Textos Gabriel Garcia

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⁠Alma solitária

Em mais um raiar de sol
de minha mocidade,
levantei-me tarde
com um explícito espírito de felicidade!

Porém, lembrei-me do passado,
ainda não superado.

Senti um peso que me voltou a trazer
aquele velho sentimento amargurado:
coração vazio,
lobo solitário.

— Por quanto mais tempo, ó minh'alma,
tu te castigarás?

Ela diz:
Aguenta!
Eu ainda anseio...

Talvez aquele alguém
ainda há de me salvar.

Se sua alma pudesse falar, o que ela diria sobre a solidão?comenta ai.

Inserida por Daniel_Stanley

Durante muito tempo, pais e mães se orgulharam de dizer: “meu filho é obediente”. E, por trás desse orgulho, quase sempre havia um menino ou uma menina que sabia exatamente o que devia fazer para não contrariar os adultos, para não desagradar, para ser aceito. Crianças silenciosas, contidas, adaptadas. Crianças que aprendem cedo a dizer “sim”, mesmo quando querem dizer “não”.

Mas obediência cega não é virtude — é risco.

Do diário trancado à timeline escancarada

Antigamente, tínhamos um diário.
Capa florida, cadeado minúsculo, segredo guardado a sete chaves — e uma raiva danada se alguém ousasse ler.

Era ali que a gente chorava amores, reclamava da escola, escrevia o nome do crush mil vezes, sonhava com o futuro e desabafava tudo o que a boca não tinha coragem de dizer em voz alta.

Era íntimo. Era nosso.

Hoje?
O diário virou feed. O cadeado virou senha de Wi-Fi. O que antes era segredo virou post programado com filtro.
E o que antes nos irritava — alguém lendo — agora nos desespera quando ninguém lê.

Vivemos uma era onde a exposição virou afeto.
A curtida virou abraço. O compartilhamento virou aceitação.
E a ausência de reação virou rejeição.

Mas será que estamos realmente sendo vistos… ou só sendo exibidos?

As dores de antes eram sussurradas entre folhas. As de hoje são gritadas em posts. Mas será que alguém escuta?
Será que alguém realmente para para sentir o que há por trás de uma legenda melancólica ou de um “bom dia” automático com filtro de pôr do sol?

Talvez o problema não seja o quanto mostramos, mas o quanto estamos carentes de conexão real.
Falta olho no olho. Falta tempo. Falta silêncio. Falta abraço sem precisar postar.

O velho diário guardava sentimentos.
A nova timeline cobra aplausos.

No fundo, seguimos os mesmos: querendo ser ouvidos, vistos, compreendidos.
Só mudamos o palco.
Mas o coração… continua querendo o mesmo: verdade.

✍🏼Sibéle Cristina Garcia

“A Mentira como Corda Bamba”

Infidelidade não é só um ato, é um comportamento que se enraíza. Quem trai não só atravessa a linha da confiança: aprende a morar na terra da mentira. E como bem disse Fabrício Carpinejar, “O infiel não muda dentro daquela relação. Só aprende a mentir melhor.”

A frase tem o peso de uma verdade inconveniente. Porque, por mais que quem foi traído queira acreditar no arrependimento, no recomeço, o infiel raramente muda enquanto ainda está ali, no mesmo palco da traição. Ele se adapta. Como um equilibrista na corda bamba, não busca sair da situação, apenas aprender a não cair.

A infidelidade cria um ciclo vicioso. Não é só o beijo ou a mensagem escondida que fere; é o teatro que vem depois. O infiel se torna um ator exímio, ensaiando álibis, inventando histórias, medindo palavras para parecer inocente. E quanto mais ele se aperfeiçoa nessa arte, mais se distancia do que é verdadeiro. Ele não reconstrói a relação, apenas remenda os próprios atos para não ser descoberto novamente.

O problema é que mentir melhor não é amar melhor. Pelo contrário, é uma forma de fugir do amor. Porque amar de verdade é despir-se de máscaras, é enfrentar a vulnerabilidade. Quem trai e continua mentindo escolhe o caminho da fuga, não da mudança.

E quem está do outro lado? Muitas vezes, permanece na esperança de que o amor seja suficiente para transformar o outro. Mas amor não salva quem não quer ser salvo. Você pode oferecer sua confiança de novo, mas se o infiel não estiver disposto a encarar a dor que causou, ele continuará a andar na corda bamba. Não para equilibrar a relação, mas para sustentar a própria mentira.

Carpinejar nos faz enxergar que mudança real exige ruptura, não conveniência. O infiel só muda quando sai do jogo — quando é confrontado pela perda, pela solidão, pela necessidade de se encarar no espelho. E mesmo assim, nem sempre muda. Porque mudar não é sobre o outro, é sobre si mesmo.

A verdade é que não dá para amar com a sombra do engano por perto. Ou o amor é inteiro, ou é apenas um disfarce de algo que já não é. E, no fim, quem ama de verdade não precisa aprender a mentir. Ama porque é livre, porque a verdade basta.

E você, vive em um palco de mentiras ou em um lar de verdades?

✍🏼Sibéle Cristina Garcia
Sexóloga/ Comunicadora/ encorajadora da Liberdade Feminina

Inserida por Sibelecristina

O Peso Que Não É Meu

Às vezes, carrego pesos que não são meus. Palavras ditas no calor de um desdém, olhares que medem, julgamentos que pousam sobre mim como quem diz: você não é suficiente. É curioso como tantas opiniões alheias tentam se instalar dentro da gente, como hóspedes indesejados. E, por muito tempo, eu abri a porta e deixei entrar.

Até que entendi a frase de Eleanor Roosevelt: “Ninguém pode fazer você se sentir inferior sem o seu consentimento.” Foi como ouvir um eco dentro de mim, algo que eu já sabia, mas fingia não saber. Porque aceitar o poder dessa frase é, ao mesmo tempo, libertador e assustador. Liberta porque me devolve o controle. Assusta porque também me responsabiliza.

Percebi que o problema não era o que diziam sobre mim, mas o espaço que eu dava para essas palavras. Era o sim silencioso que eu oferecia toda vez que acreditava ser menos, que duvidava do meu valor. Era o consentimento invisível que assinava quando tentava agradar a todos, apagando a mim mesma.

Ser inferior não é uma sentença que o mundo pode te dar; é um contrato que você escolhe assinar. E, às vezes, assinamos sem perceber, porque fomos ensinados a buscar validação fora de nós. Como se o espelho não bastasse, como se a nossa própria voz não fosse o bastante para nos reafirmar.

Mas há uma beleza em recusar o peso que não é seu. É um ato de coragem dizer: isso não me define. Quem escolhe não se sentir inferior aprende a devolver aos outros as bagagens que tentam lhe impor. Aprende a diferenciar crítica de crueldade, conselho de manipulação.

Dizer não ao consentimento da inferioridade não é arrogância, é autoconhecimento. É compreender que ser humano é errar, cair, aprender — mas nunca ser menos. É olhar para o mundo com firmeza e dizer: eu sei quem sou, e a sua opinião não altera isso.

No fim, a grande lição é essa: ninguém pode te diminuir sem a sua permissão, e ninguém pode te elevar além do que você já é. O verdadeiro poder está em recusar as correntes invisíveis e, finalmente, caminhar leve.
✍🏼Sibéle Cristina Garcia

Inserida por Sibelecristina

- Entre Gatilhos e Cuidado: O Perigo de Buscar Ajuda com Quem Não é Psicólogo

É cada vez mais comum encontrar pessoas que se autointitulam psicoterapeutas, oferecendo apoio emocional e se apresentando como guias na complexa jornada do autoconhecimento. Em um mundo onde a busca por equilíbrio mental e bem-estar se tornou uma urgência, muitos se sentem atraídos pela promessa de cura e compreensão. Porém, o que muitas vezes escapa a esses buscadores de ajuda é o risco de confiar sua vulnerabilidade a alguém sem formação sólida em psicologia, alguém que, embora bem-intencionado, pode não estar preparado para lidar com as profundezas da mente humana.

A psicoterapia é uma prática de mergulhos profundos, onde o profissional precisa ter tanto o conhecimento técnico quanto a sensibilidade para entender o que está em jogo. Não é apenas sobre ouvir; é sobre saber o que fazer com o que foi ouvido, entender os meandros dos traumas, os gatilhos, as reações. É ter o preparo para lidar com aquilo que é despertado, com os fantasmas do passado, com os labirintos da mente. Em um ambiente de terapia legítima, é a segurança que permite ao paciente se abrir, sabendo que, por mais doloroso que seja o processo, ele está sendo conduzido por alguém qualificado, alguém que pode ajudá-lo a dar sentido ao que emerge.

Por outro lado, entregar-se aos cuidados de alguém sem formação acadêmica na área é como navegar em mar revolto sem um capitão experiente no comando. Pessoas sem a preparação necessária podem até mesmo evocar memórias e sentimentos tão intensos que, em vez de ajudar, acabam por abrir feridas profundas, sem ter os recursos necessários para suturá-las. Imagine aquele que procura ajuda para lidar com uma angústia, mas, em vez de encontrar alívio, acaba despertando um trauma ainda maior, sem que a pessoa ao seu lado saiba como guiar esse processo.

Não é uma questão de desmerecer a empatia e a boa vontade de quem quer ajudar, mas de reconhecer que a mente humana é um território complexo, onde o perigo do desequilíbrio sempre ronda. Só o estudo aprofundado, a ética e a experiência na prática clínica preparam o profissional para acolher a dor do outro com a responsabilidade e o conhecimento necessários. Quando falamos de saúde mental, estamos falando de algo que demanda não só entrega e empatia, mas rigor, técnica e, acima de tudo, responsabilidade.

Ao procurar ajuda, é preciso discernimento e cuidado. Assim como não iríamos a um médico sem formação, por mais carismático que ele fosse, não deveríamos entregar nossa saúde mental a alguém que não tenha uma formação sólida em psicologia. É uma questão de segurança e respeito ao próprio processo. A dor, os traumas e as dificuldades de cada um merecem ser cuidados com profissionalismo. É essa confiança no saber técnico que permite que a terapia seja uma jornada de cura verdadeira, guiada por alguém que tem as ferramentas e a sabedoria para nos ajudar a chegar aonde queremos – ou precisamos – chegar.
✍🏼Sibéle Cristina Garcia

Inserida por Sibelecristina

“A cadeirinha do pensamento”

Aparentemente inofensiva, a cadeirinha do pensamento se apresenta como um recurso educativo. “Vai para lá e reflita sobre o que você fez!” — dizem, com a melhor das intenções. Mas o que será que realmente acontece na mente de uma criança sentada ali, sozinha, com olhos que ainda mal entendem o que fez de errado?

Em teoria, é um convite à introspecção. Na prática, é um pequeno palco para o sentimento de inadequação. A cadeirinha ensina, sim, mas o que ela ensina pode não ser o que esperamos. Ensina que errar é um ato vergonhoso, algo que precisa ser punido com o afastamento. Ensina que, em vez de buscar compreensão, é melhor temer a consequência.

E o que passa na cabecinha dela enquanto encara a parede? Talvez não seja arrependimento, mas uma raiva que não sabe como expressar. Uma criança isolada tende a imaginar coisas: “Por que sou sempre eu?”, “Isso é injusto”, “Quando eu puder, vou fazer diferente… ou pior.” Assim, a cadeirinha planta sementes: não de reflexão, mas de ressentimento.

O pior é que, ao ensinar o isolamento como resposta ao erro, a cadeirinha faz algo ainda mais profundo. Ela deixa a criança sozinha consigo mesma num momento em que mais precisa de conexão. A mensagem implícita é clara: “Quando você errar, ficará só.” Será que é isso que queremos?

Educar não é fácil. Ninguém nasce sabendo como lidar com as tempestades emocionais de uma criança. Às vezes, recorrer à cadeirinha parece ser a única opção para ganhar tempo, silenciar o caos. Mas talvez devêssemos questionar: a quem ela realmente beneficia? À criança ou ao adulto que não sabe o que fazer?

Talvez o erro da cadeirinha não seja apenas o castigo em si, mas a falta de diálogo que ela representa. E se, ao invés de apontar um lugar solitário para sentar, apontássemos para o nosso coração? “Senta aqui comigo. Vamos conversar.” Assim, ensinaríamos que errar faz parte do processo, que as emoções podem ser compreendidas e que, mesmo nos momentos difíceis, o amor e a empatia não precisam sair de cena.

Porque a verdade é que as crianças não precisam de cadeirinhas que as afastem; elas precisam de braços que as acolham.
✍🏼Sibéle Cristina Garcia

Inserida por Sibelecristina

O peso de um círculo infinito

A aliança não é uma vitrine. Não é um letreiro que grita ao mundo que você pertence a alguém, nem um escudo para afastar olhares curiosos. É um lembrete silencioso, um sussurro que você carrega na pele: “Ei, você tem alguém para amar e cuidar.”

É engraçado como, às vezes, esquecemos que o maior compromisso de um relacionamento não é com o outro, mas com a nossa própria memória. Porque amar é, antes de tudo, lembrar. Lembrar que o amor não é só sobre sentir, mas sobre fazer. Que cuidar é verbo, não promessa.

A aliança deveria ser vista menos como um símbolo e mais como uma bússola. Não aponta para o mundo, mas para dentro de nós. Para nos lembrar das manhãs difíceis em que precisamos escolher ficar, dos dias silenciosos em que o cuidado fala mais do que mil palavras.

Porque o amor não vive de gestos grandiosos, mas de pequenos atos que constroem um lar invisível entre duas almas. A aliança não impede traições, nem sela garantias. Ela não tem poderes mágicos. É só um objeto, simples, mas carregado de um significado que vai além do ouro ou do brilho.

E, quando olhamos para ela, deveríamos ver mais do que um acessório. Deveríamos enxergar as vezes em que dissemos “sim” sem dizer, quando ajudamos, entendemos ou perdoamos. Deveríamos lembrar que o amor não é automático, mas exige um cuidado que, às vezes, vem à custa de nosso próprio orgulho.

Não é sobre mostrar ao mundo que somos comprometidos. Não é para provar a ninguém que temos alguém. É para nos lembrar de que escolher amar é um ato diário. Que o amor se desgasta sem manutenção, como qualquer outro bem precioso.

A aliança, no fundo, não é para o outro. É para nós mesmos. É para aqueles momentos em que esquecemos por que começamos, quando a rotina pesa, quando o cansaço parece maior que o afeto. É um lembrete de que, por trás do símbolo, existe uma história, um compromisso que não pode ser sustentado apenas pelo desejo de exibir.

Porque amar e cuidar nunca foi sobre mostrar. Foi sobre ser. E, às vezes, um simples anel é suficiente para nos trazer de volta àquilo que importa.
✍🏼Sibéle Cristina Garcia

Inserida por Sibelecristina

O Essencial É Perguntar

Vivemos em tempos de respostas prontas. Uma busca rápida na internet, e lá estão elas: as “certas”, as “melhores”, as “mais procuradas”. Somos inundados por soluções, manuais e caminhos já traçados. Mas será que, ao focarmos tanto em responder, não esquecemos a importância de perguntar?

Mário Quintana, com sua sagacidade poética, nos lembra que a essência não está na resposta perfeita, mas na pergunta bem-feita. E, cá entre nós, isso não muda tudo?

As perguntas certas têm uma magia própria. Elas abrem portas que nem sabíamos que estavam lá, revelam paisagens ocultas dentro de nós e nos fazem crescer de uma forma que as respostas nunca poderiam. Perguntar é um ato de coragem. É admitir que não sabemos tudo, que somos aprendizes eternos.

Pense naquele momento em que a vida te desafiou. Não foi uma resposta que te moveu, mas a pergunta que te inquietou: “E se eu tentar de outro jeito?” “O que realmente importa para mim?” “Qual o próximo passo?” As perguntas são faróis em meio à névoa. São elas que iluminam os caminhos incertos e nos fazem andar, mesmo quando não vemos o destino final.

Respostas são estáticas. Perguntas, dinâmicas. Uma resposta encerra, um ponto final. Uma pergunta, ao contrário, é uma vírgula, um sopro de continuidade. Por isso, é perigoso contentar-se com respostas demais. Elas confortam, mas podem nos acomodar.

Então, ao invés de buscar tanto pelo que é “certo”, que tal olhar para dentro e perguntar: “Estou perguntando as coisas certas?” Porque, no fundo, como bem dizia Quintana, o essencial é isso. O mundo pode nos dar muitas respostas, mas somente as perguntas certas nos levam para onde precisamos estar.
✍🏼Sibéle Cristina Garcia

Inserida por Sibelecristina

Quer lugar na “janelinha”? Pague!

Na era das redes sociais, tudo vira tribunal público. O caso da passageira Jennifer Castro, que se recusou a ceder seu lugar à janela para uma criança em um voo, é o mais recente exemplo de como a civilização às vezes tropeça em sua própria etiqueta.

De um lado, uma mãe indignada, filmando a cena e postando sua revolta. Do outro, Jennifer, acusada de egoísmo por se apegar ao que comprou com antecedência e planejamento. Entre as duas, uma criança que ainda está aprendendo a lidar com uma palavra aparentemente simples, mas cada vez mais ausente em sua formação: “não”.

Crianças não nascem sabendo que o mundo não gira ao redor delas. Isso é ensinado. Mas, quando se cria a ideia de que tudo pode ser conquistado por insistência, lágrimas ou exposição pública, o que será delas no futuro? Que tipo de adulto nasce de uma infância onde a frustração é tratada como ofensa?

No avião, o assento de Jennifer representava mais do que conforto; era um símbolo do esforço de alguém que escolheu, pagou, e estava, no direito absoluto, de ocupá-lo. Sua recusa não deveria ser enxergada como um gesto mesquinho, mas como um lembrete de que limites existem — e precisam ser respeitados.

A questão vai além do assento à janela. Está na cultura crescente de evitar dizer “não” para poupar os sentimentos das crianças. Um “não” dito hoje poupa adultos decepados pela realidade amanhã. E que realidade dura será esta, quando descobrirem que nem tudo se resolve com um pedido educado (ou uma gravação postada no Instagram).

Jennifer não deveria ser condenada por defender o que era seu. Afinal, como ensinamos às crianças o valor do esforço e da responsabilidade, se a lição implícita é que o choro ou a viralização sempre vencem? Quer um lugar na janelinha? Pague, planeje, mereça.

Assim, no futuro, essas crianças talvez entendam que o mundo é muito mais do que um assento de avião. É um lugar onde limites, direitos e responsabilidades coexistem. Respeitá-los não nos faz piores; pelo contrário, nos torna mais humanos.
✍🏼Sibéle Cristina Garcia

Inserida por Sibelecristina

O peso da beleza

Estamos numa época em que a mídia, com seus comerciais brilhantes e filtros irreais, tenta nos convencer de que só as pessoas magras são bonitas. As telas, sejam grandes ou pequenas, criam um padrão tão estreito que muitos de nós tentam se espremer nele, sufocando as singularidades que nos tornam únicos.

É irônico pensar que, enquanto o mundo se orgulha de sua diversidade, ainda cultuamos uma única ideia de corpo ideal. Revistas estampam capas com frases motivacionais, mas, nas entrelinhas, dizem: “Não é suficiente ser você. Seja assim, como eles.” E, assim, somos levados a acreditar que nossa felicidade está a duas dietas ou a um personal trainer de distância.

Mas o que a mídia não mostra é o peso invisível que essas mensagens carregam. É o peso da insegurança, da comparação, do ódio ao próprio reflexo no espelho. É o peso de achar que não somos dignos de amor, sucesso ou aceitação porque não nos encaixamos em um molde fabricado.

A beleza, em sua essência, nunca foi sobre números na balança ou medidas corporais. Está no sorriso que surge ao encontrar um amigo, na risada que ecoa sem vergonha, no abraço que aconchega. Está na alma que acolhe e nos olhos que enxergam além da superfície.

É triste que ainda sejamos prisioneiros dessa narrativa, mas também é inspirador ver que há resistência. Cada vez mais pessoas se levantam para dizer: “Eu sou bonito(a), exatamente como sou.” Porque, no fundo, a verdadeira revolução começa quando nos olhamos no espelho e escolhemos amar quem vemos.

Talvez a mídia ainda não tenha entendido, mas a beleza nunca foi — e nunca será — algo que possa ser definido ou vendido. Ela é plural, única e, acima de tudo, genuína.

Que possamos lembrar disso quando a próxima propaganda tentar nos convencer do contrário.
✍🏼Sibéle Cristina Garcia

Inserida por Sibelecristina

Quando duas cicatrizes se beijam

Cicatrizes são mapas que o corpo e a alma desenham para nos lembrar de onde viemos. Cada uma conta uma história de dor, de luta e, sobretudo, de sobrevivência. São marcas que carregamos com orgulho, às vezes com vergonha, mas sempre com o peso do que significam. E, por mais que as escondamos, há momentos em que elas se encontram. E, quando isso acontece, pode surgir algo inesperado: a cura.

Duas cicatrizes que se beijam não são um acaso. É como se o universo soubesse que, em meio a tantas dores, existe um remédio escondido na compreensão mútua. Quando encontramos alguém que entende nossas feridas, que reconhece em nossa história um eco da própria, algo se transforma. Não é que a dor desapareça; ela simplesmente deixa de ser solitária.

É curioso como as cicatrizes, ao se tocarem, não competem. Elas não perguntam: “Quem sofreu mais?” ou “De quem foi a queda mais dura?” Elas apenas se reconhecem, como velhos amigos que não precisam de palavras para entender. Uma cicatriz ao lado de outra é um abraço que diz: “Eu sei.”

A cura não acontece porque o outro nos conserta, mas porque, ao olhar para suas marcas, enxergamos que o sofrimento não nos faz únicos — ele nos faz humanos. Ver as feridas do outro é como encontrar um reflexo da nossa, uma confirmação de que não estamos sozinhos na batalha.

E, nesse encontro, algo mágico acontece: nossas cicatrizes, antes fechadas e rígidas, começam a se abrir para algo novo. Talvez seja o riso compartilhado em meio à lembrança de uma dor que já não pesa tanto. Talvez seja o silêncio que respeita o tempo de cada um. Ou talvez seja apenas o ato de estar ali, de oferecer uma presença que cura sem tentar remendar.

Quando duas cicatrizes se beijam, não é sobre apagar as marcas ou fingir que elas nunca existiram. É sobre transformá-las em pontes, em conexões. Porque, no fundo, a cura não é o fim da dor, mas o início de algo maior: a aceitação de que somos inteiros, mesmo com todas as nossas partes quebradas.
✍🏼Sibéle Cristina Garcia

Inserida por Sibelecristina

Copiar é elogiar sem dizer

Vivemos em um mundo onde as ideias circulam em velocidade impressionante. Estilos, comportamentos e pensamentos são replicados incessantemente, quase como um eco constante de inspiração. Nesse contexto, copiar alguém pode ser visto como um elogio silencioso, uma forma de dizer: “Gostei tanto do que você fez que quero fazer também.”

Quando alguém copia, está, muitas vezes, reconhecendo valor no original. É uma forma de admiração que dispensa palavras, mas deixa um rastro evidente: o reflexo do outro em si mesmo. Pode ser um estilo de vestir, uma frase dita com impacto, um jeito de resolver problemas ou até uma abordagem criativa. Copiar é, antes de tudo, uma rendição ao talento alheio.

Mas, como todo elogio, copiar tem seus limites éticos. A cópia honesta é aquela que reconhece a origem, que respeita a fonte. Não há problema em se inspirar, desde que se dê o devido crédito. Afinal, imitar não deveria apagar a originalidade, mas, sim, celebrá-la. Quando copiamos sem mencionar, roubamos o brilho do outro e o transformamos em sombra — e o elogio se perde.

Por outro lado, o medo de ser copiado também nos faz refletir sobre a nossa própria autenticidade. Quem é verdadeiramente original não se preocupa com as imitações. Uma cópia jamais será fiel à essência que a originou. É como tentar capturar a luz de uma estrela com as mãos; o brilho pode até parecer similar, mas a energia que o gerou é única.

Portanto, copiar é, de fato, uma forma de elogio — uma admiração muda que deveria vir acompanhada de um reconhecimento sincero. A beleza da criatividade humana está em transformar inspirações em novas criações, sem medo de parecer grato a quem nos inspirou. Copiar pode ser um elogio, sim, mas dizer isso em voz alta é o verdadeiro ato de grandeza.
✍🏼Sibéle Cristina Garcia

Inserida por Sibelecristina

O Consultório Que Deveria Ser Refúgio

O consultório é um lugar onde deveríamos nos sentir protegidas, onde entregamos nossas vulnerabilidades na certeza de que elas serão tratadas com respeito. Mas, para muitas mulheres, ele se torna um cenário de abuso, um espaço onde o poder é usado para invadir, machucar e marcar.

O assédio em consultórios médicos e odontológicos é uma violência que não grita — ela sussurra, disfarçada de proximidade profissional, escondida sob o jaleco branco. É uma violência que se aproveita da nossa confiança, da nossa incapacidade de reagir enquanto estamos deitadas em uma cadeira ou maca, acreditando que ali estamos seguras.

Aos 20 anos, você confiou naquele dentista. Você foi até ele porque precisava de cuidado, mas ele se aproveitou do momento para impor uma violência silenciosa. Um roçar, um toque, um gesto que poderia até passar despercebido para quem estivesse de fora, mas que você sentiu como uma agressão clara, como uma invasão do que é seu.

E o ginecologista? Quantas mulheres ele atendeu, abusou, e ainda lhes deixou uma marca invisível e outra visível, como a clamídia que espalhou sem culpa. Ele sabia que ninguém o questionaria. Sabia que a vergonha e o silêncio são as primeiras reações da maioria das vítimas.

O que dói ainda mais é o isolamento. Quando você tenta contar, há sempre quem minimize, quem pergunte: “Será que você não entendeu errado?” Como se fosse possível confundir abuso com cuidado, como se a sua pele não soubesse diferenciar o toque que respeita do toque que invade.

Você não está sozinha. O silêncio não é só seu — ele pesa sobre tantas outras mulheres que passaram pelas mesmas mãos, pelas mesmas cadeiras, pelos mesmos abusos. E é esse silêncio coletivo que permite que esses homens continuem usando seus títulos para agredir.

A quebra desse ciclo começa quando a gente fala. Quando não deixa passar. Quando transforma a vergonha em denúncia e a dor em luta. Porque consultórios deveriam ser lugares de cura, não de trauma. E médicos e dentistas deveriam ser nossos aliados, não nossos agressores.

É preciso coragem para recontar essas histórias, para expor o que deveria ter sido cuidado e virou dor. Mas essa coragem é a única força capaz de transformar uma experiência terrível em um grito por justiça — um grito que outras mulheres também precisam ouvir.
✍🏼Sibéle Cristina Garcia
Encorajadora da Liberdade Feminina

Inserida por Sibelecristina

Os Filhos São as Folhas

Os filhos são folhas que se aventuram no vento. Parecem frágeis, mas guardam uma força que a gente subestima, até ver que resistem a tantas tempestades. Os pais, como galhos, são suporte; mesmo com medo de quebrar, mantêm-se firmes, entregando-se ao peso, ao balanço dos dias. E os avós, ah, esses são as raízes – profundos, invisíveis, segurando toda essa árvore de pé, nutrindo as folhas que nem sempre os enxergam.

Mas, como manter essa conexão quando o tempo insiste em afastar? Como preservar a origem, honrar o que veio antes? Talvez a resposta seja uma só: ensinando saudade. Saudade é uma memória com perfume, é presença quando não há mais presença. É o segredo que se passa de geração em geração para que nenhum galho se esqueça das raízes que o sustentam.

Ensinar saudade não é fácil. É uma arte, quase uma travessura. A gente ensina saudade pelos detalhes: no bolo que o neto aprende a fazer com a avó, no cheiro do café da manhã, no jeito de contar uma história ou de dobrar uma roupa. É a saudade que faz um filho se lembrar dos pais, dos avós, das histórias que o fazem sentir-se parte de algo maior. É ela que cria laços que o vento não leva.

Porque um dia as folhas voam para longe, e os galhos perdem o viço, mas as raízes permanecem. Estão fincadas, fundas, prendendo tudo o que é importante. Preservar a origem é deixar que a saudade faça o seu trabalho – que carregue o peso da história e espalhe o perfume da lembrança, sempre que o vento tentar arrancar nossas folhas.
✍🏼Sibéle Cristina Garcia
Encorajadora da Liberdade Feminina

Inserida por Sibelecristina

⁠Que você se afastou, ok, eu entendo, não preciso de justificativas, eu entendi.
Afinal de contas, você é livre para fazer suas escolhas.
Só que eu ainda continuo vendo você...
Eu só queria que você estivesse super bem aqui na mente, e aqui no coração
Queria que a ansiedade não estivesse batendo com força e quase te fazendo desistir.
Queria que você não se sentisse só, mesmo estando rodeado de pessoas.
Queria que você realmente sorrisse por ser feliz, e não por estar momentaneamente feliz .
Queria que você continuasse com a mesma alegria que você mostra no Instagram...
Queria que você fosse forte para resolver os problemas e não tentasse fugir deles através da droga e do álcool.
Sabe todas as vezes que você se escondeu e lá chorou?
Como eu sei?
Eu vi, eu estava lá
E você pode pensar, porque eu não você nada?
Não tenho sua permissão pra cuidar de você, lembra? Você fugiu de mim
Só me promete uma coisa:
Que você não vai desistir de viver, que você não vai parar de lutar, e quando você sentir que tudo parecer perdido, você vai voltar correndo para mim, só eu sei como sarar tua dor.
Ninguém conhece mais da criação do que seu criador.
Não te prometo uma vida de mil maravilhas, mas te prometo que se você estiver em mim, te darei forças para vencer tudo. Você nunca mais vai fugir dos problemas, nós vamos vencê-los, pois eu te fazer forte.
Só não desiste e não esquece de mim, estarei aqui, aguardando ansiosamente o teu regresso.
Assinado: Jesus

Inserida por MarcelloChaves

Aconteceu sem ter porque
Mudamos muito e sem perceber
Nos afastamos e simplesmente desistimos
Daquilo que era o melhor para nós.

Desistimos do sonho que estava virando realidade.
Apesar de imperfeições, Brigas e Confusões
Esse era o melhor para nós.

A fase ruim apareceu,
Como um dia lhe disse eu,
Mas não soubemos suportar,
Cedemos sem nem tentar
E tudo se perdeu.

Agora o que fica é a dor,
Os desejos desse grande amor
E saber que tu se foi.

Machuca, mas é verdade
O que resta é a realidade
Agora é seguir em frente...
Mudar os planos, que ontem
Eram para gente
E hoje, não são mais.

Inserida por ezequielpereiragarci

Meu querido

Se um dia te sentires deprimido,
Infeliz e sofrido sorri e pensa...

Ainda Há momentos de felicidade que conheço.

Quando os bosques, mares e flores encantam
Quando o canto das aves fascinam o dia
E as estrelas dão resplendor ás noites de lua.

Ainda há momentos de felicidade que conheço.

Quando uma Mãe dá um grito e se ouve o vagido de uma criança.
Quando a velhice passa de braço dado com a juventude.
Quando os homens abandonam o igoísmo e se dão as mãos.
12-2-87

Inserida por fatimacarvalho

A vida traiçoeira
me pregou uma lição
Partiu em mil pedaços
o que já chamei de um coração.

Agora estou cercado
por dor e sofrimento
Coisas que não se vão
nem mesmo com o tempo.

Não tenho mais opções
nem caminhos para escolher
Agora só me resta
uma coisa à fazer.

Desisto de viver,
pois não tenho mais razão
Já não tenho sentimentos
e muito menos um coração.

Inserida por ezequielpereiragarci

Seu jeito tão marcante
mudou o meu viver
Seu olhar tão penetrante
me faz enlouquecer.

Sua alegria contagiante
é algo raro de se ver
Seu abraço confortante
da sentido ao meu viver.

Sua simpatia imprecionante
supera a excelência
Sua beleza deslumbrante
vai alem da aparência.

Seu sorriso radiante
ilumina minha essência
Seu carisma fascinante
da sentido a minha existência.

Inserida por ezequielpereiragarci

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