Textos para uma Pessoa Especial

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Podemos conviver com uma pessoa mesmo sabendo que ela não merece confiança. Fazemos essas escolhas por serem as mais sensatas ou práticas, mas nem sempre elas estão de acordo com os gritos de dentro, aquelas vozes que dizem: vá por este caminho, se preferir, mas você nasceu para o caminho oposto.

Sou o que se chama de pessoa impulsiva. Como descrever? Acho que assim: vem-me uma ideia ou um sentimento e eu, em vez de refletir sobre o que me veio, ajo quase que imediatamente. O resultado tem sido meio a meio: às vezes acontece que agi sob uma intuição dessas que não falham, às vezes erro completamente, o que prova que não se tratava de intuição, mas de simples infantilidade. Trata-se de saber se devo prosseguir nos meus impulsos. E até que ponto posso controlá-los. Há um perigo: se reflito demais, deixo de agir. E muitas vezes prova-se depois que eu deveria ter agido. Estou num impasse.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica O impulso.

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Amor é quando você acha que a pessoa com quem você se relacionava era egoísta, possessiva e infantilóide e isso não reduz em nada a sua saudade, não impede que a coisa que você mais gostaria neste instante é de estar tocando os cabelos daquela egoísta, possessiva e infantilóide. Amor é quando você sabe tintim por tintim as razões que impedem o seu relacionamento de dar certo, é quando você tem certeza de que seriam muito infelizes juntos, é quando você não tem a menor esperança de um milagre acontecer, e essa sensatez toda não impede de fazê-lo chorar escondido quando ouve uma música careta que lembra os seus 14 anos, quando você acreditava em milagres.

Ando diferente, agindo diferente, pensando diferente. Não que não seja mais a mesma pessoa, não que deixe de fazer as mesmas coisas. É, talvez deixe, mas isso eu vejo depois. A diferença está na maneira de ver as coisas e de ver a mim mesma. A diferença é que agora não sei o que quero, ao contrário de antes. Quero fazer coisas que nunca fiz antes, só não sei bem que coisas são essas, ou sei, mas é complicado citar. Mudar faz parte do ciclo, não é mesmo? Só não sei até que ponto pode ser bom ou ruim, pra mim, pros outros. Não sei se é o certo, e no momento, nem estou querendo saber.

Nunca precisei fingir que sou uma pessoa boa. Nunca precisei fingir que eu não to nem aí quando eu to mais aí do que aqui. Não faz meu tipo. Me esforço às vezes pra ser romântica, pra acreditar nos planos. Pra acreditar nas pessoas. Nunca chorei pra convencer. Talvez porque não faço questão de convencer. Ou, como você mesmo diz, sou direta. Fria. Seca. É. Nada disso é novidade pra ninguém. É só o meu jeito.

Sou pessoa de dentro pra fora. Minha beleza está na minha essência e no meu caráter. Quando sonho, sonho alto. Estou aqui é pra viver, cair, aprender, levantar e seguir em frente. Sou isso hoje. Amanhã, já me reinventei. Reinvento-me sempre que a vida pede um pouco mais de mim. Sou complexa, sou mistura, sou mulher com cara de menina... E vice-versa. Me perco, me procuro e me acho. E quando necessário, enlouqueço e deixo rolar... Não me dou pela metade, não sou tua meio amiga nem teu quase amor. Ou sou tudo ou sou nada. Não suporto meio termos. Preciso e gosto de intensidade, e se não for assim, prefiro que não seja!

Thaísa Lima

Nota: Trecho adaptado do livro "Encontros e Desencontros de uma Adolescente".

Uma pessoa inteligente aprende com os seus erros, uma pessoa sábia vai além e aprende com os erros dos outros, pois é uma grande observadora. Procure um grande amor na vida e cultive-o. Pois sem amor a vida se torna um rio sem nascente, um mar sem ondas, uma história sem aventuras! Mas em primeiro lugar tenha um caso de amor consigo mesmo.

Um grande amor é aquele que faz você se sentir especial, mas no fundo não tão boa o suficiente para ele. Um grande amor é aquele que você tem medo e a insegurança de o perder, pois você não se enxerga sem ele. Um grande amor é aquele que te mata de saudades. Que faz você se sentir sufocada e presa a uma agonia terrível só pelo fato de não se verem a alguns instantes. Um grande amor é aquele que te faz possessiva. Você não o quer dividir com ninguém. Isso porque, dividindo voce terá que abrir mão dos pequenos instantes que passa ao lado dele, afinal por mais tempo que fiquem juntos, nunca será o suficiente. Um grande amor é aquele que voce sente raiva nos momentos de briga, mas essa raiva nunca predomina o amor. Basta você lembrar do sorriso da pessoa amada, que parece que involuntariamente você começa a sorrir.

Um grande amor é aquele que faz nossos olhos se encherem de água só de cogitar um adeus.
Um grande amor é aquele que sequestra nossos pensamentos.
Um grande amor é aquele pode não ser perfeito, mas aos nossos olhos ele nao apresenta nenhum defeito. Ele é lindo do seu próprio jeito e ninguém se compara a ele.
Um grande amor é aquele que se o machucam, você se sente ferida por tabela. O defende com toda a garra, pois ninguém no mundo parece ser mais importante.

Um grande amor é aquele que te faz ir contra sua familia, amigos, colegas … Você enfrenta o inferno por ele, pois ele é o único que te faz chegar no céu.

Um grande amor é um coisa única que sentimos no coração. Uma mistura de aperto, sufoco, alegria, tristeza e forte pulsação.

Não sei quantos grandes amores podemos ter na vida.
Não sei se grandes amores podem ser substituídos.
Não sei se grandes amores são eternos somente enquanto duram.

Mas, a sensação que esse grande amor te faz sentir é única. E você sempre a guardará em seu coração, como uma ilusão ou não.

Quem sou? Uma Pessoa muito ESPECIAL!

Minha filosofia... viver como se fosse o último dia
Trabalhar como se fosse para Deus
Gostar de todos como se fosse Amor
Libertar-se como se estivéssemos no fim de todas as dores...
Olhar tudo como se fosse um obra de arte
Caminhar como se estivéssemos na nuvens
Abraçar a todos como se fossem nossos filhos
Perdoar como se nunca tivéssemos sido ofendidos
Desapegar-se como se não tivéssemos as mãos
Cooperar como se não houvesse luta
Sorrir como se tudo fosse uma brincadeira
Recomeçar como se fosse a última chance.
Em qualquer ação, o importante é fazê-la com classe, como se fosse a primeira vez
Consciente que o tempo não volta
E que tudo é para sempre...

Quem sou eu

Sou uma pessoa muito especial e verdadeiramente apaixonada pela vida, capaz de enxergar as coisas boas do mundo. Que procura ser feliz, pois para muitos, viver já é o suficiente.

Tenho a certeza do encontro com a paz nas coisas mais simples e entendo que a oferta é gratuita, bastando a compreensão da sua existência.

Uma pessoa comprometida com a realidade, porque viver é fácil, difícil é a questão da tolerância e da sobrevivência.

Acredito que há uma infinidade de razões para estar alegre e satisfeito, uma delas é poder fazer pessoas felizes.

Sou otimista, perseverante e acredito na conquista. Entendo que nada vem do acaso e tudo na vida tem o seu verdadeiro significado.

Encontro nos momentos de reflexão as forças para continuar caminhando e considero esse, o maior encontro com a sabedoria.

Aprendo com as coisas boas que pratico e busco sempre a realização dos sonhos e tenho a recompensa da satisfação de estar trilhando o sucesso.

Dia de uma pessoa muito especial!
Sim, especial, pois sempre digo que alguém é especial e o quanto eu amo… alguém... E porque não dizer isso a mim mesma? Me amo, e agradeço ao meu bom Deus por me presentear com mais uma primavera, meus 35 anos… nem parece... novinha... cara de 18... Mas, quero dizer que eu me amo, e que se tem um alguém que vale a pena lutar, é por mim...
Sou muito feliz em ser quem eu sou, mulher virtuosa, apaixonada pela minha família, e que vivo para fazer a alegria de todos.
Que Deus me dê muitos... muitos... anos de vida!

Parabéns pra mim!

Há em tudo que fazemos
Uma razão singular:
É que não é o que queremos.
Faz-se porque nós vivemos,
E viver é não pensar.
Se alguém pensasse na vida,
Morria de pensamento.
Por isso a vida vivida
É essa coisa esquecida
Entre um momento e um momento.
Mas nada importa que o seja
Ou que até deixe de o ser:
Mal é que a moral nos reja,
Bom é que ninguém nos veja;
Entre isso fica viver.

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

(...)

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

"E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas..."

É um campo verde e vasto

É um campo verde e vasto,
Sozinho sem saber,
De vagos gados pasto,
Sem águas a correr.

Só campo, só sossego,
Só solidão calada.
Olho-o, e nada nego
E não afirmo nada.

Aqui em mim me exalço
No meu fiel torpor.
O bem é pouco e falso,
O mal é erro e dor.

Agir é não ter casa,
Pensar é nada Ter.
Aqui nem luzes (?) ou asa
Nem razão para a haver.

E um vago sono desce
Só por não ter razão,
E o mundo alheio esquece
À vista e ao coração.

Torpor que alastra e excede
O campo e o gado e os ver.
A alma nada pede
E o corpo nada quer.
Feliz sabor de nada,
Inconsciência do mundo,
Aqui sem porto ou estrada,
Nem horizonte no fundo.

Tão abstrata é a idéia do teu ser...

Dobre - Peguei no meu coração...

Quem te disse ao ouvido esse segredo...

Abdicação: Toma-me, ó noite eterna...

Dorme enquanto eu velo... deixa-me sonhar...

Põe as mãos nos ombros... beija-me na fronte...

Ao longe, ao luar, no rio uma vela...

Sonho. Não sei quem sou neste momento...

Contemplo o lago mudo que uma brisa estremece...

Gato que brincas na rua como se fose na cama...

Não: não digas nada!

Vaga, no azul amplo solta, vai uma nuvem errando...

O Andaime: O tempo que eu hei sonhado...

Sorriso audível das folhas...

Autopsicografia: O poeta é um fingidor...

O que me dói não é o que há no coração...

Entre o sono e o sonho...

Tudo o que faço ou medito fica sempre na metade.

Tenho tanto sentimento que...

Viajar! Perder países!

Grandes mistérios habitam o limiar do meu ser...

Fresta: Em meus momentos escuros...

Eros e Psique: Conta a lenda que dormia uma princesa...

Teus olhos entristecem. Nem ouves o que digo...

Liberdade: Ai que prazer não cumprir um dever...

Hora Absurda - O teu silêncio é uma nau...

I/ ABISMO

OLHO O TEJO, e de tal arte
Que me esquece olhar olhando,
E súbito isto me bate
De encontro ao devaneando -
O que é ser-rio, e correr?
O que é está-lo eu a ver?

Sinto de repente pouco,
Vácuo, o momento, o lugar.
Tudo de repente é oco -
Mesmo o meu estar a pensar.
Tudo - eu e o mundo em redor -
Fica mais que exterior.

Perde tudo o ser, ficar,
E do pensar se me some.
Fico sem poder ligar
Ser, idéia, alma de nome
A mim, à terra e aos céus...

E súbito encontro Deus.

II/ PASSOU

Passou, fora de Quando,
De Porquê, e de Passando...,
Turbilhão de Ignorado,
Sem ter turbilhonado...,

Vasto por fora do Vasto
Sem ser, que a si se assombra...

O Universo é o seu rasto...
Deus é a sua sombra...

III/ A VOZ DE DEUS

Brilha uma voz na noute...
De dentro de Fora ouvi-a...
Ó Universo, eu sou-te...
Oh, o horror da alegria
Deste pavor, do archote
Se apagar, que me guia!

Cinzas de idéia e de nome
Em mim, e a voz: Ó mundo,
Sermente em ti eu sou-me...
Mero eco de mim, me inundo
De ondas de negro lume
Em que para Deus me afundo.

IV/ A QUEDA

Da minha idéia do mundo
Caí...
Vácuo além de profundo,
Sem ter Eu nem Ali...

Vácuo sem si-próprio, caos
De ser pensado como ser...
Escada absoluta sem degraus...
Visão que se não pode ver...

Além-Deus! Além-Deus! Negra calma...
Clarão de Desconhecido...
Tudo tem outro sentido, ó alma,
Mesmo o ter-um-sentido...

V/ BRAÇO SEM CORPO BRANDINDO UM GLÁDIO
( Entre a árvore e o vê-la )

Entre a árvore e o vê-la
Onde está o sonho?
Que arco da ponte mais vela
Deus?... E eu fico tristonho
Por não saber se a curva da ponte
É a curva do horizonte...

Entre o que vive e a vida
Pra que lado corre o rio?
Árvore de folhas vestida -
Entre isso e Árvore há fio?
Pombas voando - o pombal
Está-lhes sempre à direita, ou é real?

Deus é um grande Intervalo,
Mas entre quê e quê?...
Entre o que digo e o que calo
Existo? Quem é que me vê?
Erro-me... E o pombal elevado
Está em torno na pomba, ou de lado?

[1913?]

A Criança Que Pensa Em Fadas

A CRIANÇA que pensa em fadas e acredita nas fadas
Age como um deus doente, mas como um deus.
Porque embora afirme que existe o que não existe
Sabe como é que as cousas existem, que é existindo,
Sabe que existir existe e não se explica,
Sabe que não há razão nenhuma para nada existir,
Sabe que ser é estar em algum ponto
Só não sabe que o pensamento não é um ponto qualquer.

11. M de Mensagem

D. Dinis

Na noite escreve um seu Cantar de Amigo
o plantador de naus a haver,
E ouve um silêncio múrmuro consigo:
É o rumor dos pinhais que, como um trigo
De Império, ondulam sem se poder ver.

Arroio, esse cantar, jovem e puro,
Busca o oceano por achar;
E a fala dos pinhais, marulho obscuro,
É o som presente desse mar futuro,
É a voz da terra ansiando pelo mar.

O ANDAIME
O tempo que eu hei sonhado
Quantos anos foi de vida!
Ah, quanto do meu passado
Foi só a vida mentida
De um futuro imaginado!

Aqui à beira do rio
Sossego sem ter razão.
Este seu correr vazio
Figura, anônimo e frio,
A vida vivida em vão.

A 'sp'rança que pouco alcança!
Que desejo vale o ensejo?
E uma bola de criança
Sobre mais que minha 's'prança,
Rola mais que o meu desejo.

Ondas do rio, tão leves
Que não sois ondas sequer,
Horas, dias, anos, breves
Passam - verduras ou neves
Que o mesmo sol faz morrer.

Gastei tudo que não tinha.
Sou mais velho do que sou.
A ilusão, que me mantinha,
Só no palco era rainha:
Despiu-se, e o reino acabou.

Leve som das águas lentas,
Gulosas da margem ida,
Que lembranças sonolentas
De esperanças nevoentas!
Que sonhos o sonho e a vida!

Que fiz de mim? Encontrei-me
Quando estava já perdido.
Impaciente deixei-me
Como a um louco que teime
No que lhe foi desmentido.

Som morto das águas mansas
Que correm por ter que ser,
Leva não só lembranças -
Mortas, porque hão de morrer.

Sou já o morto futuro.
Só um sonho me liga a mim -
O sonho atrasado e obscuro
Do que eu devera ser - muro
Do meu deserto jardim.

Ondas passadas, levai-me
Para o alvido do mar!
Ao que não serei legai-me,
Que cerquei com um andaime
A casa por fabricar.


Fernando Pessoa