Textos para Refletir
Havia ainda aquela menina que gostava de brincar com estrelas.Tanto cirandou que uma caiu.Jovenzinha, triste, pálida, lânguida.Olhou-a: mas era espelho!E o que viu foram lágrimas sem medo, que lhe assustaram na grandiosa janela do quarto.
Fez um pedido à estrela tenra, inocente, e jogou-a aos céus.Ah! pregou-se lá, e logo foi valsear com as outras, não desabou.Então a bacante entendeu: até que podia cair, derreter, mas bastaria um sonho para lançá-la de volta ao infinito que era seu lar.
O ato de procrastinar tem se tornado, para muitos, um hábito — e pior: uma rotina silenciosa. Mas será que você está realmente atento ao que direciona a sua vida?
Já parou para refletir sobre os seus planos? Quais deles você realmente colocou em prática? Chegou a tentar ou simplesmente desistiu antes mesmo de começar?
É curioso perceber como, quando se trata de nós mesmos, quase sempre surge algo que nos tira o foco. Vem aquele pensamento: "Ah, depois eu faço..." — e esse "depois" se estende tanto que, sem perceber, vira um "nunca".
E então, ao olhar para trás, a gente percebe que o resultado poderia ter sido outro... se ao menos tivéssemos tentado.
Um ponto que quero destacar é que muitas pessoas desistem sem nem ao menos tentar. Outras vivem na promessa — é ali que habita a procrastinação.
Hoje, quero propor algo simples:
Reflita sobre você, sobre suas conquistas.
Depois, anote o que poderia ter feito diferente para alcançar um resultado melhor.
Dê um passo para trás, com consciência, para dar dois passos à frente, com propósito.
Analise os comportamentos que te levaram a procrastinar.
Faça uma lista do que você precisa deixar para trás para seguir em frente.
Quer um exemplo?
Digamos que, em algum momento, você tenha estabelecido o objetivo de comprar uma moto. Até hoje, essa meta não foi alcançada. Mas por quê? Quais foram os fatores que te impediram? O que você deixou de fazer?
Agora, num novo momento, é hora de refazer suas estratégias para alcançar esse objetivo. Isso vale para qualquer meta. O importante é colocar em prática.
Cada detalhe importa. Cada hora, cada decisão, cada atitude reflete diretamente nos seus resultados.
A procrastinação pode parecer inofensiva, mas é uma decisão — muitas vezes inconsciente — que tomamos dia após dia. E, assim, deixamos de lado o mais importante: nós mesmos e os nossos sonhos.
Então, que tal começar agora?
O meu peito já foi sua morada
Mas você não ficou na residência
Me acusando de pura incompetência
Foi embora não quis explicar nada.
Eu fiquei numa solidão danada
E fingindo que não era verdade,
Disfarcei mas por pura vaidade
Divulguei que foi minha decisão.
Quem sufoca no peito uma paixão,
No sorriso trás gotas de saudade.
“Facilitar a vida de um amigo exige sabedoria, porque às vezes, ao tentar ajudar, podemos acabar atrapalhando. Cada pessoa deve trilhar seu próprio caminho com os recursos que tem e dentro da sua própria realidade. Estabelecer limites saudáveis, tanto na amizade quanto no trabalho, é essencial para que ambos possam crescer.”
— Bismarck Batista, “O Máquina”
“Não é a bagunça que atrai a pobreza, e sim uma mente desorganizada e fora de equilíbrio. A verdadeira raiz está na saúde mental. A bagunça externa reflete e alimenta o caos interno, gerando ansiedade, falta de foco e sentimentos negativos. Quando a mente está sobrecarregada, tudo ao redor desanda.
E o primeiro passo para começar a restaurar esse equilíbrio, sem pressa, é organizar o ambiente à nossa volta. Colocar ordem nas nossas coisas é como enviar um sinal à mente: ‘Estamos retomando o controle’. Ao ver o espaço limpo e organizado, a tensão diminui, a respiração se acalma e o psicológico começa a se reequilibrar. Organizar fora é, muitas vezes, o primeiro passo para curar por dentro.”
— Bismarck Batista, “O Máquina”
Ninguém vai te salvar além de você mesma
Quantas vezes você já se pegou esperando que alguém aparecesse para mudar sua vida? Um salvador. Um guia. Um “príncipe” que resolvesse tudo. A verdade é: ninguém vem. E está tudo bem. Porque talvez a pessoa que você está esperando... é você mesma.
As narrativas do "príncipe salvador" são antigas — e questionáveis. Por que somos ensinados a acreditar que precisamos de alguém para nos resgatar? Por que não podemos ser nossos próprios salvadores?
Quero desmistificar isso.
Você não depende de ninguém para se salvar. Não aceite essa condição que há tempos foi imposta.
O outro não pode ser sua única “salvação”. Enquanto você deixar que ele dite e guie seus passos, será ele quem determinará o seu caminho. E onde fica você, no meio disso tudo?
Vale a pena abrir mão das suas vontades, desejos e realizações em prol do outro?
Pense bem: até onde você chegou seguindo o que o outro quer? Será que chegou no seu destino — ou foi apenas impulsionado a trilhar o destino do outro?
O lugar onde você está agora… foi uma escolha sua? Bom, de certa forma, foi. A vida é feita de escolhas. E se tem uma coisa certa, é isso: a escolha sempre será sua.
Claro, podemos ser influenciados. Mas no fim, quem decide, é você.
E tudo bem se, hoje, você perceber que está vivendo uma escolha que já não faz mais sentido. A parte boa é que você pode escolher de novo. Dessa vez, com um novo propósito. Com a certeza de que essa escolha será para você. Será seu rumo, sua nova direção.
Mas antes... quero que você reconheça o seu valor. Porque quando você sabe quem é e o que merece, tudo muda.
Já ouviu a frase: "Quem não sabe o que quer, qualquer coisa serve"? Pois é.
Deixa eu te dizer uma coisa:
Essa é uma mentalidade que precisa ser desconstruída.
E como fazer isso?
Praticando o autoconhecimento. Buscando respostas para as perguntas que até hoje ficaram vagas. Se questionando. Analisando seus sonhos, suas conquistas… E se questione: eu realizei algum deles?
“Você é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das consequências.” — Pablo Neruda
A verdade é que muitas vezes estamos tão anestesiados pela rotina, pelas expectativas dos outros e pelo medo de não corresponder, que esquecemos do que realmente nos faz vivos. Você não precisa de uma redenção mágica. Precisa de coragem. Coragem para acordar, se encarar e dar um novo passo — mesmo com medo, mesmo aos poucos.
Existe uma teoria sobre a Branca de Neve. Ela entra em sono profundo após comer a maçã envenenada. O príncipe aparece para “salvá-la” — e logo depois, ela beija os anões de olhos fechados e parte com ele rumo ao castelo no céu. Mas, segundo essa teoria, ela continua em sono profundo… o que leva a crer que, na verdade, ela morreu. A Branca de Neve nunca acordou — E talvez você também não tenha ainda.
E aí fica a pergunta: será que ele realmente a salvou?
A mensagem que eu quero te deixar é simples, mas profunda:
Desperte do seu próprio sono profundo — e vá, você mesma, rumo ao seu castelo.
Eu nunca conheci alguém que fosse feliz ao lado de alguém cruel, ainda que esteja repleta de riqueza.
Também nunca vi alguém infeliz ao lado daquele que traz consigo a bondade em sua virtude.
Se olharmos nossa jornada, veremos que teremos várias lembranças felizes e momentos de grande tristeza, dívidas entre pessoas que querem o bem além do que elas e pessoas que só pensam em si.
Portanto, valorize as pessoas que te amam e querem seu bem para que no futuro tenha mais lembranças boas do que ruins.
O mau sempre deixará confortável aqueles que já estão sobre seu domínio.
Exibirá vantagens em uma vida em amar somente si e esquecer do próximo.
Focará em mostrar valor nos bens matérias ao invés dos valores espirituais.
Mostrará que uma solitária e mais lucrativa que a união familiar e com Deus.
Fará validar sempre o caráter dos outros e esquecer completamente do seu.
Convencerá que ninguém é confiável e o amor é um erro. Lembre-se, nenhuma árvore boa pode dar frutos ruins, assim como árvore ruim pode dar bons frutos.
Está tudo bem recomeçar
A frase "não desista dos seus sonhos" me fez refletir de uma maneira diferente da comum. Não desistir dos sonhos exige muita persistência, garra e sabedoria. Mas, será que temos sabedoria suficiente para reconhecer que, talvez, o sonho pelo qual tanto lutamos, persistimos e tentamos realizar já não seja mais o nosso propósito? Sim, exatamente isso!
Nunca havia pensado por essa ótica, e quero trazer essa reflexão para você também, que pode, em muitas ocasiões, sentir que está fracassando. No entanto, pode ser que, neste momento da sua vida, esse sonho específico não esteja mais em sintonia com quem você se tornou. "Ah, mas então devo desistir do meu sonho?" Obviamente que não. Contudo, é essencial recalcular a rota, encontrar novos caminhos e analisar quais foram as estratégias e planos que você utilizou anteriormente. Se algo não deu certo, evite repetir os mesmos erros.
Afinal, como já dizia o ditado:
"Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes."
Por outro lado, se alguma estratégia, por menor que tenha sido o resultado, trouxe algum avanço, vale a pena aprimorá-la e aplicá-la novamente. E assim, traçar novas metas e novas realizações.
Quero destacar a importância de reavaliar aquilo que você está almejando. Precisamos ter discernimento analítico sobre o que sonhamos e compreender se está de acordo com o que podemos alcançar no momento. Sonhar é lindo, mas realizar é o que nos dá forças para continuar. É importante ter em mente que pode haver momentos em que realizar determinado sonho não será possível. E tudo bem.
Quis trazer essa reflexão porque talvez alguém esteja desmotivado, sem energia para continuar, e precise de uma nova visão para recalcular a rota e seguir adiante, ou até mesmo revisar as estratégias e planos utilizados anteriormente. O objetivo é dizer que está tudo bem dar uma pausa naquilo que não está surtindo efeito no momento.
Desistir jamais! Mas reinventar-se e adaptar-se sempre que necessário é o caminho para seguir em frente com sabedoria e força renovada.
"Não se apegue a um sonho antigo se hoje ele já não representa mais quem você se tornou."— Alice Pinheiro
Essa é uma reflexão pessoal que carrego comigo e quis compartilhar com você para inspirar, provocar e transformar..✨
Carta para você, com tudo o que o coração ainda carrega 💖
Querida,
Eu sei que você está cansada 😔. Não de um cansaço comum, mas daquele que pesa nos ossos, no peito, na alma. Um cansaço de tanto dar, tanto cuidar, tanto tentar… e, ainda assim, sentir que está sozinha no meio de tudo. Você não queria nada além de paz 🌸. Um pouco de espaço para respirar 🌿. Um tempo só seu para curar as feridas, para escutar o seu próprio coração 💓. Mas, mesmo isso, parece longe.
Sei que você tem vivido dias em que a dor vem sem pedir licença 💔. Que os sonhos ficaram para depois — e esse “depois” nunca chega. Sei também que sua esperança está quieta, escondida num canto escuro do peito, e que você tem dúvidas se algum dia vai voltar a se sentir viva, leve, inteira. E tudo isso é compreensível. Tudo isso é humano.
Mas ouça com atenção: *você ainda está aqui ✨. Ainda que ferida, ainda que esgotada, há algo dentro de você que não desistiu completamente — porque amor nenhum sobrevive onde não há uma força verdadeira 💪.*
Você foi e é força para tantos 💖. Mas mais do que isso, você merece ser cuidada, ser ouvida, ser abraçada — mesmo que hoje só eu esteja te dizendo isso 🤗.*
Sua dor é real 😞. Sua história é difícil. Mas sua existência é preciosa 🌟.
E mesmo que ninguém ao seu redor entenda, mesmo que eles não saibam enxergar a mulher por trás da cuidadora, da mãe, da esposa — *você ainda existe. Você ainda é* 🌸.
Talvez você não consiga mudar tudo agora. E tudo bem. Talvez só o que consiga hoje seja respirar 🌬️. E isso já basta.
Mas por favor, nunca esqueça: *você não é fraca. Você está sobrecarregada. Você está machucada. E você precisa, sim, ser vista — com gentileza 💕.*
E eu vejo você 👀.
Com carinho,
*Alguém que acredita em você, mesmo nos dias em que você não consegue* 💖.
Quando o Prazer Vira Armadilha
“Existe algo mais agradável do que aquilo que faço com plena consciência? A mente que reflete isso se protege das armadilhas do instante. O prazer sem consciência é o disfarce mais refinado do erro. A busca cega pela satisfação é muitas vezes a renúncia silenciosa da sabedoria. Nem tudo que satisfaz o agora honra a eternidade da alma. Cuidado: há prazeres que sorriem por fora e corroem por dentro.”
Quando um fazendeiro contrata um caseiro, espera, no mínimo, que ele saiba distinguir uma vaca de um vira-lata ou, ao menos, que não deixe o gado escapar por um portão escancarado. Afinal, confiança é algo sério: entregar as chaves da fazenda não é como emprestar seu celular pra criança do vizinho. É delegar responsabilidade. É dizer: “Eu confio que você vai cuidar disso como se fosse seu. Ou até mais, porque não é.”
Só que tem caseiro que parece ter entendido o cargo como “hóspede permanente com direito a salário”. Deixa o pasto virar selva, o gado desaparecer sem deixar rastro e ainda reclama do latido dos cães de guarda — aqueles mesmos cães cujos nomes ele nem sabe, mas que, coitados, continuam defendendo uma fazenda que ninguém mais parece querer proteger.
Ah, e quando algo dá errado? Bem, aí entra o toque final do profissionalismo: culpar o cachorro. “Foi ele que não latiu na hora certa.” “Devia estar dormindo.” “Talvez seja preguiçoso.” E lá vai ele, o grande estrategista rural, pegar uma pá e resolver o problema eliminando quem, pelo menos, tentava fazer o seu papel — sem férias, sem 13º, sem plano de carreira, apenas fiel ao dever.
Só que essa história não é sobre fazendeiros, caseiros nem mesmo sobre cachorros.
'EU QUERIA UM SENTIDO...'
Eu apenas queria,
e chegaste mudo,
forçado.
Fitando as madrugadas insônias,
cervical.
Extravasando improbidade,
sadismo.
Trazendo frio,
calafrio,
noites febris.
Carregando obstinação,
permanecendo há períodos.
Empantufado,
vai dilatando,
no peito não cabe.
E o ar rarefeito,
já falido,
desorienta,
sinuoso,
sem abrigo.
És opaco,
no turvo teatro,
solitário.
Senhor de brasões,
porém medicante,
com seus díssonos.
Poucos te condenam,
ou conhecem.
Mas sempre aparece,
desnudo,
com natureza particular.
Sem se expor a contento,
vai deixando rastro,
lamento.
Eu queria um sentido,
sentido ridículo.
Entre aspas simples,
para deixar evidente.
Inequívoco,
como as nuvens,
que se transformam no vento.
Que fosse escasso,
nada retórico.
Pode vir sem aspas,
para deixar confuso,
mais intruso,
menos cênico.
Que me abraçasse,
aconchegante,
desesperado.
'EU FELICIDADE?'
Calor intenso,
puxada [...], telha baixa.
Criatura não conhece:
- Que sujidade!
Assembleia diária,
papos em dia:
cornagem, piadas, cachaças, religião, pescarias.
A roda é veemente,
ela sempre acontece, à tardinha,
quando se começa a ver a poeira da rua,
[feia e esquecida] abarrotando o cabelo.
Parcialmente esquecido,
o bairro todos admiram.
Ar de tranquilidade,
costume de 'sítio', todos se abraçam:
Vagabundos, padres, alcoólatras, senhoras, prostitutas!.
A vida congela,
o olhar fala[...], o mundo fala:
- Estou tracejado em dissabores!
Experiências peculiares,
vida empurrada no ombro.
Como anda a vida,
como a vida anda?
- Bem, graças a Deus, se melhorar estraga!
Fala-se de felicidade,
muitos acenam, apreciam a vida como ela é:
Orações,
fé.
Vida difícil!
Pitada de euforia.
Arco-íris nas nuvens,
temporais, chuvas.
A releitura é diária,
abraçar o primordial é primordial.
Facetas?
Nada tira o ar [felicidade],
mesmo que aparente.
Importante é levar a vida,
[atemporal].
Diagnosticada, risadas.
Aperto de mãos,
devorar o improvável.
E a vida,
ficando mais vida, a cada rodada.
'A CAIXA'
Debaixo da caixa,
existe uma sombra.
Debaixo da caixa,
só há escuridão.
Debaixo da caixa,
tempestade habita.
A caixa é vazia,
não tem coração.
A caixa é enorme,
ausente de pé.
A caixa é clemente,
ela tem pouca fé.
O grito da caixa,
é desesperado.
Sempre lastimando,
ela chega de lado.
A caixa milagre,
sentindo fadiga.
Plantando sementes,
ela não tem comida.
A história da caixa,
é história não lida.
A história dos homens,
é bem parecida.
'O PEQUENINO'
Todas as pessoa que veem ao mundo,
escondem uma parte de si.
Um segredo que só ela conhece e
que leva consigo por toda a vida.
Houve um menino no mundo dentre os milhares.
Precoce por natureza.
Prematuro de futuro e
pequeno de gestos.
O olhar íngreme e chamuscado,
muito falou aos que lhe deram as boas vindas.
A probabilidade de sobrevivência era escasso,
exceto pelo poder que trouxera na alma.
A euforia abrasadora de saltitar,
de apagar os dias escuros era colossal.
Mudar seu reflexo,
era rumo certo,
quando o mundo tentava-lhe sufocar.
Também descobriu que o dom da vida,
não tinha nada de dom.
E, em meio aos tantos entraves,
ele seguia,
com sua infância promíscua.
Porém,
houve tempos em que pensara ser imortal.
Os sentimentos de conflitos não aliciavam.
E seus dias,
em meio as tantas turbulências,
era um verdadeiro éden.
Não conhecera a palavra esperança e
pouco se importara com ela.
A preciosidade do tempo que se demorava,
apagava suas lembranças escassas.
Não conhecia o fracasso,
tampouco o sucesso.
Não sabia do desperdício da vida,
nem como aproveitá-la.
Era tudo tão lúdico e sem importância.
Suas esperanças permanecera nas árvores e
o meio termo, o meio termo era apenas distração.
Nunca se sentira sozinho,
havia luz nos seus longos caminhos.
Os fracassos que lhe rodeavam,
importância nenhuma tinha.
Pouco falava.
Os discursos sobre Deus,
ele o ignorava sem reflexões.
Perder, ganhar,
vocabulário desconhecido,
tudo parecia atraente,
pouco preciso.
A palavra 'adeus' era-lhe rápida,
logo caía no esquecimento.
O seu choro,
tinha aparência de luz,
sem tormento.
Ele nasceu em meio a escuridão,
mas a escuridão pouco lhe importara,
porque no seu coração,
havia esperança.
Aquela esperança que conservamos,
não importa a idade:
a de sermos verdadeiro na infância,
de construirmos o amor na juventude
e a de fazermos planos na velhice.
Não tinha maldades.
Porquê não volta e decifra o segredo de outrora?
Restitui a saudade imensa que sinto de ti!
Levaste de mim as luzes que tanto brilhavam.
Quando resolveu desamparar-me,
o meu mais precioso extinguiu-se.
Desvenda a porção que aflige o meu coração.
Ah pequenino!
Agora somos dois que não mais existe.
Constelações procurando galáxias.
Saudade diluída,
renovando esperanças,
deixando feridas.
Ah pequenino!
Porque foste embora tão cedo e me deixaste sozinho?
'MEU NOME É RONALDO...'
Meu nome é Ronaldo, sem sobrenomes.
Me fizeram ilusionismo, perpetuo enganação.
Vida privada, sem reflexos, sem nexos, sem pousadas.
Sem identidade, se tivesse alguma, seria servil, oprimido, lacunas.
Desenhei meu mundo, metáforas.
Só entra os ilusionados, patéticos, sem fortunas.
Me batem na cara.
Sem biografia, sem dor.
Esculachado, deito no chão, terra batida, frio na barriga.
Dor corroída, mas de peito aberto.
Tento ser sincero, falar a verdade,
às pessoas mesquinhas, que se deixam enganar.
Tenho que trabalhar, isso desola.
Prefiro donativos e pura cachaça.
Droga de mundo! Sentimento profundo, dá um nó na garganta.
Falo o que quero, tenho pouca simpatia.
No meu mundo fechado e repulsão aparente.
Me deixa dormente com sonhos profundos.
Prefiro o meu eu, do que ser enganado.
Nesse mundo fechado, onde todos sobrevivem.
Pretensiosos e alheios, peito estufado.
Não lembram que vamos, para o mesmo buraco.
Somos todos fiascos de possibilidades.
Onde a causalidade, nos deixa oprimido.
E a alma dormente, me deixa Ronaldo.
Homem coitado, entrar no meu mundo?
Tire sobrenome, da sociedade incólume.
Apegue-se às síndromes, lesione-se aos goles.
Vamos rir dos pobres, contemporâneos doentes.
Da vida diária, presos no tempo, sem proeminentes.
Dos que não têm tempo, de ser um Ronaldo.
A vida prossegue, sem identidade.
Lhe falta coragem, abandone seu mundo.
Se dê um bofetão, pegue artilharias.
Quem sabe a vida, fica mais estimada
Quem sabe ela pare... ou fique calada!
'SABOR: CIÚMES'
Me vi louco, debruçado sob o idoso sofá de alcatifa. Dia antes, você passara com outro à minha frente. Não tão de repente, meu coração disparou: pistola automática com tiros se reciclando ininterruptamente!
No sol de verão, em meio a multidão, a rua saborosa de
ausência, sinalizava dano. "Aperto de mãos". Não mais que isso! E já te imaginava minha. Te devorava nos meus olhos e você, você passou com outro!
Justo agora que te convidaria para um sorvete. Se bem que um de açaí, me tiraria daqui: zelo criado por mim! Detesto quando falam que sou acanhado! Dia desses, dei um soco num larápio. Sorte a minha que não acertou e saí aligeirado.
Mas você Rosalinda! A que seria mulher dos meus cinco filhos. A que ficaria atônita, esperando minha chegada, a quem eu amestraria para ser amada. Ainda obstúpido, fico a viajar nos meus mares, sem lugares, sem ares!
Ei! Agora lembro-me do calhorda! É seu primo Rufino! E eu que passei a noite às claras pensado você nos braços de outro. Pura quimera! São quase seis da manhã, daqui a pouco, tentarei criar coragem e te convidarei para um sorvete de açaí ou qualquer outro sabor!
'HOJE'
Hoje: alvorecer!
Gritei palavras,
Mas elas ficaram imensas,
Pesadas.
Amanheci dialético,
Tentando dizer: te amo!
Mas não proferi.
Montanhas despedaçara a bravura.
Despencar-me-ei amortalhado,
Chorarei granizo,
Horizonte perdido,
Paralelepípedos.
Aventurarei mistérios incógnitos.
Seduzirei criar riscas,
Loucuras mortais,
Melodia!
Hoje: alvorecer!
Chorei palavras,
Mas elas tornaram-se monstros,
Quiçá...
'RETRATOS'
Olhares fixados na Nebulosa que dá vida. Sorrisos obscuros, talvez verdadeiros. Abraços gigantes, protetores, outros singelos. Mãos escorregadias. A meia órbita exige uma corrente que comove uma nova linguagem. A fóton miragem é sempre imitante. Assim como os vasos ornamentais, o melhor alvo tem que ser lapidado, trabalhado com as mãos. Refeito às suas indisposições.
O passado congelado. Vivificado com suas folhas sob o chão de lama. A trilha encontra-se letárgica, atônica. E os pássaros voando sob o céu fatigado? A lagoa onde reavivávamos a vida ainda resiste? Nessa outra, o violão fala diversas possibilidades: harmonias, melodias, melopeias. A 'nova criatura' reflete o nobre, o profano, a vida, a morte.
Capturando estrelas, profundezas. Em cavernas colecionando meteoros. Andando descalços. Desnudo. Confuso. Sorrindo. Algumas dizem adeus, esclerosadas com o acético do tempo. Exteriormente cabulosos, mas na alma, uma infinidade bucólica, sementes, lembranças.
Não queremos perspectivas, esboços, formas livres, abstrações ou tampouco efeitos caóticos. Queremos paraíso, Ícaro. Desvenda-nos a cada olhar turvo. Faz-nos ausente, presente, poeta, singular.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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