Tiro no Escuro
Quantas vezes me peguei no escuro desse quarto revendo nossas fotos, vasculhando suas redes sociais, ouvindo aquelas músicas que a gente adorava dividir o fone de ouvido para ouvir junto, e quantas vezes cantávamos bem alto de felicidade sem pensar em nada. Quantas vezes vi meus olhos se encher em lágrimas e sorrisos vazios lembrando dos teus frios, amargos. Quantas vezes eu precisei do teu abraço aquele caloroso que cê me dava e uma chuva de beijinhos que meu coração se deliciava a cada toque.
Quantas vezes senti falta daquele cheirinho o teu peculiar, que até hoje saberia definir que é você, e naqueles ajeitado de sobrancelha que adorava arrumar quando estava despenteada e que você adorava bagunçar. Quantas vezes... É muitas vezes!
UM SALTO NO ESCURO
(Sobre as recentes descobertas de mortos não descobertos.
Publicado no Recanto das Letras, em 05/12/2013)
Mãos para trás,
pulsos apertados em algemas de gesso.
Frio estomacal,
qual paraquedista neófito.
. . .
Impelido sem oferecer resistência,
flutuei no ar.
Torturante giro no escurejar das trevas.
. . .
Enfim, sós !
Eu, em descenso na vertical,
e o meu algoz,
que seguiu planeando na horizontal.
Formaram uma cruz nossas coordenadas.
. . .
Ninguém escutou meu derradeiro grito,
disperso no silêncio do infinito:
. . .“Independência ou Morte ! . . .”
. . .
Morte?
Indolência. . . Languidez. . . Talvez ! . . .
Corpo e alma na última descida da vida.
. . .
Foi o meu pensar
no ligeiro instante
antes
do mergulhar profundo
num ondeado e gélido mar bravio.
. . .
A escuridão das águas,
a mesma do noturno céu nublado,
a mesma dos pensares militares,
subordinados.
. . .
Imaginei-me sobrenadando
em lágrimas derramadas
de tantas mães e irmãos
em esperas vãs.
. . .
Por certo,
meu corpo leve, a uma peso atado,
não ousou vaguear
nas vagas do revoltoso mar.
. . .
Fato consumado
? ! . . .
Virei marisco,
que ainda agoniza
entre ideológicas forças antagônicas.
Cai em buraco
Era tão fundo
Que nem cavaco
Dava conta de puxar
E lá era escuro
Mas tão escuro
Que por mais maduro
Não conseguia enxergar
Minhas roupas rasgadas
Meu corpo surrado
Mostrava mesmo
Que era fundo o danado
Nada cooperava para a saída
Nada gelava minha investida
Que quente ficou
Quando o desequilíbrio fincou
Debati daqui
Debati dali
E fui amolecendo meu couro
Que me falaram vale ouro
E não abra mão
Mas eu coração de peão
Força de leão
Subi num cavalo alto
Me vesti de virtudes
Não me enamorei de vissitudes
Olhei horizonte afora
E a bondade de quem me namora
De longe a olhar minha vida
Não me dou audácia de meter
Falou calmamente
Estarei aqui quando você entender
Que o direito é direito
E não faz sofrer
Que o buraco fundo
Te faz tecer
Grandes correntes te amor
Grandes colchas de ternura
Enormes rotas para fugas de amarguras
E a gente vai e volta
Volta e vai
Até que com puxão continuo
Saímos da deflagração com mimo
E fortaleza de farol
Enxergando tudo de longe
Sem prejudicar
Sem se abalar
Sem vangloriar
E segue estrada
A certa não a errada
E vai na certeza que quem ama cuida
Nada esconde
Não arrepende
Não mente
Como demente a simular
Que o amor não gera tristezas
Gera a nobreza
A gentileza de entender o acabar
A ternura do formar
E a alegria do compartilhar
24/01/18
Vento suave e frio que me embala, relento.
Esse escuro céu do momento, nubla-me,
traz-me ao que recordo seu alento...
Invade em mim uma nostalgia,
arregalo os olhos, olhos sem euforia
Vejo um passado que voou cinzento,
voou nas asas desse tempo.
Pra nunca mais voltar,
o que já foi por vir enganchou-se
lá em meus pensamentos, em papéis.
Pra ficar, alojou-se lá.
Vento que me embala, com suavidade,
faz em meu sangue
Pulsar saudade.
A última lágrima.
Escuro e frio
Vazio sem refil
Nem sequer pegou minha mão
E foi embora
Levou minh'alma
E atirou-a em noites de estrelas sem fim
Vadiando pelos caminhos errados
Onde tudo
Tudo vira nada!
Eu era
E não sou mais
Aquilo que era antes
Se arrepende
Ajoelha e chora
Espera
Agora demora
Oh Sol me trouxe aurora
Em seus raios me aqueceu
A última lágrima e vou voar
Minh'alma reencontrar.
sol
dia escuro
branca maçã
capús do turco
nevoa do raio, alma
quão ofegante, estrela
espedaçado no chão, gelo
disparado, bombeia, abraço
verde musgo
asfalto
caramujo
poeira... esfumaçado
fujo
fico
fico
fujo
chão sujo
em toda parte
fora da arte
a alma aparte
água corrente
vento valente
na pedra parte
es...carniçado no fogo ardente
homem de fé
senhor sem pé
vive na água
dorme com mágoa
anda e desanda
agua e desagua
ama e desama
aponta a arma
Quarto escuro mas com o tempo eu já consigo enxergar.
Dia e noite nesse quarto a pensa...
E aqui a casa agora tem espaço de sobra,foram todos embora,eu ? eu fiquei eu sempre fico.
Junho a julho frio e contante mas passa porque tudo nessa vida passa...mas quando fizer um cafe vou lembra de você e já vai bate aquela incerteza se foi certo deixaste parti ...sem mim.
Contentamento sinto com o melro seguro na laranjeira! Mesmo no escuro não tenho medo de perdê-lo, pois meus olhos veem lume na flor que ele ousa pousar.
Tudo parece tão incerto, escuro e frio. Em volta apenas a dúvida como companheira. Tento lutar, porém quanto mais forte eu tento ficar, mais minhas forças se acabam. Respirar já não é mais tão fácil, pois a dor que há no meu peito é maior.
E aquela esperança entrelaça o meu medo. Ah, aquela esperança!
Onde está? Só vejo medo, insegurança e escuridão! Tudo parece não ter fim.
Mas o brilho dos teus olhos me trazem
de volta, eles me mostram que ainda é possível. Sim, é possível!
Teu amor me abraça num toque, me faz sentir novamente segura...Me abraça mais forte, por favor! Me deixa ficar aqui quietinha por mais alguns segundos;
Esse calor que me envolve, me transforma e me traz de volta à vida!
Só o brilho dos teus olhos que eu preciso, só aquele brilho que me traz paz, aquele brilho que me resgata de mim mesma.
Apenas o brilho de um amor sincero, onde nada e ninguém pode separar. Apenas eu e você pra sempre, num sempre sem fim...
A MORTE
A morte flagela-me
Fecho-me num quarto escuro
Dentro de um verso
Que eu tentava escrever
Palavras transpiradas de mim
Dentro de um poema inacabado
Rasgo-me o peito de dor
Para não o escrever
Letras que tentam fugir da morte
Entre os dissabores do meu corpo
Tento não enlouquecer
Nas vogais que me enlouquecem
Na insana sina esta a minha
Saboreio sem força esta insanidade
Perfeita ou imperfeita dum poeta
A morte fecho-me num maldito quarto
Sem portas, janelas ou luz alguma
Sem conseguir escrever coisa alguma.
Tenho medo do escuro
Nele abita um ser prematuro
Completamente inseguro
Que só sabe se esconder ,
Vem chegando o anoitecer
Ele vem me aborrecer
Pensamento absurdo , te esconjuro
Não venha mais me enlouquecer
Vou tentando adormecer
E você vem acender
Essa vontade de morrer
Ela é como um raio de sol que vem até mim e reflete luz que alvorece meu mundo , faz o escuro de minha mente sumir, traz vida , como uma Deusa ela me hipnotiza , me enamoro outra vez .
"Estou em um labirinto escuro sem nenhuma luz, quando me dou conta já estou completamente perdida. Pra piorar começa a chover, não é apenas uma chuvinha que dá pra dormir com ela, é uma terrível tempestade, sim aquelas tempestades que dão medo, que a única coisa que você quer é um abraço quente que possa te tirar daquele frio... Então chego a uma conclusão de que preciso apenas de uma pessoa, uma que possa me dar a mão e me tirar desse terrível labirinto que eu mesma criei."
Certa vez eu caminhei no submundo, onde tudo era escuro e inóspito.
Não conseguia enxergar quase nada ao meu redor, foi quando ouvir barulhos perto de mim.
Conseguir de relance enxergar algo se mexendo.
Eram girassóis se movimentando em busca da luz, uma luz que estava tão distante que nem eu mesmo havia percebido que ela existia.
Justamente no momento que eu iria desistir de tudo, percebi que a jornada seria mais longa e resolvi seguir os girassóis, resolvi seguir a lição que aquelas flores tentavam me dizer, que mesmo quando o sol estiver distante, não podemos desistir.
A vida é antônimo de morte, a morte é o escuro, sono profundo, a Vida é o despertar.
É motivo para ter bom dia! É a alegria, é acreditar.
Não vá à procura de garotos no escuro
Eles vão te dizer coisas bonitas e depois
vão deixar você com cicatrizes.
Vá à procura de garotos no parque
Pois é aí que estão os verdadeiros cavalheiros.