Tristeza Pablo Neruda
Palavras ditas e não pensadas, são mordidas dadas em maçãs bichadas. Sujam os lábios e desagradam quem é contemplado
Tua lembrança é a mordaça que cala os gritos da minha saudade devaneada de solidões abstratas.
Teu sorrir é fênix que renasce o fogo em mim.
ESTRANHO
É estranho, que depois do sono.
Vem o sonho, que desperta meu olhar, escuro.
Deitado na trincheira ou acuado atrás do muro.
Murmuro num som rouco, quase mudo.
E permaneço inerte, até o sol invadir meu mundo.
Imundo, caminho entre tristezas, entre lagrimas, entre cores e dores.
Alegrias, alegorias que derrubam meus olhos, na submissão ao concreto.
Que piso que me cerca que me atropela, na contramão do que dizem ser o certo.
Me arrasto entre Deuses e crenças, mas na superstição do desconhecido, peço sua benção.
No sol que se despede, sacio a minha fome, e logo assim como o brilho do dia ela some.
Arrasto-me de volta ao esconderijo, onde uma alma quase penada se sente aprisionada.
Uma vida perdida, um ser aflito, que perde o controle, mas engole seu grito.
E para as curvas cegas da escuridão, agora dirijo...
Sintomas
Ando meio chateada com tudo e com todos
Não acho meu lugar
Me sinto numa selva do lute pelo seu
Queria caminhar, queria sorrir, queria ser leve
Mas eu me sinto triste, perdida e sem rumo
Ouço músicas e sinto dor
Vejo pessoas e quero fugir
O cheiro de perfumes me faz ir pra longe
Eu busco o sabor das primaveras
As flores da manhã
O calor do café
A delícia do sorrir
E eu nada encontro
Fica um vazio em mim
Me sinto ausente de mim mesma
Não sei onde me achar
Não sei onde me procurar
Queria poder voar
Me permitir viajar no meu mundo
Queria tirar essa dor que me acomete
Essa angústia lasciva que me degenera
Essa prisão que me orbita
Eu crio meus demônios
Eles impedem minhas percepções
Eu projeto uma realidade inventada
Eu não sei mais o que é real
Eu estou sempre nos meus sonhos
E meu pião nunca para de rodar
Tudo que eu vejo é fantasia
Não há amor
Não há sabor
Não há euforia
Qual o sentido de existir?
Por que eu não consigo mais sorrir?
Vou continuar a ser um faquir?
Eu vejo o tempo na cara das pessoas
E como o tic-tac dos relógios
Ele persiste em fazer tudo agonizar
Ele sempre me cobra
E eu só consigo reparar
Me sinto agora, como uma neptunia plena ao anoitecer
Fico esperando cada manhã
Cada gota de orvalho secar
Cada sol nascer
Buscando incessantemente, algum calor que lubrifique
Se um dia eu me calar diante das dificuldades peço-lhes que orem por mim, pois quando isto acontecer a minha alma não mais estará presente.
TÃO TRISTE É VIAMÃO
Cidade rica,
desvalorizada,
tão triste é Viamão.
Triste cidade sem atração,
sem governação,
e população.
Tão triste é Viamão
que não disponibiliza trabalho,
muito menos atração.
E o povo reclama da cidade,
pobre cidade,
não tem culpa do ser que a governa.
Ou Brinca? Engana?
Pobre cidade mal julgada.
Tão triste é Viamão,
que leva culpa por tudo que o ser humano faz,
ou deixa de fazer...
Ao não compartilhar nossas dores com quem amamos, por achar que não precisam de papo chato, acabamos por deixar mais triste quem realmente nos ama. Até nessas horas nos mostramos egoístas... Ferimos o amor na intenção de protegê-lo...
Estou ficando velha. Me sinto tão fora de época.
Sou jovem de idade, mas tão castigada pelo tempo na alma.
Sou ranzinza com crianças, meus valores são corretos até demais pros tempos atuais. Os papos da galera não me interessam o bastante, por isso às vezes falo sozinha e logo perguntam se estou ficando louca. Sim, eu digo, estou gagá.
Como não ficar depois de se ter vivido tão pouco e já ter tristeza na alma que equivalem a três vidas…
Sinto uma dor forte de não ter meu amor, os anjos o levaram, e só ganhei desamor; choro por ti, vejo todas as almas ao céu subir, eu aqui na terra a infligir, pois meu apego foi sucumbir.
Se sofrimento é passageiro, divindade me dê a paz e me leve por inteiro, sou corrosivo com o tempo, ando ao vento por este sentimento, sem o meu amor eu caminho ao relento.
Da morte tenebrosa quero virar uma estrela, ir ao teu encontro e degenerar toda tristeza, voando ao céu segurando tua mão, e depois de um beijo você arrebataria a minha escuridão.
"As fraquezas paralisam-nos,
porque ao contrário
de as domarmos e contornarmos,
ultrapassando-as por completo,
deixamo-nos tomar por elas."
A vezes paro.
Começo a rir.
Que grande palhaçada.
Que vida desarrumada.
Me dá o meu nariz de palhaço?
Quando sua alma se sentir angustiada, repouse no colo de Deus e seja acariciado pelo Espírito Santo. Medite no som do coração de Deus e na tranquilidade de sua respiração.
