Textos Poeticos

Cerca de 132 textos Poeticos

Oi Deus,

Comecei meu diálogo assim. Há muito tempo não nos falamos, engraçado né?

Vivo no meio de tanta gente que diz te servir e não tem tempo pra te ouvir.

Meu coração com certa saudosismo anseia por aqueles altos papos pelas tardes que tínhamos, se lembra?

Onde eu ia de encontro no secreto buscar o Eterno, passava a chave no quarto e sai dali somente depois de falar contigo.

Saia quebrado, destruído por encontrar alguém tão perfeito se compadecendo de mim um pobre imperfeito.

O que aconteceu comigo?
Talvez indiferença?
Letargia?
Preguiça?
Ou descaso com tua presença?

É Deus...
Não retiro minha culpa, por saber, e assim dizer que sou um pobre mortal, tentando fazer tudo do meu jeito.

Procura-se tempo para ter tempo com alguém essencial.

Dizem que o amor é tonal,
Ouso dizer é anacrustíco…

Inicie-se a melodia,
Em tempos inesperados.

Talvez seja como uma escala complexa,
ou o sistema tonal oriental…

Cheio de nuances e micro tons
para se explorar.

Ou pode ser uma melodia de ninar,
dependendo da forma…

Aventurar em novos tons,
executar a melodia e compreender…

Qual o tom do seu tom…

Aqui jazz aquele que não é, por nunca ter sido

agora entendo
estou morto há muito tempo
por isto não consegui me fazer ouvir

a força do desejo do que deixei de viver e Amar é que me faziam acreditar estar vivo

não percebi o último despedaçar das minhas asas e estava de coração quente e cheio de esperanças demais para perceber a queda

quando morri, não houve tempo para me despedir, levantar um clamor ou dirigir alguma súplica

estava vivo demais para isto, inclusive para morrer, mas minha morte não dependia somente de mim

faz alguns dias, talvez semanas, não sei, faz tempo, parece fazer séculos...

ainda suspiram em mim mim os fluídos das almas deitadas na grama olhando a lua

do desabrochar das pétalas de Lótus Líricas que insistem em me acariciar

do aroma da canção que não quer ir embora

olhei para uma estrela longínqua para sentir seu perfume

mas não consegui manter-me vivo

afoguei-me em suas águas lodosas, de sede fui morrendo enquanto te recolhestes da natureza a que pertencias para habitar em algum vaso mundano de cor rubra

o universo é imensidão

nós nos fizemos apequenados demais para sermos notados quando desprezamos o Amor por não aprendermos a Amar

morri antes de acenar uma despedida para teus olhos profundos e delicados

não transbordei teus desejos e nem extasiei seus Amores

a isto, mesmo morto, acreditava estar vivo

não pude fazer com que me lesse

e em sua morte adormecida, fatalmente vim a morrer

e ja não tenho de onde tirar ânimo para ressuscitar outra vez...

enfim, aceito a morte..

✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.

Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.

Entrar no canal do Whatsapp

lembrei...
sorri...
sorri feito bobo!

lembranças são assim,
colocam sorrisos bobos
no rostos das pessoas...

lembrei...
ri...
ri como um louco,
eufórico!

lembranças são assim,
fazem as pessoas gargalharem
assim do nada...

lembrei...
chorei...
chorei feito criança!

lembranças são assim,
desmancham as pessoas

em lágrimas..

**Lembranças⁠

⁠Flertes

flertava com a dor
como a criança que
pisa em poças d'água,

por vezes tal flerte
era como uma valsa
dançada sobre nuvens,

vestes nuas
à brilhar
à luz da lua...

flertava com a dor
nos ventos dos tempos
de amaguras de distâncias,

flertava com a dor
até esquecer-se
de si mesmo,
perder-se no tudo

do nada que; no que nunca encontrou,
e não procurar-se mais..

⁠A redenção é a morte

há alguns dias não tenho vontade de me levantar, permaneço deitado com os cobertores ate o queixo no escuro com minhas cortinas blackout puxadas

a televisão ligada sem volume ou com o volume no minimo me sugere as horas, é ínicio de madrugada agora, ha alguns dias foi meu aniversário, daqui ha alguns dias terá o feriado de 7 de setembro, através da internet não fico alheio completamente sobre os dias e meses

a passagem do tempo no entanto se mostra morosa, rude e angustiante, algo dentro de mim se levanta em súplicas por dias de sol e aroma de flores da primavera, então lembro que essa sensação de súplicas tambem me acompanhava no verão passado e na primavera passada

aa sendas escuras do meu quarto anunciam corpos mortos chovendo pelo teto e deitando-se nas feridas da minha cama empoçando jardins de flores pisoteadas

tremulam versos rotos e sem rimas do sangrar dos meus labios queimados pelo sol de inverno que não encontra fresta alguma na alma deste quarto escuro

suspiro, aspiro e respiro mendigando sonhos em clarões brancos de escuro desolação

respiro um acreditar dentro do meu corpo morto, em algum lugar ela toma entre suas doces mãos sua xícara de café e suas duas fatias de pão, sim duas fatias

no jazzer do meu cadáver ensurdece-me o pranto das paredes de olhos ardendo ante o odor fétido que exala do meu corpo morto

ocasionalmente meu corpo morto sente o aroma de terra molhada onde dançam lembranças de uma infância vivida, uma vida Amada e de uma velhice abortada

em algum lugar os mendigos tomam cachaça e consomem crack amortecendo suas vidas mortas, prostitutas em banheiros de motéis ajeitam a maquiagem para ir de encontro a seus proximos clientes mortos

neve escura se espalha e congela o quarto preparando minha sepultura

as ruas tossem vírus mortais, milhares caminham nestas mesmas ruas onde já não resta quase ninguém para morrer, estão mortos ha muitas luas, eu enfim junto-me a eles, não ha redenção, talvez nunca ouve..

A facada

​ontem a tarde foi otima, taças de vinho e brindes entre conversas por vezes descontraídas e as vezes sérias sentados em um lençol na grama sob o sol de inverno, passarinhos caminhando entre nós, como se pertencessemos à uma mesma convivência diária... a vida fica muito boa as vezes, a gente abre uma garrafa, se senta e espera pelo que pode acontecer...

hoje lembro de ontem e pela janela olho lá fora um céu azul louco, tento fazer um círculo com a fumaça azulada do meu charuto barato, sem sucesso...

ergo minha cerveja num brinde silencioso ao que restou de mim, bebo mais um gole dos oceanos da minha dor enquanto lembro que independente do que eu pudesse dizer ou sentir, alguem de fora do nosso céu passou a faca nas asas do pássaro azul do meu peito, ferindo-o mortalmente..

Looping temporal

o medo afugenta a coragem
a razão abafa o coração

vê, um verso trazido pelo vento em forma de canção

o que ela nos diz?

o que ela lhe diz?

em algum lugar no tempo, nesse tempo, um ponto específico, um reencontro, agora distante

o inferno engole o céu, vivemos sob os mesmos tormentos

uma porta, uma saída?

uma lembrança, uma saudade, um passo, uma atitude

a loucura da razão pisa jardins inteiros antes que estes floresçam

entre a semente e a flor existe o tempo, é fato, tempo de cultivar, cuidar, dar atenção, não enterrar-se no profundo da terra em direção contrária ao nascer da flor

o mergulho que escorre nas entranhas da escuridão profunda que desagua no magma das chamas purgatoriais da tristeza

eu deveria aprender a me despedir de quem se despediu de mim, todavia acredito que se eu sobrevivesse, com 87 anos, daria um jeito de me dizer de forma irônica que "desisti", mesmo você tendo desistido primeiro

cantos de pássaros multiplicam sabedoria nos ares buscando guarida em nosso peito

te falo sobre a sabedoria do canto dos pássaros?

rasgar minha voz outra vez para lhe dizer o que se recusas ouvir?

coração partido, recuso partir, recuso dizer adeus

em breve, contra minha vontade meu corpo partirá, lembrarás então de canções que deverias ter cantado no tempo entre a semente e a Flor

cantarás para mim, enfim, sem se importar com a razão, embora a razão lhe diga não ser possível meu corpo morto ressuscitar

buscará minhas palavras, estarão vivas para sempre, aquecerão seu coração para em seguida debulhar-se em lágrimas pela minha voz morta que não poderá mais lhe dizer ao pé do ouvido que te Amo

entre a semente e a Flor, o tempo, onde se morre por falta de cultivo, cuidado e atenção

ouve, canções e prenúncios, canções de luto, canções por quem vive

ouço minhas próprias canções fúnebres

[...]

canções sobre o tempo
que deveria ser
um fazer-se
presente

canções sobre o tempo
que é um fazer-se
"ausente"..

Inserida por arremedos_poeticos

⁠Um lugar para o amanhecer

não há lugar
neste mundo
para os que
Amam
com
intensidade,

eles
assustam
nós
assustamos
as pessoas

neste mundo
tão insano,
nos assustamos
ate entre
nós mesmos

por isto
não há
um lugar
para nós

[...]

se eu
pudesse
te levaria
para uma
estrela

com meu
próprio corpo
te protegeria
das dores
causadas
pelos que
não sabem
sentir

com minha
alma
te envolveria
com todo meu
Amor
para te
transbordar
a ponto
de te fazer
se sentir
protegida

e
sem medo
de
Amar
e
ser
Amada...

fugiríamos juntos
em Amor,
para sempre,
para longe
de todos que
não sabem
ver o
Amor
em todo
e cada
amanhecer..

Inserida por arremedos_poeticos

⁠Não tente (Circulo das hipoteses)

sempre o que me veio através da vida, fiz o melhor possível, não era o "primeiro", o lugar mais alto do pódium, mas me destacava, estudo, trabalho, relações

fora as relações, nunca, nunca tive ânimo para continuar, ir até o fim, prosseguir, insistir, acho que é um lance sentimental, se tu não tem um sentimento pelo que está fazendo, por mais que dê seu melhor, você acaba ficando pelo meio do caminho, se distraindo com outras estradas, ou cansando da caminhada, ou desistindo por não ver motivação para continuar

já em amizades e no Amor, é quase incontrolável o acordar naquela típica embriaguez de esperanças, mesmo sabendo que em menos de 24 horas irei adormecer no mais completo e solitário vazio de mim mesmo

durmo solitário e vazio lá pelas 3, 4, 5 horas da madrugada e lá pelas 7 da manhã acordo passar um café, me sirvo de um gole, puro e forte, me sento na janela degustar enquanto fumo um cigarro ou um charuto, muitas vezes depois de uns dois ou três cafés passo pra cerveja

dia desses o locutor no rádio disse que todos os dias Deus nos dá uma oportunidade, uma folha em branco para escrevermos nossa própria história,
faz muito tempo que eu só tiro uma xerox, uma cópia cada vez mais apagada do dia anterior

meu fígado defeca a cirrose, o estômago cospe em sangue a úlcera do pior dos moribundos

de qualquer forma, vai ser uma boa morte

o vôo 19 perdido para sempre no Triângulo das Bermudas, círculo das hipóteses

meu olfato busca um sentido no labirinto dos lábios da Poesia selado no silêncio sepulcral dos seus ouvidos líricos

deixei para trás muitas coisas, sinto falta da cocaína e jogar "21" a dinheiro online, mas não tenho ânimo pra fazer nada disto

"don't try"

círculo das hipóteses, cíclico, minha psiquiatra me disse que sou um suicida em potencial que não puxa o gatilho, envena-se dia após dia em doses cavalares o quanto pode de todos os venenos que tem acesso

morreu mais um, está nos jornais, penso em escrever algo, encontrei apenas um verso roto, duas virgulas, uma reticência de dois pontos e um ponto final, o meu

os psicotrópicos tem nomes de blasfêmias imperdoáveis e não existem orações que possam curar a loucura que me assola

um cacto é ceifado e lentamente tomba sobre as areias do deserto

são 3:47 da madrugada e estou imprimindo outra cópia mal feita do dia anterior

na minha eterna insuficiência, encaro com toda suficiência mais um adormecer solitário e vazio..

Inserida por arremedos_poeticos

⁠Templo Sagrado

moram insônias na
minha alma
meu coração se
embriaga nas
madrugadas

me torno versos de
dor na solidão escura

e minha alma reside
em ti
és meu templo
sagrado

onde sangro em
sacrifício
enquanto me
resguardo

do vazio nefasto que há no mundo..

Inserida por arremedos_poeticos

Só por hoje

pois se quero fazer da tempestade um por-do-sol
na negra noite fazer uma pintura como um sol a nascer

do deserto fazer mar e do inferno apresentar um paraíso

também o posso

vamos acreditar
que sonhos se realizam
que ser feliz é possível
que o Amor acontece
que a tristeza é passageira
que o bem vence o mal

que vai ficar tudo bem

mergulhe comigo no infinito dos escritos
voe comigo na plenitude das imaginações

nem o céu será o limite, mas sim o infinito do verbo

ainda que por momentos, podemos sim
temos intensidade, temos impetuosidade

mas o mais importante, temos o querer

uma vez ou outra podemos mascarar a dor ainda que inutilmente
não vamos vender afagos de almas, não

uma vez ou outra a tal licença poética nos permite isso também

depois voltamos a sangrar e gemer em escritos

mas hoje, vem, vamos enfeitar palavras...

vem, ao Infinito e Além..

Inserida por arremedos_poeticos

⁠Sem volta

eu escrevo como um louco, sem ambições, sem pretensões além de calar os gritos da alma, por pra fora tudo que me explode o peito... sem em hipótese alguma deixar de dizer o que sinto, amargando a consciência de que mil vidas não são suficientes para expressar tudo o que sinto e que poderia ser dito em toda sua plenitude em apenas mais um beijo...

mas ela precisa de mil vidas pra me entender,..

tarde demais pra mim, nessa louca roleta russa do universo, só tenho uma última munição restante, eu não vou voltar, ninguém vai..

Adeus...

Inserida por arremedos_poeticos

Medo

e de todos os medos
o que mais assusta é
o medo de se entregar

pois é onde mais
se tem à perder

tanto ao se entregar
como ao deixar
de se entregar...

as opções
as vezes
elas simplesmente
não favorecem...

eu mergulho de cabeça...

mesmo com medo, eu mergulho..

Inserida por arremedos_poeticos

Pra sempre direi nunca

nunca em teu peito
farei morada,
como do meu
faço morada sua,

nunca dormirei
no aconchego
dos teus braços,
e te ofereço os meus,

nem poderei brilhar
tempestades
da calmaria
dos seus olhos,
e brilhas tempestades
da calmaria dos meus,

nunca fará
de meus olhos
janela da sua alma,
não como faço
dos seus...

janela perpétua
de minha alma..

se pudesse
com seus olhos
ouvir o som
das minhas palavras,

e com seus ouvidos
ler,
meus versos
borrados e sem rima,

saberia que
meus sonhos
fizeram gaiolas
para si,

e como
pássaros tristes
cantam lamentos
dia e noite,
querendo voar
até seu peito,

saberia que
eu não busquei
que fosse você
quem
me faria sonhar...

se você pudesse
dar ao menos,

um beijo

no menor
dos meus
sentimentos,

eu não diria
a palavra nunca,

nunca diria..

Inserida por arremedos_poeticos

⁠O silêncio dos que não são

há pouco falei com o céu escuro,
haviam perguntas esquecidas nas estrelas que dormiam

não houve resposta, pelo menos não que alentasse meu coração

uma estrela que se apagava e acendia continuamente,
abriu a boca e me disse um universo de nadas

a lua, ou dormia, ou simplesmente me ignorava,
voltei para meu quarto solitário, frio e pouco acolhedor

em frente ao espelho não havia imagem alguma, para onde fui?

minha cama não me convidou para que me deitasse

apago a luz

a sombra de um homem vai se recolher ao silêncio dos que não são..

Inserida por arremedos_poeticos

⁠Bagunça

ela como folha de papel em branco
Poesia sem início, nem meio e nem fim
o sonho dele passou a querer ser um lápis

ela de alma limpa, um livro a ser escrito,
ele sabia escrever palavras bonitas
mas deslumbrado com sua alma
não conseguia juntar as palavras

ela intensa como um universo
ele possuía estrelas em versos
o brilho dos olhos dela o desconcertava
ele não conseguia tecer as constelações

ela, tudo o que ele precisava
bastava ele organizar tudinho
ele, mais bagunçado do que organizado

ela em conflitos próprios
internos, sem palavras
disse-lhe o que vai fazer?

ele, assustado
entendeu que ela iria partir
e sem palavras
lhe disse que não sabia
o que fazer

ela, entendeu
ele a lhe dizer
me vou embora

e tal bagunça
bagunçou as vidas de ambos

uma eternidade de tempo depois
encontraram-se

arrumaram a bagunça

ele então disse-lhe
que sentia-se insuficiente
que ele era esse caos
essa bagunça
mas que a Amava
com toda sua alma
pediu que ficasse

tudo que ele queria ouvir

era ela dizer que não se importava

de continuar folha em branco
de continuar livro a ser escrito

não se importava de ele tecer um universo em caos

que não se importava fazer parte de uma bagunça

mas não sabia explicar o porquê,
se entristeceria muito em ir embora

no entanto
ela achou tudo muito complicado
e simplesmente, foi embora..

Inserida por arremedos_poeticos

No corredor da morte

quais palavras buscar para expressar o abortar voluntário dos sentimentos que dão vida as flores

nada que se diga esclarece o que parece ser, mas não é

é deste arremedo de poema de onde as letras sangram que meus sentimentos expressam um silêncio a dizer que Te Amo

se soubesses o quanto me dói, rasga a alma escrever tais palavras, expressar os gritos de minha alma

posto que o Amor foi tudo que expressei, e não foi suficiente, bem disseram que o Amor vai muito além do que pobres palavras podem expressar

ainda assim, tal qual o último pedido de um condenado no corredor da morte, suplico-lhe

atente seus olhos a onomatopeia dos meus versos rotos

não é a alma a busca do reencontro onde de dois se tornam um e um de dois?

como, quando e porque nunca importa

vê, ouve o silêncio no desabrochar das flores, sinta o aroma no abrir das pétalas

a suavidade do pólem que escapa ao toque da borboleta e sobe rasgando o firmamento chegando as estrelas e as fazendo sorrir

eis que tua divindade se faz presente, te venero

como um sacrílego, temo olhar-te, muito menos tocar-te

no entanto, tal qual uma divindade, em ti sinto o desprezar pela morte, sinto em ti o tempo como um eternizar este sentir

não serei mais um dos que morrem enquanto Amam e deixam versos na alma sem expo-los a sua Amada

cada sentir, tu o saberás, enquanto seus ouvidos estiverem abertos a ler-me

jamais enterrarei em minha alma e meu coração, o mínimo sentir que seja..

Inserida por arremedos_poeticos

⁠a Poesia atingiu o auge de sua tristeza
me carregava nos braços em tal momento

colocou-me no chão e me abraçou
disse que precisava me abandonar, que eu sabia onde ir

soturno, desci as profundezas de mim mesmo
arrastando-me em paredes lamacentas nos túneis de minha dor

era lá que eu devia estar

haviam escritos nas paredes do meu íntimo
tal qual profetas apocalípticos anunciavam dores e morte

se era poesia rasgada pelo desamor iminente, eu não sei

rastejei por sentimentos abandonados
e alegrias não vividas ante a verdades consumidoras da alma

não lembrei como fazer uma oração
e com minhas palavras blasfemas de sempre abri a boca

ante o que escorria de minhas palavras, Deus fechou seus ouvidos
os anjos rasgaram suas vestes de alto a baixo

tremeram os céus

na terra putas lambiam os dedos e as ilusões
de homens que pagaram por um pouco de amor

no momento que eu estava a pagar por simplesmente Amar

a morte pois ensaiou-se como um novo início
e acenou-me com um sorriso sedutor..

**O preço

Inserida por arremedos_poeticos

⁠e a cada escrito roto,
no papel amassado,
jogado na lixeira,

perdidos para sempre,
incorrigíveis,
impossíveis de serem lidos,

sim, ninguem os lerá...

ninguem se identificará,
não despertará sentimentos,
não será parte de ninguem,

essas partes do sempre de mim que se foram para o nunca mais..

Inserida por arremedos_poeticos