Thomas Mann

Velhice é passado que se tornou presente, é passado apenas recoberto de presente.

O típico nos deixa frios; apenas o que reputamos individual abala-nos violentamente.

Os fenômenos mais interessantes da vida têm provavelmente sempre esse aspecto duplo de passado e futuro; talvez sejam sempre progressivos e regressivos ao mesmo tempo. Revelam a ambiguidade da própria vida.

Só o amor, e não a razão, é mais forte do que a morte.

Ordem e simplificação são os primeiros passos para o domínio de qualquer coisa

...perigo de crer que Deus desejasse que o Mal acontecesse, Deus não queria isso, nem tampouco que o Mal não fosse praticado, porém sem querer ou não querer, autorizava a realização do Mal, o que, na verdade, contribua para a perfeição do mundo. Não passaria, no entanto, de aberração asseverar que Deus admitia o Mal em prol do Bem.

Talvez se resumam nisso a própria juventude, a espontaneidade, a coragem e a profundeza da vida pessoal, a vontade e a faculdade de experimentar e viver com plena vitalidade a parte natural do ser.

O mais extremo fervor dedica-se ao que é totalmente suspeito.

Uma inverdade suscetível de intensificar as energias equivale a qualquer verdade esterilmente virtuosa.

O passado seria tolerável tão-somente para quem se sentir superior a ele, ao invés de ter de admirá-lo estupidamente, sob a noção da importância atual.

As coisas, os acontecimentos, a felicidade, o amor e o sofrimento restariam frustados, se se conservassem mudos e a gente se limitasse a saboreá-los e experimentá-los.

Longa é a viagem rumo a si próprio, inesperada é a sua descoberta.

Schopenhauer, psicólogo da vontade, é o pai de toda a psicologia moderna, dele se vai, pelo radicalismo psicológico de Nietzsche, em linha reta a Freud, assim como àqueles que concluíram sua psicologia do inconsciente e a aplicaram às ciências do espírito.

Não existe nada mais estranho e espinhoso do que a relação entre pessoas que só se conhecem de vista - que diariamente, mesmo hora a hora, se encontram, se observam e que têm assim de manter, sem cumprimenros e sem palavras, a aparência de desconhecimento indiferente, devido ao rigor dos costumes ou a caprichos pessoais. Entre elas existe inquietação e curiosidade exacerbada, a histeria da necessidade insatisfeita, anormalmente recalcada, de conhecimento e comunicação e sobretudo também uma forma de consideração tensa. Pois o ser humano ama e respeita o outro ser humano enquanto não está em posição de o julgar e o desejo é produto de um conhecimento insuficiente.

O amor é, sem dúvida alguma, uma espécie de nobre seletividade na esfera do sexo.

Thomas Mann disse uma vez; "só o Amor, e não a razão, é mais forte do que a morte". Acrescento ainda mais, de modo que Ele ressuscitou no terceiro dia.

⁠A tolerância é um crime quando o que se tolera é a maldade.

Muitas vezes penso no dia em que vi o mar pela primeira vez. O mar é grande, é vasto, meu olhar percorreu a sua imensidão e ansiou por liberdade: mas lá adiante ficava o horizonte. Por que tenho horizonte? Esperei que a vida me desse o infinito.

Que quanto mais orgulhosa seja a espiritualidade, tanto mais diretamente se confrontará com a animalidade, com o impulso desnudo em todos os níveis e tanto maior será o perigo de ser indignamente consumida por esta

Se o seu coração está cheio, se se sente demasiadamente emocionado com um acontecimento doce e elevado, nada mais simples! Vá a um literato e tudo será resolvido no menor espaço de tempo. Ele analisará e formulará o seu assunto, dar-lhe-á um nome, expressá-lo-á e fará com que lhe diga algo.