Textos Tristes
Ditos e feitos
Coloco
Tiro
Penso
Digo
Ando
Caio
Dou mais do que posso
Para quê?
Faço
Mas não recebo
Digo
Não me ouvem
Não me ouvem
Me escutem
Por favor
Me escutem
Romanos, amigos, compatriotas
Me escutem
Eu não brinco
Eu não finjo
Eu não existo
Mas eu sou
Eu digo, eu tenho opinião
Eu choro, eu morri
Meus olhos derretem
Minha boca salga
Meu rosto é correnteza
Meu nariz não uso
Eu não brinco
Eu não finjo
Eu sou o que faço
Eu sou abandonado
Tantas vitrines mas poucos exemplos!
É preciso muita maquiagem
pra esconder uma alma machucada.
Por fora rostos intactos prontos para uma moldura,
mas por dentro um coração abatido e cheio de rachaduras.
Flores bonitas também podem ter o caule arrancado.
Palavras são como venenos e matam.
Infelicidade ainda consome a vida.
É melhor tratar por dentro
porque a beleza, quando só externa,
ainda se revela vazia.
Poema
E era tudo
Era a carne
Era a pele e era o toque
Era o cheiro e o gosto
Era a paixão e o cuidado
E era tudo
Era tudo, mas não era a alma
E sem a alma, a carne apodreceu
A pele enrijeceu
O cheiro perdeu o odor
E o gosto o tal sabor
A paixão ficou sem palpitação
E o cuidado perdeu o afago
Porque era tudo, mas não era amor.
Girassol
Boa noite, sei que não deseja me ver
Não se irrite, já estou indo embora
Mas, antes que eu desapareça, queria te dizer
Que o meu coração por ti chora
Sei que você não irá me atender
Já estou indo, chegou minha hora
Mas, antes que eu saia de perto da sua porta,
Poderia apenas prometer que irá ler?
Por favor, só peço alguns segundos
Não te ofereço o mundo, pois ele está de luto
Coitado, perdera seu sol, perdera seu tudo
Por favor, leia esta carta, de um menino sujo
Que tocou sua campainha sem nem pensar no futuro
Prometo que não irei mais incomodá-la, girassol
Prometo, ao fim destas palavras, que ficarei só.
Fui tolo, confesso, cobicei uma presença real
Fui bobo, sonhei que seríamos um casal
Deixei minhas desilusões carinhosas me levarem
E, cá estou, chorando sem conseguir aguentar,
A falta que me faz te olhar, te ver gargalhar
Gostaria tanto de poder vê-la suplicar,
"Só mais um abraço, amor, venha cá"
Gostaria tanto de te abraçar, dizer te amar
Me perdoe se eu mudei, me perdoe
Deixo aqui, com várias dores, meu adeus
Eu te amei, ele sabe tanto quanto eu
Eu te amei, girassol, e agora,
O campo não mais floresce, apodreceu.
Póstumas ruínas de mim mesmo
Outrora senti-me bem,
agora não há conforto,
Emerge uma Ágora dentro de mim,
Uma reunião conflitante,
Caótica
Confusa e anárquica,
Onde o único lesado sou eu.
Ao olhar para trás,
Sinto-me amordaçado,
Sensação de impotência,
Uma corda em meu pescoço?
Ah, não, é apenas a angústia corroendo-me lenta e sadicamente
Enquanto submerjo em prantos falhos que de nada valherá,
Cada segundo me vejo mais distante de mim ou de quem já fui,
perdoe-me pela lamúria
Eu precisava disso
Hoje vou contar como me sinto. Em meio a tantos caminhos, acabo me encontrando em um grande labirinto. Cheio de entradas, que parecem ser árduas e cheias de espinhos.
Mas eu não desisto, porque sei que por mais que aparentemente eu não ache a saída, eu vou encontrar, mesmo que seja sozinha.
Olho para tudo que vivemos em tão pouco tempo, e parece que foram anos encurtados em apenas alguns momentos. Choro toda vez que eu lembro, que ao invés de darmos seguimento, paramos em meio ao tempo.
Foram 3 meses intensos, que eu nunca irei esquecer. Foram palavras bonitas e um amor incondicional que dei a você. Sinto que poderia dar mais, porém, o medo me fez recuar.
Medo de um dia te perder. Medo de um dia você me esquecer. E o que eu temia aconteceu... Não demos certo e você me esqueceu.
Relacionamentos nem sempre são fácies, e eu acho que acabamos por complicar ainda mais.
Hoje aprendo a te esquecer, não está fácil. Mas eu sei que tudo vai se resolver.
Setembro Amarelo....
Precisa -se de gente boa!
Gente que resgata a gente.
Gente que tira do chão.
Que emana boas energias pro seu coração.
Gente que te quer bem!
Que quer te ver seguindo além,
além dos seus medos e desânimos.
Te ver subindo no palco da vida,
e ver você se valorizar.
ver o seu sorriso brotar
e a felicidade transbordar.
Precisa de gente boa!
Gente que não critica,
nem aponta os defeitos,
Mas que se coloca no lugar
e quando precisar
está pronto pra ajudar.
Precisa de gente boa!
Que quer que você fique bem,
que te apoia sem criticar,
que sobe seu astral,
e não te leva a mal.
Essa gente que precisamos.
Para uma corrente fazer,
para ninguém sofrer
e sim fortalecer.
Para assim na vida renascer
e poder vencer!
Liddy Viana ✍
Meu amor me trocou por um andar qualquer num prédio sem elevador
o amor me trocou por meias modernas com estampas de Van Gogh e rosto plácido de Monalisa
Trocou meu Grimório por um novo lançamento da Apple
O amor me trocou por um filme no cinema com pipoca e manteiga
trocou como quem avança uma playlist de musicas inteira
trocou o endereço,
trocou de par
me trocou por algumas rolhas de vinho e toalhas brancas
me trocou por afinidades sorrateiras
Meu amor me trocou por festivais de Rock e Indie
Trocou meus gatos por agaves no quintal
trocou minhas ilhas de gelo por dedos de moça vermelhos
O amor me trocou por olhos cheios de vida de quem tem em casa flores de plástico empoeiradas
"Há pessoas que não importa
onde esteja,
elas estarão por quem você é e
não pelo que pode oferecer a elas.
Valorize os bons corações raros,
que lhe dão amor sem esperar nada
em troca.
Cuide de uma amizade que apesar
do tempo de quem entra ou sai da sua vida,
ela permanece."
😊
Então choveu abundantemente, choveu como nunca antes. E submerso afundei lentamente, até não restar mais ar em meus pulmões...
Sem nem ao menos me debater, ou tentar de alguma forma lutar contra a correnteza, me deixei levar pela maré e absorvi todo aquele caos.
Era o azul das águas, era o profundo do mar, era o abismo, era a escuridão...
Quando eu já nem sentia
O cheiro de cigarro e suor não me injúria
A água do chuveiro doía
O som do quarto ligado eu nem mais ouvia
O cabelo engrenhado de 7 dias eu já nem sentia
E quando eu já nem sentia
Nem o espelho eu mais via
O filme que preferido virou alegoria
De quando eu sentia
E agora, a sujeira na casa eu já nem mais via
E nem lembro de quando sentia
Há dores que a gente não consegue explicar.
Até tentamos, dizendo que é como se algo nos puxasse para baixo, ou como se nosso mundo se desmoronasse. Mas existem dores inexplicáveis que só sabe como é quem sente.
Aquela vontade de chorar do nada...
Aquele sufoco na garganta sem estar engolindo coisa alguma...
Aquele vazio dentro do peito...
São apenas sensações, porém causam estragos tanto psicológicas como físicas difíceis de curar.
É horrível!
Queremos gritar sem chamar atenção.
Queremos falar sem ouvinte por perto.
Queremos fugir sem ponto de partida e de chegada.
Mas não fazemos nada, porque ao mesmo tempo em que reconhecemos o que queremos, no mesmo instante não sabemos de mais nada.
Entendeu como é essa dor?
Não? Pois é. Eu disse que era inexplicável.
-------------Saudade-----------
A saudade que sinto nunca foi de uma pessoa específica.
Mas sim de momentos bons que essa pessoa a minha vida traria.
Momentos bons, sentimentos bons, que ficam apenas na memória que eu iria relembrar algum dia.
É de madrugada, e eu me pego pensando em voltar no tempo.
17 anos chegaram e eu me encontro tão sem tempo?
Todo tempo é tempo, no tempo que tenho eu tento arranjar um pouco mais de tempo, já que gastei todo meu tempo passando tempo jogando meu tempo ao vento, e agora? Ando tão sem tempo.
Mas ainda tento.
Tento voltar lá naquele tempo em que eu era mais feliz.
Onde o mundo tinha mais cor e não se baseava nesse cinza infeliz.
Talvez eu volte lá naquele ano, em 2010, e acabe não fugindo de casa.
O que mudaria na minha jornada?
Não sei, de fato, meu passado, não quero mudar.
Ele me torna o ser que sou hoje, um disco de vinil, e sem as imperfeições e erros, eu não teria uma música pra tocar.
A vida é composta de ritmos, é uma música, às vezes um rock agitado, outras vezes um jazz bem lento.
E a minha música? Talvez eu tenha cantado ela fora do tempo.
"A meu Deus, essa história de tempo de novo?"
Fui apressado em entender que o tempo é meu maior inimigo.
Que ele levaria tudo que tenho desde a minha idade até meus amigos.
Nunca fui fã do tempo, queria ter envelhecido mais cedo.
Ironia se pensar que hoje, com um pouco mais de maturidade, envelhecer? Tenho medo.
Mas voltando ao assunto, eu queria voltar no tempo.
Não para mudar atitudes ou decisões, mas para voltar a sentir a dor daquele momento.
A INVEJA!!!
A inveja, essa sombra ardilosa que se esgueira pelas mentes frágeis, é uma prisão sem grades, um veneno que envenena o invejoso antes de atingir o invejado. Ela é um desperdício de energia e um emaranhado de ressentimento que sufoca a própria alma.
Quando a inveja reina, a felicidade alheia se torna uma ofensa, o sucesso do próximo se transforma em motivo de amargura. Mas, oh, como é triste viver nesse mundo estreito, onde a alegria se transforma em ameaça e a conquista alheia é vista como uma perda pessoal.
A inveja é a incapacidade de reconhecer a própria luz, de apreciar as próprias virtudes e talentos. É como olhar para o céu estrelado e desejar que as estrelas se apaguem para que a sua própria luz brilhe mais forte. É uma ilusão tola, pois a grandiosidade não se mede pela diminuição do outro, mas pela elevação de si mesmo.
Que pena é desperdiçar preciosos momentos de vida envoltos na teia da inveja, quando poderíamos nos inspirar nas conquistas alheias e transformar essa energia sombria em motivação para alcançar nossos próprios objetivos. Que desperdício é sufocar a admiração em nosso peito, quando poderíamos aprender com aqueles que já trilharam os caminhos que desejamos percorrer.
A inveja é a antítese do crescimento, a negação da gratidão, a recusa em reconhecer a própria capacidade de brilhar. Liberte-se desse cárcere silencioso e abrace a verdadeira abundância que a vida oferece. Celebre as conquistas alheias como uma vitória coletiva e veja como a abundância floresce em sua própria existência.
Lembre-se, o invejoso é prisioneiro de seu próprio veneno, enquanto aquele que encontra inspiração nas realizações alheias se torna protagonista de sua própria jornada. Desperte para a beleza de ser autêntico, de cultivar seus talentos e de se alegrar com o sucesso do próximo.
Que a inveja seja apenas uma lembrança distante, uma sombra que se dissipa na luz de sua própria grandiosidade. Seja a pessoa que admira, a pessoa que inspira e a pessoa que brilha com uma luz tão intensa que ilumina o mundo à sua volta.
Hoje eu entendo o que as pessoas que não querem viver sentem. Porque hoje eu só queria morrer.
Não suporto mais tantas pessoas maldosas, tantos julgamentos alheios, tanta gente ruim que te machuca, inventa coisas ao seu respeito. Isso é horrível. Como dói ser caluniada e desrespeitada. Como dói a falta de empatia, a falta de amor e de respeito ao próximo. Eu estou não desistindo, mas estou já adoecendo por causa de uma sociedade machista que só sabe criticar tudo e a todos. Que prega um falso moralismo.
Hoje eu só queria viver em um mundo onde só existisse amor, e muito amor.
Estafa mental, cansaço, tristeza...Hoje eu entendo você que tem vontade de morrer ou de sumir. Hoje eu te entendo e consigo entender a tua dor. Vocês não querem morrer, vocês querem matar a dor na alma... Vocês não querem sumir, querem fugir desse mundo tão ruim em que vivemos.
O rio corria incessantemente, mas parecia secar vagarosamente. Gota por gota, pude sentir se esvaindo de mim. Não somente indo para longe, mas sugando tudo de mim e me deixando com sede e totalmente vazio. Já não tinha mais forças para correr em busca de suas águas e já não podia mais sentir a brisa no meu rosto. O Sol castigava dia após dia e a estiagem se prolongou até hoje e quem sabe até amanhã ou depois.
Meu universo que havia se tornando um pouco azul, voltou a ser acinzentado, agora com traços negros de solidão, algumas texturas vermelhas de traumas, e vários tons de ingratidão.
Meu corpo inerte e sem forças jogado pela imensidão do universo, como um astro desgovernado, perdido no vazio, vagando sem rumo
Velha Lágrima
Solidão. Que mágoa na aurora!
Senso ao vento, paira pelos ares
Em suspiros, lágrima que chora
De antigos e buliçosos pesares.
Pulsa uma dor, deveras se sente
É tal tristura que no peito diviso
Versos, que de teu verso ausente
Vazios poéticos do teu doce sorriso.
Ah! Por que tu assim fizesses
Meu eu dum eterno teu escravo
Se outras eram minhas preces
E com o descaso fez conchavo?
Por que então ainda insiste
Nesta trama tão alvoroçada
Como quem ama, assim, triste
E com a alma fria e calada?
Se clamo ao infinito celeste
Por um olhar manso e sensível
Por que é que não me disseste
Palavras ao coração inteligível?
Se terrível, era a dor impiedosa
Me livra desta coroa de espinho
Se bom é ter-te em verso e prosa.
Por que deserto é o nosso ninho?
Porém, melhor a outra figura
De ter a sofreça em segredo
Do que conhecer a tal ventura
E deixá-la ao leu tão cedo...
Assim, então pouco a mim seria
Em pranto a face, de sua partida
Antes os desafetos que nos alivia
Do que fuçar na aberta ferida...
Tem pena de mim! Tem pena
Desta velha lágrima. Caridade!
A paixão não me é tão pequena,
Secará. Pois tanta é a saudade...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Agosto de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Vidas Secas
Sob as indeléveis pegadas do tempo dorme sonhos abortados;
desejos cruelmente assassinados; paixões incineradas pelo fogo
que já não queima; amores asfixiados pela poeira densa e gris
do tédio, da monotonia, da distância do que está intocavelmente
tão perto.
Vidas secas!
Sob as pegadas do tempo há tantos sorrisos enferrujados;
tantos abraços paralisados pela distância de braços que
nunca conseguiram tocar; tanta delicadeza atrofiada pela
impossibilidade de se manifestar; tanta doçura azeda pelo fel
de palavras amargas; tantas almas amordaçadas por tudo
que tiveram de silenciar.
Vidas Secas!
Ainda assim a esperança semeia possibilidades sobre esse
solo aparentemente estéril, seco, infértil, inóspito, fazendo
brotar lindos canteiros de margaridas brancas, espectro de
delicadas almas que renasceram como beleza do que a morte
não foi capaz de calar.
E ele estava ali
Doce garoto
Sentado em seu balanço
Olhando seu jardim
Refletindo o irrelevante
Pois é assim
Sente o vento em seu rosto
Indo e voltando
Impulsionando o corpo, a vida
Solta gargalhadas cativantes
E sem medo de cair
Salta do balanço
Seus pés tocam o chão como lanças afiadas
Seu sorriso se desfaz
Ensanguentam todo o belo jardim
Manchando de vermelho todo o verde
Pouco a pouco chega a dor
Já não há mais vento suave
Pois é assim
Que somos ensinados
A viver
Só mostre seus erros a alguém que contribuiu para o seu aprendizado;
Só mostre suas feridas a alguém que contribuiu para a sua cura;
Só mostre seus medos a alguém que contribuiu para sua superação;
Só mostre suas fraquezas a alguém que contribuiu para a sua força;
Só mostre suas derrotas a alguém que contribuiu para a sua vitória;
Só mostre suas dores a alguém que contribuiu para o seu conforto;
Só mostre suas falhas a alguém que contribuiu para a sua evolução;
Só mostre seus anseios a alguém que contribuiu para a sua paz;
Só mostre seus sonhos a alguém que contribuiu para a sua realização;
Só mostre suas tristezas a alguém que contribuiu para a sua felicidade.