Textos sobre o Amor Incondicional
Notas sobre ela!
Ela de noite chorava
a saudade que teimava
em lhe fazer companhia.
Mas logo que o dia surgia,
vestia seu melhor sorriso
e saia para a todos encantar.
Ela é assim,
corajosa e teimosa,
não deixava a tristeza vencer.
Amava abraçar, amar, sorrir e pular,
esquecia que era mulher,
e brincava como criança,
Ela é assim,
um anjo, cheio de esperança,
de dia menina mulher,
de noite mulher menina,
Ela é assim,
tudo para mim!
Sergio Fornasari
Eu sou o único homem sobre a Terra e talvez
não haja nem Terra nem homens.
Pode ser um deus me engane.
Pode ser que um deus tenha me condenado ao tempo,
essa longa ilusão.
Eu sonho a lua e sonho meus olhos
que a percebem.
Sonhei a noite e a manhã do primeiro dia.
Sonhei Catargo e as legiões
que devastaram Catargo.
Sonhei Lucano.
Sonhei a colina do Gólgota
e as cruzes de Roma.
Sonhei a geometria,
Sonhei o ponto, a linha, o plano
e o volume.
Sonhei o amarelo, o vermelho e o azul.
Sonhei os mapas-mundi e os reinos
e o luto à aurora.
Sonhei a dor inconcebível.
Sonhei a duvida e a certeza.
Sonhei o dia de ontem.
Mas talvez não tenha tido ontem,
talvez eu não tenha nascido.
Sonho, talvez, que sonhei.
Rascunho do pensamento sobre a beleza.
Nunca hei de negar ser um admirador da beleza feminina. Não é a admiração carnal, fissurada e faminta, cheia de desejos implícitos. Essa a qual possuo é dotada de inumerosos detalhes que encantam além dos olhos.
Há quem acredita que para ser belo basta ajeitar algo aqui e ali como ocorre na lapidação de brutos diamantes.
— Não! Não me venha com lapidações em diamantes! A beleza sempre existe, mas somente é aparente quando aceita pela pessoa portadora. Se pinte, enfeite e vista o que lhe é confortável. Acredite que o que você possui é belo, e assim será.
Umas se enfeitam com adornos, cores e geometrias, outras com despidos em peles à mostra, decotes, olhares e sorrisos.
E é estranho poder sentir algo que não convém aos cinco enumerados sentidos: a emoção. Ou o volume incontável, inumerável e imensurável que existente no que é belo. Como quantificá-lo?
Quanta beleza tem uma pessoa que nos empedra com um sorriso aceso ou pelo envolto abraço de um perfume bom e ainda, imagine só, tudo isso acompanhado de um olhar radiante e fixo como um céu limpo, enigmático e estrelado.
Já encontrou alguém assim?
Conte-me...
Conte-me...
Sobre esse mistério que ti cerca.
Sobre seus desejos mais ocultos.
Sobre seu olhar que me devora.
Sobre esse sentimento que no seu peito aflora.
Conte-me...
Sobre seu corpo que me deseja.
Sobre sua boca que me persegue.
Sobre seus pensamentos mais pervertidos.
Conte-me...
Por que me torturas com esse silêncio premeditado?
Com seu cheiro que me embriaga?
Com esse sorriso provocante?
E com esse desejo contido?
Conte-me...
Por que não acaba logo com isso?
Por que não me toca? Não me abraça? E não me beija?
Por que não me tens logo em seus braços, se é disso que preciso?
Conte-me...
Sobre seus anceios. Sobre suas desilusoes.
Sobre seus medos.
E deixe que eu decida, se vai valer a pena, correr todos os riscos.
Conte-me...
O que devo fazer, para ter com você ao menos uma noite de prazer.
Conte-me...
Apenas conte-me...
SOBRE O EU
Pergunta: Se não sou a mente, a alma, o corpo, então, quem
está aqui? Sinto ser tudo isso e aqui reparo não ser.
Sinto uma enorme divisão.
Siddhartha Responde:
A divisão não existe! A não ser como subproduto da
incerteza.
Não olhe para a divisão, mas para onde a incerteza torna-se
um pesadelo. Verá que a incerteza também é existencial,
abençoada.
Tudo, na verdade, além da interpretação é livre.
Tudo que é interpretado, uma prisão.
Aquilo que a ilógica segue é ilimitado.
Aquilo que é produzido na ofi cina da lógica é limitado.
Não existe divisão porque não há como estar em dois
lugares ao mesmo tempo.
Aceite suas escolhas mesmo que elas sejam loucas ou
insensatas, que elas parecem sem responsabilidade ou
imperfeitas, e verá que não existe divisão, mas união.
Teu existir nunca foi dois, nem um. Mas nenhum!
Um discípulo perguntou a um velho sábio sobre quem vinha primeiro, se era a energia ou a força. E com a serenidade costumeira a resposta do ancião pareceu cheia de complexidade para um entendimento superficial sem os mecanismos da reflexão profunda:
"Sem energia perdemos a força - respondeu-lhe o velho homem -, no entanto, você pode estar pensando que é a força que produz energia. Mas veja bem que não há força sem energia. Neste caso, precisamos descobrir o que é causa e o que é efeito. Não nos parece aquela mesma história de quem veio primeiro se foi o ovo ou a galinha? Então, onde estaria a energia neste caso? Porque a energia que a força produz é secundária, e a força que a energia produz é a força primeira ainda misteriosa como a própria luz. Observe que a luz também é efeito, pois a causa é a energia.", completou o mestre.
E o discípulo ouvindo tudo aquilo, não teve força para replicar, porque estava psicologicamente esgotado, sem energia para raciocinar.
“Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é”.
( Alberto Caeiro [Heterônimo de Fernando Pessoa], In Poemas Inconjuntos - In Poesia, Assírio e Alvim, ed. Fernando Cabral Martins, Richard Zenith, 2001.)
Seus olhos.
Seus olhos cor de mel raro,
trouxe sobre mim um alto preço a pagar, amargo e caro.
Eu desconfiei do perigo atrás do seu astuto sorriso.
Senti pulsar forte e temeroso meu coração de menino.
Eu sabia que seria perigoso demais,
Que teu abraço me faria dormir em teus braços,
E que aquela madrugada me arrastaria a sua cama.
Seu cheiro ainda está em mim,
Os detalhes do teu corpo ainda estão como um quadro pintado nas paredes das minhas lembranças.
Sei que você está em algum lugar,
Sorrindo, conversando, cantando
Letras invertidas à sinfonia de um coração apaixonado.
Perdoa-me em não aceitar ter sido teu...
Pois meu corpo é de homem, mas meu coração é de menino.
Se o tempo me perdoasse,
E me desse uma única oportunidade de voltar,
Tomaria a mesma dose do nosso pecado só pra ter você novamente,
Na mesma paixão, no mesmo lugar.
Oração ao Cadáver desconhecido
“Ao curvar-te com a lâmina rija de teu bisturi sobre o cadáver desconhecido, lembra-te que este corpo nasceu do amor de duas almas; cresceu embalado pela fé e esperança daquela que em seu seio o agasalhou, sorriu e sonhou os mesmos sonhos das crianças e dos jovens; por certo amou e foi amado e sentiu saudades dos outros que partiram, acalentou um amanhã feliz e agora jaz na fria lousa, sem que por ele tivesse derramado uma lágrima sequer, sem que tivesse uma só prece. Seu nome só Deus o sabe; mas o destino inexorável deu-lhe o poder e a grandeza de servir a humanidade que por ele passou indiferente. Tu que tivestes o teu corpo perturbado em seu repouso profundo pelas nossas mãos ávidas de saber, o nosso respeito e agradecimento.
Ignore o que vou dizer sobre o que ficou depois de tudo. Escrever é a única forma que encontro neste momento para externar essa dor que parece consumir cada pedaço que você não levou da minha alma partida. Tem noção do quanto isso dói?
Eu só queria lhe dizer, mesmo que não leia, que mesmo sem querer eu ainda penso em nós. Mas já esqueci a cor dos seus olhos castanhos e o jeito estranho como pisca quando fica confusa. Está tudo bem agora. Eu sei que é só uma questão de tempo até eu me acostumar com a sua ausência (mesmo que eu ainda não tenha me acostumado comigo mesma).
Embora eu ame madrugadas, foi em uma de insônia que você voltou a me atormentar. Fechei o livro que me contava como eram os finais felizes e desejei ter um, também. “Como esperar por finais felizes se eu nem sequer tenho começos?”, pensei e ri de mim mesma. Dormi pensando em você, em mim, nos laços, em nós. Quem foi que desatou a gente? Aí pensei em escrever e… Enfim. Não importa. Somos linhas paralelas. Obrigada por não ler, estou bem melhor agora.
E sobre a desigualdade social...
As pessoas que possuem mais são as que menos se interessam em ajudar o próximo, pouco importa se a mesa do vizinho é farta ou vazia, se o sapato que aperta seu pé vai calçar aquele morador de rua, se aquela roupa que já não está na moda poderia servir para aquela menina pobre que mora ali na esquina da sua casa! É inacreditável como existem pessoas mesquinhas e vazias, que agradecem a Deus pelo sapato novo, mas esquecem que o irmão muitas vezes não vai para a igreja porque não tem um sapato! Agradecem a Deus pela casa, pela comida, pela coberta, mas não se importam com aquele que, por ventura, não tem nada disso! Cuidado porque qualquer dia desses Deus pode bater aí na sua porta pedindo um prato de comida e você pode ignorar e dizer que não tem jantar! Vai perder a oportunidade de abençoar!
- Você tem se abstido de discussões. O que aconteceu? Não tem mais opinião sobre nada?
- Tenho, o motivo é que as discussões perderam o seu sentido mais puro. Há um, não tão discreto, jogo sujo para ver quem faz a sua opinião prevalecer sobre as outras. Não é mais em prol da evolução conjunta a respeito de um tema, mas sim na elevação do ego.
A discussão racional sobre a fé muitas vezes é uma distração atrelada mais a uma busca. Eu vejo isso em mim.
Discuto muito racionalmente a minha fé, eu convivo com muita duvida, mas as minhas duvidas não me impedem de crer...
Eu tenho tudo para ser ateu, mas simplesmente não consigo ser...
As mesmas angustias não me impedem de crer...
Eu acho que a experiência espiritual acontece. Mesmo quem nega a Deus, convive com ele o tempo inteiro, nem que seja pra nega-lo.
Mas...
E eu que achei que a lua não brilhasse
sobre os mortos no campo da guerrilha,
sobre a relva que encobre a armadilha
ou sobre o esconderijo da quadrilha,
mas brilha.
E achei que nenhum pássaro cantasse
se um lavrador não mais colhe o que planta,
se uma família vai dormir sem janta
com um soluço preso na garganta,
mas canta.
Também pensei que a chuva não regasse
a folha cujo leite queima e cega,
a carnívora flor que o inseto pega
ou o espinho oculto na macega,
mas rega.
Também pensei que o orvalho não beijasse
a venenosa cobra que rasteja
no silêncio da noite sertaneja, sobre as ruínas de esquecida igreja,
mas beija.
Imaginei que a água não lavasse
o chicote que em sangue se deprava
quando, de forma monstruosa e brava,
abre trilhas de dor na pele escrava,
mas lava.
Apostei que nenhuma borboleta
- por ser um vivo exemplo de esperança -
dançaria contente, leve e mansa
sobre o túmulo de uma criança,
mas dança.
E eu pensei que o sol não mais aquecesse
os campos que a guerra empobrece,
onde tomba do homem a própria espécie
e a sombra da dor enlouquece,
mas aquece.
Por isso achei que eu não mais fizesse
poema algum após tanto embaraço,
tanta decepção, tanto cansaço
e tanta espera, em vão, por teu abraço,
mas faço.
Converse comigo
Descubra tudo sobre mim
Depois se pergunte
Quem sou Eu.
Apenas um rosto
Talvez lhe apresente
Muitas formas de pensar e existir.
Muitas verdades confortantes,
Algumas maneiras de mentir,
Não sou Eu, se disser que sou tudo
Serei Eu, se estiver a olhar tudo
Muitas visões sobre o mundo e uma só forma de ver o amor.
Conheça-me e tente se conhecer um pouco mais
Sem rótulos para das coisas, tirarem valor.
Sobre o tempo.
O tempo é o bem mais precioso que o criador nos da, junto à saúde, o tempo e o que temos de mais precioso na vida...
Portanto, quanto vale um segundo do nosso tempo?
Desnecessário nos perdermos em cálculos e chegar a conclusão de que nosso tempo é impagável...!!!
Quando dedicamos um segundo que seja de nosso inestimável tempo a uma atividade e sobretudo a uma pessoa, há que se dar a devida deferência...
Embora passe desapercebido a muitos, este e um cuidado que todos deveriam exercer ...
Valorar o tempo, é valorar a todo o contexto da vida.
Eleger atividades que o valham...
Antepor as pessoas merecedoras...
Proclamar quem somos, o que queremos e principalmente, o que merecemos segundo o que somos...
Onde e com quem gastamos nosso escasso e singular bem maior...?
Essa é nossa missão de aprendizado,
muito embora,
gastemos nosso tempo com situações de menor valia em muitas circunstâncias, isso não deve deixar de ser apenas uma mera circunstância,
breve e passageira...
Isto posto, determino que o meu bem precioso, será cada dia mais seleto finamente a quem e a oque o dedico...
E.santos
Anos e mais anos que nunca mais me inspirei para escrever, escrever sobre mais absolutamente nada, nada que não fosse melancólico e triste. Mas você reapareceu, sem data prevista, sem pedir permissão, sem dizer oi, foi chegando...
Roubou meu olhar, minha atenção, minha afeição, e por fim, meu coração.
Mesmo que sem intenção(ou não), me cativou, fez-me ver-te diferente, da forma que jamais imaginei lhe ver, reaparecendo após anos em que lhe conhecia(somente sabia de sua existência).
Eu não te notava, não desejava, via-te de forma superficial, e hoje a cada dia que passa te vejo mais belo, mais belo que o mundo, enche meus olhos, minha alma, minha vida de plena alegria.
Algumas vezes respirei fundo, preparei-me para dizer-te adeus, porque a certeza do fim era tudo o que eu sabia e tinha na vida. Mas nunca me veio a coragem, não fui capaz de te deixar, de abandonar tudo antes mesmo de começar, me envolvi, me entreguei, agora é tarde para pensar em desistir.
Me tens, sem correntes, sem posse, sem títulos, sem gritar ao mundo, simplesmente me tens, à ti pertenço.
E não me importa quanto tempo irá durar, não me importa o que a língua podre das pessoas será capaz dizer, não me importa tampouco se o que eu escrevi está bem escrito.
Somente me dê sua mão e esqueça o texto, esqueça as pessoas, esqueça o mundo por tempo determinado de um dia e viva ao meu lado.
Aquilo que ninguém me conta que sou
É aquilo que realmente sou
As coisas que ninguém sabe sobre mim
São as coisas que me fazem acreditar que
dentro de mim existe a paz, o conhecimento e o desconhecimento
tudo ao mesmo tempo;
pra mim isso basta
pra quem não quer ser entendida
estudada
medida
nem normal, nem notada
subestimada, ou decifrada
em um minuto,
mas sim em uma vida.
Cuidado: O que dizer sobre esta palavra que instiga tantos significados? Palavra que engessa e que acolhe, que oprime e acalenta. O cuidado com o corpo, o cuidado com as relações, o cuidado com o outro, nesta vida atribulada, repleta de desafios, stress, dificuldades, agressões, ultrajes e indignações. A vivência do dia a dia que dificulta o cuidado de si e consequentemente nos limita no cuidado com o outro. Como lidar com as cobranças internas, quando a mídia nos empurra o tempo todo para o caos e ao mesmo tempo incita a buscar a saúde, qualidade de vida, respeito ao meio ambiente, o cuidado com a família.
Nesta luta pela sobrevivência e vivência a capacidade de olhar para dentro, conhecer nossas limitações, defeitos, anseios, sonhos pode nos transformar. Quando aprendemos a nos reconhecer, passamos também a nos amar. E amando seremos capazes de aceitar o outro e conviver também com suas limitações, defeitos, anseios e respeitar seus sonhos.
Quiçá possamos trazer harmonia as nossas convivências, ainda que em muitos momentos elas exijam dureza nas ações e tomada de decisões, isso pode acontecer com doçura, leveza, gratidão e acolhimento. Somos seres capazes de pensar, refletir, transformar e principalmente amar. Façamos desta nossa capacidade algo a contribuir para nossa existência delicada e evitemos assim as agressões ao próprio corpo. Explosões, bloqueios e acúmulos se refletem em nosso organismo como reflexos daquilo que está além do suportável. Neste turbilhão de emoções e sentimentos, adoecemos. A vida merece mais que isso. Nos podemos ser mais que isso. Ame-se, ame e deixe ser amado. No final será somente isso que contará.
A FRASE DO DIA
Direi com poucas palavras o muito que se possa dizer sobre os inventores de quimeras, seja na tela seja na musica ou num poema. o que dizemos não é senão a expressão de nossa loucura. Trata-se de uma loucura sã, de uma loucura santa; pois loucos serão aqueles que reprimem dentro de si a liberdade de seus pensamentos. Pouco importe qual a razão que o encarcerem...
💡 Mudanças reais começam com uma boa ideia — repetida com consistência.
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