isso soa para a maioria como insanidade.
A deusa da perdição
Teu charme é algo indescritível,
é devastador, pura dinamite.
Faz jogo... Sua beleza lhe permite;
demonstrando um cinismo terrível.
Ela se diverte por ser irresistível,
sou mais uma presa fácil... Acredite!
Personificação de afrodite,
cai em sua armadilha invisível...
Frente a ti, eu só penso em sexo...
A ponto de me tornar outro se te vejo,
fato natural, nada há de complexo.
É a força ódica do desejo,
me perco em atitudes sem nexo,
e tudo começou em um simples beijo.
BALADA DO TEMPO (soneto)
... e o tempo passa, indiferente
apático, indo embora sem saber
poente na saudade, o alvorecer
mais um, outro, apressadamente
... dono dos gestos e do prazer
tristemente, tal uma flor dolente
que traga o frescor vorazmente
no ato da ação do envelhecer
e o tempo passa, inteiramente
sem que escolhamos perceber
e na lembrança, assim, assente
passa o tempo, e é para valer
sem que nada dele ausente...
Presente! Pois vale a pena viver!
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
Obstrui-me o pensamento
Em horas eufóricas,
Porém caladas,
Me abstém o grito,
A fala,
Menos o pensamento
Óh grande poder mal manejado,
Que dá o término de minhas horas,
Perco a razão no seu eterno brilho
No branco grandioso,
Como das áureolas
Que a ti pertencem a seus cabelos
Como se não bastasse não haveria formas,
Não seria só o bastante eu descreve-los
Apenas consumir,
Seus lindos possíveis alheios
Facultativos desaneios,
Que prossigo mesmo impedido,
A teus ouvidos,
Beleza,
E poder,
Desde o encanto mais belo,
A esse poema feito pra você.
A JANELA E A LUA (soneto)
Já de ti - dizia a lua - me despeço
Pra janela, no cerrado com sorriso
Deixo-te com os sonhos. Preciso
ir... O sol já está no seu ingresso
No horizonte me embaço no paraíso
De tua fresta vê-me no meu avesso
Diz a lua no clarão no céu disperso
E eu, noturna, indecisa, me diviso
E, escancarada, alegre, a ti expresso
Até mais logo! Vá com lotado juízo
Diz a janela pra lua, breve regresso!
E está, que já dormia, de sobreaviso
Inteirou a janela deste seu recesso
Até a noite, quando volta no improviso
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
Ela me chama
O meu peito explode como uma supernova
Dissipando o encanto alegre entre as minhas virilhas
O músculo tenro balança medíocre como um sino
A morte dança e geme desnuda à cada badalada
Me excita
Preciso fomentar o peito com padecimento
Calado no açoite ferir-me à clausura
Conciso e consciente
Morrer.
Vivo hoje, morto amanhã.
As emoções que senti
Os momento que vivi
As palavras que foram ditas ou não ditas
Sonhos realizados,
planejados,
inacabados,
frustrados.
Amores vividos,
fingidos,
não correspondidos
acabam aqui.
Tudo termina aqui.
Este é o fim.
Poesia.
Eu amo a vida...
As vezes me pego apenas vivendo, esqueço de tudo, das pessoas, dos problemas... apenas olho pela janela e espero o tempo passar.
Passo dias curtindo a vida, vejo as paisagens, ouço os sons, sinto os gostos. Nem se quer lembro-me dos meus familiares ou amigos. É estranha essa sensação de apenas viver, não é ruim, é sublime.
Com certeza o pior desperdício da vida é o tempo gasto tentando achar um propósito pra tudo, pois a vida foi feita para o propósito mais simples do mundo: viver.
►Adeus, Dama
Estou com saudade dela
Considerava ela minha Cinderela
Demonstrei meu amor a ela
Brilhava como uma estrela
Sei bem, parece uma novela
Me trouxe uma magoa gigante
De uma forma intrigante
Me disse de forma elegante
Disse para confiar nela
Pois bem, fiquei confiante
Estou vazio, no dia suportei
Porém, sentado aqui, pensei
Nessa relacionamento me joguei
E com uma simples palavra, “Parei”
Me afoguei, mas me levantarei
Irei me reerguer, e irei me reparar
E novamente estarei de pé, pra mais um dia lutar
E em mais uma paixão navegar
Com mais um término, afundar
E esse ciclo continuar
O humor surge com a palavra “Confiar”
Disse a mim que é como amar
E saber respeitar, confiar e alegrar
E as tristezas juntos superar
As barreiras que surgir, quebrar
“Juntos”, dizia ela, nos abraçar
Isso não irá mudar nada
Ela ficou calada, magoada
Confiar é não decepcionar
A pessoa que você está a gostar
Corrigir o que errar
Mas jamais confiar no amor
Pois isso pode te custar muita dor
Acredite, é um terror
Gostaria de ter sido o manipulador
Porém, não guardo nenhum rancor
Ela continuara sendo uma flor
Que o próximo que a tocar, toque com calor
Pois ela merece ser amada
Pois ela merece ser desejada, ser alegrada
Não merece ser odiada
Nem tão pouco, desrespeitada
Obrigado, doce dama
O mundo te ama
Que não mais lágrimas derrama
Obrigado, doce dama!
►Preconceito
Nunca irei entender o preconceito contra a cor
Por que não podemos viver sem essa dor
De, pela cor da pele, reduzir nosso amor
Será esse um amargo e antigo rancor?
Do branco para o preto, ou amarelo, tom moreno
Não sei quantas cores existem em cada terreno
Posso estar sendo um tanto quanto ingênuo
Nem tão pouco estrênuo, a cor importa?
Ela mostra como ele ou ela se comporta?
A cor importa?
Eu tenho um amigo, velha amizade
E acreditem quem quiser, é de verdade
Eu o chamo de preto e ele de branquelo,
É essa a nossa intimidade, liberdade, lealdade
Me disseram que o mundo evoluiu
Sim, evoluiu, mas a mente das pessoas diminuiu
E mesmo assim, a humanidade prosseguiu
Sobre este assunto, tenho uma opinião
Creio que minha cor não muda meu coração
Meu amigo é como um irmão.
Passando agora as opções sexuais
As pessoas enxergam como atos banais
Não são atos convencionais
O pensamento de executar desejos carnais
“Meu deus, que seres humanos irracionais”
Comentários assim não são ocasionais
Deixem eles serem passionais entre si
Deixo apenas uma simples opinião aqui
Nestes versos já deixo duas ali.
Filho mata pai, irmão mata irmão
Agora vivemos em um mundo do cão
Essas são as notícias atuais, abominação
Se é um mundo do cão, cadê a ração?
Venham, vamos fazer uma oração
Pedir a Deus que tudo seja uma ilusão
Vamos fugir dessa enorme confusão
Imagine o inferno de Dante
Será um similar, porém exorbitante!
►Deuses, Venham!
Odin se prepara para batalhar
Seu título de Supremo Deus Guerreiro honrar
Sinta a terra debaixo de ti chacoalhar
Seu inimigo mortal se aproxima, deve aguentar
Fenrir está livre, ele vem te buscar
Fenrir está livre, ele vem te devorar
Mas Vidar, teu filho, irá contra Fenrir lutar
E a grande fera ele irá matar
Vidar, a vitória alcançar
Vejam ele se lamentar
Mas foi Fenrir, ou será Loki
Quem trouxe o Ragnarok?
Pois venha agora Enki
O Deus Primordial enfrente
O ocorrido foi deverás um incidente?
Enki matou Apsu enquanto dormia
Será que Enki o temia?
Matá-lo enquanto dorme é covardia
Não o mate, sua consorte virá
Com seus dragões, te atingirá
Sua fúria você sentirá
Poderás aguentar?
A fúria da deusa das águas salgadas do mar?
Poderás Tiamat enfrentar?
Sua própria mãe tu tentarás matar?
Pois venha agora Rá
O Egito ele irá dominar
Por cima de teu navio iluminar
Perante sua criação, alguém busca te matar
Apep você deve aniquilar
Antes que ela consiga de abocanhar
Navegue pelo corpo de Nut
Vamos, você contra Agep, lute
Do puro ar que trouxe ao submundo desfrute
Uma batalha que não chega ao fim
Pois então encare a serpente, enfim
Tu não possui escolha
Ao final do dia, se recolha
Ao cair da última folha!
Era sorridente
Da dor era descrente
Era feliz
Protejer-se da ilusão não quis
Se apaixonou,
Com o amor se contaminou
Morreu
E ninguém percebeu.
Tenho voz aqui dentro
E não sai,
Não grita essa voz,
Que se debate
Arranha a minha garganta
Essa voz que fala
E nada diz.
Não tem caráter,
Influenciável e preza...
Uma voz amedrontada,
Que se enche de dizeres
E se entala,
E tosse o resto de letras,
Uma voz muda em meio a crise
Uma voz que vive sem nada a ser dito,
E morre engasgada pelas palavras que nunca disse.
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