Textos sobre Tempo
QUESTÃO
Sussurra: - para sempre! a vontade enamorada
E o tempo que dirá, no entanto, em qual sorte
Nós estaremos, no até a separação pela morte
Avivando o desejo e a sensação muito desejada
Mais e mais o olhar nesta agridoce caminhada
Num amor estar, ao querer ficar, de alto porte
Sul ou norte, cada estória, uma narrativa forte
De paixão dando emoção. Poética encantada!
Nada é mais primavera em flor, estar amando
Quando, até, sem importância, pois chilrando
Fica a vibrante alegria, sem querer sair jamais
Juras de amor, de eternidade, os votos soltam
Tem também os que dizem e não mais voltam
Por que promessas nas palavras de mortais? ...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
03 de maio, 2021, 05’15” – Araguari, MG
Coppéerando
APRESSA-TE
Basta-te depressa, o tempo é fugaz
A vida passa num piscar, sem temor
Que hoje é viveza e desejo lhe traz
Amanhã, já não mais lhe terá amor
Gostemo-nos agora, o viver é fugaz
Dando laços, vamos, ofertando flor
Agrado leve que ao coração satisfaz
E um querer manso, feliz e sedutor
Vagando serenamente por um olhar
Estar, e no coração sentir a pulsação
Sem que a desdita venha perturbar
Existamos hoje, na sede, na paixão
Mantendo acesa a chama de amar
Que flama, divina, na viva sensação
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
21, junho, 2021, 14’25” – Araguari, MG
SE VOS SENTI...
Ah! Tempos idos! Ah! ido Fado!
Quão duro a sorte por ti decidida
O tempo passa, fugaz, de partida
A candura. Acrescendo o passado
Deixaste-me na ilusão apaixonado
Pranto e choro tu encheste a vida
Então, resta haver a alma garrida
Deixando o êxito, feliz e dobrado
Ah! quanto mais se poetar querer
Se quer mais uma afeição querida
Que fico duvidoso se vos senti...
Então, aquela sensação de perder
Na garganta, na impressão ferida
Lacrimejo o que tolamente pedi!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
Araguari, MG - 15/07/2021 - 09'28"
O Amor
Por muito tempo imaginei o amor, então
Lastimava, trovava, e sentia o teu vazio
Hoje sinto que não tinha qualquer razão
Não há o porquê, o tempo tem seu feitio
A solidão é só uma condição, e quão vão
Sinto-o no silêncio, no suspiro, no arrepio
Imagino, crio, sorrio, vive na exclamação
Porque o vazio, o vazio passageiro, assim
Dança, agita, fala, recria, balbucia ilusão
O amor, afim, este ninguém cala em mim...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
23, agosto, 2021, 13’58’ - Araguari, MG
MELANCOLIA
E passa o tempo, cabelos embranquecidos
Diversas outras, e mais diversa sensação
São como desejos sem vida e carcomidos
Nuns suspiros do destino soltos pelo chão
O dia se faz segundo, e a rapidez pousada
Enrijando as quimeras dos pobres mortais
Nem mesmo a tal imaginação é iluminada
E capaz de parar as frustrações enfermais
E o tempo implacável baila sem paragens
Enquanto o caimento avança impiedoso
E a ilusão, então, deita sobre as miragens
Passou, vai passando: do amor a poesia
Triste amador que não foi ser amoroso
Pois, lhe restará devaneios e melancolia...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23 setembro, 2021 – Araguari, MG
A espera já não é o que era
Esperança... espera
Quem te deu e quem te dera
O tempo passa, tá passando
Só Deus sabe até quando
Cai a pétala ao chão
Choram mágoas o coração
Vai a vida e a vida vai, vive
Recordação de onde estive
São saudades, emoção
Sensação... sensação
De outrora primavera
Agora mais quimera
Mais lentidão
Importante é a razão
O que mais vale, o amor
Onde for....
Já não é o que era
Esperança... espera
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
04’50”, 18/10/2021 – Araguari, MG
[...] curso
uma rosa desabrochada
no tempo passada
retalhada
ou nada
ainda bela, encantada
com inspiração...
Uma rosa caída
ao chão
ainda uma rosa
divina criação...
Formosa!
Brota outro botão!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
30 janeiro, 2022, 08’56” – Araguari, MG
RELÍQUIAS
Num velho sentimento de um passado
que no matiz do tempo já tem outra cor
retalhos do versar, assim, relembrado
poetizam em prosa, a saudade, o amor
São sussurros, juras, hino apaixonado
que se transformaram em vazio e dor
restos de olhares do estar enamorado
e a recordação daquela concedida flor
Ah! breve a ação do fado que aparta
deixando no espirito lembrança farta
de sensação aflitiva que doridas são
Relíquias... de valedouiro tão presente
guardadas em uma poética tão latente
dos versos reminiscentes no coração!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
27 março/2022, 12’47” – Araguari, MG
A VELHA RUA
Passou o tempo, ligeiro, distante
e a lembrança ainda uma guria
guardou aonde brinquei bastante
aquela velha rua... terna poesia!
Então, encanecido e inquietante
saudoso quis revê-la. Tão vazia
suas calçadas. Estreito instante
velhos momentos, velha alegria
Achei, por ali, tudo tão desigual
outrora garrida, agora com danos
avelhada, cansada, quase casual
Casas idosas, calçamento mordaz
iguais a mim, se foram os anos
e a velha rua, por fim, contumaz!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
08 de maio, 2022, 16’34” – Araguari, MG
ALGUÉM
Por muito tempo procurei pela tal poesia
falando de amor, mas, sempre esquivou
cheguei a achar que a inspiração acabou
sequer iria ter a textura, a incomum magia
E, de tanto procurá-la, na poética aportou
os encontros, os desencontros, uma folia
que nem bem surge e foge da companhia
deixando o vazio, tentando um novo voo
O tempo passa, passou, e vai passando
que leva o verso sempre a ficar buscando
quem nunca, por um amor não escreveu?
Pois, na tentativa da prosa sussurrante
cruzei com o olhar em distinto instante
e o alguém, hoje, contém no verso meu!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
10 de maio, 2022, 19’19” – Araguari, MG
SOFRENTE CANÇÃO
O tempo amarelou meu verso apaixonado
Porém, não afastou aquela ilusão sonante
Deixou o instante imaculado e no passado
De modo nostálgica a saudade sussurrante
E, cá, eu, pelas bandas desde meu cerrado
Com sensação no peito e emoção gigante
Tão distante, me vejo, num suspiro calado
Com uma faiscante aflição, tão devorante!
Que pena! Tudo parecia não ser engano
Teu olhar tinha o sonido dum suave piano
Trazendo aquele sossego para o coração...
Mas a poesia que aparentava mais sentido
Na privação o meu desejo tornou-se diluído
Em dor, em solidão e uma sofrente canção!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17 de agosto, 2022, 16’58” – Araguari, MG
NOVAMENTE (cerrado)
Inverno, secura no cerrado, tempo ateu
Galhos desfolhados, chuviscos cobiçosos
Numa imensidão dos diversos frondosos
O ipê, na aspereza, com beleza floresceu
Melancólica brisa, surgiu, e se escondeu
Aquele horizonte em devaneios saudosos
Aguerridos gramíneos em vigores teimosos
Cá em agosto no planalto, singular apogeu
Tudo empoeirado, rara aquela boa aragem
O vendaval se atirando no infinito do nada
Desnudado os tortos galhos, díspar imagem
Mas, o cerrado convertedor, intensamente
Passa tão audacioso pela árdua temporada
Para em outubro, viçoso, brotar novamente
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
27 agosto, 2022, 16’16” – Araguari, MG
POÉTICO SONETO
Pode passar o tempo, seguidamente
Pode haver estória sem ter fomento
Mas quando o poeta fica sem alento
A prosa se torna morna inteiramente
Anos a fio, tendi ir em frente, tente!
Ou viver somente carente e sedento
O fado, por certo, deixará fragmento
E o versejar não terá parte da gente
O poema chora, fica contente, é amor
Desta vertente a sensação é um teor
Tem prazer, dor, mas nunca obsoleto
Tudo, o acaso, ao trovador é paralelo
Traçando um sentido delineado e belo
Contado, então, num poético soneto!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
27 agosto, 2022, 19’36” – Araguari, MG
Vivência aos 90 anos
Gasta-se o tempo em verso
a vida tentando o descrever
na alma o seu imerso
o pensamento tentando ler:
- Inquieto, vivo... os 90 anos!
Ele tão dentro, a vida tão fora
Inquieta vive
Uma vida corrida, de planos
De prosa, momento,
Custa o que se sente
Não importando o declive
Se vai inteiramente
Da sua maneira
Tendo uma vida inteira!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06/09/2022 – 08’41”, Araguari, MG
*para os 90 anos de Daisy Lemos Dorazio
A VELHA POESIA
Modificou o tempo meu, está distante
Mas a velha poesia teima na saudade
Guardou cada rima dante e o instante
Daquele tempo, de poética felicidade
E agora, a velha poesia, claudicante
Passada... poetisa tudo sem vaidade
O sentimento, nos versos, arquejante
De tanto que penou e tanta soledade
Acho a velha poesia, então, tão igual
Mesmo envelhecida todos estes anos
Não perde aquele suspiro n’alma, real
De sensação cheia, cheia de fantasia
Ela peleja, ela nubla, tem desenganos
Mas, glorifica o amor, a velha poesia!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
18 fevereiro, 2023, 18’46” – Araguari, MG
BENDITOS
E o velho leme da vida, guia
A nau cambaleante garrida
Traçando no tempo ousadia
E fato de chegada e partida
Flui e seca, a bamba poesia
É o espírito em sua corrida
Doce encanto, pura valeria
Numa diversidade incontida
E pelo rumo, a vida e morte
Palmeando a face da sorte
Qual cativos nos seus delitos
E o velho leme do fado, rege
Catando ser ardiloso, herege
Mas eleitos, somos benditos!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19 março, 2023, 15'06" – Araguari, MG
Erros
Vou pelo tempo e que no tempo aflito
A prosa sentimental, tropega, suada
Poesias que tagarelam com o espírito
Das faltas, vou indo pela madrugada
Poética, sofrente, fincada no infinito
Escrito no rigor de uma rima pesada
E nos meus enganos o olhar contrito
Colocando a minha alma pendurada
De tudo que finda, a vida que passa
A passo largo a ilusão que escassa
Assim, gerando nas causas, aterros
Então, equívoco e acerto o destino
Ferino autor... num quase desatino
Saturando o fado com infindos erros
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
2023, 19, agosto, 20’14” – Araguari, MG
NOS BRAÇOS DA SAUDADE
Olhando pelas gretas do passado
Que já se foram pelo tempo afora
E tão recente me é aquela aurora
Que chora o sentimento. Povoado
De recordação. Ó gosto salgado
Que escorre do suspiro e implora
Os momentos idos, já sem hora
Cheios de memória e significado
Ah! dias meus que se foram, traste
Deixaste doce emoção, guardaste
A sensação do que foi a jovialidade
E resta-me agora, apenas recordar
As várias estórias e nostálgico pesar
Cá a reviver, nos braços da saudade.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
27 novembro, 2023, 15"43" – Araguari, MG
*paráfrase Sá de Freitas
SÓ LEMBRANÇA
Oh! Cerrado! O tempo passa e insiste
tuas várzeas feridas, no ataque, tanto
e o teu sofrimento se mistura o pranto
de irreflexão. Quanto sentimento triste
A sedução no teu seduzir ainda existe
que teima na vida em morte, vil manto
deste desencanto, num sofrente canto
que murmura, que agoniza, e assiste
Agora, cerrado, é tablado de matança
de quem te lança, feri e além avança
em busca de mudança, árduo rosário
O teu fascínio és calvário, és cenário
de extermínio, tantos... tantos, vário
deixando para atração, só lembrança.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
08 abril, 2024, 20’36” – Araguari, MG
ROMÂNTICA TEXTURA
Exaltarei, o amorável verso que esmera
o amor. Vem com o tempo que não para
já a paixão que a suave emoção espera
é desejada, e o bom sentimento prepara
Tem uma poética de toada da primavera
eu, só, não tornarei o desencanto apara
e, do meu sonho, quero toda a quimera
versejando aquela seduzida poesia rara
Em nome desta prosa de amor, o amor
e na sintonia, assim, sentimental e pura
aquele toque, versado com todo o ardor
Estima-se, a sensação cheia de ternura
mais vida, o poema prosado com sabor
e em cada trama uma romântica textura.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
27 junho 2024, 15’44” – Araguari, MG
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