Um dia a Gente Aprende Mario Quintana
Semana passada liguei pro meu melhor amigo e convidei para um cinema. A gente não se falava desde o ano novo, quando tudo deu errado pro nosso lado. De tempos em tempos sumimos, falamos umas coisas horríveis de quem se conhece demais. Ele topou desde que fosse daqui pra frente, preguiça de conversar da briga e tal. E fomos. Cheguei antes, comprei. Ele chegou depois, comprou água. Porque eu comprei os ingressos, ele comprou também uns doces e disse que pagaria o estacionamento. Porque ele pagaria o estacionamento, eu disse que daria a carona da volta. E com meu coração tão calmo eu voltei a sentir o soninho de sofá de casa com manta que sinto ao lado dele. A gente não se beija nem nada, mas quando vai ver pegou na mão um do outro de tanto que se gosta e se cuida e se sabe. Já tivemos nossos tempos de transar e passar nervoso e aquela coisa toda de quem ama prematuramente. Mas evoluímos para esse amor que nem sei explicar. Ele me conta das meninas, eu conto dos caras. Eu acho engraçado quando ele fala “ah, enjoei, ela era meio sem assunto” e olha pra mim com saudade. Ele também ri quando eu digo “ah, ele não entendeu nada” e olho pra ele sabendo que ele também não entende, mas pelo menos não vai embora. Ou vai, mas sempre volta. Não temos ciúmes e nem posse porque somos pra sempre. Ainda que ele case, more na Bósnia, são quase dez anos. Somos pra sempre. Ele conta do filme que tá fazendo, eu do livro. Os mesmos há mil anos. Contar é sem pressa de acabar. Se ele me corta é como se a frase que eu fosse falar fosse mesmo dele. É um exibicionismo orgânico, como se meu silêncio pudesse continuar me vendendo como uma boa pessoa. São dez anos. É isso. Ele me viu de cabelo amarelo enrolado. Eu lembro dele gordinho e mais baixo. Eu já fui bem bonita numa festa só porque ele queria me fazer de namorada peituda pra provocar a ex. Minha maior tristeza é que todo novo amor que eu arrumo vem sempre com algum velho amor tão longo e bonito. E eu sofro porque com pouco tempo não consigo ser melhor que o muito tempo. E de sofrer assim e enlouquecer assim, nunca dou tempo de ser muito para esses amores porque estrago antes. Mas meu melhor amigo é meu único amor. O único que consegui. Porque ele sempre volta. E meu coração fica calmo. E ele vai comigo na pizzaria e todos meus amigos novos morrem de rir porque ele é naturalmente engraçado e gente boa e sabe todos os assuntos do mundo. E todo mundo adora meu melhor amigo. E eu amo ele. E sempre acabamos suspirando aliviados "alguém é bobo como eu, alguém tem esse humor" e mais uma vez rimos da piada que inventamos, do pai que chega pro filho e fala: sua mãe não é sua mãe, eu transei com outra". E esse é meu presente dessa fase tão terrível de gente indo embora. Quem tem que ficar, fica.
A PORTA DO LADO
Em entrevista dada pelo médico Drauzio Varella, disse ele que a gente tem um nível de exigência absurdo em relação à vida, que queremos que absolutamente tudo dê certo, e que, às vezes, por aborrecimentos mínimos, somos capazes de passar um dia inteiro de cara amarrada.
E aí ele deu um exemplo trivial, que acontece todo dia na vida da gente...
É quando um vizinho estaciona o carro muito encostado ao seu na garagem (ou pode ser na vaga do estacionamento do shopping). Em vez de simplesmente entrar pela outra porta, sair com o carro e tratar da sua vida, você bufa, pragueja, esperneia e estraga o que resta do seu dia.
Eu acho que esta história de dois carros alinhados, impedindo a
abertura da porta do motorista, é um bom exemplo do que torna a vida de
algumas pessoas melhor, e de outras, pior.
Tem gente que tem a vida muito parecida com a de seus amigos,
mas não entende por que eles parecem ser tão mais felizes.
Será que nada dá errado pra eles? Dá aos montes. Só que, para
eles, entrar pela porta do lado, uma vez ou outra, não faz a menor
diferença.
O que não falta neste mundo é gente que se acha o último
biscoito do pacote. Que "audácia" contrariá-los! São aqueles que nunca
ouviram falar em saídas de emergência: fincam o pé, compram briga
e não deixam barato.
Alguém aí falou em complexo de perseguição? Justamente.
O mundo versus eles.
Eu entro muito pela outra porta, e às vezes saio por ela também.
É incômodo, tem um freio de mão no meio do caminho, mas é um problema
solúvel. E como esse, a maioria dos nossos problemões podem ser
resolvidos assim, rapidinho. Basta um telefonema, um e-mail, um pedido
de desculpas, um deixar barato.
Eu ando deixando de graça... Pra ser sincero, vinte e quatro
horas têm sido pouco prá tudo o que eu tenho que fazer, então não vou
perder ainda mais tempo ficando mal-humorado.
Se eu procurar, vou encontrar dezenas de situações irritantes e
gente idem; pilhas de pessoas que vão atrasar meu dia. Então eu uso a
"porta do lado" e vou tratar do que é importante de fato.
Eis a chave do mistério, a fórmula da felicidade, o elixir do
bom humor, a razão por que parece que tão pouca coisa na vida dos outros
dá errado."
Quando os desacertos da vida ameaçarem o seu bom humor, não
estrague o seu dia... Use a porta do lado e mantenha a sua harmonia.
Lembre-se, o humor é contagiante - para o bem e para o mal - portanto,
sorria, e contagie todos ao seu redor com a sua alegria.
A "Porta do lado" pode ser uma boa entrada ou uma boa saída... Experimente!
Toda a gente tem um rótulo,
Toda a gente menos alguém,
Tudo me define, nada se confirma.
Muitos me conhecem, poucos me definem.
Gosto de simplicidade e coerência
Detesto falsidade e falsa paciência
Tenho saudades de confiar, sem medo de me entregar.
Disseram para do passado me libertar, para o melhor de mim mostrar
Talvez tenhas razão, mas é fácil falar.
Confiança traída, autoestima descaída.
Carência ou decadência não sei qual escolher para definir este turbilhão de emoções por um sorriso despertado ou até um olhar cruzado.
Mente confusa com esta vida que por mim não foi escolhida.
Realidade imposta a força toda sem preparação apenas com uma bilhete e uma mala na mão.
O que estava para vir eu desconhecia
O que veio eu enfrentei sem medo de agonia
O que o futuro me reservou jamais a mente pensou
Já chorei, sorri, ajudei, vivi, até já caí
Já me levantei, corri, tropecei e até lamentei.
Mas hoje estou aqui mais maduro que uma uva no outono, mais vivido do que quando tinha o meu trono, mais presente de que sou alguém consciente daquilo que me prende aqui.
Hoje penso e repenso e sei que a única forma de ser eu é respeitar aquilo q de mais simples tenho ao meu lado, as folhas caem no outono, e eu já tropecei nelas algumas vezes. O mar revolta-se com frequência e momentos há em que sou a onda q mais explode no final. O sol se põe todos os finais de tarde, mas com a certeza de que no dia seguinte nasce com ainda mais luz e brilho.
E como diria Fellini: "Não há nenhum fim. Não há nenhum começo. Há somente a paixão da vida."
Quando a gente gosta, a gente começa emprestando um livro, depois um casaco, um guarda-chuva, até que somos mais emprestados do que devolvidos. Gostar é não devolver, é se endividar de lembranças.
– A vida, senhor Visconde, é um pisca-pisca. A gente nasce, isto é, começa a piscar. Quem pára de piscar chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos – viver é isso. É um dorme e acorda, dorme e acorda, até que dorme e não acorda mais [...]
A vida das gentes neste mundo, senhor Sabugo, é isso. Um rosário de piscados. Cada pisco é um dia. Pisca e mama, pisca e brinca, pisca e estuda, pisca e ama, pisca e cria filhos, pisca e geme os reumatismos, e por fim pisca pela última vez e morre.
– E depois que morre?, perguntou o Visconde.
– Depois que morre, vira hipótese. É ou não é?
Mas eu não estava seguro. Lembrava-me da raposa. A gente corre risco de chorar um pouco quando se deixa cativar...
Gosto de ser gente porque, inacabado, sei que sou um ser condicionado mas, consciente do inacabamento, sei que posso ir mais além dele. Esta é a diferença profunda entre o ser condicionado e o ser determinado.
A gente se apertou um contra o outro. A gente queria ficar apertado assim porque nos completávamos desse jeito, o corpo de um sendo a metade perdida do corpo do outro.
A ingratidão é um certificado que damos a nós mesmo de que não temos nada de bom dentro da gente para dar ao próximo, nem mesmo somos capaz de reconhecer o bem que nos fizeram!
Não é não. E não adianta você querer que ele vire um sim. Ah, eu gosto tanto dele, a gente tinha tudo para ser feliz, por que as coisas não saíram como eu planejei? Mulher tem a triste mania de fazer listinhas mentais. Daí quando algo foge do combinado (entre você e você mesma) vira o fim do mundo. Acontece que nem tudo depende da gente. E essa é a grande porcaria. (…) Você pode ter as mais diversas reações. Você pode chorar, espernear, tentar se matar. Nada disso adianta. Ele não quer nada com você. E não adianta você querer que ele queira algo com você.
O amor é um sentimento tão delicado que, às vezes, a gente se satisfaz apenas com a ilusão de que ele existe.
Um vazio, uma falta.
É algo apertando dentro da gente.
Mesmo na saudade, pessoas especiais nunca são ausentes.
Quando se ama de verdade, fica no coração eternamente.
Penso que chega um momento na vida da gente, em que o único dever é lutar ferozmente por introduzir, no tempo de cada dia, o máximo de "eternidade".
Se cada um cuidasse da sua própria vida como cuida da dos outros, o mundo teria bem menos gente frustrada, fracassada e mal-amada, pois estas só são assim porque acham a vida alheia mais interessante que a sua.
A beleza é passageira, mas feiúra é um bem que a gente tem pra vida inteira.
Você sabe o que significa um balde de água fria? Eu sei. É mais ou menos quando a gente tem uma coisa bem quente no peito, nas mãos ou na cabeça. Um sonho, talvez. Muitos deles, quem sabe. E você dá Farinha Láctea Nestlé para todos eles, que vão crescendo fortes e sadios e, de repente, não mais que de repente, tudo muda. Aquilo que era quente recebe água gelada. Choque térmico. Em outras palavras, ou melhor, em outras metáforas: o amor (sempre ele) está saudável, com as vacinas em dia, tomando vitaminas e praticando exercícios físicos, ou seja, (em tese) nenhuma grave doença irá pegá-lo de surpresa, afinal, ele não bebe nem fuma, cuida a alimentação e ainda por cima se exercita. Pois um dia, atravessando a rua, o amor é atropelado por um caminhão gigante, que passou no sinal vermelho em alta velocidade, com raiva, ódio, feroz. O amor perde o equilíbrio, o controle, capota várias vezes, se machuca, bate a cabeça, desmaia. Transeuntes chamam ajuda. Ambulância, maca, oxigênio, respiração boca a boca. Uéin, uéin, uéin *barulho da ambulância*. Levam o amor direto para a UTI. E lá ele fica, inconsciente, imóvel, sem receber visitas, tomando morfina na veia: porque tem muita coisa que dói (demais).
Enquanto estou viva e
Cheia de graça,
Talvez ainda faça
Um monte de gente feliz!
A gente implora a Deus para que nos ajude a esquecer um amor quando na verdade não é esquecer que precisamos: é lembrar corretamente.
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