Textos Sinto sua falta Amiga
Na urgência de falar
152 vezes o quê sinto,
Eu me autorizo sem
documentário clamar
Por aqueles que presos
não deveriam estar.
Sou aquela que
quando o verso
Se encerra não
paro de reclamar.
Aos poetas cabem
a coragem de falar
Em qualquer tempo
lugar e aonde for
Ordenado calar.
No raiar e declinar
de cada dia é de direito
Nosso ter passaporte
Para qualquer lugar,
só porque somos poetas,
E o Universo é o nosso lar.
Não são meus filhos,
todo mundo sabe disso,
mas sinto como fossem;
esses tantos filhos
que partiram para
o plano astral,
filhos adoentados,
filhos em diáspora,
filhos que se encontram
presos injustamente
e incomunicáveis,
filhos que são pais,
e filhos distantes dos pais.
A minha especial
preocupação são
com as estrelas,
não aquelas que
se colocam nos ombros,
mas as que nasceram
para viver grudadas
para sempre no coração,
Por saber da vileza
do mundo: por elas não
canso de pedir o diálogo,
a paz e a reconciliação
em nome da merecida
e justa libertação.
Chegou o tempo de olhos
voltados para o céu,
joelhos dobrados,
mãos coladas
em gesto de oração,
corações curados
e plena superação.
LXXXVI
Do Médio Vale do Itajaí
és a minha joia esplendente,
Sinto o privilégio de morar
aqui em qualquer estação,
A minha Rodeio é a joia
poética do meu coração.
Rodeio o teu povo cheio
de devoção amanhã
irá a Santa Missa na Igreja Matriz
agradecer porque
aqui dá todos os motivos
para a gente ser feliz.
Basta olhar pela janela,
respirar e contemplar
como é uma beleza
a cada momento ler
sempre um novo poema.
Sinto saudades da época
que eu fazia bonecas
de palha de milho,
não sei se o amor está
escrito no meu destino,
só sei que quando ele
chegar nós vamos namorar.
Farei a magia do sabor,
vou colocar com certeza
no Pastel de Berbigão
todo o meu amor
e na Tainha Soberana
ele há de provar o quê é poesia.
Moro em Rodeio
Alma de minha alma
sem te ver sinto
o seu coração preso
ao meu no mesmo
compasso do tempo.
Algo me diz que
para você é sentido
de igual jeito,
você sabe que eu
moro em Rodeio.
Onde a Écloga
perfeita se encontra
nos arrozais
e nos meus braços
a sua amorosa paz.
Qaqun
O exílio de um vilarejo
inteiro é algo comparado
ao que sinto vivendo
distante do seu amor puro.
A aldeia na colina com
vista para a planície de Qaqun,
A fortaleza construída
pelas Cruzadas, um poço
e a escola são tudo o quê
dizem restar da óbvia memória.
Onde a minha poesia construiu
também o etéreo Caravansário,
Te guardo no meu peito sacrário
e assim te levo com orgulho
como o meu relicário preservado.
A história de que a aldeia foi
reconstruída algumas vezes
ainda não foi apagada e nem
nunca mais será porque fiz
o voto de seguir até o final
mesmo que o seu povo não
deixaram voltar e sem saber
se muitos conseguiram se salvar.
Como o passado fosse hoje
tenho relances sensoriais
das melancias, vegetais,
pepinos, azeitonas, frutas cítricas,
trigo, cevada, cabras e colmeias.
Como estivesse por perto vejo
os cactos e uma velha amoreira
crescendo ao sul da colina,
pomares, algodão, pistache
e hortaliças, e sinto que o quê
sinto por ti também é recíproco
e quero viver além das notícias.
Na sua companhia quero olhar
e sentir pela primeira vez que
estamos vivos vivendo com sonhos
como os nossos compromissos.
Antes do Lunisticio
e do Solstício de Inverno
que estamos vivendo,
eu te sinto mesmo em pensamento.
Dancei com os deuses
nos braços da Aurora Austral,
Agora ergo em direção
a Tata Inti o Taita Nina no meu ritual.
Agradeco a Mama Kocha
pela vida que se renova
no ventre de Pachamama,
a minha intuição jamais se engana.
Minhas raízes nesta Abya Yala
vivem nas minhas veias
mesmo que você não as veja
celebrando o Inti Raymi a vida inteira.
Poeticamente as minhas letras
têm as cores da Wiphala,
conheço bem a minha pertença
que segue o rumo da ancestral crença.
Sinto na pele o frio extremo
aqui no Médio Vale do Itajaí,
O silêncio da Cidade de Rodeio
encantadoramente é quebrado
pelo canto do Canário-da-telha,
Resolvi me arrumar por dentro
para escrever um lindo poema
enquanto bebo na cuia de Porongo
o meu tradicional Chimarrão Estrela.
As vezes eu sinto como se estivesse me afogando nesse oceano de dor e agonia.
Meus pés, braços, minha garganta e meu estômago, todos enrolados por correntes, que me impedem de gritar por socorro.
É como se você fosse minha única salvação, mas na superfície você está, e eu estou aqui em baixo, contando meus últimos segundos de fôlego antes que parta.
Eu quero gritar por você, mas você não me vê, nem me escuta, em meio a imensidão do meu oceano, escuro e profundo.
Eu estou morrendo infinitamente e o sangue está se misturando com a água.
Espero que um dia eu possa ver a luz de novo.
Nada em mim é efêmero,
quando me calo é porque
ainda penso e sinto,
Não serve como perfume
a hipocrisia,
No coração há um arrebol
etéreo e uma limirência
solitária e poética
que cruza o oceano
de silêncio que espero
que não seja eterno,
mas que também não tarde
para que no tempo
se converta em amor verdadeiro.
Divina Açucena do Paraguay
que de dia sinto o seu
perfume suave e de noite
sinto o perfume intenso.
Magnífico Jasmim do Paraguay
e desta Pátria Grande,
que inspira com o seu esplendor
e em mim constrói jardins de amor.
Tu és Manacá e também sou
por voto solene e profundo
rendendo poemas como cá estou.
Nas tuas pétalas, Francesino meu,
escondo poemas com o dom
que o nosso Bom Deus me deu.
Metade que Respira em Silêncio"
Eu sinto um nome que nunca ouvi,
um toque que nunca me alcançou,
mas que arrepia a alma...
como vento que dança antes da chuva.
Não é ausência, é espera...
Não é saudade, é presságio...
Há um coração batendo ao avesso do meu,
na mesma frequência de um sonho que insiste.
Sei que existes, embora a pele ainda negue.
Teus passos erram rotas que o destino disfarça...
mas tua procura é uma prece que escuto
nas entrelinhas do silêncio do mundo.
És verso que me falta no poema...
sombra que se encaixa na luz do meu riso...
eco do que sou quando fecho os olhos
e confio que o amor tem memória.
Um dia, teu olhar vai tropeçar no meu,
não como acaso, mas como retorno.
E saberemos, sem perguntar,
que enfim, encontramos o caminho de casa.
MINHA NOVA LEI
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Decidi que o que sinto requer o seu eco
e que não me darei ante a mão recolhida,
doravante não peco por sonhar sozinho
nem mergulho no caos ao encontro do nada...
Meu olhar quer espelho nos olhos de alguém,
quero chama por chama como troca justa,
nunca mais vou além do sentido que faça
esperar que um afeto me faça viver...
Decretei que suporto sentir solidão;
jamais foi o meu fim me acomodar comigo
e não perco meu chão porque não sou amado...
A partir da partida que repete a dor
deste amor que renasce como nunca sei,
minha lei é gostar um pouco mais de mim...
PREFÁCIO DO QUE FAÇO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Às vezes me sinto incomodado ao escrever sobre temas como amor ao próximo, perdão, justiça, temperança... Reconheço imediatamente que, não tão depois, posso vir a contradizer tudo isso com uma prática desumana. Um não perdoar ou pedir perdão. Com a injustiça, o egoísmo e a indiferença que deprecio em prosa e verso.
Peço ao leitor de minhas páginas, que não me abandone por causa das minhas eventuais contradições. Pode até parecer hipocrisia, mas não é. O fato é que ao escrever como quem o faz para o mundo, escrevo para mim próprio. Tento me transformar em alguém melhor, e ao mesmo tempo, contagiar mais alguém.
SINTO DE SEGURANÇA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
É um quero não lá muito querido.
Ferido por um não poder buscar.
É um amo que odeio ter que omitir.
Mentir pra quem sabe da verdade.
É um sinto pelo qual sinto muito,
por não proporcionar esperança...
... ...
Um quero com amo encarcerado;
um amo com quero reprimido;
um sinto que é sinto de segurança.
LIVRE
Demétrio Sena, Magé – RJ.
Inventei um olhar expressivo e contido
pra falar o que sinto e também desdizer,
desfazer o sentido na moldura insossa
deste mesmo silêncio, quando necessário...
É preciso saber deixar marcas na estrada
pra voltar do prenúncio de fim da ilusão,
quando a porta fechada se fecha pra chave
que se perde na mão do momento inseguro...
Aprendi a trazer o sentimento ao rosto
e deixa-lo disposto ao querer gradativo
de quem logo depois poderá desquerer...
Venha livre de medos ou me aguarde assim,
será sempre sem fim o que for de bom tom
para todos os dons que a natureza flui...
LOUCURA DE AMOR
Demétrio Sena, Magé - RJ.
A razão do que sinto esvaiu no sentir;
sentimento e sentido não são paralelos;
não existe a corrente que os una de fato
como elos que o tempo não apartará...
O amor e o bom senso disputam espaço
e se matam no auge das contradições,
corações e cabeças empunham espadas
de combates eternos no campo afetivo...
Ambos vencem ou perdem, amor só empata,
venho aqui me render à tua rendição
ou à bala de prata que nos vencerá...
Essa coisa de amar vai das trevas à luz;
faço jus à loucura mais lúcida e sã;
curo tal bem querer ou adoeço a cura...
INFINITO PROVISÓRIO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Hoje sinto que o sempre se fez nunca mais,
todo amor é nenhum, vejo a cara do nada,
tudo jaz onde o jazz nos tirou pra dançar
no salão das quimeras que dão rumo à vida...
Porque fomos eternos provisoriamente,
nossa chama imortal foi chamada e se foi,
deu à mente o que outrora foi do coração
e não disse a que veio, quando disse adeus...
Acabou essa estrada que não tinha extremo,
é de não acabar que se acaba o que paira
sobre o caos insondável de muitos mesmismos...
Já não resta sentido para sentimentos
que perderam a graça, todo viço e vício,
nosso amor foi comício pros ébrios da praça...
SEM VOCÊS
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Sem vocês me sinto fim. Uma espécie de folia sem reis que pede prendas aos grãos de areia do Saara. Uma planta desprovida de folhas, folha desidratada e fila imensa de absolutamente ninguém.
Eu, sem vocês, não passo de pátria sem nação. Caminho sem solo e reta sem ponto... corpo sem ossos. Até com alma, porém sem ossos. Copo desprovido de fundo, pelo qual resvalam conteúdos desperdiçados. Sinto-me ninguém, com sem, sem com. Grito que não soa, cabeça sem mula e lenda sem região. Mitologia sem Grécia. Templo sem igreja.
É assim que sou sem vocês. Um misto imenso de nadas. Isto sem aquilo. Conto de fada sem fada. Conta sem produto... simples assim: eu sem vocês não sou eu... ou sou eu sem mim.
À DERIVA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Sinto como a tristeza deságua na gente;
como chega serena feito rio raso;
traz a mágoa escondida numa bolha sonsa;
uma lente que abafa meus olhos pro dia...
Esta minha tristeza me abraçou de leve,
mas trancou seu abraço em silêncio profundo,
fez o mundo perder a profusão de cores
e a graça que os olhos procuram em tudo...
Só me cabe sentir sua enchente morosa,
ver a rosa fluir no seu transbordamento,
dar os olhos ao vento e não pedir de volta...
Quase alegre de triste recolho as vontades;
perco as minhas verdades e nem sei mentir;
deixo ir... deixo ir... deixo ir... deixo ir...
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