Um Homem para Casar
Contrato metafísico
Em um dia de cansaço,
o que quer um homem?
O fim da labuta,
dessa inglória luta
contra o absurdo.
Quando percebe
que o fim está próximo,
não raro, todo homem compreende
que não é mais hora de disputa.
A vida, essa peça curta
que engendramos com
fios de esperança vã...
Se desgasta.
Como uma roupa usada,
a alma se sente em farrapos e,
como um velho trapo,
desistimos de tudo, rasgamos
o contrato que fizemos
com a metafísica.
O Eterno Crepúsculo
Caminha o homem, sem rumo, sem lares,
Sob um céu de cinzas, em tons sepulcrais.
O vento murmura segredos dos ares,
Levando memórias, levando sinais.
As cidades jazem, ruínas vazias,
O tempo as consome, num último ardor.
Os nomes se apagam, virando poesias,
Sussurros dispersos, sem fé, sem fulgor.
A vida, um eco que morre ao ser dita,
Um breve estilhaço em meio ao vão.
O homem conhece a dor infinita
De ser luz fugaz na imensidão.
Sem pressa caminha, pois nada perdura,
Nem o tempo, nem a razão.
E no efêmero, a beleza mais pura,
O peso da morte, a redenção.
Ergue-se o sol, um astro em cansaço,
Suspenso no abismo do tempo sem fim.
O homem sorri, num último instante,
E some no vento, num verso ruim.
Não há redenção sem culpa, nem luz sem as trevas do que deixamos para trás. E o homem que nega a saudade é um cadáver ambulante; o que se rende a ela, um fantasma. Resta-nos, pois, o caminho estreito: amar o passado como se ama um morto — com devoção, mas sepultando-o. Pois só na aceitação do efêmero descobrimos que a eternidade não está no que perdemos, mas no que ainda podemos perder... e, mesmo assim, seguir.
Melhor é o homem que domina o próprio espírito do que aquele que conquista cidades, pois o trono da alma está na disciplina.
O ouro é provado pelo fogo, e o homem, pela espera. Quem ouve os Salmos aprende que até o deserto revela a glória.
"Pode tocar em tudo, menos no que faz um homem ser homem.
Nunca subestime, nunca desmereça.
Porque respeito não se implora, se impõe com postura, com silêncio e com verdade.
Dar moral não é favor, é reconhecimento.
E quem não enxerga valor, vai sentir falta quando perder."
Na cripta poeirenta, onde a luz hesita,
Sob arcos quebrados que o tempo medita,
Um homem aguarda, de alma trespassada,
A dama da noite, a espectral amada.
Não carne mortal, mas sombra e desejo,
Com asas de couro e um frio cortejo
De sussurros lascivos que o vento conduz,
Ela emerge das trevas, banhada em não-luz.
Seus olhos são poços de estrelas extintas,
Promessas de gozos e dores infindas.
A pele é alabastro tocado por gelo,
Mas queima o mortal num profano apelo.
Ele busca o toque que a vida abomina,
A garra suave que a carne combina
Com a dor extasiante, o arrepio letal,
Um beijo que rouba a centelha vital.
Entrelaçam-se os corpos em dança sombria,
O mármore frio, a febre que arrepia.
Seu hálito é enxofre e jasmim decadente,
Um vinho amargo que o embriaga e mente.
Mordidas que marcam, não só pele, mas ser,
Um pacto selado no impuro prazer.
O sangue que escorre, um rubro detalhe,
Na tela macabra onde o amor não falhe.
É um amor de abismo, de fim iminente,
Nutrido na ânsia do que é diferente.
Ele, prisioneiro do encanto infernal,
Ela, demônia achando um gozo mortal.
E quando a penumbra reclama seu vulto,
Deixando-o vazio, sozinho, inulto,
Resta a marca na alma, o frio do além,
Do amor proibido com quem não convém.
Não. Não é maldito o homem que confia no homem e sim o homem que destruiu a confiança dada por outro homem.
O Caçador por Natureza
Quão profundas riquezas que só um homem pode conquistar,
Quão profundos poderes que só um homem pode alcançar.
O homem é caçador por natureza —
por isso perde o seu valor,
pois quem dá valor é aquele que caça,
e o que caça dá valor apenas à conquista,
e nunca a outro caçador.
Mulheres e crianças. Dinheiro e poder.
A conquista que o caçador deseja.
A disputa, por si só, entre caçadores,
faz com que a conquista tenha maior valor —
como um leilão.
O real desafio não é fazer uma boa caçada e conquistar.
O real desafio é manter a conquista.
O homem que aprende a amar a mesma mulher,
e educa sabiamente as crianças,
esse é um verdadeiro vencedor.
Mas o homem que teme um forte,
já perdeu por aquilo que não teme.
Bem-aventurado o homem que se junta ao seu inimigo forte,
para juntos derrotarem os fracos.
Pois os covardes são capazes de cometer absurdos,
por não terem capacidade de caça.
Se ele não caça uma boa mulher, ele a abusa.
Se ele não caça riquezas, ele as rouba.
Enquanto homens de poder vão crescendo e caindo em disputa,
o covarde sonda.
Roubando de pouco em pouco,
sem que ninguém perceba.
Mate o covarde.
Sendo um homem comum,
Discordo normalmente de algumas ideias.
Reflito diariamente sobre Deus, sobre a existência ou não desse ser.
Vivendo em uma rotina cotidiana, vivo minha vida sem destaque ou marca.
Viajando pelo mundo, visito os mesmos lugares que todos vão.
Como sou uma boa pessoa, brigo pelos mesmos políticos que todos.
Sempre sendo pouco romântico, me apaixono pelas mesmas garotas que todos.
Para manter minha sanidade, me iludo com cada uma delas.
Contendo meus pensamentos líricos, não chego a conclusão alguma;
não me destaco. Este texto,
como uma dissertação rebuscada e complexa,
permanece como no começo: invisível perante a multidão.
Finalizo com um simples "tchau".
A energia mais poderosa do universo está adormecida dentro do homem. O segredo não está apenas em absorver, mas em vibrar com ela.
Quando o homem dominar as forças que movem o universo, não precisará mais de armas — bastará sua vontade, sua palavra e seu campo.
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