Textos sobre como Curtir a Vida
Caminhos e Sombras
Eu tentei, mas talvez não fui bom,
não como meu pai, não como sonhei.
Entre risos e passos perdidos na noite,
desbravei o mundo, mas o que deixei?
Duas filhas, dois olhares distintos,
dois corações que batem por mim,
mas às vezes me vejo em um espelho trincado,
e a dúvida sussurra: “fiz certo, enfim?”
Na época do meu pai, tudo era mais simples,
a rua, os amigos, o tempo sem pressa.
Os pais, mesmo duros, eram heróis,
e a vida fluía sem tanta promessa.
Mas hoje, no ruído do mundo veloz,
onde tudo se perde na tela fria,
será que falhei, será que me viram,
ou fui só um nome na ventania?
Eu fui menino, cedo homem e pai,
aos doze na luta, aos dezessete com medo,
sem tempo de ser jovem, de errar sem peso,
tive que ser forte, e nisso me perco.
E agora, na sombra do que construí,
sinto que falta um pedaço de mim.
Algo ficou entre as noites e os anos,
algo que grita no peito, sem fim.
Mas que um dia, no tempo que resta,
me vejam além do que pude ser.
Que o amor, mesmo em falhas e brechas,
me redima, me faça renascer.
E se não fui um pai como queria,
talvez no futuro, em um riso novo,
nas mãos pequenas de um neto qualquer,
eu possa, enfim, ser um bom avô.
União que Abençoa
Oh, quão belo é ver irmãos
Viverem juntos em harmonia,
Como a dança suave das mãos,
Em perfeita sintonia.
Mais precioso que o ouro é
O vínculo que o amor traz,
Como óleo que na cabeça desce
E enche a alma de paz.
É como o orvalho que se espalha
No monte, fresca e serena,
Renovando a terra que trabalha,
Trazendo vida plena.
Ali, onde reina a união,
O Senhor ordena a bênção,
E a vida se estende, então,
Como um canto de redenção.
Que entre nós o amor floresça,
Que a paz seja nossa herança,
Pois na união, a alma enriquece
E em Deus encontramos a confiança.
Esse poema busca capturar a beleza e a profundidade do Salmo 133, enfatizando o poder e a bênção da união entre os irmãos, como descrito nas imagens do óleo e do orvalho.
É contraditório, mas a forma como você me conhece, me deixa apreensiva e segura ao mesmo tempo.
Você conhece todas as nuances do meu ser, a euforia das minhas palavras soltas quando estou feliz, o temor da minha voz quando me sinto insegura, e o peso do meu silêncio quando nos afastamos.
Você conhece até o que eu não consigo escrever sobre mim.
Como podes clamar por um "Pai nosso" se ages como se não tivesses irmãos e pensas somente em ti?
Como pedes o "pão nosso de cada dia" se, quando o tens, não buscas partilhá-lo?
Se o Pai não é de todos, sou órfão.
Se o pão não é de todos, estou faminto.
Miserável sou, mendigo e solitário, se não encontro Deus nos outros e se os outros não O encontram em minha vida!
Os vícios são grudentos
Assim como o vazio sereno
Que rouba devaneios
E nada resta, nem princípios
Os vazios são incontáveis
Medo, desejo, solidão, anseio
De fato, inexistem mãos hábeis
Que suportem o excerto
Os vícios são estrondosos
Capazes de desfazer vazios
Mas, feitos para se tornarem desgostosos
Ignorando possíveis perigos
A vida é bela
Como um amor materno
Mas basta uma queda
E ela se torna o inferno
A idade são como elos de uma corrente que nos aprisiona ao mesmo tempo que, como um carrasco apressado e voraz, nos consome rapidamente, tirando-nos a vitalidade o de viver.
Afinal, o tempo não está ligado às paixões humanas da vida nem ao amor
O tempo só leva consigo o que antes era jovem e belo, vigoroso e contado como elos nas correntes do tempo, a idade de um jovem animado para um velho triste e cansado consumido pelo tempo
Este que nunca para.
Não, não somos como o sol e a lua
Não fomos como o sol e a lua
Fomos com o Sol
Bom, você é o sol
Um dia fui sol também
antes de você me destroçar e me despedaçar por inteiro
Até que eu me perdesse de quem realmente sou
O que sou?
Agora só me restam partículas
As estrelas, meu eu que virou pó
Pouco se importando com o amanhã, mas
ainda sim
As estrelas ainda sentem falta do sol
no céu da manhã
Poema Papel
É como não poder voar...
chorar sem querer...
e quando a vontade aparecer não conseguir chorar...
é a mais pura vontade de crescer...
os sons já não se importam mais...
a tristeza de alguém que não consegue ver...
é a perspectiva que perto está...
e só faz a ansiedade aumentar...
será... que deve ser a vida como ela é...
e se todos nós vivemos de sonhos...
é como não precisar acordar...
viver o presente por ações futuras...
ou não saber viver...
É como não poder voar...
Biografia.
Queria ser como todos, escrever livros e não perceber,
Ser único, ter sabedoria e deixar-me ver...
Queria ler sem me cansar, brincar sem crescer...
lutar com meu ego e vencer...
Inundar sorrisos onde for, agradecer aos céus o que for...
Queria mesmo poder compartilhar sonhos e a realidade...
Adaptar-me à minha idade, ser o novo que posso ser e menos velho que deixo transparecer... Afinal... a vida é feita de instantes e cada instante é um livro...
Existe algo de peculiar
No modo como a poesia surge na minha mente.
Nasce um amontoado de palavras
Todas misturadas
E vou arrumando aos poucos
Até formar um poema,
Cada verso, vai se encaixando.
Na poesia tudo da certo
Mas, na vida real
A gente ainda está embaralhado
Com esse tal amor...
Enquanto andava pelas ruas cinzas da cidade, as pessoas passavam por mim como se fossem flechas, rápidas e implacáveis. Seus rostos eram borrões, expressões perdidas no turbilhão do dia a dia. Eu, porém, estava em outra dimensão. Não era uma dimensão fantasiosa, com dragões ou castelos flutuantes, mas um espaço interno, silencioso e profundo, onde meus pensamentos vagavam livres, descolados da realidade imediata.
O ritmo frenético da cidade, o barulho constante dos carros e o apito distante de uma sirene, eram apenas um murmúrio distante, um fundo sonoro para a sinfonia silenciosa da minha mente. Recordações, sonhos, planos futuros – tudo se misturava em um fluxo contínuo, um rio de consciência que me carregava para longe do asfalto e das pessoas-flecha.
Vi uma mulher com um casaco vermelho vibrante, uma mancha de cor em meio à monotonia cinza. Por um instante, nossa visão se cruzou. Ela não era uma flecha, mas um ponto de luz, um pequeno desvio no fluxo constante. Senti uma pontada de conexão, um breve momento de humanidade compartilhada, antes que ela desaparecesse na multidão, voltando a ser mais uma flecha no fluxo.
Continuei andando, absorto em meus pensamentos, até chegar a um pequeno parque. Ali, o ritmo desacelerou. As pessoas caminhavam mais lentamente, algumas sentadas em bancos, outras alimentando os pombos. Ainda sentia a distância, a sensação de estar em outra dimensão, mas a cidade parecia menos ameaçadora, menos frenética. O parque era uma ilha de calma em meio ao caos.
Sentei-me em um banco, observando as folhas caírem das árvores. A cidade das flechas ainda estava lá, ao meu redor, mas dentro de mim, a outra dimensão permanecia, um refúgio tranquilo em meio à agitação do mundo exterior. E, naquele momento, percebi que talvez essa fosse a única maneira de sobreviver à cidade das flechas: mantendo um pedaço de mim em outra dimensão, um lugar onde a paz podia existir, mesmo que apenas dentro de mim.
Pensar demais
Por que sempre penso em tudo?
Cada ação exige lógica, como se meus passos devessem seguir uma trilha invisível. Nunca há o vazio, nunca há silêncio. Sempre algo. Sempre ecos.
Perdi noites de sono, afogado em pensamentos que não me deixam partir.
Por que sempre penso em demasia?
Minha mente constrói labirintos, planeja possibilidades como quem tece uma teia infinita. Tenho uma memória afiada—e às vezes, isso é uma maldição.
Por que não posso ser só um cara normal?
Agir por agir, sem que algo me perturbe os sentidos, sem que cada palavra dita pareça um cálculo arriscado.
Falar com uma garota deveria ser simples, mas há sempre um nó na garganta, um peso invisível nos ombros.
Por que não sei o que fazer com o amor?
Sinto, e talvez sinta de volta—ou talvez queira sentir. Mas o medo vem primeiro, como um véu sobre a coragem.
O que dizer, onde ir, o que ela vai pensar?
Minha mente nunca dorme, sempre gira, sempre analisa.
E eu?
Eu só queria respirar sem pensar a cada suspiro.
Título: Paralelos.
Hoje senti um frescor no vento,
doce e forte como um juramento.
Invadiu a pele, feriu o peito,
trouxe um nome que já era segredo.
Ela dançou entre as ruas vazias,
pintou sua voz nas lembranças frias.
E eu, sem querer, fechei os olhos,
como se o tempo voltasse ao relógio.
Achei que a teria até os dias meus,
mas sonhos se dissolvem no azul do breu.
Escreveria seu nome em versos eternos,
mas certos amores são só universos paralelos.
Dicionário Ambulante.
Carrego palavras como quem carrega o mar,
Em cada termo, um mundo a se desdobrar.
Para uns, um conceito, fechado e pronto,
Para mim, um universo que gira em confronto.
Dizem que sou só um rótulo a mais,
Sou buscador, artista, sempre a me refazer.
Na certeza do mundo, vejo contradição,
Pois onde há resposta, há outra questão.
Meu pensamento não cabe em caixinhas,
Ele voa, dança e traça suas linhas.
Se tentam me prender em definições,
Eu escapo, refaço, crio novas versões.
Sou mais que um nome, que um título dado,
Sou um enigma, sempre inacabado.
Olha o chá…
Olha o chá, chá, chá…
Olha o chá, chá, chá…
não sei como parar
Olha o chá, chá, chá…
Olha o chá, chá, chá…
vou ter que me encontrar
Olha o chá, chá, chá…
Olha o chá, chá, chá…
cadê o bule de chá?
a lebre não sabe,
mas, já foi busca!
Olha o chá, chá, chá…
Olha o chá, chá, chá…
ele é louco, assim como eu!
Olha o chá, chá, chá…
Olha o chá, chá, chá…
isso não vai acabá…
Versos sem aviso.
não sei, como falei,
busco só fazer no momento,
igual á pouco, palavras ao vento,
eu diria que é só uma bagunça,
porém não lamento.
uma tentativa de algo maior,
uma rima que saiu no improviso
e palavras que vieram sem aviso.
igual minha mente criada sem pedido.
loucura e caos, sentido e abrigo,
isso tudo, junto comigo,
pode parecer confuso,
mas eu lhe digo,
tem quem tudo goste,
e esse eu não sigo.
Intérprete…
Entendo a fé, o valor da religião,
Mas vejo sua forma rígida, como uma prisão.
Para muitos, é um pilar, algo seguro,
Mas para mim, apenas uma dúvida em divisão.
Não digo que estou certo,
Mas compartilho perguntas sem medo,
Pois há mais na vida do que o temor do inferno,
É preciso olhar além, do infermo,
para entender, o'que busco dizer!
Falsa Epifania.
Por vezes, apresentei o que outros desconheciam,
Como um passe de mágica – logo me queriam.
Engraçado, para alguém que se achava um fracasso,
Corações eu conseguia pescar, sem laço ou abraço.
E não cito apenas um caso, mas tantos conhecidos,
Quase todas as amizades surgiram em desvios,
Como se, há anos, já soubéssemos nossos passos,
Lá estávamos, narrando tragédias e embaraços.
Superações, alegrias e tristezas ao acaso,
Nos conhecíamos desde antes da criação dos astros.
Engraçado, muito engraçado, como isso pode ser?
Uma falsa epifania de um destino a se tecer.
O Começo.
Quase impossível de explicar,
Mas era como se eu já soubesse,
Dava nomes ao que antes devesse,
E o desconhecido, enfim, se esclarece.
O medo não veio, só curiosidade,
Cada detalhe, um novo enigma,
Na mente, ideias em agonia,
Cada resposta, outra incógnita.
O relógio a marcar seu compasso,
E eu, inquieto, a desvendar,
Engrenagem por engrenagem no traço,
A lógica oculta a se revelar.
O tempo, um mistério de precisão,
Um ciclo sem fim, sem hesitação.
Mas ao final, no que pensava entender,
Descobri que há sempre mais por ver.
Escolhi a solidão
Como minha última companheira
Nela encontrei um leito de silêncio e paz
Longe das ilusões que as pessoas nos impõem conforme seus próprios desejos e interesses
Estou liberto das garras da ilusão
Dos amores convenientes
Que te aprisionam num ciclo cansativo e destrutivo onde no final o desgaste é só teu
Escolho minha doce e amada solidão
Ela me escuta e com seu silêncio me ensina a vida onde posso me ver e me sentir prisioneiro liberto dad correntes das decepções
Na solidão me encontro todos os dias e sou livre sem correntes nem prisões em conveniências sociais e amores infames...
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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