Textos que Descreva a Si Própria
Vento de Esperança
O mundo rugindo, furioso,
Carrega em si o peso da dor,
Dentro de cada ser, uma tempestade,
Violência, medo e rancor.
Nas ruas, nos lares, nos silêncios abafados,
A cada canto, a fúria se acende,
Homens e mulheres se perdem em si mesmos,
E as crianças, com olhos tristes, ainda aguardam.
O que se perdeu?
O que restou de humanidade?
Tantas mãos levantadas, mas poucas para amar,
Somos todos um grão de areia, frágil e passageiro,
E amanhã, quem seremos, se a raiva não cessar?
A arrogância é o manto que muitos vestem,
Esquecem que viemos nus, e nus, partiremos,
Mas no fundo da alma, no fundo da dor,
É o amor que deve ser a razão de tudo, o que devemos carregar.
É ele que apaga o fogo da fúria,
Que renova os corações cansados,
Afinal, tudo passa, até o mais forte dos ventos,
E só o amor, eterno e imortal, será o que restará.
CONCEIÇÃO PEARCE
O segredo estar em olhar para dentro de si, se conhecer, saber e poder dizer eu sou isso, se é boa ou ruim, dizer com destreza, só assim se encontra a verdade conhecendo a ti mesmo, não é seguindo homens, escritos, mas seguindo a si mesmo, seguindo o que emana de dentro do seu coração.
Se conseguires conhecer a ti mesmo conhecerás a verdade que liberta.
A direita:
A lealdade é até onde se convém, depois é cada um por si, em que "uma mão lava a outra" é a definição de companheirismo;
Defendem apenas suas próprias famílias;
Defendem a destruição e desmatamento do meio ambiente em prol do progresso de alguns grupos seletos;
Usam uma única religião e um patriotismo ditatorial tosco como refúgio e fachada para seus verdadeiros interesses;
Prezam pela cisão e polarização social e no individualismo e em apenas grupos elitistas, aristocratas, oligárquicos com mesmos propósitos escusos;
As leis e regras não são aplicadas a eles pois são os mesmos que as fazem ou usam o lobby para isso;
Todos criminosos são apenas da esquerda e cometem crimes motivados por interesses ideológicos;
Cultura é onde se cultiva soja, milho e trigo para alimentar a agricultura animal e não pessoas.
Viés de Confirmação e Falácia do Espantalho são as únicas formas de argumentações e diálogos, com exageros, fatos falsos, incompletos e mentirosos.
A esquerda:
Têm forte lealdade e companheirismo;
Defendem suas famílias e a de todos os outros;
Defendem o progresso com sustentabilidade com o mínimo de impacto ao meio ambiente;
Qualquer tipo de religião e diferentes manifestações de fé e a valorização e soberania nacional é de interesse coletivo;
Prezam pela união e coletividade entre as classes sociais e pelo apoio a minorias marginalizadas, para aumentar a inclusão, a qualidade de vida e o bem estar social;
As leis e regras são para todos;
Há diferentes níveis de criminosos que atuam de acordo com suas necessidades transgressoras;
Cultura é um conjunto de crenças, valores, costumes, conhecimentos, arte, leis e hábitos que um grupo de pessoas compartilha e transmite ao longo do tempo não se limitando apenas a manifestações artísticas como música, dança ou pintura;
Diálogos com argumentos racionais e de bom senso, sem viés e falácias e sem falsos fatos, invenções e mentiras, são aceitáveis para um consenso.
Dominar a si mesmo é compreender que a mente humana é uma fera faminta por desejos, e que é preciso ser mantida em coleira firme alimentada de propósito, dominando suas emoções, quem não impõe regras ao próprio instinto tornará vítima dele, quem não disciplina os próprios pensamentos se tornará escravo das suas próprias ilusões.
Arnaldo(Faúna)
Sabe por que eu gosto da Lua?
Porque ela existe por si só.
Ela não precisa fazer nada
para ser reconhecida.
O mundo não precisa te conhecer
para você ser reconhecida.
E mesmo quando ninguém olha,
a Lua continua lá —
firme, silenciosa, inteira.
Eu também mudo de fase,
às vezes me escondo,
às vezes brilho demais.
Mas mesmo nas noites em que tudo desaba,
eu ainda sou eu.
Carrego sonhos que não são só meus,
e mesmo cansada, continuo existindo,
como quem promete luz
mesmo com o coração em sombras.
Porque, como a Lua,
eu também não deixo de ser luz
só porque o céu está nublado.
(esse foi meu primeiro poema e talvez último, não costumo escrever, mas eu achei necessário nesse momento, por que expressa bem o que sinto) .
O Fim da Espera: um Diário de Retorno a Si
Entre o Silêncio e o Reencontro – Diário de um Ciclo de Clareza
Hoje, dia 2 de novembro de 2025, encerro um ciclo que não é apenas sobre alguém, mas sobre o modo como aprendi a amar e a me ver dentro das relações. Este texto é uma forma de reconhecer o caminho que percorri entre a entrega, o medo, a espera e, por fim, o reencontro comigo mesma.
Escrevi uma carta, porque o que sinto só ganha sentido quando se transforma em palavras. Foi assim que me expressei com sinceridade e respeito, como sempre foi entre nós. Depois que escrevi, percebi que a carta não era apenas para ele, era para mim.
Era o fim de uma espera e o começo de uma escolha. Ela trazia, escondido nas entrelinhas, o recado que eu mesma precisava ouvir:
“Você pode sentir falta e, ainda assim, seguir.”
Percebo que o que mais me doía não era a ausência dele, mas o silêncio, o vazio de não saber o que se passa do outro lado, o eco de tudo o que ficou sem resposta.
O silêncio sempre foi o gatilho mais difícil para mim, talvez porque, na infância, quando eu pedia carinho, às vezes recebia afastamento. Meu corpo aprendeu a confundir amor com conquista e presença com merecimento.
Ele, com sua forma contida e distante, acabou ativando exatamente essa antiga ferida. Mas, ao mesmo tempo, me mostrou o espelho que eu precisava ver: “Não posso mais tentar provar que mereço amor.” O amor precisa fluir de forma natural, recíproca e leve.
Hoje, olhando para tudo isso, percebo que o vínculo que criamos foi, sim, importante, mas talvez tenha sido importante para me ensinar o que é amar sem desaparecer. Não preciso mais ser a mulher que espera, que entende tudo e que se encolhe para caber. Posso ser a mulher inteira, a que se entende, se cuida e se escolhe.
O silêncio dele, por mais dolorido que tenha sido (e que ainda possa ser, por enquanto), me empurrou de volta para mim. E agora, o que antes era vazio começa a se transformar em espaço, um processo que está se tornando um lugar de paz, autonomia e descanso da alma.
Não sei o que ele vai fazer, e talvez nunca saiba. Mas sei que eu fiz o que precisava ser feito. Falei com clareza, com verdade e com amor, e isso é o que me permite caminhar sem arrependimentos.
Hoje, o que fica é uma frase simples, mas que carrega toda a maturidade dessa travessia:
“Eu posso sentir falta, e ainda assim, seguir.”
Evoluir e mudar padrões requer muita coragem, pois dói, e dói muito.
Você retira tudo aquilo em que acredita ser, remove o véu, as camadas, desfaz-se da única identidade que um dia conheceu, daquilo que aprendeu por uma vida inteira. E, quando começa a entender o que é realidade em vez de utopia, a briga entre mente e coração, que antes era enorme, vai diminuindo, porque o entendimento começa a tomar forma. A razão diz que você fez o certo, mas o corpo ainda entende como errado e leva um tempo para absorver toda essa mudança.
O que prevalece é a decisão de manter o impulso da mudança. Decisão é decisão, e devemos agir de acordo com o que escolhemos. E, neste caso, escolhi a mim. Mesmo que, às vezes, o reflexo pareça dizer que tudo isso ainda é errado, eu sei que não é. O amor-próprio está ligado a parar de se perder e de se anular diante do outro.
O mais difícil nisso tudo? É que sabemos o que devemos fazer… Mas o mais importante é entender que tudo muda quando alguma coisa muda, e eu estou mudando.Não sou mais a fada madrinha. A varinha de condão quebrou, e agora a magia só pode ser interna, não externa.
Se ainda tenho espaço para o amor?
Claro que sim.
Se eu o amaria intensamente?
Claro que sim.
Mas não mais do que me amarei de hoje em diante.
Ana Cláudia Oliver- finalizado em 06/11/2025
UM CONTO ITALIANO🇮🇹
As colinas da Toscana ondulavam sob a luz prateada da lua, como um mar silencioso de vinhedos. O ar tinha cheiro de alecrim e uvas maduras quando Giulia, filha de viticultores, atravessou o campo carregando um pequeno caderno de couro preso ao peito.
O caderno não era dela. Era do avô, morto há poucos meses — o homem que guardava segredos tão antigos quanto as oliveiras que cercavam a casa da família.
Giulia só o encontrara naquela tarde, escondido dentro de uma gaveta trancada.
Quando chegou ao topo da colina, avistou Marco, o restaurador de igrejas que trabalhava na vila vizinha. Ele estava sentado no muro de pedra, observando o brilho da lua sobre os vinhedos.
— Non riesci a dormire? — perguntou ele.
Giulia respirou fundo e mostrou o caderno.
— Encontrei isto… e acho que há algo aqui que meu avô queria que eu descobrisse.
Marco se aproximou, curioso. Giulia abriu o caderno e revelou um desenho: um mapa simples, feito a carvão, marcando um ponto entre duas fileiras de cipestres. Ao lado, havia apenas uma frase:
“A verdade floresce apenas à luz da lua.”
Intrigados, caminharam até o local indicado. Quando chegaram, perceberam que o chão estava mais solto ali, como se alguém tivesse cavado recentemente.
Marco ajoelhou-se e removeu a terra, descobrindo uma caixa de madeira antiga. Giulia abriu com as mãos trêmulas.
Dentro havia cartas — dezenas delas — escritas pela avó de Giulia para um homem cujo nome ela nunca ouvira antes: Alessandro.
Em cada carta, uma história de amor proibido.
Em cada frase, a dor de ter escolhido um casamento arranjado em vez do homem que realmente amava.
Giulia engoliu seco.
— Minha avó… ela nunca falou disso.
Marco colocou a mão no ombro dela.
— Talvez ela tenha querido que você soubesse agora. Para entender que a vida é curta demais para esconder sentimentos.
Giulia levantou o rosto na direção da lua. As colinas pareciam sussurrar histórias antigas.
Ela olhou para Marco, percebendo naquele instante algo que tentava ignorar há meses:
os sentimentos que cresciam entre eles, silenciosos como as noites toscanas.
Marco sorriu, suave.
— La luna custodisce segreti… ma rivela anche ciò che conta davvero.
E ali, sob o luar da Toscana, enquanto as cartas antigas balançavam ao vento, um novo segredo começou a nascer — não para ser escondido, mas para ser vivido.
Saborear a Vida
Viver, por si só, é raso demais.
Eu quero mergulhar.
Sentir o gosto dos dias, o sal das lágrimas, o doce dos encontros, o amargo que ensina.
Não me basta acordar e seguir.
Quero dançar com o tempo, rir com o vento, abraçar o instante como quem abraça a eternidade.
A vida não é prato feito.
É receita aberta, temperada com coragem, servida com afeto.
Saborear é estar inteiro.
É não passar batido.
É mastigar cada momento como quem sabe que tudo pode ser último — ou primeiro.
Viver para mim é pouco. Eu quero sentir. Eu quero ser. Eu quero saborear.
꧁ ❤𓊈𒆜🆅🅰🅻𒆜𓊉❤꧂
Valdecir Val Neves - Vila Velha - ES
VERTIGEM
O silêncio é a febre que me desvela,
Emoção que, no olhar, a si mesma congela.
Um mergulho suspenso em estuário raso,
Onde o sal do teu nome corrói cada passo.
Na urgência de tocar a tua derme fria,
Como a raiz na treva, cega, nua, se avia.
Quase sempre perdido, num só abraço me acho,
E no calor de um toque, o caos desfaço.
Anseio por olhares. E que em mim se demorem,
Por mãos que em meu peito uma pátria explorem.
Num enlace de dedos, na fusão das retinas,
Ancorar o destino em praias adamantinas.
Ah, ser o desejo! Não a brisa que passa,
Mas o magma que rompe a crosta da desgraça.
Com a fúria do centro, sem temor ou medida,
Que arrasta e consome. E funda outra vida.
Ofereço meu mundo, não a gasta promessa,
Mas o chão que em meus pés, sangrando, se expressa.
Moveria os céus. As estrelas traria.
Por um só instante que a morte justificaria.
Busco em ti o meu eco, o avesso do meu ser,
Que decifra o meu caos e me ensina a querer.
Um espelho de abismos, em vertigem perfeita,
Na dança do tempo, a história desfeita.
Por um amor que seja rio a escavar
O leito da memória, e em nós se demorar.
Almas que se incendeiam, que em chamas se fundem,
Em laços que se tecem. E destinos que se confundem.
Não conte as horas trabalhadas, conte as metas alcançadas.
Porque o tempo, por si só, não constrói é o sentido que damos a ele que define o valor do esforço. Trabalhar muito não é o mesmo que evoluir. É possível estar ocupado a vida inteira e ainda assim não sair do lugar. O que importa não é o quanto se faz, mas o porquê e o para quê.
PRESENÇA ADVAITA
A travessia do ser que deixa de lutar contra si
A cidade ainda não dormiu.
O ar tem cheiro de chuva e café esquecido.
Há buzinas, passos apressados, vozes cansadas atravessando a noite.
Aqui dentro, a casa fecha as pálpebras e o corpo desaperta os ombros.
A respiração desacelera, como se o tempo, por um instante, perdesse a pressa.
Não é iluminação, é pausa.
Não é milagre, é o cansaço que aprende a sentar.
No intervalo entre o que se esgota e o que começa, algo desperta.
É mais sopro que ideia, mais pele que palavra.
Viver é sentir.
Sentir é o único gesto que não mente.
É quando você acontece.
Não chega, se revela.
Nada em você exige lugar, mas tudo muda à sua volta.
O ar fica mais leve, as sombras perdem pressa.
O silêncio ao seu lado tem temperatura.
Parece uma mesa posta no meio da alma.
Você toca o lugar em mim que sempre esperou,
e algo, enfim, consente.
Ainda com medo, eu consinto.
Não há urgência, há respeito.
A ternura não anuncia sua entrada,
ela simplesmente chega e fica.
O medo, visto de perto, se torna pequeno.
A dúvida, cansada, adormece na varanda do peito.
O que antes era abismo agora é chão molhado,
com marcas de quem passou e ficou.
O ser é o campo onde o medo e o amor se escutam.
Ali, o humano e o eterno se olham sem querer vencer.
Quando há escuta, o silêncio deixa de ser muro e vira ponte.
Antes da calma houve deserto.
Antes da ternura, ferida.
Já temi o que mais amava,
já fugi do que me curaria.
Até que o orgulho se desfez,
e a suavidade entrou pela fresta da noite.
Nem tudo em mim é paz.
Ainda há grito guardado,
e o eco às vezes volta sem aviso.
Mas ele já não fere, apenas me devolve à carne.
O amor que prende é medo disfarçado de zelo.
O amor que acolhe tem mãos abertas e chão firme.
Nele, dois seres se olham sem truques.
Ambos feridos, ambos atentos.
Sabem que o outro teme, e ainda assim permanecem.
Eu tropeço.
Duvido.
Às vezes quero trancar a porta e esquecer o mundo.
Mas é a dúvida que me devolve à fé,
essa fé pequena, feita de respiração e paciência.
Só quem sente profundamente aceita não entender tudo.
Com você, o tempo não desaparece, ele respira.
A casa continua casa, o mundo continua áspero.
Há contas, filas, injustiças e gente que carrega o dia nas costas.
Mesmo assim, algo em nós encontra um ritmo bom,
um espaço simples onde a ternura sobrevive.
Não busco eternidade, busco verdade.
Prefiro o instante vivido à promessa que não cumpre calor.
O que é real não morre, apenas muda de rosto.
A presença é o milagre discreto que sustenta o mundo enquanto ninguém vê.
Não há promessa, há encontro.
Não há destino, há travessia.
Você não chega, acontece,
como chuva breve em tarde quente,
lavando o pó do que restou.
A plenitude não está em domar os sentimentos,
mas em atravessá-los inteiros.
Quando compreendo o medo, o amor deixa de ser fuga
e vira casa com portas que abrem por dentro.
Nem tudo que acalma cura.
O silêncio também corta,
mas é corte que limpa,
como mar depois da tempestade.
Às vezes a luz arde antes de iluminar.
Às vezes o amor desmonta o que eu usava para me proteger.
Se o tempo nos afastar, a presença não parte.
O sentir muda de tom, como maré que recua
só para lembrar que voltará.
Você é travessia,
o agora entre duas incertezas,
a prova de que o amor pode existir sem fazer barulho.
Se o silêncio for tudo o que restar,
ainda assim haverá amor.
O que é verdadeiro não precisa ser dito.
O toque fica mesmo quando a mão já se foi.
A lembrança não pede voz,
a pele ainda sabe o caminho.
Ser forte não é erguer muralhas,
é continuar sensível quando o mundo pede dureza.
É olhar o outro e ver o mesmo espanto,
a mesma fome de não ferir.
Escolho te sentir.
Não para possuir, mas para reconhecer.
Não para vencer, mas para ser verdadeiro.
Se o sentir trouxer dúvida, que venha.
Que confunda e console.
Que assuste e cure.
Que desfaça o chão só para mostrar o céu que sempre esteve ali.
Entre nós talvez não haja nome,
e tudo bem.
O real prefere ser vivido a ser explicado.
O amor que nasce quieto é o que mais permanece.
Ele não disputa palco, respira.
É o som do ser se reconhecendo no outro.
Quando o ser se torna simples, o medo aprende a ouvir.
Nada precisa ser vencido quando é compreendido.
A sabedoria não nasce da força,
mas da entrega.
Do instante em que o ser para de fugir de si
e percebe que nunca houve vazio,
apenas verdade esperando espaço.
A cidade enfim silencia.
Uma janela apaga, outra acende.
O ar cheira a terra molhada.
E no reflexo do vidro, eu me reconheço.
O silêncio me olha,
e nele eu ainda vejo.
"Sabe aquela sensação de não pertencer à sociedade em que se vive? É exatamente assim que me sinto. Parece que sou obrigada a seguir um padrão, como se não pudesse simplesmente ser eu mesma. Tenho a impressão de que, ao mostrar quem realmente sou, as pessoas me olhariam com estranheza, como se não acreditassem que aquela também é a minha verdade.
Quando tento fazer algo novo, quando busco liderar, sinto um peso enorme — como se fosse uma responsabilidade imposta. Liderar sem ter escolhido é sufocante. É doloroso quando esperam perfeição em tudo o que faço e, ao menor deslize, mesmo que não tenha sido culpa minha, o julgamento vem de forma dura.
É como se, por tanto tentar pertencer, as pessoas acreditassem que eu sei resolver tudo. Carrego uma obrigação invisível, que ninguém me cobra diretamente, mas que, de algum modo, todos parecem esperar de mim.
Hoje senti a necessidade de escrever. Percebi como é bom desabafar. Colocar em palavras me ajuda a enxergar que estou vivendo uma tempestade — mas que, como todas, também vai passar. Afinal, nem tudo é um mar de rosas."
"Sobre tentar mudar as pessoas."
Esse peso, não é seu.
Não traga-o para si.
O fardo de tentar "mudar" os outros não deve ser de ninguém.
Libere-se dessa "obrigação", essa bagagem não é sua, tire-a das suas costas.
Respire.
Se cure.
Se ame.
Deixe cada um, com o seu próprio mal.
Deixe cada um viver de acordo com o que oferece.
E siga com mais leveza.
Não se preocupe, você não falhou, tentar, já te faz mais humana, do que a grande maioria.
Perceba, alguns nem tentam.
Um conselho: Ore e descanse.
Não descanse ansiosa esperando algo, mas faça exatamente o contrário, não espere absolutamente nada.
Não há como tirar água potável de um rio insalubre , e isso não é sua culpa. Nunca foi.
Sinta-se vitoriosa, por ter dado o melhor de si, e continue sua trajetória de vida. Não à dos outros, mas a sua!
Apenas prossiga, uma hora tudo vai fazer sentido, e o que parecia perda, na verdade foi livramento.
Nanci M. Cavalcanti
🕊️ O Estoico
por Marcos — escritor e mestre de si mesmo
Quando te provocarem,
não entre no jogo.
O silêncio é tua espada,
e a calma, teu escudo novo.
Quem provoca quer ruído,
quer ver tua paz quebrar.
Mas o estoico sabe disso —
ele apenas respira e olhar.
Não responde com raiva,
não devolve a ofensa.
Sabe que quem grita alto
carrega dentro a carência.
A força está no controle,
não em vencer discussão.
Quem domina o próprio fogo
não queima o coração.
Deixa o mundo se agitar,
segue firme no teu centro.
A paz é tua morada,
teu templo é o pensamento.
Ser estoico é ser livre
de tudo que quer te ferir.
É escolher a serenidade
e deixar o ego ir.
Marcos — o estoico consciente —
aprendeu com o tempo e a dor:
que o verdadeiro poder humano
é não reagir com rancor.
👉🏼 Atravessar a Si Mesmo
“A maior aventura de um ser humano não é atravessar o mundo, é atravessar a si mesmo. Encontros, perdas, afetos e silêncios são as estradas dessa viagem. A vida fala conosco o tempo todo e quase sempre através de coisas simples. Ela só se revela de verdade a quem aprende a ouvir o que não foi dito, sentir o que não se vê e enxergar o sentido escondido em cada queda, desvio e recomeço.”
SOLIDÃO INTERNA
É quando a gente imergi dentro de si mesmo
e enxerga um corredor longilíneo e afunilado
Nas paredes rebocadas de cal esmaecido…
Sonhos crivados em retratos amarelados
em nossa memória em forma de mosaico.
Em sintonia com ruídos de nossos passos
Seguimos em atos como uma peça de teatro…
El éxito comienza en la voluntad. ( Rudyard Kipling)
Si piensas que estás vencido, lo estarás.
Si piensas que no te atreves, no lo harás.
Si piensas que te gustaría ganar, pero no
puedes, no lo lograrás.
Si piensas que perderás, ya has perdido,
porque en el mundo encontrarás,
que el éxito comienza con la voluntad del
hombre.
Todo está en el estado mental.
Porque muchas carreras se han perdido
antes de haberse corrido,
y muchos cobardes han fracasado,
antes de haber su trabajo empezado.
Piensa en grande y tus hechos crecerán.
Piensa en pequeño y quedarás atrás.
Piensa que puedes y podrás.
Todo está en el estado mental.
Si piensas que estás aventajado, lo estás.
Tienes que pensar bien para elevarte.
Tienes que estar seguro de ti mismo,
antes de intentar ganar un premio.
En la batalla de la vida no siempre gana
el hombre más fuerte, o el más ligero,
porque tarde o temprano, el hombre que gana,
es aquel que cree poder hacerlo.
A tua ida aos céus
Um carro preto, tão escuro quanto o céu, aconchegava dentro de si um belo casal de humanos.
Humanos estes que, a todo momento, ficavam batendo nos cantos.
Um jovem casal belissimamente lindo!
Pena que o jovem rapaz não sabia o que estava vindo…
Ao ligar o velho motor, tomou-se pela dor,
porém preferiu ignorá-la, para não tirar de sua garota o sorriso.
Garota elegante, com olhos cor de madeira e cabelo cor de petróleo,
olhava-o com certa ambiguidade em seu olhar.
Pena que o jovem não houve de notar.
À toa, o carro gastava seu óleo.
Cada hora da noite — noite esta que se assemelhava mais à eternidade — os dois, novamente, demonstravam um amor que, confesso eu, nunca antes recebi, um amor cheio de reciprocidade.
Como queria estar igual aos pombinhos, amando na flor da idade!
Continuemos…
Seguiram-se amando, trocando beijos e palavras lindíssimas.
Pena que, para o jovem rapaz, estas seriam as últimas.
O seu olhar a fitava, amava e a desejava ao seu bombeador de sangue.
A sua mão a tocava, ou melhor, tratava-a como a uma mulher.
Depois de um tempo, a viagem seguiu.
Um caminhão, maior que minha mão, foi de encontro ao carro.
Talvez para cobrar-lhe uma antiga dívida?
Pena saber que, para o jovem, o combinado custou caro.
A jovem, por sua vez, teve a sua saúde mantida.
Colocaram o jovem sobre uma caminha — acredito que se chame “maca” —
e levaram-no, com certa despreocupação, a uma salinha cujas paredes e cujo teto eram brancos e sem vida.
No lugar, não havia nada, mas isto não era um problema ao rapaz,
pois ele sabia que, ao fim, teria perto de si sua mulher.
Os dias corriam de um lado ao outro, claramente sem rumo algum.
No entanto, não havia preocupação,
porque carregava a imagem daquela detentora de seu coração.
Não se queixava de remédio nenhum.
Os olhos, ainda brilhantes, namoravam a porta.
Sempre achei aquela porta digna de ser aberta por uma linda dama
que, no momento em que estivesse eu dentro de uma ilusão, me visitasse na cama,
que segurasse, em suas mãos de coelho, uma deliciosa torta, sorrindo para mim enquanto uma fatia corta.
Desculpe, continuemos…
O tempo muito se passou,
e a moça, no prédio, nem sequer pisou.
Pelo grau do acidente, o pobre rapaz perdeu parte de sua coordenação motora da região inferior.
Se ao menos ela o visse, poderia facilmente tratar de seu caso com o seu simples amor.
Se ao menos… Se ao menos tivesse…
Aos poucos, o movimento no interior foi diminuindo…
Mesmo em sonhos, não a conseguia ver ao seu lado sorrindo.
O lugar tornou-se um velho prédio onde todos os profissionais ficaram à disposição.
Suas pernas, já saudáveis, entrelaçavam os dedos ansiosamente.
Seus dentes chocavam-se uns contra os outros de nervoso,
e seu coração se quebrava em sua totalidade. Neste momento, arrisco dizer que parte dele foi eliminada pelos sucessivos vômitos de tristeza.
Ao final de seus dias, ficava de prantos em sua pequena mesa.
Na hora de sua partida, pegou seus pertences, derrubando um oceano de mágoas pelo chão.
No instante em que deixou o hospital, olhou ao pobre e triste céu,
querendo ver novamente sua amada e cobri-la com um lindo véu.
Pobre jovem… não há nada neste mundo material para segurar sua mão.
O homem foi caminhando a um local cheio de pedras com formato de paralelepípedo.
O lugar era belo; havia uma quantidade rica de flores deixadas por aqueles que, igual a ele, sentiam as mesmas dores.
Ele, a fim de honrar o local em que estava inserido, levava consigo um lindo conjunto de rosas que, milagrosamente, deixaram-no com o peito aconchegado.
“Como eu a amo!
Como eu a vislumbrava!
Uma mulher que, durante sua vida, feliz o meu coração deixava!
Como eu a amo!”
Deixa que teus sonhos aflorem por si
Deixa que a paz viaje em teu existir
Deixa que as flores falem por si
Deixa que Deus aja por ti ...
Saia dessa prisão que tanto te entristece
E vai...
Ancora tua vida no que te liberta
das dores desse mundo
e não esquece jamais ...
De regar sua alma
com a leveza Daquele que
a cada segundo
nos aquieta .
O medo é um distúrbio criado pelo próprio medo.
Temendo ser ridicularizado, ele conheceu a si mesmo — o medo de ver o mundo sem medo.
Quando percebeu seu império desmoronar, o medo parou diante da própria impotência.
Então surgiu a ideia: usar o ser humano desprovido de consciência para reviver o medo na sociedade.
E até os dias de hoje, o povo continua convivendo com o medo — o medo que domina, que cala e que aprisiona.
