Um dia a Gente Aprende Mario Quintana

De cada um, de acordo com suas habilidades; a cada um, de acordo com suas necessidades.

Convém ao poeta ter amores impossíveis,
porque se ele consegue viver estes amores
ao menos por um momento,
ele terá grande felicidade,
mas se não conseguir vivê-los,
escreverá belas poesias.

Vamos fazer um poema
ou qualquer outra besteira.
Fitar por exemplo uma estrela
por muito tempo, muito tempo
e dar um suspiro fundo
ou qualquer outra besteira.

Preciso mentir um pouco para que o ritmo aconteça e eu própria entenda o discurso.

Quando um grupo de mulheres começam a rir sem parar é sinal que alguma orelha está queimando.

Cada porta, uma escolha. Muitas vão se abrir para um nada ou para algum absurdo. Outras, para um jardim de promessas. Alguma, para a noite além da cerca. Hora de tirar os disfarces, aposentar as máscaras e reavaliar: reavaliar-se.

Oh, baby, não chore
Foi apenas um corte
A vida é bem mais perigosa do que a morte

Às vezes é preciso dar um passo para trás, para dar dois para a frente.

A sorte afeta tudo. Deixe o seu anzol sempre lançado. No riacho onde menos esperar, haverá um peixe.

A paciência é uma maldição de família. Há sempre um coringa que não se deixa iludir. Quem quer entender o destino, tem de sobreviver a ele.

Um homem que não seja um socialista aos 20 anos não tem coração. Um homem que ainda seja um socialista aos 40 não tem cabeça.

A mente humana é como o pêndulo de um relógio que flutua entre a razão e a emoção. Nossa capacidade de tolerar, solidarizar-nos, doar-nos, divertir, criar, intuir, sonhar é uma das maravilhas que surgem desse complexo movimento. O amor é seu melhor fruto. Cuidado com os desvios desse pêndulo.

Se raciocinar fosse como carregar pesos, então vários raciocinadores seriam melhor do que um. Mas raciocinar não é como carregar pesos. É como uma corrida... Onde um único cavalo galopante supera facilmente uma centena de cavalos puxando carroças.

Um beijo imenso, onde eu possa me afogar

Era homem como os outros; outros Aquiles andam por aí que são da cabeça aos pés um imenso calcanhar.

É ainda possível chorar sobre as páginas de um livro, mas não se pode derramar lágrimas sobre um disco rígido.

Ainda que a terra e todas as criaturas inferiores pertençam em comum a todos os homens, cada um guarda a propriedade de sua própria pessoa; sobre esta ninguém tem qualquer direito, exceto ela.

Alguma coisa no amor sem egoísmo e abnegado de um animal atinge a alma dos que já experimentaram o erro, a fragilidade, a fidelidade de afeição do simples homem.

O drama de uma vida sempre pode ser explicado pela metáfora do peso. Dizemos que temos um fardo nos ombros. Carregamos esse fardo, que suportamos ou não, lutamos com ele, perdemos ou ganhamos. O que precisamente aconteceu com Sabina? Nada. Deixara um homem porque quisera deixá-lo. Ele a perseguira depois disso? Quisera se vingar? Não. Seu drama não era o drama do peso, mas da leveza. O que se abatera sobre ela não era um fardo, mas a insustentável leveza do ser.

A única diferença entre um tigre e um ser humano é que o primeiro mata e estraçalha por fome e instinto, enquanto que o segundo mata por parágrafos.