Um Poema para as Maes Drummond
Sou a favor da rua
Do vento na cara
Do sorvete gelado
Da ajuda inesperada
Sou a favor da felicidade sem custo
Do dinheiro doado
Do mergulho no mar
Do dedo na tomada
Sou a favor da dúvida
Do desejo que grita
Do tapa na cara
E do outro lado da face
Sou a favor de qualquer amor
Da palhaçada no trabalho
Da ligação para dizer eu te amo
Do trote, da bebida e do alcool
Sou a favor do talento
Da surpresa, do arrepio
Da gargalhada da criança
Da mesa e do convite
Sou a favor dos que andam pelo meio da rua
Dos que entram em mar revolto
Dos cachorros vagabundos
Dos que não têm conta em banco
Sou a favor de presentes fora de datas
Da carta escrita a mão
Da janela aberta
Da música cantada no trânsito parado
Sou a favor de quem só conjuga no presente
Do orgamo aguardado
Da expectativa atendida
Da sobremesa açucarada
Sou a favor da carona
Da vida na estrada
Do pedido de desculpas
Da ligação para casa
Sou a favor dos que não se definem
Dos que não rotulam
Dos que se vestem diferente
Dos que dizem o que pensam, sem ofenças, seu merda
Sou a favor do choro
Dos que pedem ajuda para dar um nó
Dos que pedem ajuda para tirá-lo da garganta
Sou a favor dos alunos
Dos que nadam com ou sem direção
Dos que sabem que seremos comida de vermes
Sou a favor do deslimite
Da não fronteira
Dos que não tem time
Dos que abraçam mendigos com cheiro de mijo
Sou a favor da mudança
Dos atos que cativam outros
Do serviço sem rosto
De comer o pão que caiu no chão
Sou a favor do tempo que não para
Do tempo que decreta o fim e o novo começo
Do tempo que ensina professores à alunar
Sou a favor dos que são contra
Porque só assim somos humanos
Somos ideias e ideais
Eu sou a praia
Eu sou a montanha
Ser humano, limitado pelo ego.
Humano cego, movido por objeto.
Autocontrole, ações automáticas.
Decisões sem raciocínio, todas problemáticas.
O prazer é mais belo.
Que o conhecimento ao certo.
A sabedoria sempre foi fútil.
Para o humano, ser inútil.
O véu da ilusão cobre todo Universo.
Pois o prazer é mais belo.
Que o conhecimento ao certo.
Flor de lis
Ouvir tua voz me fez cegar
Me perdi em tuas palavras
Deixei de ser só tristezas
Esquecidas em minhas lembranças.
De te ouvi me perdi
Mergulhei em uma piscina de lagrimas
Esperando por sua atenção
Restaram apenas jardins
Com rosas regadas em lagrimas
Por sua partida.
.
Você é minha flor de lis
Meu guia em dias de chuva
Meu porto seguro em sonhos
.
De ouvir tua voz
Eu me perdi
Acabei ficando louco
Longe de você.
Vou visitar seu jardim
Em busca de minha flor de lis
Pra ver quem sabe, se reencontro a razão.
“Às vezes eu amo-te
Às vezes eu não,
E quando não amo-te
Sou escuridão,
Às vezes dolorida,
Às vezes só desilusão,
É quando perco a vida
Num segundo vão,
Às vezes almejo a morte,
Às vezes mansidão,
Quando peço sorte
Para a imensidão,
Às vezes apenas preciso,
Às vezes, na solidão
Poder alimentar meu vício
De amar-te até quando eu não.”
AO MEU AMOR
Dependurei a lua cheia no céu
Para iluminar teu nome
Bordado com as estrelas
Que bailam entre nuvens ao vento
Espalhando o amor
Que vai em meu coração
ANJO LOUCO BARROCO MODERNO
Quando nasci
Eis que me veio o anjo
E me olhou sem pressa
Com cara de espanto
Não apertou a minha mão
Apenas franziu a testa.
Alma inquieta, noite fria
e uma mente turbinada, louca, amante
sem se quer parar.
Faz os versos pra essa moça linda
que domingo de manhã vem me namorar.
Cospe do peito o amor guardado.
Rasga o verso ao soletrar,
que esse amor é verdadeiro
vindo ao pé do ouvido sussurrar.
ALMA NÃO TEM COR
Alma branca
Alma negra
Qual alma será a tua
Mas se alma não tem cor
Com qual se compactua
Alma negra, Alma branca
Lá no céu ou lá na rua
Toda essência da matéria
É o sentimento que inclua
O vermelho de um corpo
Que irriga as fontes suas.
Doar-se
Nunca tive muito a oferecer a ti
Por isso lhe dou estes poemas
Chamados Eternidade
E juro sempre ser seu nome a inspiração;
E então, dou-lhe
A maior frase do mundo: eu te amo.
O maior verbo do mundo: amar.
O maior nome do mundo: amor.
O maior poema do mundo: tu
Ricardo Cabús
REENCONTRO
(Estações Partidas)
O prazer de rever
Sem antever o ponto
Sem prever a duração
Entre o ver
E o rever
Haver e reaver
Ter
Sem reter
Nem deter
Compraz-me
DEUSA SEM ESPARTILHO
Estranho pensar em você
Deusa sem espartilho
Sem o cálice de vinho
Sem o olhar de mãe
A beira da minha cama.
Estranho beber de outra boca
Meditar em outra sombra
Deusa sem espartilho.
Passei a noite toda acordado
Enquanto você dormia
Ainda vestida.
Na rua soltavam bombas de gás
Que apenas enfeitiçava.
Foi com suas asas que decolei
Para o pesadelo...
Não entendia porque voava.
E voava sozinho
Depois de discutir sobre Deus
Na obra de Platão.
Não sei mais se Deus
É desejo ou vontade.
Me assusta minha tolerância
Sobre as coisas.
A certeza que tenho
Está velha e desgastada.
Se Deus não é desejo
Eu passo a temer
Minha vontade.
É estranho pensar em você
Deusa sem espartilho.
Talvez eu deva ficar aqui
Isolada, trancada, amuada.
Talvez eu deva ser assim:
Ser o que eu nunca fui em mim.
Ou talvez eu deva fazer isto:
No meu viver dar um sumiço.
Sou
Sou dor,
Sou alma cansada,
Sou a voz calada,
Sou marcas de amor.
Sou desilusões,
Sou realidade,
Sou tristes canções,
Sou infinidade.
Sou meu mundo,
Sou rocha,
Sou profundo,
Sou flor que desabrocha.
Minha vida é lazer,
eu não preciso de promessas muito menos de você.
Agora tú me viu e entendeu a verdade,
Viu que meu sobrenome é a tua felicidade.
Não importa se foi maldade,
Tú me deixou pra depois,
O final da sua saudade termina com 1522.
Não me liga agora tô ocupado e não posso atender,
Perdi meu tempo me humilhando,
Buscando encontrar você.
Numa esquina por aí tomara que não me cruze,
Não chora, minha opinião não há quem mude.
Ai que o jogo vira, pede desculpas agora quer voltar,
Tô fazendo o que me disse, perdendo tentando me encontrar.
bebendo e me dopando, ando menos neurado,
Tentando botar fim naqueles velhos hábitos.
Se não acreditou no amor, agora vai sentir a dor,
Daquele que dava a vida pela sua e tú abandonou.
Se deixou levar pelos contos dos falador,
Que sugaram nossa paz e mataram o nosso amor.
Eu trocaria a paz do mundo pelas nossas guerras,
Trocaria dias de praia por dias embaixo das cobertas.
Seria o marido, o amante perfeito o pai do seu Hugo,
Mas tú plantou o amor e não ficou pra colher o fruto.
Se ligou na correria, o amor e um jogo não e simpatia,
Não atura covardia, no game tem choro e alegria.
Só plante se for colher, é melhor,
ou vai deixar outra colher o fruto do seu suor?
Quem dera se eu pudesse
sem pestanejar
segurar-te
despejando todos os meus sentimentos
Sei que ele bate aqui dentro
e mesmo sem ver
sinto que bate pelos corações
do mundo inteiro
Por isso ele continua batendo
porque atrelei ele ao melhor sentido da vida
nunca vi coração bater sem razão
e amar sem ter motivo
Arauto sem Nobre
Bruxo em seus próprios paranhos.
Feiticeiro medíocre de encantos bisonhos
Que ilude com a magia pobre
Das simples palavras e sonhos.
Tal qual lobo criado em matilha
Me julgavam normal pelo que parecia.
Incomodado, percebi maravilha:
Entre tantos latidos, meu uivo se ouvia.
Juram saber o que se passa comigo
Mal sabem por que não me calo
Uivo por saber mais do que digo
Uivo pois penso mais do que falo
Tento expressar minha opinião
Pedindo bastante atenção
Enquanto aos mais jovens ensino
Talvez não compreendam direito
Mesmo tratados com respeito
Alguns ladram em desatino
Um lobo não perde seus sonhos
Ouvindo a opinião de ovelhas
Dispensa conselhos risonhos
E idéias nem tanto parelhas
Mais faz um lobo calado
Do que muito cão ladrando.
Alvoroço pra todo lado
Faz o teu foco ir minguando
E em breve chegará o dia
Em que rumarei à terra fria
Atendendo ao chamado do norte
E então saberão de resto,
Que o lobo bom e honesto
Mudou sua própria sorte
Pois sou lobo e não um cão
Muito menos um grande felino
Ser domado em circo, como leão
Jamais será o meu destino
Jamais farei alguma ameaça
Sem cuidado e devido lastro
A quem ousa, procura e caça
Deixarei sempre o meu rastro.
ME IMPLORA
O seu olhar me é lindo
Pois embala meus desejos e sonhos
O seu olhar me implora pelo os doces
e suaves beijos
Confundo-me com os teus encantos
Aonde vem inchar o meu coração
descompassado do mais puro amor
Quando por eles viajo nos mais profundos
anseios de desejos
Almejo tocar o seu doce corpo
Que me é fonte infinita, cheia de amor
Inesgotável é sentir seu sabor
Que me é como um doce licor
na hora de amar
Finja-se de meu vermelho,
e viva comigo todo o azul.
Sonhe comigo lilás,
e acorde comigo doce branco.
Que nunca te esqueça rosa,
e nunca te toque forte roxo.
Que sinta comigo salmão,
e respire quente violeta.
Ande comigo turquesa,
e toque-me suave bege.
Deixe-me entrelaçar preto,
e sussurrar macio diamante.
Levar-te verde,
e amar-te transparente.
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