Tristeza Pablo Neruda
Lembranças
Todos os dias eu me recordo
Das coisas que não estão mais aqui
A tristeza é tão natural quanto à alegria
Ao lembrar dos muitos tesouros que perdi
E assim como o cavalo dos mares
Que não aceita jamais substituir seu par
Também sou eu e minha saudade
Minha cicatriz eterna, sempre a me judiar...
Quando a tristeza bater em sua porta, abra um belo sorriso e diga: desculpa, mas hoje a felicidade chegou primeiro!
A amizade melhora a felicidade e diminui a tristeza, porque através do amigo, duplicam-se as alegrias e se dividem os problemas.
"Quando quiser algo lute pois antes a tristeza de não ter vencido do que a vergonha de não ter lutado!"
Anda em mim, soturnamente,
uma tristeza ociosa,
sem objetivo, latente,
vaga, indecisa, medrosa.
Como ave torva e sem rumo,
ondula, vagueia, oscila
e sobe em nuvens de fumo
e na minh’alma se asila.
Uma tristeza que eu, mudo,
fico nela meditando
e meditando, por tudo
e em toda a parte sonhando.
Tristeza de não sei donde,
de não sei quando nem como…
flor mortal, que dentro esconde
sementes de um mago pomo.
Dessas tristezas incertas,
esparsas, indefinidas…
como almas vagas, desertas
no rumo eterno das vidas.
Tristeza sem causa forte,
diversa de outras tristezas,
nem da vida nem da morte
gerada nas correntezas…
Tristeza de outros espaços,
de outros céus, de outras esferas,
de outros límpidos abraços,
de outras castas primaveras.
Dessas tristezas que vagam
com volúpias tão sombrias
que as nossas almas alagam
de estranhas melancolias.
Dessas tristezas sem fundo,
sem origens prolongadas,
sem saudades deste mundo,
sem noites, sem alvoradas.
Que principiam no sonho
e acabam na Realidade,
através do mar tristonho
desta absurda Imensidade.
Certa tristeza indizível,
abstrata, como se fosse
a grande alma do Sensível
magoada, mística, doce.
Ah! tristeza imponderável,
abismo, mistério, aflito,
torturante, formidável…
ah! tristeza do Infinito!
Apague com o sorriso a tristeza que existe no teu rosto.
Assim não darás a quem te ama a tristeza de te ver chorar.
E assim darás a quem te ama a alegria de te ver sorrir.
A Morte
Oh! que doce tristeza e que ternura
No olhar ansioso, aflito dos que morrem…
De que âncoras profundas se socorrem
Os que penetram nessa noite escura!
Da vida aos frios véus da sepultura
Vagos momentos trêmulos decorrem…
E dos olhos as lágrimas escorrem
Como faróis da humana Desventura.
Descem então aos golfos congelados
Os que na terra vagam suspirando,
Com os velhos corações tantalizados.
Tudo negro e sinistro vai rolando
Báratro abaixo, aos ecos soluçados
Do vendaval da Morte ondeando, uivando…
SONETO TÚBIDO
O que fazer desta melancolia primitiva
que adentrou minh'alma vorazmente
haurindo o prazer num ato contundente
como se fosse uma serpente viva?
Como sustar deste "ser" frente a frente
que me alicia e do meu eu não esquiva
me oprimindo numa redoma passiva
invadindo meu sentimento de repente?
Busco por outras alternativas à deriva
me afastando pra além da má mente
e nada, só amargo me vem na saliva...
E como se fosse parte de mim, ciente
ousa induzir que esta minha negativa
é túrbida, e que na fé sou pendente!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
agosto, 2016
Cerrado goiano
A literatura consegue iluminar as áreas mais obscuras de nosso cérebro, como também tocar as áreas mais densas de nossa derme, e é por esse favor racional que podemos substituir um humano por um livro.
Foi um prazer te conhecer.
E cada minuto que passa,
vou gostando mais de você.
E como não gostar de alguém que só me faz bem?
Queria ter conhecido primeiro os seus defeitos.
Se é que você tem.
Viu só o que você fez?
Mas como não gostar de alguém que só me faz bem?
E agora você me ajuda?
Quero sentir o perfume que só você tem,
parece loucura.
É que nunca tinha sentido isso por mais ninguém.
Te quero não nego.
Primeiro amiga,
agora e sempre.
Amor da minha vida.
Há sempre um desconsolo silente, originado de um trauma, que nossas ações sinalizam pedindo socorro.
Terá dias em que você vai cair e machucar-se, confrontará suas piores angústias. O tempo vago entre o acordar e dormir será bastante conflituoso, cansativo, porém, irá brigar para permanecer firme, porque imagina que de outra maneira será fraco, mesmo sabendo que está se guiando abaixo da média esperada e provavelmente algumas pessoas já perceberam. Ocorrerão dias em que vai deitar a cabeça no travesseiro e imaginar como seria a outra versão de suas escolhas. Quando tudo isso falar bem alto dentro de você, quero apenas que feche os olhos e se perdoe, mesmo ainda não entendo o porquê. Nossos fantasmas não se alimentam da nossa culpa, mas da nossa fragilidade em não se perdoar.
E ENTÃO…
Então me vi sem norte
Sem porte
Sem porto
Ambíguo e quase menos vivo
Então ouvi seus olhos
Cheirei tua boca
Afaguei teu sorriso
Beijei sua nuvem
Então sorri teu pranto
Uma vida chegando
Duas estrelas, um ventre
Fecundo e tenaz
Então cataclismas - breve torpor de nossas almas.
Então movimentos
Circulares
Círculos de Plotino
Círculos de Hipátia
Círculos de Dante
Universo ensimesmado
Infindáveis questionamentos...
Não caíste em desmantelo
Naquele ano do nosso senhor - tempo
Que o vento não levou e brisa sorridente
Nos gracious com choros enfantes sem dentes
Então chorei teu sorriso
Reguei seu jardim
Então a luz chegou
Poderosa e ofuscante
Então sorrimos o choro...
💡 Mudanças reais começam com uma boa ideia — repetida com consistência.
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