Pablo Mello
Terna amiga Solidão,
tu que se faz tão presente em momentos de ausências,
que és tão verdadeira em falsas verdades, que se expressa tão bem mesmo não falando nada,
companhia inexistente que afaga o improvável.
Boa noite velha amiga de todas às horas!
Tenho medo da noite, a escuridão deixa tão clara minhas imperfeições, o silêncio grita alto meus defeitos, todas as noites sou acusado, defendido e julgado por mim mesmo, minha sentença e punição é viver noite após noite consciente dos meus pecados.
A vida é um oceano de vaidades, e você um barco a vela sem quilha quando se deixa levar pelo padrão do mundo.
Por muito me sinto como o palhaço em sua arte circense, pinto o rosto, faço uma cara engraçada, faço rir e até arranco gargalhadas e aplausos da plateia... Enquanto por dentro sou triste e choro!